O Espiritismo
O
espiritismo é, sem dúvida, uma das heresias que mais cresce no mundo hoje. O
Brasil, particularmente, detém o triste recorde de ser o maior reduto
espiritista do mundo. O seu crescimento se dá, em grande parte, devido ao
fascínio que os seus ensinos exercem sobre as mentes das pessoas desprovidas
do verdadeiro conhecimento, e alienadas de Deus.
Alheio
à Palavra de Deus, e divorciado de toda a verdade, o espiritismo tem se
constituído numa espécie de "profundezas de Satanás", pronto a tragar
pessoas incautas que estão a buscar a Deus em todos os lugares e por todos os
meios.
I. RESUMO HISTÓRICO DO ESPIRITISMO
O
espiritismo constitui-se no mais antigo engano religioso já surgido. Porém, em
sua forma moderna como hoje é conhecido, o seu ressurgimento se deve a duas
jovens norte-americanas, Margaret e Kate Fox, de Hydeville, Estado de Nova
Iorque.
1.1.
Estranhos Fenômenos
Em
dezembro de 1847, Margaret e Kate, respectivamente de doze e dez anos, começaram
a ouvir pancadas em diferentes pontos da casa onde moravam. A princípio
julgaram que esses ruídos fossem produzidos por camundongos e ratos que
infestavam a casa. Contudo, quando os lençóis começaram a ser arrancados das camas
por mãos invisíveis, cadeiras e mesas tiradas dos seus lugares, e uma mão fria
tocou no rosto de uma das meninas, percebeu-se que o que estava acontecendo
eram fenômenos sobrenaturais. A partir daí, as meninas criaram um meio de
comunicar-se com o autor dos ruídos, que respondia às perguntas com um
determinado número de pancadas.
1.2.
Expansão do Movimento
Partindo
desse acontecimento, que recebeu ampla cobertura dos meios de comunicação da
época, sessões espíritas propagaram-se por toda a América do Norte. Na
Inglaterra, porém, a consulta aos mortos já era muito popular entre as camadas
sociais mais elevadas. Por conseguinte, os médiuns norte-americanos encontraram
ali solo fértil onde a semente do supersticionismo espiritista haveria de ser
semeada, nascer, crescer, florescer e frutificar. Na época, outros países da
Europa também foram visitados com sucesso pelos espíritas norte-americanos.
Na
França, a figura de Allan Kardec é a principal dos arraiais espiritistas. Léon
Hippolyte Rivail (o verdadeiro nome de Allan Kardec), nascido em Lião, em 1804,
filho de um advogado, tomou o pseudônimo de Allan Kardec por acreditar ser ele
a reencarnação de um poeta celta com esse nome. Dizia ter recebido a missão de
pregar uma nova religião, o que começou a fazer a 30 de abril de 1856. Um ano
depois, publicou O Livro dos Espíritos, que muito contribuiu na
propaganda espiritista. Dotado de inteligência e inigualável sagacidade,
estudou toda a literatura afim disponível na Inglaterra e nos Estados Unidos, e
dizia ser guiado por espíritos protetores. Notabilizou-se por introduzir no
espiritismo a idéia da reencarnação. De 1861 a 1867, publicou quatro livros: Livro
dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Céu e Inferno e Gênesis.
Allan
Kardec, o pai do Espiritismo
Homem
dotado de características físicas e mentais de grande resistência, Allan Kardec
foi apóstolo das novas idéias que haveriam de influir na organização do
espiritismo. Fundou A Revista Espírita, periódico mensal editado em
vários idiomas. Ele mesmo assentou as bases da "Sociedade Continuadora da
Missão de Allan Kardec". Morreu em 1869.
II.
SUBDIVISÕES DO ESPIRITISMO
Embora
consideremos o espiritismo igual em toda a sua maneira de ser, os próprios
espíritas admitem haver diferentes formas de espiritismo, assim designadas:
2.1.
Espiritismo Comum
Dentre
as muitas práticas dessa classe de espiritismo, destacam-se as seguintes:
a. Quiromancia - Adivinhação
pelo exame das tinhas das mãos. O mesmo que "quiroscopia".
b.
Cartomancia -
Adivinhação pela decifração de combinações de cartas de jogar.
c. Grafologia - Estudo dos elementos normais
e principalmente patológicos de uma personalidade, feito através da análise da
sua escrita.
d.
Hidromancia -
Arte de adivinhar por meio da água.
e.
Astrologia- Estudo
e/ou conhecimento da influência dos astros, especialmente dos signos, no
destino e no comportamento dos homens; também conhecida como
"uranoscopia".
2.2.
Baixo Espiritismo
O
baixo espiritismo, também conhecido como espiritismo pagão, inculto e sem
disfarce, identifica-se pelas seguintes práticas:
a.
Vodu -
Culto de negros antilhanos, de origem animista, e que se vale de certos
elementos do ritual católico. Praticado principalmente no Haiti.
b.
Candomblé -
Religião dos negros ioruba, na Bahia.
c. Umbanda - Designação
dos cultos afro-brasileiros, que se confundem com os da macumba e dos
candomblés da Bahia, xangô de Pernambuco, pajelança da Amazônia, do catimbó e
outros cultos sincréticos.
d.
Quimbanda -
Ritual da macumba que se confunde com os da umbanda.
e. Macumba - Sincretismo
religioso afro-brasileiro derivado do candomblé, com elementos de várias
religiões africanas, de religiões indígenas brasileiras e do catolicismo.
2.3. Espiritismo Científico
O
espiritismo científico é também chamado "Alto Espiritismo",
"Espiritismo Ortodoxo", "Espiritismo Profissional" ou
"Espiritualismo". Ele se manifesta, inclusive, como
"sociedade", como, por exemplo, a LBV (Legião da Boa Vontade),
fundada e presidida por muitos anos pelo já falecido Alziro Zarur. Esta classe
de espiritismo tem sido conhecida também como:
a.
Ecletismo -
Sistema filosófico dos que não seguem sistema algum, escolhendo de cada um a
parte que lhe parece mais próxima da verdade.
b.
Esoterismo -
Doutrina ou atitude de espírito que preconiza que o ensinamento da verdade
deve reservar-se a um número restrito de iniciados, escolhidos por sua
influência ou valor moral.
c.
Teosofismo -
Conjunto de doutrinas religioso-filosóficas que têm por objetivo a união do
homem com a divindade, mediante a elevação progressiva do espírito até a
iluminação. Iniciado por Helena Petrovna Blavastky, mística norte-americana
(1831-1891), fanática adepta do budismo e do lamaísmo.
2.4.
Espiritismo Kardecista
O
espiritismo Kardecista é a classe de espiritismo comumente praticada no Brasil,
e tem, como principais, entre as suas muitas teses, as seguintes:
a. Possibilidade de comunicação com os espíritos
desencarnados.
b.
Crença da reencarnação.
c.
Crença de que ninguém pode impedir o homem de sofrer as conseqüências dos seus
atos.
d.
Crença na pluralidade dos mundos habitados.
e.
A caridade é virtude única, aplicada tanto aos vivos como aos mortos.
f. Deus, embora exista, é um ser impessoal,
habitando um mundo longínquo.
g.
Mais perto dos homens estão os "espíritos-guias".
h.
Jesus foi um médium e reformador judeu, nada mais que isto.
Evidentemente,
o diabo é um demagogo muito versátil e maleável, capaz de muitas
transformações. Aos psicólogos, ele diz: "Trago-vos uma nova
ciência". Aos ocultistas, assevera: "Dou-vos a chave para os últimos
segredos da criação". Aos racionalistas e teólogos modernistas, declara:
"Não estou aí. Nem mesmo existo". Assim faz o espiritismo: muda de
roupagem, como o camaleão muda de cor, de acordo com o ambiente, ainda que, na
essência, continue sempre o mesmo: supersticioso, fraudulento, mau e diabólico.
A
passada das bandeiras numa cerimônia do vodu haitiano
III.
A TEORIA DA REENCARNAÇÃO
A
teoria da reencarnação se constitui no cerne de toda a discussão espiritista.
Destruída esta teoria, o espiritismo não poderá subsistir.
Sobre
o assunto, escreveu Allan Kardec: "A reencarnação fazia parte dos dogmas
judaicos sob o nome de ressurreição... A reencarnação é a volta da alma, ou
espírito, à vida corporal, mas em outro corpo novamente formado para ele que nada
tem de comum com o antigo" (O Evangelho Segundo o Espiritismo, pp.
24,25).
3.1.
A Bíblia Nega a Reencarnação
A
Bíblia jamais faz qualquer referência à palavra "reencarnação",
tampouco confunde-a com a palavra "ressurreição". Segundo o
dicionário Escolar da Língua Portuguesa, de Francisco da Silveira Bueno,
"reencarnação" é o ato ou efeito de reencarnar, pluralidade de
existências com um só espírito; enquanto a palavra "ressurreição", no
grego, é anástasis e égersis, ou seja, levantar, erguer, surgir, sair
de um local ou de uma situação para outra.
No
latim, "ressurreição" é o ato de ressurgir, voltar à vida,
reanimar-se. Biblicamente, entende-se o termo "ressurreição" como o
mesmo que ressurgir dos mortos, e, em linguagem mais popular, união da alma e do
espírito ao corpo, após a morte física.
3.2.
Ressurreição na Bíblia
No
decorrer de toda a narrativa bíblica, são mencionados oito casos de
ressurreição, sendo sete de restauração da vida, isto é, ressurreição para
tornar a morrer, e um de ressurreição no sentido pleno, final — o de Jesus.
Este foi diferente, porque foi ressurreição para nunca mais morrer, não
somente pelo fato de Ele ser Jesus, mas porque, ao ressurgir, tornou-se Ele o
primeiro da ressurreição real (1 Co 15.20,23).
A
expressão "ressurreição dentre os mortos", como em Lucas 20.35
e Filipenses 3.11, implica uma ressurreição da qual somente os justos
participarão. Os participantes da verdadeira ressurreição não mais morrerão (Lc
20.36). A referida expressão e tradução correta do original. A palavra
"dentre" indica que os mortos ímpios continuarão sepultados quando os
santos ressurgirem.
Os
sete outros casos de ressurreição na Bíblia, por ordem, são: o filho da viúva
de Serepta (1 Rs 17.19-22); o filho da sunamita (2 Rs 4.32-35); o defunto que
foi lançado na cova de Eliseu (2 Rs 13.21); a filha de Jairo (Mc
5.21-23,35-43); o filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17); Lázaro (Jo 11.1-46);
Dorcas (At 9.36-43).
O
caso da ressurreição de Jesus, que, como já dissemos, é diferente, acha-se
registrado em Mateus 28.1-10; Marcos 16.1-8; Lucas 24.1-12; João 20.1-10 e 1
Coríntios 15.4,20-23.
Quanto
à ressurreição propriamente dita, escreve Allan Kardec: "A ressurreição
implica a volta da vida ao corpo já morto — o que a ciência demonstra ser
materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo foram,
depois de muito tempo, dispersos e absorvidos".
E
evidente que esta teoria de Allan Kardec não pode prevalecer, uma vez que se
baseia em conceitos de homens e não nas Escrituras, que declaram a
possibilidade da ressurreição dos mortos. Não é relevante citarmos aqui os
casos de mortos que foram ressuscitados antes de serem levados à sepultura.
Vamos citar apenas dois casos de mortos que foram levantados dentre os mortos
após quatro e três dias de sepultados: Lázaro e Jesus.
3.2.1.
LÁZARO
O
testemunho de João capítulo 11 é que Lázaro:
a)
estava morto (vv.14,21,32,37);
b)
estava sepultado já havia quatro dias (vv. 17,39);
c)
já cheirava mal (v.39);
d)
ressuscitou ainda amortalhado (v.44);
e)
ressuscitou com o mesmo corpo e com a mesma aparência que possuía antes de
morrer (v.44).
3.2.2.
Jesus
O
testemunho das Escrituras quanto à morte e ressurreição de Jesus Cristo, é que:
a) Os soldados romanos testemunharam que Cristo
estava morto (Jo 19.33).
b)
José de Arimatéia e Nicodemos sepultaram-no (Jo 19.38-42).
c)
Ele ressuscitou no primeiro dia da semana (Lc 24.6).
d)
Mesmo após ressuscitado, Ele ainda portava as marcas dos cravos nas mãos, para
mostrar que seu corpo, agora vivo, era o mesmo no qual sofrerá a crucificação,
porém, glorificado (Lc 24.39; Jo 20.27).
3.3. Uma
Teoria Absurda
Procurando
dar sentido bíblico à absurda teoria da reencarnação, Allan Kardec lança mão do
capítulo 3 de João para dizer que Jesus ensinou sobre a reencarnação. Os tradutores
da obra de Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, usaram a
versão bíblica do padre Antônio Pereira de Figueiredo como texto base de sua
tradução, grifando o versículo 3 do citado capítulo de João: "Na verdade
te digo que não pode ver o reino de Deus senão aquele que renascer de
novo" (ênfase minha), quando o versículo naquela versão é escrito da
seguinte forma: "Na verdade, na verdade, te digo, que não pode ver o
reino de Deus, senão aquele que nascer de novo" (ênfase minha).
"Renascer"
já significa nascer de novo, enquanto "renascer de novo"
constitui-se numa intolerável redundância, mas não sem propósito por parte do
espiritismo, que por tudo procura provar que a absurda teoria da reencarnação
tem fundamento na Bíblia.
IV.
JOÃO BATISTA ERA ELIAS REENCARNADO?
Dirigindo-se
a Jesus, perguntaram-lhe os seus discípulos: "Por que dizem, pois, os
escribas ser necessário que Elias venha primeiro? Então Jesus respondeu: De
fato (...) Elias já veio, e não o reconheceram, antes fizeram com ele tudo
quanto quiseram (...) Então os discípulos entenderam que lhes falara a respeito
de João Batista" (Mt 17.10-13).
Acerca
de João Batista, disse mais Jesus: "E, se o quereis dar crédito, é este o
Elias que havia de vir" (Mt 11.14).
4.1.
Opinião Espiritista
Prevalecendo-se
do literalismo destas passagens, escreveu Allan Kardec: "A noção de que
João Batista era Elias e de que os profetas podiam reviver na Terra, depara-se
em muitos passos dos Evangelhos, especialmente nos acima citados. Se tal crença
fosse um erro, Jesus não a deixaria de combater, como fez com muitas outras,
mas, longe disso, a sancionou com sua autoridade... 'É ele mesmo o
Elias, que havia de vir'. Aí não há nem figuras nem alegorias; é uma afirmação
positiva" (O Evangelho Segundo o Espiritismo, pp. 25, 27).
4.2.
Objeção Bíblica
Um
dos conceitos de hermenêutica mais conhecido é aquele segundo o qual a Bíblia
interpreta-se a si mesma. Portanto, somos impedidos de lançar mãos de recursos
alheios ao contexto bíblico para interpretar o mais simples dos seus ensinos. A
Bíblia mesma dá respostas às suas indagações. A pergunta: "João Batista
era Elias reencarnado ou não?" responde o próprio João Batista, dizendo:
"Não sou" (Jo 1.21).
Sobre
João Batista, diz Lucas 1.17: "E irá adiante dele no espírito e virtude
de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à
prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem
disposto". Isto não quer dizer que João fosse Elias, mas que no seu
ministério haveria peculiaridades do ministério de Elias. De fato, a Bíblia não
trata de nenhum outro caso de dois homens, cujos ministérios tenham tanta
semelhança como João Batista e Elias. Lembra o refrão popular: "Tal Pai,
tal filho". Isto não quer dizer que o filho seja absolutamente igual ao
pai, ou que um seja a reencarnação do outro, mas sim, que existem hábitos
comuns entre ambos.
4.3.
Cinco Pontos a Considerar
Dentre
as muitas razões pelas quais cremos que João Batista não era Elias reencarnado,
queremos citar as seguintes:
•
Os judeus criam que João Batista fosse Elias ressuscitado, não reencarnado (Lc
9.7,8).
•
Se os judeus realmente acreditassem que João era Elias reencarnado e não
ressuscitado, não teriam em outra oportunidade admitido que Cristo fosse Elias
ressuscitado. João Batista e Cristo, que viveram simultaneamente por cerca de
trinta anos, não podiam ser Elias ressuscitado ou reencarnado, ao mesmo tempo
(Lc 9.7,9).
•
Se reencarnação é o ato ou efeito de reencarnar, pluralidade de existências com
um só espírito, é evidente que um vivo não pode ser reencarnação de alguém que
nunca morreu. Fica claro assim que João Batista não era Elias, já que este não
morreu, pois foi arrebatado vivo ao céu (2 Rs 2.11).
• Se João Batista fosse Elias, quem primeiro
teria conhecimento disso teria sido ele mesmo e não os judeus ou os espíritas.
Àqueles que lhe perguntaram: "És tu Elias?", ele respondeu desembaraçadamente:
"Não sou" (Jo 1.21).
•
Se João Batista fosse Elias reencarnado, no momento da transfiguração de
Cristo teriam aparecido Moisés e João Batista, e não Moisés e Elias (Mt 17.18).
Fica
evidente, portanto, que a Bíblia não apóia a absurda teoria espiritista da
reencarnação. Até mesmo os chamados "fatos comprovados" da
reencarnação, apresentados pelos advogados do espiritismo, na verdade não
comprovam coisa alguma.
V. A INVOCAÇÃO DE MORTOS
Reencarnação
e invocação de mortos são as duas principais estacas de sustentação de toda a
fraude espiritista. Se ambas puderem ser removidas, o espiritismo ruirá
irremediavelmente.
5.1.
O que a Bíblia Diz
Aos
hebreus que saíram do Egito e se aproximavam de Canaã, por intermédio de
Moisés, disse o Senhor Deus:
"Quando
entrares na terra que o Senhor, teu Deus, te der, não aprenderás a fazer
conforme as abominações daquelas nações. Entre ti se não achará quem faça
passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem
prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador de encantamentos,
nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos;
pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor, e por estas
abominações o Senhor, teu Deus, as lança fora de diante de ti. Perfeito serás,
como o Senhor, teu Deus. Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os
prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o Senhor, teu Deus, não
permitiu tal coisa" (Dt 18.9-14).
Com
base nestas palavras de Moisés, no seu livro O Céu e o Inferno, aduz
Allan Kardec: "... Moisés devia, pois, por política, inspirar nos hebreus
aversão a todos os costumes que pudessem ter semelhança e pontos de contato com
o inimigo".
5.2. Deus
Condena a Invocação de Mortos
Alegar
que Moisés se opunha aos costumes pagãos dos cananeus baseado em razões
simplesmente políticas, como afirma
Allan
Kardec, atesta a completa ignorância do espiritismo quanto às Escrituras
Sagradas.
A
proibição divina de consultar os mortos não prova que havia comunicação com os
mortos. Prova apenas que havia a consulta aos mortos, o que não significa
comunicação real com eles. Era apenas uma tentativa de comunicação. Na prática
de tais consultas aos mortos, sempre existiram embustes, mistificações, mentiras,
farsas e manifestações de demônios. É o que acontece nas sessões espíritas,
onde espíritos demoníacos, espíritos enganadores, manifestam-se,
identificando-se como pessoas amadas que faleceram. Alguns desses espíritos têm
aparecido, identificando-se com os nomes de grandes homens, ministrando ensinos
e até apresentando projetos éticos e humanitários, que terminam sempre em
destroços. São espíritos que se prestam ao serviço do pai da mentira, Satanás.
O
povo de Deus, porém, possui a inigualável revelação de Deus pela qual
disciplina a sua vida: "Quando vos disserem: Consultai os que têm
espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram entre dentes; —
não recorrerá um povo ao seu Deus? A favor dos vivos interrogar-se-ão os
mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca
verão a alva" (Is 8.19,20).
5.3.0 Estado
dos Mortos
O
testemunho geral das Escrituras é que os mortos, devido ao estado em que se
encontram, não têm parte em nada do que se faz e acontece na Terra. Consulte os
seguintes textos: Eclesiastes 9.5,6; Salmos 88.10-12; Isaías 38.18,19; Jó
7.9,10.
Nenhum
dos textos bíblicos mencionados contradiz a esperança bíblica da ressurreição
dos mortos, uns para a vida eterna, outros para vergonha e perdição eterna. Os
citados textos mostram, sim, que o homem após a morte, na sepultura, jamais poderá
voltar à vida de outrora, e que na sepultura nada poderá fazer por si mesmo e
muito menos pelos vivos que ainda estão na Terra.
VI.
SAUL E A MÉDIUM DE EN-DOR
(Antes
de prosseguir, tome a sua Bíblia, abrindo-a no capítulo 28 de 1 Samuel. Leia
todo esse capítulo e em seguida volte à leitura deste livro.)
Concluída
a leitura desta porção das Escrituras, vêm à mente perguntas, tais como: É ou
não possível comunicar-se com os espíritos de pessoas falecidas? Foi ou não
Samuel quem apareceu na sessão espírita de En-Dor? Muitas respostas poderiam
ser dadas aqui, como por exemplo: A assembléia judaica sempre acreditou que
Samuel realmente apareceu naquela ocasião. Essa também era a opinião de alguns
dos mais destacados líderes da Igreja dos primeiros séculos, entre eles,
Justino Mártir e Origenes. Já Tertuliano, Jerônimo, Lutero e Calvino
acreditavam que um demônio apareceu em forma de pessoa, personificando Samuel.
6.1.
Análise do Caso
Até
mesmo uma despretensiosa análise de 1 Samuel 28 mostra com clareza meridiana
que um espírito de engano, e não Samuel, foi quem apareceu na sessão espírita
de En-Dor. Dentre as muitas provas contra a opinião de que Samuel apareceu
naquela ocasião, destacam-se as seguintes:
a.
Nem a médium nem o seu espírito de mediunidade exerciam qualquer poder sobre a
pessoa de Samuel. Só Deus exercia esse poder; pelo que não iria permitir que
seu fiel servo viesse a se tornar parte de uma prática que o próprio Deus
condenou (Dt 18.9-14).
b.
Após informar a Saul que Deus o tinha rejeitado, Samuel nunca mais disse coisa
alguma a esse rei.
c. Se fosse Samuel quem aparecera na ocasião,
ele não teria mentido, dizendo que Saul perturbara seu descanso, se Deus, e não
Saul, lhe tivesse ordenado; nem dizendo que Saul e seus filhos estariam com ele
no dia seguinte (vv.15,16).
d. O próprio Saul disse que Deus já não lhe
respondia nem pelo ministério dos profetas e nem por sonhos (vv. 6,15), pelo
que Deus, no último momento,
•
não teria cedido ao desejo de Saul de receber outra revelação;
• não teria entrado em contradição com a sua
Palavra, que nega a possibilidade de vivos terem contato com os mortos (Jó
7.9,10; Ec 9.5,6; Lc 16.31);
•
não teria criado a impressão de que tentar entrar em contato com os mortos não
é tão mau como antes Ele mesmo dissera ser (Dt 18.9-14);
•
não teria afirmado que Saul deveria morrer por causa da consulta feita à
médium (1 Cr 10.13).
e.
Saul disse à médium a quem deveria chamar.
De
acordo com o estudo dos fenômenos psíquicos, a médium teria lido na mente de
Saul qual seria a aparência de Samuel, e a descrevera como Saul costumava
vê-lo.
f.
A médium temeu porque:
•
em seu transe ela reconheceu Saul (v. 12), que era conhecido como inimigo das
práticas espiritistas; ou,
•
ela viu um espírito adejando por cima da aparição, que com "prodígios de
mentira" se fazia passar por Samuel.
g.
O próprio Saul não viu Samuel. De acordo com a descrição da médium, ele mesmo
supôs que a personagem descrita era Samuel.
h.
Quanto à profecia abordada durante a sessão em En-Dor, J.K. Van Baalen, no seu
livro O Caos das Seitas, dá as seguintes possibilidades:
• a mulher percebeu o medo de Saul, de que o
seu fim era iminente, e isso ela predisse;
• a mulher tomou conhecimento da profecia feita
antes por Samuel (1 Sm 15.16,18), que vinha perseguindo Saul (1 Sm 16.2; 20.31,
etc), pelo que lhe disse o que ele esperava ouvir;
•
se um demônio se fazia passar por Samuel e falou por meio da médium, então a
mulher ter-se-ia lembrado da profecia de Samuel, fazendo uso dela.
i.
Não era necessário que alguém fosse perito ou estrategista em guerras para
prever a derrota de Saul e de Israel diante dos filisteus. Em todos os tempos,
o salário do pecado é a morte. No capítulo 15 de 1 Samuel, a questão dessa
guerra já havia sido levantada bem antes de Saul consultar a médium.
j.
A parte final do vaticínio da médium não foi verdadeira no seu cumprimento,
pois nem Saul morreu no dia seguinte, nem morreram nesse dia todos os seus
filhos.
6.2. Profundezas
de Satanás
A
melhor maneira de se definir o espiritismo é chamá-lo de "profundezas de
Satanás" (Ap 2.24). Assim devemos ter sempre em mente os fatos que mostram
que Satanás:
•
é o pai da mentira (Jo 8.44);
•
sabe imitar a realidade com os seus embustes (Êx 7.22; 8.7);
•
se transforma em anjo de luz (2 Co 11.14);
•
tem o poder de operar milagres (2 Ts 2.9).
Aqueles
que se envolvem com o espiritismo estão sob as malhas da rede de Satanás,
correndo o perigo de jamais se libertarem dela.
VII.
PODEM OS MORTOS AJUDAR OS VIVOS?
Para
saber se os mortos podem ou não ajudar os vivos, leia a história do rico e
Lázaro, contada por Jesus no Evangelho de Lucas 16.19-31. Precisamente, os
versículos 22 e 23 dizem: "E aconteceu que o mendigo morreu e foi levado
pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico e foi sepultado. E,
no Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão e
Lázaro, no seu seio".
7.1. Um
Quadro Contrastante
Veja
que contraste: Lázaro morre e é levado ao Paraíso de Deus, enquanto o rico, ao
morrer, é lançado no inferno de horror, de onde, em agonia, clama: "Pai
Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do
seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama"
(v. 24).
Naquele
instante de extrema dor e sofrimento, um pequenino favor de Lázaro seria
suficiente para amenizar o sofrimento daquele infeliz; porém, o pai Abraão
respondeu: "... Filho, lembra-te de que recebestes os teus bens em tua
vida, e Lázaro, somente males; e, agora, este é consolado, e tu, atormentado.
E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que
quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar
para cá" (vv. 25,26).
7.2. Algumas Conclusões Desta
Passagem
Feita
uma análise desta passagem, as conclusões a que chegamos são:
a.
A vida no porvir será uma conseqüência natural da vida que se viveu aqui na
Terra: Lázaro, que era piedoso e temente a Deus aqui, ao morrer foi levado para
o Paraíso, enquanto o homem rico, vaidoso e indiferente às necessidades dos
outros, morreu e foi levado para o inferno de trevas e sofrimento.
b.
O lugar onde serão lançados os perdidos será um lugar de sofrimento eterno, e
não um lugar de purificação e aperfeiçoamento dos espíritos.
c. Se ao homem aqui, vivendo ímpia e
perversamente, abre-se-lhe uma porta de escape após a morte, como admite o
espiritismo, o Evangelho de Cristo deixa de ser o que é, ao passo que o
sacrifício de Cristo torna-se a coisa mais absurda sobre a qual já se teve
notícia.
d. Se um falecido pudesse, de alguma forma
ajudar os seus entes queridos vivos, o rico não teria rogado a Abraão que
envias-
se
Lázaro ou um dos mortos à casa dos seus irmãos, a fim de adverti-los do perigo
de cair no inferno; ele mesmo teria feito isto.
e.
Se fosse possível que o espírito de um falecido pudesse ajudar os vivos, Deus
teria permitido que Lázaro, um dos mortos, ou o próprio homem rico exercesse
influência junto aos parentes deste.
f.
Tudo quanto o homem precisa conhecer concernente à salvação e à vida eterna
acha-se exarado nos escritos de Moisés, dos profetas, dos evangelistas e dos
apóstolos do nosso Senhor Jesus Cristo.
Toda
a revelação divina escrita encerra-se nas seguintes palavras de Jesus Cristo:
"Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste
livro: Se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe acrescentará as pragas
que estão escritas neste livro; e se alguém tirar qualquer coisa das palavras
do livro desta profecia, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida, e da
Cidade Santa, que estão descritas neste livro" (Ap 22.18,19).
Assim,
os chamados "bons ensinamentos" dos espíritos dos mortos, defendidos
pelo espiritismo, nada mais são do que ensinamentos de demônios, pois
apresentam-se como nova fonte de revelação, em detrimento da verdadeira
revelação de Deus — a Bíblia Sagrada.
VIII.
DE DEUS NÃO SE ZOMBA
Correm
grande perigo as pessoas que se dão às tristes aventuras e experiências
espiritistas. Para ilustrar isto, usaremos a história do bispo episcopal,
James A. Pike, envolvendo a morte do seu filho Jim e o relacionamento de ambos
com o espiritismo. Esta história foi publicada no Anuário Espírita de 1971.
Reportamo-nos a ela como meio de oferecer-lhe, leitor, subsídios no combate ao
erro espiritista, e para advertir aqueles que se estão deixando iludir por
esses ensinos de demônios.
8.1. A Trágica
Morte de Jim
Pike
tinha um único filho, um, belo e culto rapaz. Em 1966, pai e filho
encontravam-se na Inglaterra, em Cambridge. Jim decidiu voltar aos Estados
Unidos. Voou para Nova Iorque, e ali, no seu quarto de hotel, matou-se com um
tiro. Jim tinha dificuldade em se relacionar com as pessoas. Era arredio mesmo
em relação ao pai, e, por ironia, só depois da morte, através de médiuns americanos
e ingleses, teria conseguido, segundo o relato, comunicar-se com Pike.
Jim tinha 22 anos, sua morte arrasou o pai. Tudo era mais dramático porque, por
incrível que possa parecer, Pike não cria na vida após a morte. Ele fora
seminarista e se desiludira com o catolicismo; mesmo como bispo episcopal sua
situação era embaraçosa: sem admitir os dogmas da religião, via-se constantemente
atacado e não poucas vezes taxado de herege.
8.2. Coisas
Estranhas Começam a Acontecer
Após
os funerais do filho, nos Estados Unidos, Pike voltou com seus problemas para
Cambridge. No quarto do hotel onde antes estivera com o filho coisas estranhas
começaram a acontecer: roupas eram atiradas dos armários, livros moviam-se das
estantes, etc.
Como
qualquer pessoa que se envolve com o espiritismo, Pike resolveu dar um passo
desastroso na vida. Em lugar de normalizar a sua situação com Deus, saiu à
procura de alguém que pudesse explicar tais fenômenos. Foi assim que, com a
ajuda de amigos, entrou em contato com a médium inglesa Ena Twigg. Uma sessão
foi marcada e Pike teve o primeiro contato com aquele que julgou ser o espírito
do seu filho Jim. O espírito dizia: "Tenho sido tão infeliz!" Instado
pelo pai, respondeu que não acreditara em Deus como uma pessoa, mas que, agora,
acreditava na eternidade.
Acrescenta
o Anuário: "Além disso, o rapaz o exortou a prosseguir em suas pesquisas
e predisse que o pai abandonaria sua igreja. Pike mostrou-se constrangido, mas
Jim insistiu: 'Você fará. Isto ocorrerá no dia 1Q de agosto'".
8.3-
Pike Deixa a sua Igreja
Logo
após voltar à América, Pike entrou em contato com o médium americano Arthur
Ford, com o qual participou de um programa de televisão. No citado programa,
Ford, em transe, transmitiu mensagens que, dizia ele, serem de Jim a Pike. O
programa produziu tão grande escândalo, que deixou a imprensa americana e
inglesa num verdadeiro reboliço. A Igreja Episcopal protestou e Pike resolveu
deixá-la.
Não
muito depois da morte de um, após ingerir forte dose de barbitúricos, morre a
senhora Maren Bergrud, secretária de confiança de Pike. Ela sofria de câncer.
Certo dia, estando ela melhor de saúde, os espíritos segredaram-lhe ao ouvido
que, se pusesse fim à sua vida, poderia perpetuar aquele estado. Foi o que ela
fez. Com a morte do filho e agora da secretária, Pike ficou quase arrasado;
mesmo assim continuou buscando fenômenos relacionados com o além-túmulo.
8.4. "O Outro Lado"
Pike
juntou todo o material das sessões espíritas das quais havia participado, e
escreveu o livro O Outro Lado. Pike foi presa fácil, caindo sob a
armadilha do espiritismo sem nenhuma resistência.
Ao
abandonar a Igreja Episcopal, Pike decidiu fundar uma entidade para estudos
psíquicos. Num dos seus diálogos com o suposto espírito de um, indagou se o
filho ouvira falar de Jesus, ao que ele respondeu: "Meus mentores me
dizem: Jim, você ainda não está em condições de compreender. Eu não o
encontrei, mas todos falam a respeito dele como um místico, um vidente. Eles
não o mencionam como o salvador, mas como um exemplo. Você compreende? Eu
preciso dizer-lhe: Jesus é triunfante. Você não pode me pedir que lhe diga o
que ainda não compreendo. Ele não é o salvador, isto é muito importante, mas um
exemplo". Acrescenta o Anuário: "... agora Pike julga-se um cristão
autêntico".
8.5-
A Lei da Semeadura e da Colheita
Pike
partiu para a Palestina, a fim de fazer uma pesquisa a respeito de Jesus
Cristo, nos próprios lugares por onde Jesus andou e exerceu o seu ministério.
A Bíblia já não lhe valia coisa alguma. Jesus, o Cristo, o Filho de Deus, não
passava de um mito, um místico, um vidente, nada mais que isso. Ali aconteceu o
que certamente ele não previra: no dia 7 de setembro de 1969 o seu corpo foi
achado sem vida, quase que completamente encoberto pela areia nos desertos
próximos do mar Morto.
Vale
a pena lembrar e citar as palavras do apóstolo Paulo, quando diz: "Não
vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear,
isso também ceifará. Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a
corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida
eterna" (Gl 6.7,8).
IX.
VOCABULÁRIO ESPIRITISTA
Assim
como a pessoa é conhecida pelo vocabulário que usa, de igual modo o espiritismo
é mais bem identificado por seu vocabulário, usado para comunicar os seus
enganos. É evidente que muitas das palavras seguintes, usadas no linguajar
espiritista, podem ter diferentes sentidos, por exemplo, de acordo com a
ciência. Porém, na relação a seguir, vamos dar o significado de cada palavra,
de acordo com a interpretação dada pelo próprio espiritismo.
9.1.
Palavras de Engano
Do
grande universo de termos usados pelo espiritismo, destacam-se os seguintes:
•
Médium - Pessoa a quem se atribui o poder de se comunicar com espíritos
de pessoas mortas.
•
Mediunidade - E o fenômeno em que uma pessoa recebe um outro espírito,
supostamente de uma pessoa falecida, sendo que esse espírito recebido passa a
dominar a mente do médium que recebe o controle e o domínio do seu próprio
corpo.
•
Clarividência e Clariaudiência - Fenômenos segundo os quais uma pessoa
pode sentir, observar e ver os espíritos que a rodeiam, servindo de elo de
ligação e comunicação entre o mundo visível e o invisível.
•
Levitação - Força psíquica gerada por uma ou mais mentes na imposição de
mãos, onde um objeto ou uma pessoa pode elevar-se do solo. E muito praticada
na parapsicologia, que é uma falsa ciência.
•
Telepatia - Comunicação por via sensorial entre duas mentes à
distância; transmissão de pensamento.
•
Criptestesia - E o fenômeno da sensação do oculto, ou seja, o
conhecimento de um fato transmitido por um morto, sem conhecimento de nenhum
vivo.
•
Premonição - Sensação, pressentimento do que vai suceder.
•
Metagnomia - É a resolução de problemas matemáticos, obras artísticas
que se produzem e línguas desconhecidas que se decifram (lembre-se de que isto
nada tem a ver com nenhum dos dons do Espírito Santo).
•
Telecinesia - Movimentos de objetos, toque de instrumentos musicais,
alterações de balanços sem o toque de mãos.
•
Idioplastia - É a alteração do corpo físico em virtude do pensamento.
9-2.
Características Desses Fenômenos
Cássio
Colombo, em um "Estudo Sobre o Espiritismo", chama a nossa atenção
para o fato de que esses "fenômenos":
1) Não são fatos comuns da vida; antes,
impressionam pela sua anormalidade.
2) Ocorrem apenas com determinadas pessoas, que
também recebem o nome de "clarividentes" ou "médiuns".
3)
Todos são, pelo menos na aparência, fatos inteligentes.
4)
São fenômenos que ninguém tem a consciência de causas. Daí a atribuí-los cada
qual a outrem, ou seja, não há entidade responsável pelos trabalhos.
5)
Os fenômenos metapsíquicos independem de espaço e de tempo. Há conhecimento
direto, imediato.
6)
Há condições necessárias para as manifestações metapsíquicas: concentração,
penumbra, etc. O medo, a desconfiança e o sarcasmo perturbam essas
manifestações.
7)
Há quase sempre o que se tem chamado de projeção, isto é, os fenômenos são
objetivos e não subjetivos. Não há alucinações.
8)
As mensagens mediúnicas são muitas vezes apresentadas de modo simbólico.
Exemplo: para simbolizar uma morte, surge uma despedida.
9) Os fenômenos referidos várias vezes ocorrem
na hora da morte, supondo-se que, neste caso, os fenômenos surjam por causa da
tensão emotiva e das condições vitais, que, fugindo à regra, permitem a
manifestação das forças latentes do espírito.
10)
Há comportamento nas manifestações metapsíquicas que parecem expressar
existência de personalidades diferentes dos que tomam parte da sessão. É o caso
da fraude e da fantasia comuns no espiritismo.
X.
O ESPIRITISMO E AS SUAS CRENÇAS
Já
dissemos que as duas principais estacas de sustentação do espiritismo são o
dogma da reencarnação e a alegada possibilidade de os vivos se comunicarem com
os espíritos dos mortos. Mas a doutrina espiritista é muito mais que isto, como
é mostrado a seguir.
1o.1. Complexo Doutrinário
O
conjunto de doutrinas do espiritismo é grande e complexo. Na verdade
constitui-se num esquema de negação de toda a doutrina bíblica cristã. Veja,
por exemplo, o que crê o espiritismo acerca dos seguintes temas da doutrina
cristã.
10.1.1 Deus
"Abrogamos
a idéia de um Deus pessoal" (The Physical Phenomena in Spiritualism
Revealed).
"Deve-se
entender que existem tantos deuses quantas são as mentes que necessitam de um
deus para adorar; não apenas um, dois, ou três, mas muitos" (The Banner
of Light, 03.02.1866).
10.1.2.
Cristo
"Qual
é o sentido da palavra Cristo! Não é, como se supõe geralmente, o Filho
do Criador de todas as coisas? Qualquer ser justo e perfeito é Cristo" (Spiritual
Telegraph, nº 37).
"Não
obstante, parece que todo o testemunho recebido dos espíritos avançados mostra
apenas que Cristo era um médium e um reformador da Judéia, e que agora é um
espírito avançado na sexta esfera" (Palavras do Dr. Weisse, citado por
Hanson, em Demonology or Spiritualism).
"Cristo
foi um homem bom, mas não poderia ter sido divino, exceto no sentido, talvez em
que todos somos divinos" (Mensagem por um "espírito", citado
por Raupert em Spiritist Phenomena and Their Interpretatiorí).
10.1.3. A Expiação
"A
doutrina ortodoxa da Expiação é um remanescente dos maiores absurdos dos tempos
primitivos, e é imoral desde o âmago... A razão dessa doutrina é que o homem
nasce neste mundo como pecador perdido, arruinado, merecedor do inferno. Que
mentira ultrajante!... — Porventura o sangue não ferve de indignação ante tal
doutrina?" (Médium and Daybreak).
10.1.4.
A Queda
"Nunca
houve qualquer evidência de uma queda do homem" (A. Conan Doyle).
"Precisamos
rejeitar o conceito de criaturas caídas. Pela queda deve-se entender a descida
do espírito à matéria" (The True Light).
10.1.5. O Inferno
"Posso
dizer que o inferno é eliminado totalmente, como há muito tem sido eliminado do
pensamento de todo homem sensato. Essa idéia odiosa, tão blasfema em relação ao
Criador, originou-se do exagero de frases orientais, e talvez tenha tido sua
utilidade em uma era brutal, quando os homens eram assustados com chamas, como
as feras são espantadas pelos viajantes" (A. Conan Doyle, em Outlines
of Spiritualism).
10.1.6. A Igreja
"Passo
a passo avançou a Igreja Cristã, e ao fazê-lo, passo a passo a tocha do espiritismo
foi retrocedendo, até que quase não se podia mais perceber uma fagulha
brilhante em meio às trevas espessas... Por mais de mil e oitocentos anos a
chamada Igreja Cristã se tem imposto entre os mortais e os espíritos, barrando
toda oportunidade de progresso e desenvolvimento. Atualmente, ela se ergue como
completa barreira ao progresso humano, como já fazia há mil e oitocentos
anos" (Mmd and Matter, 08.05.1880).
"Se
o Cristianismo sobreviver, o espiritismo deve morrer; e se o espiritismo tiver
de sobreviver, o Cristianismo deve desaparecer. São a antítese um do
outro..." (Mmd and Matter, junho de 1880).
10.1.7.
A BÍBLIA
"Asseverar
que ela [a Bíblia] é um livro santo e divino, e que Deus inspirou os seus
escritores para tornar conhecida a vontade divina, é um grosseiro ultraje e um
logro para com o público" (Outlines of Spiritualism).
"Gostamos
pouco de discutir baseados na Bíblia, porque, além de a conhecermos mal,
encontramos nela, misturados com os mais santos e sábios ensinamentos, os mais
descabidos e inaceitáveis absurdos" (Carlos lmbassahy, O Espiritismo
Analisado).
10.2.
Refutação Bíblica Dessas Afirmações
Erradas
A
Bíblia Sagrada, a espada do Espírito Santo, lança a doutrina espiritista por
terra, e declara em alto e bom som, que:
10.2.1.
Deus
a.
é um ser pessoal (Jo 17.3; SI 116.1,2; Gn 6.6; Ap 3.19);
b.
é um ser único (Dt 6.4; Is 45.5,18; 1 Tm
1.17; Jd 25).
10.2.2.
Jesus Cristo
a.
foi superior aos homens (Hb 7.26);
b. é apresentado na Bíblia como profeta,
sacerdote e rei, e nunca como médium (At 3.19-24; Hb 7.26,27; Fp 2.9-11).
10.2.3.
A Expiação
a.
foi um ato voluntário de Cristo (Tt 2.14);
b.
é alcançada como conseqüência da fé (At 10.43);
c.
é adquirida pelo sangue de Cristo, segundo a riqueza da sua graça (Ef 1.7).
10.2.4.
A Queda
a. sobreveio como conseqüência da desobediência
de Adão (Rm 5.12,15,19);
b.
decorreu da tentação do diabo (Gn 3.1-5; 1 Tm 2.14).
10.2.5.
O Inferno
a.
foi preparado para o diabo e seus anjos (Mt 25.41);
b.
fica embaixo (Pv 15.24; Lc 10.15);
c.
será a habitação final e eterna dos perversos (SI 9.7; Mt 25.41).
10.2.6. A Igreja
a.
foi fundada por Jesus Cristo (Mt 16.18);
b.
jamais será vencida (Mt 16.18);
c.
é guardada pelo Senhor (Ap 3.10).
10.2.7. A BÍBLIA
a.
é a Palavra de Deus (2 Sm 22.31; SI 12.6; Jr 1.12);
b.
foi escrita sob inspiração divina (1 Pe 2.20,21);
c.
é absolutamente digna de confiança (SI 111.7);
d.
é descrita como pura (SI 19.8), espiritual (Rm 7.14), santa, justa e boa (Rm
7.12), ilimitada (SI 119.96), perfeita (SI 19.7, Rm 12.2), verdadeira (SI
119.142), não pesada (1 Jo 5.3).
Disse
Henrique Heine, o famoso poeta lírico alemão: "Depois de haver passado
tantos e tantos longos anos de minha vida e correr as tabernas da filosofia,
depois de me haver entregue a todas as politiquices do espírito e ter
participado de todos os sistemas possíveis, sem neles encontrar satisfação,
ajoelho-me diante da Bíblia".