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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Paralelismo nos livros de sabedoria do Velho Testamento

                                     Paralelismo
             nos livros de sabedoria do Velho  Testamento          
Ritmo, uma das características de muita poesia, geralmente se perde no processo de tradução de um
idioma para outro. Por isso, conseguimos cantar os salmos somente com alguma adaptação métrica.
Mas há uma outra característica de poesia muito evidente em livros como Salmos e Provérbios. Paralelismo
é uma colocação de idéias, normalmente duas, numa estrutura que enfatiza a semelhança ou o contraste
entre elas. Diversos estudiosos identificam vários tipos de paralelismo nesses livros. Entre os exemplos mais
comuns são:

  •  Paralelismo sinonímico: Repete idéias idênticas ou semelhantes usando palavras diferentes.

Salmo 15:1 – Quem, Senhor, habitará no teu tabernáculo?
Quem há de morar no teu santo monte?
Salmo 19:2 – Um dia discursa a outro dia,
e uma noite revela conhecimento a outra noite.

  •  Paralelismo antitético: Apresenta um contraste entre idéias ou imagens.

Salmo 1:6 – Pois o Senhor conhece o caminho dos justos,
mas o caminho dos ímpios perecerá.
Provérbios 14:28 – Na multidão do povo, está a glória do rei,
mas, na falta de povo, a ruína do príncipe.
Provérbios 14:34 – A justiça exalta as nações,
mas o pecado é o opróbrio dos povos.

  •  Paralelismo sintético ou construtivo: A segunda parte completa ou acrescenta à primeira

parte. Às vezes, repete uma parte da primeira frase e continua com maior desenvolvimento da
mesma idéia.
Salmo 29:1 – Tributai ao Senhor, filhos de Deus,
tributai ao Senhor glória e força.
Salmo 145:18 – Perto está o Senhor de todos os que o invocam,
de todos os que o invocam em verdade.

  •  Paralelismo emblemático ou simbólico: Uma linha serve como ilustração paralela ao

ensinamento real da outra. Os tradutores, freqüentemente, simplificam a expressão usando palavras
de comparação: “como....assim”.
Provérbios 11:22 – Como jóia de ouro em focinho de porco,
assim é a mulher formosa que não tem discrição.
Provérbios 25:25 – Como água fria para o sedento,
tais são as boas-novas vindas de um país remoto.

PRECIOSO ESTUDO DOS SALMOS

         Fatos para ajudar no estudo do livro de Salmos
 Divisões do livro: O nosso livro de Salmos contém cinco partes ou livros:
Livro I – Salmos 1- 41 Livro IV – Salmos 90 - 106
Livro II – Salmos 42 - 72 Livro V – Salmos 107-150
Livro III – Salmos 73 - 89
Autores dos salmos: Os títulos identificam os autores da maioria dos salmos.
Davi escreveu 38 ou 39 de 41 salmos no Livro I
Davi – 3-9,11-32,34-41 2*
Autor não identificado – 1,10,33 (Alguns atribuem Salmo 10 a Davi, pois parece
uma continuação do 9 em estilo e mensagem. Estes dois
aparecem como um só Salmo na LXX e em algumas
traduções modernas da Bíblia)
Ele escreveu 18 de 31 salmos no Livro II
Davi – 51-65,68-70
Filhos de Corá – 42,44-49
Asafe – 50
Salomão – 72
Autor não identificado – 43,66,67,71 (Salmo 43 é uma continuação do 42, e assim
provavelmente fosse escrito pelos Filhos de Corá, também)
Asafe e os Filhos de Corá, cantores em Jerusalém, escreveram quase todos os salmos no
Livro III
Davi – 86
Asafe – 73-83
Filhos de Corá – 84-85,87-88
Etã, ezraíta – 89
O autor não se identifica na maioria dos salmos no Livro IV:
Davi – 101,103 95*, 96*, 105*, 106*
Moisés – 90
Autor não identificado – 91-94, 97-100, 102,104
Davi escreveu 15 dos salmos no Livro V. A maioria não tem autor identificado:
Davi – 108-110,122,124,131,133,138-145
Salomão – 127
Autor não identificado – 107,111-121,123,125-126, 128-130,132,134-137,146-149
(150 é a doxologia final do livro)
*Obs.: Ao todo, Davi é identificado pelos títulos como autor de 73 dos Salmos. 1 Crônicas
16 contém porções de Salmos 96 e 105 e a doxologia no final do 106, os atribuindo a Davi.
Segundo comentários no Novo Testamento, podemos lhe atribuir mais dois (Atos 4:25 –
Salmo 2; Hebreus 4:7 – Salmo 95). Se acrescentarmos Salmo 10 à lista (veja comentário
acima), teríamos 79 Salmos escritos total ou parcialmente por Davi. Ainda é provável que ele
tenha contribuído com mais alguns, sem se identificar.
Datas dos salmos: Alguns se referem a seu contexto histórico (51,52,54, etc.). Em geral,
abrangem 900 anos, de Moisés (90) até o cativeiro na Babilônia (veja 137:1), e continuando até a
volta do cativeiro (veja 147:2).

O mundo o pecado as circunstancias da vida

O mundo o pecado as circunstancias da vida




I João 2v15-Não ameis o mundo ,nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do pai não está nele.

Quantas pessoas em suas próprias igrejas estão no mundo e na igreja ao mesmo tempo.

A bíblia fala que não devemos amar o mundo, e nem as coisas que há no mundo, porque o mundo jaz no maligno. As coisas do mundo são passageiras como podemos ver no versículo 17-e o mundo passa, e a sua concupiscência, mais aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.

Aquele que procura fazer a vontade de Deus permanece, a palavra de Deus permanece.

As coisas do mundo vão ficar aí, e nós iremos para a eternidade, você sabe para onde vai passar a eternidade?

Pois o melhor é passar a eternidade com Deus, vivermos para sempre com o Senhor.

Faça a melhor escolha.

As coisas tendem a piorar, por isso enquanto a tempo temos que pedir perdão a Deus pelos nossos pecados, por muitas das vezes não fazermos a vontade de Deus.

As vezes dentro da nossa própria igreja vemos irmãos que falam mau dos outros, falsidade.

I João 3v16-Conhecemos a caridade nisto:que ele deu a sua vida por nós ,e nós devemos dar a vida pelos irmãos.

Devemos amar os nossos irmãos,se preocupar se eles estão bem,se preocupar quando eles faltam culto,ou escola dominical,as vezes seu irmão pode estar se sentindo sozinho,dentro da casa de Deus ,ou abandonado.Você já parou para pensar nisso?

É importante um abraço amigo, uma boa palavra.

Podemos ver o amor se esfriando, grupos feitos dentro da igreja, irmãos que não falam com o outro, grupos de jovens separados, e as vezes chaga uma pessoas nova e se sente excluídas.

É triste alguém se sentir assim.

As pessoas estão trazendo as coisas do mundo para dentro da igreja.

O cristão que tem a vida no altar tem que passar por lutas e provações,aquele que esta bem no mundo, é amigo do mundo, como pode estar em comunhão com Deus?

Se eu sou amigo de Deus, tenho que ser inimigo do mal.

Temos que saber viver neste mundo, pedir sabedoria a Deus, não é fácil ser um cristão, é preciso vigiar, no nosso dia–dia. Pois não adianta só dizer que é um cristão, e não praticar a Palavra de Deus, e não dar valor ao seu irmão. I João 4v20-se alguém diz: Eu amo a Deus, e aborrece a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus que não viu? Isso é uma verdade. Como podemos amar a Deus se não amarmos nossos irmãos?

As vezes seu irmão que esta do seu lado quietinho, você não sabe ele tem um grande valor.

Aquele irmão simples, quietinho, não devemos julgar os outros só porque o irmãozinho ou (a), é quietinho, simples, temos que lembrar que cada irmão tem o seu jeito de ser, ninguém é igual a você, ninguém pode ser igual você quer que seja.

Cada um tem o seu valor.

Dentro da igreja vemos muitas das vezes desfiles de moda, irmãos que estão dentro da igreja e fala com outro sobre roupas, sapatos, maquiagem,assuntos que são para ser dito logo após o culto, ou na rua, irmãos que na igreja não agüentam ficar parado, toda hora sai, na hora da pregação, inquieto, são coisas que o cristão precisa ver na sua vida.

Na vida temos que aprender muitas coisas, como depender mais de Deus, e fazer a vontade de Deus, porque Deus nos ama.

I João 4:4 - Filhinhos, sois de Deus e já tendes vencido, porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo.

Se temos Deus conosco não devemos temer as circunstancias da vida.

Temos que ter conciencia de que Deus tudo vê, tudo o que fazemos, cada movimento ele vê, se deixamos nosso irmão de lado, se pecamos,se estamos nos dando bem com o mundo.

Nos temos que prestar atenção no nosso modo de viver, se estamos fazendo certo ou não, porque as vezes achamos que estamos bem, e não estamos agradando a Deus.

O mundo nos observa, o modo de falar, o modo de andar.

Nós somos de Deus, o mundo te que ver Deus em nós.

Auqle que conhece a Deus nos ouve, como esta escrito no capitulo 4v6-Nós somos de Deus: aquele que conhece Deus ouve-nos: aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conecemos nós o espírito da verdade e o esp´rtito do erro.

Se nos damos bem com mundo com certeza alguma coisa errada temos.

Quantas pessoas estão com o espírito do erro, muitas pessoas.

E elas mesmas sabem que estão erradas,mais persiste no erro,é momento de se arrepender.

De se concertar, de perdoar o seu irmão.

Versículo18-Na caridade, não há temor antes, a perfeita caridade lança fora o temor: porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em caridade.

Não devemos se juntar com um irmão, ou (a) com pena, devemos mesmo se interessar pro nossos irmãos, ir a sua casa, procurar saber se esta tudo bem, marcar para sair, para passear, conversar das coisas de Deus para ele, compartilhar as coisas de Deus, as experiências, as vitórias.

Deus nos ama, e Ele quer que todos estejam em harmonia, vejam quantos grupos separados de irmãos há na igreja?

Principalmente no meio dos jovens, muitos grupos separados, alguns ficam afastados, outros ficam longe, outros se sentem mesmo sozinhos., excluídos. Das atividades que acontecem entre eles, nos fins de semana.

Não só os jovens mais como na igreja toda, existem esse grupo fechado, que não pode entrar mais niguem só eles sempre.

O que que é isso?

Isso não é coisa de cristão, Deus não haje assim,ele quer que todos sejam um, Ele não quer divisão no meio da igreja.

Coisas do mundo, o pecado, divisão, falta de amor ao próximo, falta de perdão, um pé na igreja um pé no mundo, isso ao é coisa de Deus.

Acredito que Deus esta vendo essas coisas, Deus não esta longe, Ele vê tudo isso e fica triste de ver sua Igreja assim, vivendo dessa maneira.

Não estamos na igeja só para ter bênçãos, estamos lá para servir ao Senhor, não é fácil ser um verdadeiro cristão, mas não é impossível também.

Um verdadeiro cristão está sempre se preocupando com o seu irmão, está sempre procurando o seu irmão, está sendo amigo de Deus, inimigos do mal, e nas circunstâncias da vida, eles tem sabedoria como agir com as pessoas do mundo.

O mundo nos observa, se saímos da nossa casa para a igreja, eles estão nos olhando, para ver se somos verdadeiros crentes, e as pessoas do mundo quando visitam a nossa igreja, se nenhum irmão vem cumprimentá-lo, ele se sente mal.

Até mesmo isso acontece com os cristãos também.

Não só com as pessoas de fora, nossa conduta tem que ser diferente, temos que fazer as pessoas se sentirem bem, no nosso meio.

A sentirem que Deus está na sua vida, no seu modo de ser, no seu modo de agir.

Deus se preocupa com tudo isso, por  que todo o que é nascido de Deus vence o mundo: e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.I João 5v4.

Nós podemos vencer o mundo, nós podemos viver diferente.

Se quisermos, Deus nos ajudara, Deus te ajudará meu irmão(a).
Pois se você se arrepender do seu pecado, das coisas que você tem feito, das coisas do mundo, de não amar só seu irmão. Deus te abençoará.

Mais se você não se arrepender, continuar no pecado, continuar no mundo e na igreja, Deus não estará com você, que Deus a cada dia te de uma visão nova para sua vida, e que lê te mostre sempre o que você, o que eu, o que todos nós precisamos mudar no nosso viver, no nosso dia-dia.

E vós tende a unção de Deus, I João 2-20.

Você só precisa é olhar para sua vida, como ela está?

Há sempre tempo para mudar, creia que Deus está com você, e que nada é impossível pra Deus, tudo é possível para Deus, é possível você mudar suas atitudes, é possível você ser diferente.

Primeiramente quero que os irmãos saibam que essa mensagem primeiro tocou em mim, Deus falou comigo sobre essas coisas.

Espero que o Espírito Santo que no seu coração, que o seu coração possa ter espaço para mudança.

Que Deus te abençoe e a vitória já é sua, se você crer.


A VONTADE DO HOMEM

A Vontade do Homem




Quem do imundo tirará o puro? Ninguém!
- Jó 14:4

“Que é o homem para que te lembres dele?...”
- Salmo 8:4

Tem sido ressaltado com muita freqüência em nossos dias que “a vontade do homem é o fator determinante para sua salvação”. Por vezes temos ouvido dizer, tendo sido um destes “auto-falantes” outrora, que o homem tem em suas mãos o poder de salvar-se, decidindo crer, ou perder-se, por se negar a crer.

Mudamos do “aceitar a Jesus” para o “aceitar a morte”. É verdade, houve certo progresso doutrinário onde se incluiu a nossa bendita morte no corpo de Cristo, morte esta para o pecado, conforme afirma a Palavra de Deus.

Mesmo assim, quem tem estado com o poder decisório nas mãos? Segundo a expressão citada, o homem seria o soberano com o cetro na mão, e Deus estaria ao longe, cabisbaixo, esperando na misericórdia do homem que poderia ou não se manifestar “deixando” Deus salvá-lo. Salvação esta que ele naturalmente não quer, mas que acabaria permitindo para não decepcionar o pobre e bem intencionado Cristo crucificado.

É como li dum livro de teologia: “... é o homem que elege (escolhe) a Deus como seu Deus... está exclusivamente nas mãos do homem o salvar-se ou perder-se...”. Nestas palavras ouvimos o eco vindo lá do jardim do Édem: “... como Deus serás...” (Gn. 3:5); eco das palavras do diabo, e não poucos as têm acolhido em seus malignos corações e vivem “adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, que é bendito eternamente. Amém!” (Rm. 1:25).

Mais uma vez a história se repete e renasce o renascimento, que não é o lá do alto. O de outrora trazia como órgão oficial o ateísmo e o homem como o centro, em torno do qual tudo girava. É como se tudo tivesse sido criado pelo homem e para o homem; logo, teríamos que dizer juntos: glória, pois ao homem, eternamente!

O de hoje difere no fato de ressuscitar a religiosidade prosélita, que até então era transferida para a ciência. Apesar das mudanças na casca mantém ainda o mesmo princípio: o homem como o senhor. Será que já saíram da idade das trevas?

Apesar de toda esta distorção natural produzida pelo pecado, não podemos deixar de “proclamar de cima dos telhados”:

“Uma vez falou Deus, duas eu ouvi, que o poder pertence a Deus”
- Salmo 62:11

“... porém Deus com a sua destra o exaltou...”
- Atos 5:31

“... a Jesus Cnisto o Soberano dos reis da terra...”
- Apocalipse 1:5

“... Jesus Cristo, nosso Senhor, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém.”
-Judas 25:3

“... muito acima de todo principado e potestade, e poder, e domínio, e de todo o nome que se possa referir não só no presente, mas também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo de seus pés...”
- Efésios 1:21,22

Voltemos os nossos olhos para a Palavra a fim de vermos, se Deus quiser, o que diz o Senhor sobre quem é o homem, e qual é a sua vontade.

“Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra, e que era continuamente mau todo o desígnio do seu coração”
- Gênesis 6:5

“O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem do mal tesouro do seu coração tira o mal”
- Lucas 6:45

“... todo aquele que olhar para uma mulher com intenção impura no seu coração já adulterou com ela”
- Mateus 5:28

“... pois é do interior do coração do homem que procedem os maus desígnios (*), as prostituições, os furtos, os homicídios, os adultérios, a cobiça, as maldades, o dolo (*), a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a insensatez”
- Mateus 7:21,22

“Há no coração a voz da transgressão...”
- Salmo 53:1

“Tu amas antes Q mal Q g Q e o mentir do que o falar a verdade”
- Salmo 52:3

“O julgamento é este que a luz veio ao mundo, mas os homens amaram trevas do que a luz, porque as suas obras eram más”
- João 3:19

“ Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, há só feridas, contusões e chagas podres; não foram espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo”
- Isaias 1:6

“Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos do coração do vosso pai...”
- João 8:44

“... livrando-se eles dos laços do Diabo, tendo sido feito cativos por ele, para cumprirem a sua vontade”
- II Tim. 2:26

Compreendemos, pela Palavra de Deus, que os pensamentos, os desejos, a intenção ou a vontade do homem procedem do interior do seu coração, pois “se um homem olhar para uma mulher com intenção impura no seu coração, já adulterou com ela” (Mt.5:28).

Apesar da exortação divina continuam andando “na vaidade de seus próprios pensamentos obscurecidos no entendimento, alheios à vida de Deus, por causa da ignorância em que vivem, pela dureza de seus corações” (Ef. 1:17,18).

“Mas não ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos; porém andaram em seus próprios conselhos, no propósito (vontade) de seu coração maligno”
- Jr.7:24

“Porventura a fonte deita da mesma abertura água doce e água amargosa?”
- Tiago. 3:11

O que o homem tem feito no decorrer de sua nebulosa carreira é lançar “de si lama e lodo” (ls. 57:20), pois “colhem- se, porventura, uva de espinheiro ou figos de abrolhos?” (Mt.7:16).

Esse coração “desesperadamente corrupto” (Jr.17:9) produz “continuamente” pecado, estando por vezes travestido de santidade. “Tais cousas, com efeito, tem aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e falsa humildade, e rigor ascético: todavia não tem valor algum contra a sensualidade” (Cl. 2:23).

Tem sido um esforço inútil procurar boa vontade no homem; não se conseguirá isto, nem mesmo entrando para a legião (a da “boa” ou a estrangeira). Lembre-se que a semente que está no homem é “só má continuamente”, “desde a planta do pé até a cabeça”.... “Raça de víboras, como podeis dizer coisas boas sendo maus?...”.

Não significa isto que o homem é irrecuperável? Que a sua podridão é tamanha que Deus não teve outro modo senão aniquilá-lo por meio da morte com Cristo para fazer um novo homem? Se você tem alguma dúvida pergunte (não a si mesmo) mas à Palavra:

- Quanto da velha criação e do velho homem Deus deixou ficar?
- Quanto Ele fez novo?
- Quantos impuros (ou quanta impureza) entrarão na nova Jerusalém?
- Não é fato que se houvesse alguma coisa boa no homem Deus seria o primeiro a querer preservá-la?

Nós não temos sequer idéia do que significa ser “desesperadamente corrupto” (Jr. 17:9)!

Mas, dirão alguns, o homem não tem que querer a salvação? O Senhor Jesus na parábola da grande ceia diz:

“Certo homem deu uma grande ceia e convidou a muitos, à hora da ceia mandou o seu servo avisar aos convidados: Vinde porque tudo já está preparado... Não obstante todos a uma começaram a escusar-se... Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade, e trazei (força-os) aqui os pobres, e aleijados, e mancos e cegos”
- Lucas 14:16-22

Qual é o real estado da raça humana, diante de Deus?

Estão “mortos nos delitos e pecados” (Ef. 2:1) porque “o pecado faz separação entre vós e o vosso Deus...” (ls.59:2). Além de “mortos nos delitos e pecados”, diz a Palavra que a cada dia se corrompem, apodrecem como vai apodrecendo um cadáver com o passar dos dias, é o “...velho homem que se corrompe pelas concupiscências do engano” (Ef.4:22).

Alguns, é bem verdade, não fedem porque estão embebidos do formol da religião, mas apesar disto não deixam de estar mortos. Andam “fazendo a vontade da carne e dos pensamentos” (Ef.2:3). São “inimigos de Deus por causa das obras malignas” ( ). “Pode acaso o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então podereis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal.” (Jr.13:23).

A perversão do homem é tal que “ainda que pises o insensato com a mão de gral entre os grãos pilados, não se vai dele a sua estultícia” (Pv. 27:22). “Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniqüidade, e não atenta para a majestade do Senhor” (Isaias 26:10).

Acham que não têm do que se arrepender porque se crêem limpos: “Limpo estou, sem transgressão; puro sou, e não tenho culpa. Eis que ele acha ocasiões, e me considera como seu inimigo” (Jó 33:9,10). Defende-se o autólatra Jó dizendo ser Deus injusto, ‘crica’, e porque não dizer, pecador, pois segundo a própria Palavra não se deve entrar em contenda com aquele que não te causou nenhum mal (Prov. 3:30).

Mas os planos de Deus “não podem ser frustrados” (Jó 42:2) e chegou “o tempo determinado pelo Pai” (Gl. 4:2) em que lhe raiou no coração a alva (2 Pe. 1:19). Então descobriu ele que sua religião e seu conhecimento de Deus era “. . .só de ouvir falar, mas agora os meus olhos te vêem, por isso in abomino rn arrependo no pó e na cinza” (Jó 42:5,6). Veio a revelação da santidade de Deus e produziu nele nojo de si mesmo e não apenas remorso pelos seus pecados. “Então vos lembrareis dos vossos pecados e tereis de vós mesmos (Ez. 36:31).

Saiba que, com a sua imundícia natural nunca poderá comparecer perante o Senhor. Você precisa da “lavagem da regeneração e renovação pela palavra” (Tito 3:5), do “sangue do seu filho que nos purifica de todo pecado” (1 Jo. 1:8). Sua “bondade” interesseira e hipócrita tem seguido as ordens do seu coração perverso, pois “há no coração do ímpio a voz da transgressão” (Sl. 53:1), “porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne... porque o pendor da carne dá para a morte” (Rm. 8:5,6).

Se Deus não te arrancar de ti mesmo estás caminhando para o “lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte” (Ap.21:8).

“Ponha a sua boca no pó, talvez ainda haja esperança”
- Lamentações 3:29

“Aborrecei o mal e amai o bem, e estabelecei na porta o juízo talvez o Senhor, o Deus dos Exércitos, se compadeça do restante de José”
- Amós 5:15

“Paulo respondeu: Assim Deus permitisse, que por pouco ou por muito, não apenas tu, ó rei, porém todos os que me ouvem se tornassem tais quais eu sou, exceto nestas cadeias”
- Atos 26:29

Em vista disto teu clamor deve ser:

“. .. converte-me, e serei convertido; porque tu és o Senhor meu Deus. Na verdade, depois que me converti, arrependi-me; depois que fui instruído, bati no peito: fiquei envergonhado, confuso, porque levei o opróbrio da minha mocidade”
- Jeremias 31:18,19

Lembra-te que a cura é para os enfermos, a misericórdia é para os miseráveis e por mais que se esforce não conseguirá se tornar limpo diante de Deus, pois “quem do imundo tirará o puro? Ninguém!. “Não te admires de eu te dizer: Necessário vos é nascer de novo!” (João 3:7).



quarta-feira, 25 de março de 2015

As 95 teses de Lutero

                                              As 95 Teses de Lutero



[Essas teses foram afixadas na porta da igreja do Castelo de Wittenberg a 1o de outubro de 1517. Era esse o modo usual de se anunciar uma disputa, instituição regular da vida universitária e não havia nada de dramático no ato. Lutero confiava receber o apoio do papa pelo fato de revelar os males do tráfico das indulgências.]
Uma disputa do Mestre Martinho Lutero, teólogo, para elucidação da virtude das indulgências.
Com um desejo ardente de trazer a verdade à luz, as seguintes teses serão defendidas em Wittenberg sob a presidência do Rev. Frei Martinho Lutero, Mestre de Artes, Mestre de Sagrada Teologia e Professor oficial da mesma. Ele, portanto, pede que todos os que não puderem estar presentes e disputar com ele verbalmente, o façam por escrito. Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
1. Nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo em dizendo "Arrependei-vos, etc.), afirmava que toda a vida dos fiéis deve ser uma ato de arrependimento.
2. Essa declaração não pode ser entendida como o sacramento da penitência (i. e., confissão e absolvição) que é administrado pelo sacerdócio.
3. Contudo, não pretende falar unicamente de arrependimento interior; pelo contrário, o arrependimento interior é vão se não produz externamente diferentes espécies de mortificação da carne.
4. Assim, permanece a penitência enquanto permanece o ódio de si (i. e., verdadeira penitência interior), a saber, o caminho reto para entrar no reino dos céus.
5. O papa não tem o desejo nem o poder de perdoar quaisquer penas, exceto aquelas que ele impôs por sua própria vontade ou segundo a vontade dos cânones.
6. O papa não tem o poder de perdoar culpa a não ser declarando ou confirmando que ela foi perdoada por Deus; ou, certamente, perdoado os casos que lhe são reservados. Se ele deixasse de observar essas limitações a culpa permaneceria.
7. Deus não perdoa a culpa de ninguém sem sujeitá-lo à humilhação sob todos os aspectos perante o sacerdote, vigário de Deus.
8. Os cânones da penitência são impostas unicamente sobre os vivos e nada deveria ser imposta aos mortos segundo eles.
9. Por isto o Espírito Santo nos beneficia através do papa, mas sempre faz exceção de seus decretos no caso da iminência da morte e da necessidade.
10. Os sacerdotes que no caso de morte reservam penas canônicas para o purgatório agem ignorante e incorretamente.
11. Esta cizânia que se refere à mudança de penas canônicas em penas no purgatório certamente foi semeada enquanto os bispos dormiam.
12. As penitências canônicas eram impostas antigamente não depois da absolvição, mas antes dela, como prova de verdadeira contrição.
13. Os moribundos pagam todas as suas dívidas por meio de sua morte e já estão mortos para as leis dos cânones, estando livres de sua jurisdição.
14. Qualquer deficiência em saúde espiritual ou e amor por parte de um homem moribundo deve trazer consigo temor, e quanto maior for a deficiência maior deverá ser o temor.
15. Esse temor e esse terror bastam por si mesmos para produzir as penas do purgatório, sem qualquer outra coisa, pois estão pouco distante do terror do desespero.
16. Com efeito, a diferença entre Inferno, Purgatório e Céu parece ser a mesma que há entre desespero, quase-desespero e confiança.
17. Parece certo que para as almas do purgatório o amor cresce na proporção em que diminui o terror.
18. Não parece estar provado, quer por argumentos quer pelas Escrituras, que essas almas estão impedidas de ganhar méritos ou de aumentar o amor.
19. Nem parece estar provado que elas estão seguras e confiantes de sua bem-aventurança, ou, pelo menos, que todas o estejam, embora possamos estar seguros disso.
20. O papa pela remissão plenária de todas as penas não quer dizer a remissão de todas as penas em sentido absoluto, mas somente das que foram impostas por ele mesmo.
21. Por isto estão em erro os pregadores de indulgências que dizem ficar um homem livre de todas as penas mediante as indulgências do papa.
22. Pois para as almas do purgatório ele não perdoa penas a que estavam obrigadas a pagar nesta vida, segundo os cânones.
23. Se é possível conceder remissão completa das penas a alguém, é certo que somente pode ser concedida ao mais perfeito; isto quer dizer, a muito poucos.
24. Daí segue-se que a maior parte do povo está sendo enganada por essas promessas indiscriminadas e liberais de libertação das penas.
25. O mesmo poder sobre o purgatório que o papa possui em geral, é possuído pelo bispo e pároco de cada dioceses ou paróquia.
26. O papa faz bem em conceder remissão às almas não pelo poder das chaves (poder que ele não possui), mas através da intercessão.
27. Os que afirmam que uma alma voa diretamente para fora (do purgatório) quando uma moeda soa na caixa das coletas, estão pregando uma invenção humana (hominem praedicant).
28. É certo que quando uma moeda soa, cresce a ganância e a avareza; mas a intercessão (suffragium) da Igreja está unicamente na vontade de Deus.
29. Quem pode saber se todas as almas do purgatório desejam ser resgatadas? (Que se pense na história contada a respeito de São Severino e São Pascoal).
30. Ninguém está seguro na verdade de sua contrição; muito menos de que se seguirá a remissão plenária.
31. Um homem que verdadeiramente compra suas indulgências é tão raro como um verdadeiro penitente, isto é, muito raro.
32. Aqueles que se julgam seguros da salvação em razão de suas cartas de perdão serão condenados para sempre juntamente com seus mestres.
33. Devemos guardar-nos particularmente daqueles que afirmam que esses perdões do papa são o dom inestimável de Deus pelo qual o homem é reconciliado com Deus.
34. Porque essas concessões de perdão só se aplicam às penitências da satisfação sacramental que foram estabelecidas pelos homens.
35. Os que ensinam que a contrição não é necessária para obter redenção ou indulgência, estão pregando doutrinas incompatíveis com o cristão.
36. Qualquer cristão que está verdadeiramente contrito tem remissão plenária tanto da pena como da culpa, que são suas dívidas, mesmo sem uma carta de perdão.
37. Qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, participa de todos os benefícios de Cristo e da Igreja, que são dons de Deus, mesmo sem cartas de perdão.
38. Contudo, o perdão distribuído pelo papa não deve ser desprezado, pois – como disse – é uma declaração da remissão divina.
39. É muito difícil, mesmo para os teólogos mais sábios, dar ênfase na pregação pública simultaneamente ao benefício representado pelos indulgências e à necessidade da verdadeira contrição.
40. Verdadeira contrição exige penitência e a aceita com amor; mas o benefício das indulgências relaxa a penitência e produz ódio a ela. Tal é pelo menos sua tendência.
41. Os perdões apostólicos devem ser pregados com cuidado para que o povo não suponha que eles são mais importantes que outros atos de amor.
42. Deve ensinar-se aos cristãos que não é intenção do papa que se considera a compra dos perdões em pé de igualdade com as obras de misericórdia.
43. Deve ensinar-se aos cristãos que dar aos pobres ou emprestar aos necessitados é melhor obra que comprar perdões.
44. Por causa das obras do amor o amor é aumentado e o homem progride no bem; enquanto que pelos perdões não há progresso na bondade mas simplesmente maior liberdade de penas.
45. Deve ensinar-se aos cristãos que um homem que vê um irmão em necessidade e passa a seu lado para dar o seu dinheiro na compra dos perdões, merece não a indulgência do papa, mas a indignação de Deus.
46. Deve ensinar-se aos cristãos que a não ser que haja grande abundância de bens – são obrigados a guardar o que é necessário para seus próprios lares e de modo algum gastar seus bens na compra de perdões.
47. Deve ensinar-se aos cristãos que a compra de perdões é matéria de livre escolha e não de mandamento.
48. Deve ensinar-se aos cristãos que, ao conceder perdões, o papa tem mais desejo (como tem mais necessidade) de oração devota em seu favor do que de dinheiro contado.
49. Deve ensinar-se aos cristãos que os perdões do papa são úteis se não se põe confiança neles, mas que são enormemente prejudiciais quando por causa deles se perde o temor de Deus.
50. Deve ensinar-se aos cristãos que, se o papa conhecesse as exações praticadas pelos pregadores de indulgências, ele preferiria que a basílica de São Pedro fosse reduzida a cinzas a construí-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
51. Deve ensinar-se aos cristãos que o papa – como é de seu dever – desejaria dar os seus próprios bens aos pobres homens de quem certos vendedores de perdões extorquem o dinheiro; que para este fim ele venderia – se fosse possível – a basílica de São Pedro.
52. Confiança na salvação por causa de cartas de perdões é vã, mesmo que o comissário, e até mesmo o próprio papa, empenhasse sua alma como garantia.
53. São inimigos de Cristo e do povo os que em razão da pregação das indulgências exigiam que a palavra de Deus seja silenciada em outras igrejas.
54. Comete-se uma injustiça para com a palavra de Deus se no mesmo sermão se concede tempo igual, ou mais longo, às indulgências do que a palavra de Deus.
55. A intenção do papa deve ser esta: se a concessão dos perdões – que é matéria de pouca importância – é celebrada pelo toque de um sino, como uma procissão e com uma cerimônia, então o Evangelho – que é a coisa mais importante – deve ser pregado com o acompanhamento de cem sinos, de cem procissões e de cem cerimônias.
56. Os tesouros da Igreja – de onde o papa tira as indulgências – não estão suficientemente esclarecidos nem conhecidos entre o povo de Cristo.
57. É pelo menos claro que não são tesouros temporais, porque não estão amplamente espalhados mas somente colecionados pelos numerosos vendedores de indulgências.
58. Nem são os méritos de Cristo ou dos santos, porque esses, sem o auxílio do papa, operam a graça do homem interior e a crucificação, morte e descida ao inferno do homem exterior.
59. São Lourenço disse que os pobres são os tesouros da Igreja, mas falando assim estava usando a linguagem de seu tempo.
60. Sem violências dizemos que as chaves da Igreja, dadas por mérito de Cristo, são esses tesouros.
61. Porque é claro que para a remissão das penas e a absolvição de casos (especiais) é suficiente o poder do papa.
62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o sacrossento Evangelho da glória e da graça de Deus.
63. Mas este é merecidamente o mais odiado, visto que torna o primeiro último.
64. Por outro lado, os tesouros das indulgências são merecidamente muito populares, visto que fazem do último primeiro
65. Assim os tesouros do Evangelho são redes com que desde a Antigüidade se pescam homens de bens.
66. Os tesouros das indulgências são redes com que agora se pescam os bens dos homens.
67. As indulgências, conforme declarações dos que as pregam, são as maiores graças; mas "maiores" se deve entender como rendas que produzem.
68. Com efeito, são de pequeno valor quando comparadas com a graça de Deus e a piedade da cruz.
69. Bispos e párocos são obrigados a admitir os comissários dos perdões apostólicos com toda a reverência.
70. Mas estão mais obrigados a aplicar seus olhos e ouvidos à tarefa de tornar seguro que não pregam as invenções de sua própria imaginação em vez de comissão do papa.
71. Se qualquer um falar contra a verdade dos perdões apostólicos que sejam anátema e amaldiçoado.
72. Mas bem-aventurado é aquele que luta contra a dissoluta e desordenada pregação dos vencedores de perdões.
73. Assim como o papa justamente investe contra aqueles que de qualquer modo agem em detrimento do negócio dos perdões.
74. Tanto mais é sua intenção investir contra aqueles que, sob o pretexto dos perdões, agem em detrimento do santo amor e verdade.
75. Afirmar que os perdões papais têm tanto poder que podem absolver mesmo um homem que  para aduzir uma coisa impossível tivesse violado a mão de Deus, é delirar como um lunático.
76. Dizemos ao contrário, que os perdões papais não podem tirar o menor dos pecados veniais no que tange à culpa.
77. Dizer que nem mesmo São Pedro e o papa, não podia dar graças maiores, é uma blasfêmia contra São Pedro e o papa.
78. Dizemos contra isto que qualquer papa, mesmo São Pedro, tem maiores graças que essas, a saber, o Evangelho, as virtudes, as graças da administração (ou da cura), etc. como em 1 Co 12.
79. É blasfêmia dizer que a cruz adornada com as armas papais tem os mesmos efeitos que a cruz de Cristo.
80. Bispos, párocos e teólogos que permitem que tal doutrina seja pregada ao povo deverão prestar contas.
81. Essa licenciosa pregação dos perdões torna difícil, mesmo a pessoas estudadas, defender a honra do papa contra a calúnia, ou pelo menos contra as perguntas capciosas dos leigos.
82. Esses perguntam: Por que o papa não esvazia o purgatório por um santíssimo ato de amor e das grandes necessidades das almas; isto não seria a mais justa das causas visto que ele resgata um número infinito de almas por causa do sórdido dinheiro dado para a edificação de uma basílica que é uma causa bem trivial?
83. Por que continuam os réquiens e os aniversários dos defuntos e ele não restitui os benefícios feitos em seu favor, ou deixa que sejam restituídos, visto que é coisa errada orar pelos redimidos?
84. Que misericórdia de Deus e do papa é essa de conceder a uma pessoa ímpia e hostil a certeza, por pagamento de dinheiro, de uma alma pia em amizade com Deus, enquanto não resgata por amor espontâneo uma alma que é pia e amada, estando ela em necessidade?
85. Os cânones penitenciais foram revogados de há muito e estão mortos de fato e por desuso. Por que então ainda se concedem dispensas deles por meio de indulgências em troca de dinheiro, como se ainda estivesse em plena força?
86. As riquezas do papa hoje em dia excedem muito às dos mais ricos Crassos; não pode ele então construir uma basílica de São Pedro com seu próprio dinheiro, em vez de fazê-lo com o dinheiro dos fiéis?
87. O que o papa perdoa ou dispensa àqueles que pela perfeita contradição têm direito à remissão e dispensa plenária?
88. Não receberia a Igreja um bem muito maior se o papa fizesse cem vezes por dia o que agora faz uma única vez, isto é, distribuir essas remissões e dispensas a cada um dos fiéis?
89. Se o papa busca pelos seus perdões antes a salvação das almas do que dinheiro, por que suspende ele cartas e perdões anteriormente concedidos, visto que são igualmente eficazes?
90. Abafar esses estudos argumentos dos fiéis apelando simplesmente para a autoridade papal em vez de esclarecê-los mediante uma resposta racional, é expor a Igreja e o papa ao ridículo dos inimigos e tornar os cristãos infelizes.
91. Se os perdões fossem pregados segundo o espírito e a intenção do papa seria fácil resolver todas essas questões; antes, nem surgiriam.
92. Portanto, que se retirem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo: "paz, paz", e não há paz.
93. E adeus a todos os profetas que dizem ao povo de Cristo: "a cruz, a cruz", e não há cruz.
94. Os cristãos devem ser exortados a esforçar-se em seguir a Cristo, sua cabeça, através de sofrimentos, mortes e infernos.
95. E que eles confiem entrar no céu antes passando por muitas tribulações do que por meio da confiança da paz.


A Imperfeição do Conhecimento Humano


John Wesley

 

Pregado em Bristol, 05 de Março de 1784.
"Porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos" (I Cor. 13:9)


I. Quão surpreendentemente pouco sabemos de Deus!

II. Nós não estamos melhores familiarizados com seus trabalhos de providência, do que com suas obras de criação?

III. Nós somos capazes de procurar saber, alguma coisa a mais, sobre suas obras de graça, do que sobre seus trabalhos de providência?

IV. Diversas lições valiosas, nós podemos aprender da profunda consciência de nossa própria ignorância.

1. O desejo do conhecimento é um princípio universal no homem, fixado em sua natureza mais íntima. Ele não é variável, mas, constante, em toda criatura racional, a menos, enquanto ele é suspenso por alguns desejos fortes. E ele é insaciável: "O olho nunca está satisfeito com o que vê, nem os ouvidos com o que ouve". Nem a mente com algum grau de conhecimento que possa ser concebido dentro dela. E ele é plantado, em toda a alma humana, para propósitos excelentes. Ele é pretendido para impedir nossa inércia em qualquer coisa aqui embaixo; erguendo nossos pensamentos para objetos mais altos, mais merecedores de nossa consideração, até que ascendamos à Fonte de todo conhecimento e toda excelência, o Criador de toda sabedoria e toda graça.

2. Mas, embora nosso desejo de conhecimento não tenha limites, nosso conhecimento, em si mesmo, tem. Ele é, de fato, confinado, nos mesmos limites estreitos; muito mais estreitos do que as pessoas comuns possam imaginar, ou homens letrados estão dispostos a admitir: uma forte sugestão, (já que o Criador não faz coisa alguma em vão), que possa haver algumas condições futuras de existência, por meio das quais, este, até o momento, desejo insaciável, possa ser satisfeito, e não haja distância tão grande entre o apetite e o objeto dele.

3. O presente conhecimento do homem está exatamente adaptado para as suas necessidades presentes. Ele é suficiente para nos alertar, e nos preservar dos perigos às quais nós estamos agora expostos; e para obter o que quer que seja necessário a nós, nessa condição infantil de existência. Nós sabemos o suficiente da natureza e qualidades sensíveis das coisas que estão à nossa volta, tanto quanto elas são subservientes à saúde e força de nossos corpos: nós sabemos como procurar e preparar nossa comida; nós sabemos como construir nossas casas e as mobílias delas, com todas as necessidades e conveniências; nós sabemos apenas, o quanto é conducente, para vivermos, confortavelmente, nesse mundo: Mas das inumeráveis coisas acima, embaixo e ao redor de nós, o muito que sabemos é que elas existem. E nessa nossa ignorância profunda é visto a bondade, tanto quanto a sabedoria de Deus, resumindo seu conhecimento de todos os lados, com o propósito de "encobrir a vaidade do homem". 

4. E, em conseqüência disto, pela mesma constituição de sua natureza, o mais sábio dos homens "sabe", mas "em parte". E quão espantosamente pequena é a parte que eles conhecem, tanto do Criador, quando de suas obras! Esse é um tema muito necessário, mas também muito desagradável; porque "o homem tolo seria sábio". Vamos refletir sobre isso, por enquanto. E possa o Deus da sabedoria e amor abrir nossos olhos para discernir nossa própria ignorância!

I.

1. Para começar com o próprio grande Criador. Quão surpreendentemente pouco nós conhecemos sobre Deus! Quão pequena parte de sua natureza, nós conhecemos de seus atributos essenciais! Que concepção nós podemos formar de sua Onipresença? Quem é capaz de compreender Deus, nesse e em todas os lugares? Como ele preenche a imensidão do espaço? Se os filósofos, ao negarem a existência do vácuo, apenas quisessem dizer que não há espaço vazio de Deus, que todos os pontos do espaço infinito é cheio de Deus, certamente, nenhum homem poderia chamar isso à questão. Mas, ainda que o fato seja admitido, o que é Onipresença ou ubiqüidade? O homem não é mais capaz de compreender isso, do que alcançar o universo.

2. A Onipresença ou a imensidade de Deus, Sir Isaac Newton esforçou-se para ilustrar através da forte expressão, denominando o espaço infinito de "O Sensório da Divindade". E os mesmos ateus não tiveram escrúpulos para dizer, "Todas as coisas estão cheia de Deus": Apenas equivalente com suas próprias declarações: "Eu não encho céus e terra? - diz o Senhor". Quão maravilhosamente o salmista ilustra isso! "Para onde eu devo fugir da tua presença? Se eu subir ao céu, tu estás lá: Se eu vou para o inferno, tu também estás. Seu eu levo as asas da manhã, e permaneço, nas partes mais remotas do mar, mesmo lá, tua mão me encontra, e tua mão direita me segura". "Mas, nesse meio tempo, que concepção podemos formar tanto de sua eternidade, quanto de sua imensidade? Tal conhecimento é muito maravilhoso para nós: Nós não podemos alcançar isso".

(Salmo 139:7-10) "Para onde me irei, do teu Espírito, ou para onde fugirei de tua face? Se subir ao céu, tu ai estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também; se  tomar as asas da alva,; se habitar nas extremidades do mar; até ali a tua mão me guiará, e tua destra me susterá"

3. O segundo atributo essencial de Deus é a eternidade. Ele existe, antes de todo o tempo. Talvez, mais propriamente, pudéssemos dizer: Ele existe, desde o sempre, para o sempre. Mas o que é eternidade? Um renomado autor diz que a eternidade Divina "é a concepção imediata, inteira e perfeita, da vida que nunca tem fim". Mas quão mais sábio nós ficamos, por causa dessa definição? Nós sabemos disso, tanto quanto sabíamos antes! "A concepção imediata, inteira e perfeita!". Quem pode conceber o que isso significa? 

4. Se, realmente, Deus tinha estampado (como alguns têm mantido) uma idéia de si mesmo, em toda alma humana, nós devemos, certamente, ter entendido alguma coisa desse, assim como, de outros atributos; já que não podemos supor que ele tivesse imprimido em nós uma idéia falsa, ou imperfeita de si mesmo; mas a verdade é que nenhum homem encontrou, ou encontra agora, qualquer idéia estampada em sua alma. O pouco que nós sabemos de Deus (exceto o que nós recebemos por inspiração do Espírito Santo), nós não reunimos de qualquer impressão interior, mas, gradualmente, adquirimos, exteriormente. "As coisas invisíveis de Deus", se elas são conhecidas, afinal, "são conhecidas das coisas que são feitas"; não do que Deus tem escrito em nossos corações, mas do que Ele tem escrito, em todas as suas obras.

5. Daí, então; das suas obras, particularmente, das suas obras de criação, nós podemos aprender o conhecimento de Deus. Mas não é fácil conceber o quão pouco nós sabemos mesmos desses. Para começar com aqueles que estão á uma certa distância: Quem sabe quão distante o universo se estende? Quais são os limites dele? As estrelas da manhã podem dizer, aquelas que cantaram juntas, quando as linhas dele foram esticadas para fora, quando Deus disse: "Seja essa tua circunferência, ó mundo!" Mas as estrelas fixas têm escondido, totalmente, dos filhos do homem, tudo o mais. E o que nós sabemos das estrelas fixas? Quem pode dizer o número delas? Mesmo essa pequena porção delas que, pela sua luz misturada nós denominamos "via Láctea?". E quem sabe o uso delas? Elas são muitos sóis que iluminam seus respectivos planetas? Ou elas apenas auxiliam nisso, (como o Sr. Hutchinson supõe), e contribuem, de alguma maneira desconhecida, para a circulação perpétua da luz e espírito? Quem sabe o que são os cometas? Eles são planetas não completamente formados? Ou planetas destruídos por uma conflagração? Ou eles são corpos de uma natureza totalmente diferente, do qual nós podemos formar nenhuma idéia? Quem pode nos dizer o que é o sol?  O seu uso nós sabemos: mas quem sabe de que substância ele é composto? Não, nós ainda não somos capazes de determinar, se ela é fluida ou sólida! Quem sabe a distância precisa do sol a terra? Muitos astrônomos são persuadidos de que se trata de centenas de milhões de milhas; outros, que é apenas oitenta e seis milhões, embora, geralmente, considerada noventa. Mas, igualmente, grandes homens dizem que é não mais do que cinqüenta; algum deles, que é doze milhões: Por último, chega o Dr. Rogers, e demonstra que são, justos, dois milhões e novecentas mil milhas! Tão pouco nós sabemos, até mesmo, dessa luminária gloriosa, o olho e alma do mundo menor! E, do mesmo modo, tanto quanto dos planetas que o circundam; sim; de nosso planeta, da lua. Alguns, realmente, descobriram: Rios e montanhas em seu globo iluminado; sim, destacaram todos os mares e continentes delas! Mas, afinal, nós sabemos quase nada do assunto. Nós temos nada mais do que meras conjecturas incertas concernentes ao mais próximo dos corpos celestes. 

6. Mas vamos para as coisas que estão mais perto de casa, e inquirir o conhecimento que nós temos delas. Quanto nós conhecemos desse corpo maravilhoso, a luz? Como ela é trazida até nós? Ela flui num fluxo continuado do sol? Ou o sol impele as partículas, próximo à sua órbita, e assim, por diante, até a extremidade de seu sistema? Novamente: A luz gravita ou não: Ela atrai ou repele outros corpos? Ela está sujeita às leis gerais, as quais prevalecem em todos os assuntos? Ou ela é um corpo "siu generis", completamente, diferente de todos os outros assuntos?  É o mesmo com o fluído elétrico, e outros controlam seu curso? Porque o vidro é capaz de ser mudado para tal ponto, e não mais além? Centena de mais perguntas poderiam ser feitas sobre esse assunto, que nenhum homem vivente pode responder.

7. Mas, certamente, nós entendemos o ar que respiramos, e que nos envolve de todos os lados. Por essa admirável propriedade de elasticidade, ele é a fonte geral da natureza. Mas a elasticidade é essencial para o ar, e inseparável dele? Não; já foi provado, por inúmeros experimentos, que o ar pode ser fixado, ou seja, despido de sua elasticidade, e produzido e restaurado a ela novamente. Entretanto, ele não é, por outro lado, elástico, do que quando ele é conectado com fogo elétrico. E não é esse fogo elétrico ou etéreo, a única elasticidade verdadeiramente essencial na natureza? Quem sabe por qual poder o orvalho, chuva, e todos os outros vapores sobem e caem no ar? Nós podemos considerar o fenômeno deles princípios comuns? Ou devemos nós mesmos concluir, com o recente autor engenhoso, que esses princípios são extremamente insuficientes; e que eles não podem ser considerados, racionalmente, a não ser sobre os princípios de eletricidade?

8. Vamos, agora, descer para a terra, que nós pisamos, e que Deus tem, peculiarmente, dado aos filhos dos homens. Os filhos dos homens entendem isso? Suponha que o globo terrestre tenha sete ou oito mil milhas, em diâmetro, quanto disso, nós sabemos?  Talvez, uma milha ou duas de sua superfície: Quão longe a arte do homem penetrou. Mas quem pode informar-nos o que pode ser encontrado abaixo da região das pedras, metais, minerais e outros fósseis? Essa é apenas uma crosta fina, que suporta uma proporção muito pequena do todo. Quem pode nos instruir com respeito às partes internas do globo? Do que essas consistem? Há um fogo central, um grande reservatório, o qual não apenas supre aos vulcões, mas também contribuem (embora não saibamos como) para o maturativo de gemas e metais; sim, e talvez, para a produção dos vegetais e o bem-estar de animais também? Ou está a grande profundeza ainda contida nas entranhas da terra? Um abismo central de águas. Quem viu? Quem pode dizer? Quem pode dar uma satisfação sólida para o inquiridor racional?

9. Quanto da mesma superfície do globo é ainda extremamente desconhecida para nós! Quão pouco, nós sabemos das regiões polares, norte e sul, da Europa ou Ásia! Quão pouco dessas vastas regiões, dos confins da África ou América! Bem menos, nós sabemos o que está contido no mar amplo. O grande abismo, que cobre a parte maior do globo. A maioria de suas cavidades é inacessível para o homem, de modo que nós não podemos dizer como elas são providas. Quão pouco nós sabemos dessas coisas sobre a terra firme, que cai diretamente sob nossa observação! Considerem mesmo os mais simples metais e pedras: Quão, imperfeitamente, nós estamos familiarizados com a maturidade e propriedades deles! Quem sabe o que é que distingue os metais de todos os outros fósseis? É respondido: "Eles são mais pesados". Muito verdadeiro; mas qual é a causa de eles serem mais pesados? Qual a diferença específica entre metais e pedras? Ou entre um metal e outro? Entre ouro e prata? Entre lata e chumbo? Ainda é tudo mistério para os filhos dos homens.

10. Continuemos com o reino dos vegetais. Quem pode demonstrar que a seiva, em qualquer vegetal, executa uma circulação regular através de suas artérias, ou que ela não faz isso? Quem pode indicar a diferença específica entre uma espécie de planta e outra? Ou a conformação e disposição, peculiar e interna, de suas partes componentes? Sim, que homem vivente compreende, completamente, a natureza e propriedades de qualquer uma planta debaixo do céu?

11. Com respeito aos animais: Os animais microscópicos, assim chamados, são realmente animais, ou não? Se eles são; eles não são, essencialmente, diferentes de todos os outros animais no universo, não requerendo alimento, não gerando ou sendo gerados? Eles não são animais, afinal, mas, meramente, partículas inanimadas de matéria, num estado de fermentação? Quão totalmente ignorante é a maioria dos homens mais sagazes, tocando o assunto da criação no seu todo! Mesmo a criação do homem. No livro do Criador, certamente, estavam todos nossos membros escritos, "os quais, dia a dia foram formados, quando ainda nenhum deles existia": Mas de que modo foi o primeiro gesto comunicado para o "punctum saliens?" Quando, e como, foi o espírito imortal adicionado ao barro inconsciente? É tudo mistério. E nós podemos apenas dizer: "Eu estou extraordinariamente, e maravilhosamente feito".

12. Com respeito aos insetos, muitas são as descobertas que têm sido recentemente feitas. Mas quão pouco ainda é tudo isso que foi descoberto, em comparação ao que se desconhece! Quantos milhões deles, por sua miudeza extrema, escapam totalmente de nossas investigações. E, de fato, as partes minúsculas dos maiores animais iludem nossas diligências extremas. Nós temos um conhecimento mais completo dos peixes do que temos dos insetos? A grande parte, se não a maior parte dos habitantes das águas estão, totalmente, ocultos de nós. É provável, que as espécies de animais marinhos sejam, tão numerosas, quanto as dos animais terrestres. Mas quão poucos deles são conhecidos para nós! E quão poucos sabemos dessa minoria. Com pássaros nós estamos um pouco mais familiarizados: mas, na verdade, é muito pouco ainda. Porque, de muitos, nós, mal e mal, sabemos alguma coisa mais, do que sua forma exterior. Algumas poucas propriedades óbvias, de outros, principalmente dos que freqüentem nossas casas. Mas não temos um conhecimento completo e adequado mesmo desses. Quão pouco nós sabemos de nossos animais! Nós não sabemos, por qual motivo, temperamentos e qualidades diferentes, surgem; não apenas, nas diferentes espécies deles, mas nos indivíduos da mesma espécie; sim, e, freqüentemente, naqueles que nascem dos mesmos pais, do mesmo macho, e fêmea animal. Eles são meras máquinas? Então, eles são incapazes de prazer ou dor. Não, eles podem não ter sentido algum; eles não vêem, nem ouvem; nem sentem o paladar, nem o odor. Tão pouco, eles podem, agora, lembrar-se ou mover-se, a não ser se forem impulsionados exteriormente. Mas tudo isso, como é mostrado, diariamente, é bem ao contrário, afinal.

13. Bem; mas, se nós conhecemos nada mais, nós conhecemos, pelo menos, a nós mesmos? Nossos corpos e almas? O que é nossa alma? É um espírito, nós sabemos. Mas o que é um espírito? Aqui nós estamos completamente bloqueados. E onde a alma habita? Na glândula pineal; no cérebro todo; no coração; no sangue; em alguma parte particular do corpo, ou (se alguém pode entender esses termos) "tudo em tudo", e em toda parte? Como a alma é unida ao corpo? Qual é o segredo, a corrente imperceptível que os une? Pode o mais sábio dos homens dar uma resposta satisfatória a qualquer uma dessas questões simples? Ó quão pouco conhecemos, mesmo no que concerne a toda criação de Deus?

II.

1. Mas nós estamos mais familiarizados com suas obras de providência, do que com sua obra de criação? É um dos primeiros princípios da religião, que seu reino impere sobre tudo? De maneira que nós podemos dizer com confiança? "O, Senhor, nosso Governador, quão excelente é o teu nome sobre toda a terra!". É um conceito infantil, para supor que o acaso governa o mundo, ou tem alguma parte no governo dele: Não, nem mesmo, nessas coisas que, para o olho comum, parecem ser, perfeitamente, casuais. "A sorte está lançada à mão; mas o poder de dispor disso é de Deus". Nosso abençoado Mestre, ele mesmo tem colocado esse assunto além de qualquer dúvida possível: "Nem mesmo um pardal", disse ele, "cai ao chão, sem a vontade do Pai que está nos céus": "Sim", (para expressar a coisa mais fortemente ainda) "até mesmo os cabelos de sua cabeça são todos numerados".

2. Mas, embora nós sejamos bem informados dessa verdade geral, a de que todas as coisas são governadas pela providência de Deus; (a mesma linguagem do orador pagão, Deorum moderamine cuncta geri) "tratando da maneira como Deus governa tudo", quão espantosamente pouco, nós sabemos das particularidades contidas sob essa idéia! Quão pouco, nós entendemos de sua conduta divina, tanto com respeito às nações, ou famílias, ou indivíduos! Há alturas e profundidades em tudo isso em que nosso entendimento pode, de forma alguma, penetrar. Nós podemos compreender, a não ser uma pequena parte de seus métodos, agora; o restante nós devemos saber, daqui por diante.  

3. Até mesmo, com respeito á nações inteiras; quão pouco, nós compreendemos dos procedimentos providenciais de Deus para com elas! Quais nações inumeráveis, no mundo oriental uma vez floresceram, para o terror ao redor delas, e estão agora varridas da face da terra; e a sua lembrança pereceu com elas! Nem foi ao contrário no mundo ocidental. Na Europa também, nós lemos sobre muitos reinos amplos e poderosos, dos quais apenas os nomes restaram: As pessoas desapareceram, e são como se nunca tivessem existido. Mas por que isso tem agradado ao Todo-Poderoso Governador do mundo varrê-los fora, com a vassoura da destruição, nós não sabemos; esses que os sucederam são, muitas vezes, pouco melhor do que eles mesmos. 

4. Mas, não é apenas com respeito às antigas nações, que as administrações providenciais de Deus são extremamente incompreensíveis para nós. As mesmas dificuldades ocorrem agora. Nós não podemos responder pelos procedimentos presentes com os habitantes da terra. Nós sabemos que "o Senhor ama todo homem, e sua misericórdia é sobre toda as suas obras". Mas nós não sabemos como reconciliar isso com suas decisões divinas. Até hoje, não está a maior parte da terra repleta de escuridão e habitações cruéis? Em que condição, em particular, está o largo e populoso Império Indo-Europeu! Quantas centenas de milhares dessas pobres e tranqüilas pessoas têm sido destruídas, e suas carcaças deixadas como esterco para a terra! Em que condição (embora eles não tenham malfeitores ingleses lá) estão as incontáveis ilhas no Oceano Pacífico! Quão pequenas são suas condições sobre esses lobos e ursos! E quem se preocupa, seja com suas almas ou seus corpos? Mas o Pai de toda a humanidade não se preocupa com eles? Ó, mistério da providência!

5. E quem se preocupa com os milhares, miríades, se não milhões, de africanos miseráveis? Rebanhos inteiros destas pobres ovelhas (seres humanos; seres racionais!) não são, continuamente, conduzidos, para serem comercializados, e vendidos como gado, na escravidão mais vil, sem qualquer esperança de libertação, a não ser através da morte?  Quem se preocupa com esses homens proscritos, os bem conhecidos africanos? É verdade, que um escritor, recentemente, tem tomado as dores deles para representá-los, como pessoas respeitáveis: Mas por que motivo, é difícil dizer; já que ele mesmo permite (como um exemplo da cultura deles), que os intestinos crus de ovelhas e outros gados sejam, não apenas, algumas das comidas escolhidas para eles, mas também o ornamento de seus braços e pernas; e (um exemplo da religião deles). que o filho não seja considerado um homem até que ele bata em sua própria mãe, quase à morte; e que, quando seu pai envelhece, ele o confina em uma pequena choupana, e o deixa lá, para morrer de fome! Ó, Pai, das misericórdias! Essas são as obras de tuas próprias mãos, a compra, através do sangue de teu Filho? 

6. Quão pouco melhor é tanta a condição civil, quanto a religiosa dos pobres índios americanos! Ou seja, os poucos miseráveis que ainda restam deles: porque em algumas províncias, nenhum deles foi deixado para respirar. Na Espanha, quando os cristãos lá chegaram, havia três milhões de habitantes. Escassos, doze mil deles ainda sobrevivem hoje em dia. E em que condição eles estão, ou os outros índios, que ainda estão esparramados acima e abaixo, nos domínios do Continente Americano do Sul ou do Norte?  Religião eles não têm; nem adoração pública de qualquer espécie! Deus não está em todos os seus pensamentos. E a maioria deles não tem governo civil, afinal; nem leis; nem magistrados; mas todo homem faz o que é direito aos seus próprios olhos. Entretanto, eles estão decrescendo, diariamente; e, muito provavelmente, em um século ou dois, não restará um deles. 

7. Entretanto, os habitantes da Europa não estão, nessa condição tão deplorável. Eles estão em uma condição de civilização; eles ainda têm leis úteis, e são governados por magistrados; eles têm religião; eles são cristãos. Eu temo, se eles são chamados cristão ou não, já que muitos deles não têm religião. E o que dizer dos milhares habitantes da Lapônia, Finlândia, Samoa, e os da Groelândia? Na verdade, de todos aqueles que vivem nas latitudes norte? Eles são tão civilizados, quanto uma ovelha ou um boi? Compará-los com cavalos, ou quaisquer de nossos animais domésticos, isso poderia dar a eles muita honra! Acrescente a esses, miríades de selvagens humanos que estão tremendo de frio, entre as neves da Sibéria, tanto quanto, se não, em número maior, aqueles que estão perambulando, acima e abaixo, nos desertos da Tartária. Acrescente milhares sobre milhares de poloneses e moscovitas; e os assim chamados cristãos da Turquia, na Europa. E não só "Deus ama" esses, "mas deu seu Filho, seu único Filho, para que eles não perecessem e tivessem a vida eterna? Então, por que eles são assim?" Ó, maravilha sobre todas as maravilhas!

8. Não há, igualmente, alguma coisa misteriosa nos propósitos divinos, com respeito ao próprio Cristianismo? Quem pode explicar por que o Cristianismo não se espalha tanto quanto o pecado? Por que esse medicamento não é enviado a todos os lugares onde a enfermidade é encontrada? Mas, ai de mim! Não é: "O som dele" não adentrou ainda "em todas as terras". O veneno é difundido sobre todo o globo, mas o antídoto não é conhecido, pela sexta parte dele! Não! E como é que a sabedoria e bondade de Deus permitem que o próprio antídoto seja, tão gravemente, adulterado, não apenas nas regiões de Catolicismo Romano, mas em quase todas as partes do mundo cristão? Tão adulterado, por serem misturados, freqüentemente, com ingredientes desnecessários ou venenosos, que ele acaba retendo nada, ou, quando muito, apenas uma pequena parte de sua virtude original. Sim! Ele tem sido, assim adulterado, por muitas dessas mesmas pessoas, enviadas para ministrá-lo; de tal maneira, que ele acrescenta, dez vezes mais malignidade, às enfermidades, às quais ele foi designado para curar! Em conseqüência disso, há, bem menos, misericórdia ou verdade encontradas, no meio cristão, do que no meio pagão! Ao contrário, tem sido afirmado, e eu temo que, verdadeiramente, que muitos dos assim chamados cristãos são bem piores do que os pagãos que os rodeiam: são mais devassos, e mais abandonados a todo tipo de maldade; não temendo a Deus, nem ao homem! Ó, quem pode compreender isso! Será que aquele que é o ainda mais poderoso, do que o mais poderoso dos homens, vê isso?

9. Igualmente incompreensível para nós são os planos divinos, com respeito às famílias, em particular. Nós não podemos, afinal, compreender, por que é que para alguns ele ergue riqueza, honra e poder, e, nesse meio tempo, permite que outros vivam privações e aflições? Alguns, maravilhosamente, prosperam, em tudo que eles têm na mão, e o mundo aflui sobre eles; enquanto outros, com todo seu trabalho e labuta, podem, escassamente, conseguir o pão de cada dia. E, talvez, prosperidade e aplauso continuem com os primeiros, até a morte deles; enquanto, os últimos, beberão o copo da adversidade, até o fim de suas vidas, mesmo que nenhuma razão exista para nós que justifique, tanto a prosperidade de um, quanto a adversidade do outro.

            10. E quão pouco, nós sabemos dos propósitos divinos, com respeito aos indivíduos. Por que uma grande quantidade desses homens é deixada, na Europa, e nos lugares ermos da América; por que alguns nascem de ricos e nobres, e outros, de pais pobres; por que o pai e mãe, de um, são fortes e saudáveis; e, os de outro, são fracos e doentes; em conseqüência disso, ele arrasta uma existência miserável, todos os dias de sua vida, exposto às necessidades, dores e milhares de tentações, das quais ele não encontra caminho para escapar? Quantos existem que, em sua própria infância, foram restringidos, por tais relações, de tal maneira, que eles parecem não ter chance (como alguns dizem), nem possibilidade de serem úteis a si mesmos ou a outros? Por que eles são emaranhados, nessas conexões, antes mesmo de suas próprias escolhas? Por que pessoas nocivas são colocadas, no caminho deles, sem que eles saibam, de que maneira, eles podem escapar delas? Por que as pessoas úteis são ocultadas de suas vistas, ou arrebatadas deles, no momento em que eles mais precisam? Meu Deus! Quão insondáveis são os teus julgamentos e deliberações! Muito profundos, para serem penetrados, por nossa razão; e, os meios, para executar tais deliberações, não são, para serem reconhecidos pela nossa sabedoria!

III.

1. Nós somos capazes de procurar saber sobre as obras da graça, mais do que sobre as obras da providência? Nada é mais certo do que "sem santidade, nenhum homem verá ao Senhor". Então, por que a vasta maioria da humanidade, até onde, nós podemos julgar, pôs fim a todos os meios, e todas as possibilidades de santidade, até mesmo do útero de quem a gerou? Por exemplo: Qual a possibilidade que existe dos africanos, neozelandeses, ou dos habitantes da Nova-Zâmbia saberem, alguma vez, o que a palavra santidade significa? Ou, conseqüentemente, de alguma vez, obtê-la? Mas alguém pode dizer: "Ele pecou, antes de ele ter nascido, em uma condição pré-existente. Assim sendo, ele foi colocado aqui, em uma situação tão desfavorável. É apenas mera misericórdia que eles possam ter uma segunda chance". Eu respondo: Supondo-se que exista tal condição pré-existente, isso que você chama de segunda chance não é realmente uma chance, afinal. Tão logo, ele nasce, ele fica, absolutamente, no poder de seus pais e relações, selvagens; e que, pela mesma origem de raciocínio, educam-no, na mesma ignorância, ateísmo, e barbaridade, que eles mesmos. Ou seja, se ele não tem possibilidade de alguma outra educação melhor, que chance ele tem, então? Do momento em que ele nasce, até o momento em que ele morre, ele parece estar sob a necessidade terrível de viver na completa descrença e iniqüidade. Mas como é isso? Como esse pode ser o caso de tanto milhões de almas que Deus criou? Tu não és o Deus "de todos os confins da terra, e dos que permanecem nos amplos mares?".

2. Eu espero que possa ser observado que, se isso evoluir para uma objeção contra a revelação, essa será uma objeção que se coloca completamente contrária à religião natural, tanto quanto à religião revelada. Se isso fosse, conclusivo, poderia nos conduzir, não ao Deismo, mas ao Ateísmo claro. Não só concluiria contra a revelação cristã, mas contra a existência de Deus. E, ainda eu não vejo como nós podemos evitar a força disso, a não ser resolvendo tudo na sabedoria insondável de Deus, junto com a convicção mais profunda de nossa ignorância e inabilidade de penetrar em seus desígnios. 

3. Mesmo entre nós, que somos muito mais favorecidos do que esses, e aos quais foram confiados os oráculos de Deus, cuja palavra é uma lanterna para nossos pés, e luz, em todos os nossos caminhos, existem ainda muitas circunstâncias, em Seus desígnios, as quais estão acima de nossa compreensão. Nós não sabemos por que ele permitiu que nós seguíssemos, em nossos próprios caminhos, tanto tempo, antes de sermos convencidos do pecado. Ou, por que ele fez uso desse ou daquele instrumento, dessa ou daquela maneira. E, milhares de circunstâncias atenderam o processo de nossa convicção, a qual nós não compreendemos. Nós não sabemos por que ele permitiu que nós permanecêssemos, tanto tempo, antes que ele revelasse seu Filho em nossos corações; ou por que essa mudança, da escuridão para a luz, foi acompanhada com tais e tais circunstâncias particulares.

4. Não há dúvida da prerrogativa peculiar de Deus para reter o "tempo e momento certo, em seu próprio poder". E nós não podemos dar razão alguma, por que, que de duas pessoas, sedentas por salvação, uma é presentemente levada, ao favor de Deus, e a outra é deixada pranteando, por meses ou anos. Por que, tão logo, uma clama a Deus, é respondida, e preenchida de paz e alegria, em acreditar; e a outra, que busca por ele, pelo que parece, com a mesma sinceridade e seriedade, ainda assim, não pode encontrá-lo, ou alguma consciência de seu favor, por semanas, meses, ou anos. Nós sabemos muito bem, que isso, possivelmente, não pode ser devido a algum grau absoluto, consignando, que, antes mesmo de ter nascido, uma pessoa seja conduzida para a glória, e a outra para o fogo eterno; mas nós não sabemos a razão para isso: É suficiente que Deus saiba!

5. Há, igualmente, grande variedade, na maneira e tempo de Deus conceder sua graça santificada, por meio da qual, ele capacita seus filhos a dar a Ele todo seu coração, e do que, nós não podemos, de modo algum, prestar contas. Nós não sabemos por que ele a concede, sobre alguns, antes que eles peçam por ela (alguns exemplos inquestionáveis, do qual nós temos visto); sobre outros, alguns poucos dias depois que eles buscaram; e ainda permite que outros crentes esperem, por ela, talvez, vinte, trinta, ou quarenta anos; não, e outros, até poucas horas, ou mesmo minutos, antes que seus espíritos retornem a ele. Por causa das várias circunstâncias também, que atendem o cumprimento daquela grande promessa, "eu irei circuncidar teu coração, para amar o Senhor teu Deus, com todo o teu coração, e com toda a tua alma", Deus, indubitavelmente, tem razões; mas essas razões são geralmente ocultas dos filhos dos homens. Mais uma vez: alguns desses, que são capacitados para amar a Deus, com todo o coração deles, e com toda a sua alma, retém a mesma benção, sem interrupção alguma, até que sejam levados ao seio de Abraão; outros, não a retém, embora eles não estejam conscientes de que afligiram o Espírito Santo de Deus. Isso nós também não podemos entender: Nesse lugar, "nós não conhecemos a mente do Espírito".

IV.

Diversas lições valiosas nós podemos aprender da consciência profunda de nossa própria ignorância. Primeiro, a lição da humildade; não "pensar, em nós mesmos"; particularmente, com respeito ao nosso entendimento, "maior, do que nós devíamos considerar"; mas "pensar, sobriamente"; estando, completamente, convencido de que não é suficiente, de nós mesmos, ter um pensamento bom; já que nós podemos estar sujeitos a tropeços, em cada passo, a errar, todo o momento de nossas vidas, não fosse o que nós temos, "a unção do Espírito Santo", que habita "conosco"; não fosse Ele que conhece o que há no homem, socorrer nossas enfermidades; e que "há um espírito, no homem, que traz sabedoria", e a inspiração do Espírito Santo que "traz entendimento". Disso, nós podemos aprender, em Segundo Lugar, a lição da , da confiança em Deus. A convicção plena de nossa própria ignorância nos ensina a confiar, completamente, em sua sabedoria. Pode nos ensinar (o que não é sempre tão fácil, como alguém poderia conceber) a confiar no Deus invisível, muito além, do que se nós pudéssemos vê-lo! O que pode nos assistir, no aprendizado dessa lição difícil, é "subjugar" nossa própria "imaginação" (ou melhor, raciocínio, como a palavra, propriamente, significa); "subjugar todas as coisas que o exalte contra o conhecimento de Deus, e traga para a escravidão todo pensamento de obediência a Cristo". Há, até o momento, duas grandes obstruções, na nossa formação de um julgamento correto dos desígnios de Deus, com respeito ao homem. O primeiro, é que existem fatos inumeráveis, relacionados a todos os homens, os quais não sabemos, ou podemos saber. Eles estão, no momento, oculto de nós, e escondidos de nossa busca, pela escuridão impenetrável.  O outro é que nós não podemos ver os pensamentos dos homens, mesmo quando nós conhecemos suas ações. Além do que, não conhecendo suas intenções; nós podemos apenas julgar, de maneira equivocada, as atitudes exteriores deles. Conscientes disso, "não julgar coisa alguma antes do tempo" concernente aos planos divinos Dele; até que Ele possa trazer para a luz "as coisas ocultas da escuridão", e manifeste "os pensamentos e intenções do coração". Da consciência de nossa própria ignorância, nós podemos aprender, em Terceiro Lugar, a lição da resignação. Nós podemos ser instruídos a dizer, todo o tempo, e em todas as instâncias, "Pai, não como eu desejo; mas como tu desejas". Essa é a última lição que nosso abençoado Senhor (como homem) aprendeu, enquanto ele estava na terra.  Ele não pode ir mais alto, do que, "Não como eu desejo, mas como tu desejas", até que ele curvou sua cabeça e liberou a alma. Deixe-nos também, proceder, em conformidade com sua morte, para que possamos conhecer completamente, o "poder de sua ressurreição!".



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