quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O Neomodernismo Teológico


O Neomodernismo Teológico

“Modernismo" ou "Neomodernismo Teológico" são expressões mui conhecidas, largamente usadas no mundo da teologia nos dias modernos. Em linhas gerais, designam o des­vio teológico da linha de compromisso com a verdade divina, no ato de interpretar e comunicar as Escrituras.
O Modernismo Teológico, de acordo com estudiosos da teo­logia em nossos dias, está mais vinculado ao complexo sistema teológico e doutrinário de Karl Barth, teólogo suíço, nascido em 1886, e falecido em 1968, aos 82 anos de idade.
É sabido, porém, que o neomodernismo abriu fronteiras, rom­pendo os limites da teologia barthiana. Deste modo, este sistema teológico se faz presente no movimento ecumênico, levado a efei­to por determinados segmentos do cristianismo, e, mais recente­mente, na chamada "Teologia da Libertação", que tanta confusão está causando.

I. A TEOLOGIA DE KARL BARTH
Karl Barth foi, sem dúvida, um teólogo culto e um escritor prolifero. Dentre as principais obras que escreveu, destacam-se: A Palavra de Deus e a Teologia, A Teologia e a Igreja, O Novo Mun­do da Bíblia, Questões Bíblicas, Necessidades e Promessas da Pregação Cristã, A Palavra de Deus como Dever da Teologia, Dou­trina Reformada - Sua Essência e Dever e Fundamentos Dogmáticos. Mas, foi com a publicação do seu livro Comentários Sobre Romanos que ele tornou-se mundialmente conhecido.

1.1. Por que Karl Barth?
São duas as razões por que tomamos a pessoa de Karl Barth como ponto de partida da especulação da teologia neomodernista: Primeiro, grande número de teólogos mais conservadores da atua­lidade o consideram assim. Segundo, sua teologia tem contribuído para que determinados setores da teologia, nos dias hodiernos, dêem uma guinada, passando do verdadeiro e lógico para o absurdo e anti-bíblico.
A teologia barthiana tem influenciado tanto o pensamento teológico dos dias modernos, que muitos teólogos consideram Barth uma espécie de "profeta" e "reformador". Porém, não há como esconder o erro embutido em suas conclusões teológicas, que infelizmente estão se infiltrando em vários seminários em nosso país e sendo adotadas por muitos ministros evangélicos brasileiros.

1.2. A Doutrina Neomodernista
Dentre os muitos pontos controversos da teologia barthiana e modernista liberal, destacam-se os seguintes:

1.2.1. A BÍBLIA
A Bíblia é "de capa a capa palavras humanas e falíveis... Se­gundo o testemunho das Escrituras sobre os homens, que também se refere a eles (isto é, aos profetas e apóstolos), eles podiam errar, e também têm errado, em toda palavra... mas, precisamente com essa palavra humana, falível e errada pronunciaram a palavra de Deus" (Fundamentos Dogmáticos, vols. I, II, pp. 558/588).
Segundo Barth, a infalibilidade da Bíblia é uma fantasia, só aceita por crentes ignorantes. Para ele, nem mesmo as palavras de Cristo, relatadas nos Evangelhos, são infalíveis. Ele vai mais além e afirma que os ensinamentos de Jesus, conforme dados no Evan­gelho, são tão afastados da verdade acerca de Deus como as mais cruéis idéias da primitiva religião.
Portanto, conclui ele, a Bíblia não é a divina e inspirada Palavra de Deus, a não ser que Deus resolva usá-la como meio de sua revelação, o que, segundo Barth, só se sucede quando ela é pregada pela Igreja.
1.2.2. O PECADO E A QUEDA
A pergunta: "Como o homem se tornou pecador?" responde Barth: "Não por uma queda do primeiro homem. A entrada do pecado no mundo, por Adão, não é um evento físico-histórico em qualquer sentido" (Comentário Sobre Romanos, p. 149). Isso, na­turalmente, significa que o pecado não começou por uma livre escolha pela qual o homem preferiu desobedecer à lei divina. De fato, segundo Barth, o pecado pertence à natureza do homem como um ser criado. Desse modo, na qualidade de homem, até mesmo nosso Senhor Jesus Cristo foi carne pecaminosa — afirma Barth irreverentemente.
Se o pecado pertence à natureza do homem, na qualidade de ser criado, pode ele, nesse caso ser perdoado e salvo do seu pecado? Evidentemente Barth fala de perdão de pecado, mas "perdão" não significa, para ele, que o homem seja transformado e se torne uma nova criatura. Tudo quanto é criado é pecaminoso, e o crente é tão pecaminoso quanto o mais iníquo dos homens. Segundo Barth, "o pecado habitou, habita e habitará no corpo mortal enquanto o tempo for tempo, o homem for homem e o mundo for mundo".
Não vemos esperança de real salvação para os neomodernistas, uma vez que crêem na Bíblia e em Deus ao seu próprio modo. Na realidade, eles mutilam a Bíblia e descrêem de Deus.

1.2.3. A Pessoa de Cristo
Quem lê o livro Credo, de Barth, tem a impressão de que ele crê no nascimento virginal de Jesus Cristo, o que não corresponde à verdade, à luz do contexto geral da teologia barthiana.
De acordo com Barth, na história tudo é relativo e incerto. Isso, evidentemente, aplica-se à vida terrena de Cristo. Por conse­guinte, ele pode falar sobre o nascimento virginal de Cristo, mas como um "mito".

1.2.4. A morte de Cristo
Barth ensina que Cristo morreu em desespero, e que isso é a indicação mais clara de que o homem não tem meios de chegar a Deus por sua religião! Em um de seus sermões, disse ele acerca de Cristo crucificado: "Ele se tornou humilhado, derrotado e sacrifica­do, pois não queria outra coisa senão vencer o eu humano e dar tudo nas mãos do Pai". O significado da morte de Jesus, dessa forma, é apenas que Ele se sacrificou, e nada mais.

1.2.5. A ressurreição de Cristo
No seu livro Comentários Sobre Romanos, Barth chega a di­zer que o ateu D. F. Strauss talvez tivesse razão em explicar a ressurreição de Cristo como "um embuste histórico". Mas é Barth mesmo quem afirma: "A ressurreição de Cristo, ou o que dá no mesmo, a sua vida, não é um acontecimento histórico".

1.2.6. ESCATOLOGIA
Ensina o barthianismo que a escatologia nada tem a ver com o futuro, e que a segunda vinda de Cristo não é um acontecimento vindouro. Ensina que esperar pela vinda do Senhor é acrescentar ansiedade à nossa situação real.

1.2.7. A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
Segundo a teologia neomodernista, a palavra "ressurreição" na Bíblia nada tem a ver com a ressurreição do homem da morte física. De fato, Barth ensina que a ressurreição já aconteceu.

1.2.8.  O CÉU
Barth destaca em seu ensino que a esperança que o crente nu­tre de ir para o céu é uma prova do cristianismo egoísta que está vivendo. Por isso, diz ele que o verdadeiro crente não necessita da imortalidade da alma, nem do julgamento final e nem do céu.

1.3. A Bíblia Refuta as Doutrinas Neomodernistas
Ao refutar o neomodernismo ou barthianismo, a Bíblia nega toda e qualquer possibilidade de salvação aos neomodernistas apri­sionados nos seus próprios erros. Veja o que dizem as Escrituras a respeito dos temas abordados:

1.3.1. A BÍBLIA
A Bíblia é a Palavra de Deus, e, portanto, é:
a. o Livro infalível e imutável dos séculos (SI 119.89);
b. divinamente inspirada (2 Pe 1.21);
c. absolutamente digna de confiança (1 Rs 8.56; Mt 5.18);
d. pura (SI 19.8);
e. santa, justa e boa (Rm 7.12);
f. perfeita (SI 19.7; Rm 12.2);
g. verdadeira (SI 119.142).

1.3.2. O PECADO
Deus não é autor nem cúmplice do pecado, pois:
a.  Ele não pratica perversidade, nem comete injustiça (Jó 34.10);
b. Ele fez o homem reto (Ec 7.29);
c. o homem foi advertido de não pecar (Gn 2.16,17);
d. o homem caiu em pecado por sua própria escolha (Gn 3.6,7);
e.  aquele que confessa o seu pecado e o deixa, alcança do Senhor misericórdia e perdão (Pv 28.13; 1 Jo 1.9).

1.3.3. A Pessoa de Cristo
Cristo era uma Pessoa real:
a. Ele nasceu duma virgem (Is 7.14; Lc 1.27);
b. Ele foi isento de pecado (Hb 7.26);
c. Ele foi visto por João Batista (Jo 1.29), Anás (Jo 18.12,13), Pilatos (Jo 18.28,29) e Herodes (Lc 23.8).

1.3.4. A morte de Cristo
A morte de Cristo foi um fato histórico e real:
a. foi testemunhada pelo centurião romano (Lc 23.45-47);
b. foi testemunhada pelos soldados romanos (Jo 19.32,33);
c. José de Arimatéia e Nicodemos tomaram seu corpo, embalsamaram-no e o enterraram (Jo 19.38-42).

1.3.5. A ressurreição de Cristo
A ressurreição de Cristo foi um fato histórico e real. Após ressurreto Ele foi visto:
a. pelos guardas do sepulcro (Mt 28.11-23);
b. por Maria Madalena (Jo 20.16);
c. por dez dos seus discípulos (Jo 20.19-23);
d. por Tome (Jo 20.26-29);
e. por sete dos seus discípulos (Jo 21.1-14);
f. por Simão Pedro (Jo 21.15-19);
g. por mais de quinhentos irmãos (1 Co 15.6).

1.3.6. ESCATOLOGIA
A escatologia bíblica é clara, e, segundo ela, os acontecimen­tos finais obedecerão à seguinte ordem:
a. O arrebatamento da Igreja (1 Ts 4.17).
b.  O comparecimento dos crentes ao tribunal de Cristo, nos céus (2 Co 5.10), enquanto na Terra ocorrerá a Grande Tribulação (Mt 24.15-28).
c. A manifestação de Cristo em glória acompanhado dos seus santos e anjos (Mt 24.30).
d. A batalha do Armagedom (Ap 16.16).
e. O julgamento das nações (Mt 25.32).
f. A prisão de Satanás por mil anos (Ap 20.1-3).
g. A inauguração do reino milenar de Cristo na Terra (Is 2.2-4; 65.18-22).
h. A soltura de Satanás por um breve espaço de tempo, para logo ser preso para sempre (Ap 20.7-10).
i. O juízo do Grande Trono Branco (Ap 20.11-15).
j. O estabelecimento dos novos céus e da nova Terra (Ap 21.1).

1.3.7. A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
A ressurreição dos mortos é um assunto tratado de forma abun­dante e inequívoca em toda a Escritura, sobre a qual falaram:
a. Jó (Jó 19.25-27);
b. Davi (SI 17.15);
c. Jesus (Mt 22.31; Lc 14.14; 20.35,36; Jo 5.29);
d. Marta (Jo 11.24);
e. Paulo (At 23.6; 24.21; 1 Co 15.13);
f. O autor da Epístola aos Hebreus (Hb 6.2);
g. João (Ap 20.5,6).

1.3.8. Acerca do Céu
O céu existe, ele é real. Por que o crente o deseja e espera nele morar? Dentre outras razões sobressaem-se as seguintes:
a. No céu está a habitação e o trono de Deus (At 7.49).
b. Do céu foi derramado o Espírito Santo (Mt 3.16; At 2.33).
c. No céu está a nossa pátria (Fp 3.20).
d. Do céu virá Jesus (Mt 24.30).
e.  O verdadeiro crente aguarda o estabelecimento dos novos céus e da nova Terra, onde habita a justiça de Deus (2Pe3.13).

II. UMA SOLENE ADVERTÊNCIA
Escrevendo a Timóteo, e, em extensão, a nós hoje, diz o apóstolo Paulo: "Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cris­to, e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. Mas é grande ganho a piedade com contentamento" (l Tm 6.3-6).

2.1. Detectando os Falsos Teólogos
De acordo com 1 Timóteo 4.1, abandonar a verdade e disse­minar o erro é muito mais que uma preferência pessoal. Aquele que assim age está "dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrina de demônios". É aqui que se enquadram os neomo-dernistas. Mas como detectá-los? De acordo com 1 Timóteo 6.3-5, o falso teólogo é alguém que: a) ensina outra doutrina que não aquela ensinada pelo Senhor Jesus Cristo, que é segundo a pieda­de; b) é soberbo, dado a discussões fúteis que não levam a nenhum proveito.
Num ultrajante desrespeito à Escritura, os liberais ou teólogos modernistas fazem a interpretação que bem lhes convém. Cha­mam a isto emprego de "palavras conotativas", uma forma de "contextualizar" a Escritura à realidade moderna. Exemplo: já não empregam a palavra "reconciliação" no sentido bíblico de o ho­mem reconciliar-se com Deus. "Redenção" já não é empregada no sentido bíblico de o homem ser salvo do pecado e do castigo eter­no. Em vez disso, dão-lhe diferente "conotação", e opinam que esta tem a ver com a melhoria social e cultural da sociedade. "Mis­sões" foi substituída por "diálogo"; e "conversão" passou ser um conceito inaceitável.

2.2. Evitando os Falsos Teólogos
Os teólogos comprometidos com o neomodernismo são pes­soas que se deixaram enredar pela astúcia do diabo, o pai da men­tira. Por lhes faltar genuína conversão, falta-lhes também a visão de Deus quanto ao real estado do homem sem Cristo. Um boletim publicado pelo Concilio Mundial de Igrejas, em uma grande cida­de, para orientação de pregadores de rádio, ilustra este ponto:
"Os temas devem difundir amor, alegria, coragem, esperança, fé, confiança, boa vontade. Em geral, evite críticas e controvérsi­as. Na realidade, estamos 'vendendo religião'. Portanto, preparar os cristãos para levarem a sua cruz, sacrificarem-se e servirem, ou convidar os pecadores ao arrependimento está fora de moda. Porventura não podemos, como apóstolos, convidar o povo a go­zar dos nossos privilégios, fazer bons amigos e ver o que Deus pode fazer por ele?"
Alguém comparou os teólogos liberais ou neomodernistas a um comerciante que tem de reserva sob seu balcão toda espécie de artigos. Quando um liberal à moda antiga lhe vem pedir liberalis­mo, o neomodernista estende a mão sob o balcão e diz: "Mas é exatamente o artigo que vendemos aqui". E se um cristão bíblico entra na loja, o neomodernista com o mesmo gesto, responde: "Mas é exatamente o artigo que vendemos aqui".
Eis uma real descrição do neomodernismo, capaz de adequar a sua linguagem e o seu comportamento de maneira a agradar a quem quer que seja.
Ao crente fiel, porém, recomenda o Espírito Santo, através de Paulo, que se afaste dos falsos teólogos e seus ensinos, milite a boa milícia da fé, tome posse da vida eterna, e obedeça ao manda­mento do Senhor, mandamento esse sem mácula e irrepreensível (lTm 6.5,12,14).





















O EVOLUCIONISMO


O EVOLUCIONISMO

A Bíblia ensina claramente a doutrina de uma criação especial, ou seja, que Deus criou cada criatura "conforme a sua espé­cie" (Gn 1.24). Isto quer dizer que cada criatura, seja homem ou animal, foi criada como a conhecemos hoje.

I. A TEORIA EVOLUCIONISTA
No decorrer dos séculos, mais precisamente no século passa­do e no atual, muitas vãs filosofias, falsos ensinos e teorias insus­tentáveis têm procurado lançar dúvida sobre o relato bíblico da Criação.

1.1. Charles Darwin
Entre as teorias que se têm insurgido contra a doutrina criacionista, destaca-se a da evolução, concebida e largamente di­fundida pelo naturalista inglês Charles Darwin, que viveu entre 1809e 1889.
De dezembro de 1831 a outubro de 1836, Darwin viajou como naturalista a bordo do "Beagle", um navio de pesquisas, em expe­dição científica. Ao longo dessa expedição visitou as ilhas do Cabo Verde e outras ilhas do Atlântico, e bem assim as costas da Améri­ca do Sul, as ilhas Galapagos, perto do Equador, a Ilha Tarti, Nova Zelândia, Austrália, Tasmânia, a Ilha Keeling, as ilhas Falkland (Malvinas), as ilhas Mauricias, as ilhas de Santa Helena e Ascen­são, e o Brasil.
Foi o estudo dos bancos de corais que de modo especial o interessou e o levou a formular a sua teoria da transmutação de espécies e a "seleção natural" pela qual ficou famoso.
Em novembro de 1859, Darwin publicou seu livro A Origem das Espécies, ou A preservação das raças favorecidas na luta pela vida. Desde então este livro veio a se tornar a Bíblia da causa evolucionista.
Não obstante Darwin, antes de morrer, tenha abandonado essa teoria por ele pregada ao longo de sua vida, ainda hoje ela é aceita e disseminada, principalmente nos círculos acadêmicos e universitários.

1.2. Conceito da Origem do Homem
A teoria evolucionista tem como ponto de partida a afirmação de que o homem e os animais em geral procedem de um mesmo tronco, e que hoje, homem e animal são um somatório de mutações sofridas no decorrer de milênios. Em suma: o homem de hoje não é o homem do princípio. Desse conceito surgiu o ensino estúpido de que o homem de hoje é um macaco em estágio mais desenvolvido. E, para produzir maior confusão, a teoria da evolução coloca o iní­cio da vida humana na Terra a milhões de anos antes do tempo indi­cado pala Bíblia.

1.3. Apenas Uma Teoria
É bom lembrar que, quando tratamos da evolução, estamos lidando com uma teoria, com suposições, e não com uma ciência.
Charles Darwin conspirou contra a Bíblia, ao criar a teologia da evolução

Se você ler um compêndio sobre evolução, há de encontrar com muita freqüência chavões, tais como: "crê-se que...", "admite-se que...", "talvez...", "possivelmente...", "mais ou menos...", etc. As­sim tão vulnerável e falha, conseqüentemente o sistema que ela advoga não há de subsistir diante do argumento das Escrituras (Gn 2.7).
De acordo com a Bíblia, o homem já foi feito homem. O cha­mado "Homem de Neanderthal" ou o "Homem de Heidelberg" não têm em si nenhum elemento, por menor que seja, capaz de provar que o homem, no princípio, tivesse as características de um macaco encurvado. O africano de elevada estatura, o pigmeu, o asiático de nariz achatado, o negro com suas características distin­tivas — todos são o resultado de variações comuns dentro da fa­mília humana. Assim, também o homem da antigüidade variava de um para o outro, e também se diferenciava de nós, hoje em dia.

II. ARGUMENTOS CONTRA O EVOLUCIONISMO
O argumento bíblico, a partir do primeiro capítulo de Gênesis, é que a raça humana descende de um só casal, Adão e Eva (Gn 1.28), criado por Deus no princípio. A narrativa subseqüente ao capítulo 1 de Gênesis mostra claramente que as gerações que surgiram até o Dilúvio permaneceram em contínua relação ge­nética com o primeiro casal, de maneira que a raça humana cons­titui não somente uma unidade específica, uma unidade no senti­do de que todos os homens participam da mesma natureza, mas também uma unidade genética e genealógica. Este fato é crista­lino em Atos 17.26.
Muitos argumentos se somam em apoio à idéia bíblica da uni­dade da raça humana, dentre os quais se destacam os seguintes:

2.1. Argumento Teológico
Romanos 5.12,19 e 1 Coríntios 15.21,22 indicam a unidade orgânica da raça humana, tanto na primeira transgressão como na provisão de Deus para a salvação da raça humana na Pessoa de Jesus Cristo.

2.2. Argumento Científico
A ciência tem confirmado, de diferentes maneiras, o testemu­nho da Escritura com respeito à unidade da raça humana. Eviden­temente, nem todos os homens de ciência crêem nisso.
Por exemplo, os antigos gregos tinham teoria autoctonista, se­gundo a qual os homens surgiram da Terra por meio de uma classe de gerações espontâneas. Como essa teoria não possuía fundamen­tos sólidos, logo foi desacreditada. Agassis, por sua vez, propôs a teoria dos coadamitas, segundo a qual existiram diferentes centros de criação. No ano de 1655, Peirerius desenvolveu e defendeu a teoria preadamita, que tem como origem a suposição de que havia homens na Terra antes que Adão fosse criado. Esta teoria foi aceita e difundida por Winchell, que, ainda que não negasse a unidade da raça humana, contudo considerava Adão como o primeiro homem só da raça hebraica, em vez de cabeça de toda a raça humana.
Em anos mais recentes, Fleming, sem ser dogmático sobre o assunto, disse haver razões para se aceitar que houve raças infe­riores ao homem antes da aparição de Adão no cenário mundial, pelos idos do ano 5500 a.C. Segundo Fleming, essas raças, não obstante inferiores aos adamitas, já tinham faculdades distintas dos animais, enquanto o homem adamita foi dotado de faculdades maiores e mais nobres, e provavelmente destinado a conduzir todo o restante da raça à lealdade ao Criador. Falhando Adão em con­servar sua lealdade a Deus, Deus o proveu de um descendente, que, sendo homem, era muito mais do que homem, para cumprir aquilo que Adão não foi capaz de cumprir. Na verdade, Fleming nunca pôde oferecer provas da veracidade dessa sua teoria.

2.3. Argumento Histórico
As tradições mais antigas da raça humana apontam decidida­mente para o fato de que os homens tiveram uma origem comum.
A história das migrações do homem, por exemplo, tendem a de­monstrar que tem havido uma distribuição de populações primiti­vas partindo de um só centro, isto é, de um mesmo lugar.

2.4. Argumento Filológico
Os estudos feitos acerca das línguas da humanidade indicam que elas tiveram origem comum. Por exemplo, as línguas indo-germânicas encontram sua origem em uma língua primitivamente comum, na qual existem resquícios do sânscrito. Também há evi­dências que demonstram que o antigo Egito é o elo entre as lín­guas indo-européias e as semíticas.

2.5. Argumento Psicológico
A alma é a parte mais importante da natureza constitutiva do homem, e a psicologia revela claramente o fato de que as almas dos homens, sem distinção de tribo e nação a que pertençam, têm essencialmente as mesmas características. Possuem em comum os mesmos apetites, instintos e paixões, as mesmas tendências, e, sobretudo, as mesmas qualidades, as características que só exis­tem no homem.

2.6. Argumento da Ciência Natural
Os mestres de filosofia comparativa formulam juízo comum quanto ao fato de que a raça humana constitui-se numa só espécie, e que as diferenças entre as diversas famílias da humanidade são consideradas como variedades de uma espécie original. A ciência não afirma categoricamente que a raça humana procedeu de um só casal, mas a Palavra de Deus afirma isso com toda clareza em Atos 17.26.

2.7. A Formação das Nações
Das gerações anteriores ao Dilúvio, somente Noé, sua esposa, seus filhos Sem, Cão e Jafé e respectivas esposas escaparam e en­cabeçaram as gerações pós-diluvianas.

2.7.1. OS DESCENDENTES DE SEM
Dos cinco filhos de Sem procederam os caldeus, que povoa­ram a região marginal do Golfo Pérsico, parte sul e sudeste da Península Arábica, uma província ao oriente do rio Tigre e ao nor­te do Golfo Pérsico, a Assíria, às margens do rio Tigre, sudeste da Ásia Menor, a Síria e o território ao lado do lago de Merom, ao norte da Galiléia.

2.7.2. OS DESCENDENTES DE CÃO
Os descendentes de Cão povoaram as terras da África, da Arábia Oriental, da costa oriental do mar Mediterrâneo, e do grande vale dos rios Tigre e Eufrates. Existe uma opinião de que alguns dos descendentes de Cão emigraram para a China e que de lá passaram para as Américas, através do estreito de Bering e do Alasca.

2.7.3. OS DESCENDENTES DE JAFÉ
De Jafé descenderam as raças arianas, ou indo-européias; os italianos, franceses, espanhóis, formando o povo latino. Seus des­cendentes povoaram também a índia, Pérsia, Iugoslávia e a Áus­tria. Dele descendem ainda os celtas, os alemães e os eslavos que emigraram para as ilhas Britânicas, Gales, Escócia e Irlanda. Al­gumas das tribos germânicas emigraram para a Noruega, Suécia, Dinamarca, Alemanha Ocidental, Bélgica e Suíça.

III. O HOMEM FOI CRIADO POR DEUS
A Bíblia nos apresenta um duplo relato da origem do homem, harmônicos entre si. Ambos estão em Gênesis 1.26,27 e 2.7. Par­tindo desses textos e de todo o contexto que trata da obra da cria­ção, conclui-se que:
3.1. A Criação do Homem Foi Precedida por um Solene Conselho Divino
Antes de Moisés tratar da criação do homem com maiores detalhes, ele nos leva a conhecer o decreto divino quanto a essa criação, nas seguintes palavras: "Façamos o homem à nossa ima­gem, conforme a nossa semelhança..." (Gn 1.26).
A Igreja geralmente tem aceitado o verbo façamos, no plural, para provar a autenticidade da doutrina da Trindade. Alguns eru­ditos, porém, são de opinião que esta palavra expressa o plural majestático; outros a tomam como plural de comunicação, no qual Deus inclui os anjos em diálogo com Ele; e outros a consideram como o plural de auto-exortação. Tem-se verificado, porém, que estas três últimas opiniões são contrárias àquilo que pensam e ex­pressam os pensadores e teólogos mais conservadores. Esses, como a Igreja, crêem que o plural façamos é uma alusão direta à Trinda­de Divina em conselho para a formação do homem.

3.2. A Criação do Homem É um Ato Imediato de Deus
Algumas das expressões usadas no relato da criação do ho­mem mostram que isso aconteceu de uma forma imediata, ao con­trário do que aconteceu na criação dos demais seres e coisas da criação em geral. Por exemplo, leia Gênesis 1.11,20 e compare com Gênesis 1.27.
Qualquer indício de mediação na obra da criação que se acha contida nas primeiras declarações, referentes à criação das aves dos céus e dos seres marinhos, inexiste na declaração da criação do homem. Isto é, Deus planejou a criação do homem, levando-a a efeito imediatamente. Note que isto é contrário ao que ensina o evolucionismo, que o homem é o resultado de uma série de trans­formações de outros elementos.

3.3. O Homem Foi Criado Segundo um Tipo Divino
Com respeito aos demais seres vivos, lemos que Deus os criou 'segundo a sua espécie". Isto quer dizer que eles possuem formas tipicamente próprias de suas espécies. O homem não foi criado assim. Pelo contrário, Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança..." (Gn 1.26). Assim, em todo o relato bíblico, o homem surge como um ser que recebeu de Deus cuidados especiais na sua criação.

3.4. Os Elementos da Natureza Humana se Distinguem
Em Gênesis 2.7, vemos a distinção clara entre a origem do corpo e da alma, elemento espiritual do homem. O corpo foi formado do pó da terra, material preexistente. Na criação da alma, no entanto, não foi necessário o uso de material preexistente, mas sim a formação de uma nova substância. Isto quer dizer que a alma do homem foi uma nova criação de Deus. A Bíblia diz que Deus soprou nas nari­nas do homem, e "o homem foi feito alma vivente" (Gn 2.7).

3.4.1.  O ESPÍRITO DO HOMEM
O espírito é o âmago e a fonte da vida humana, enquanto a alma possui essa vida e lhe dá expressão por meio do corpo. As­sim, a alma é o espírito encarnado. A alma sobrevive à morte por­que o espírito a dota de capacidade; por isso alma e espírito são inseparáveis.

3.4.2. A ALMA DO HOMEM
A alma é a entidade espiritual, incorpórea, que pode existir dentro de um corpo ou fora dele (Ap 6.9).

3.4.3.  O CORPO DO HOMEM
Dos três elementos que formam o ser humano, o corpo é aquele sobre o qual a Bíblia menos fala. Sabe-se, no entanto, que o corpo humano é o instrumento, o tabernáculo, a oficina do espírito (2 Co 5.1-4; 1 Co 6.9). Ele é o meio pelo qual o espírito se manifesta e age no mundo visível e material. O corpo é o órgão dos sentidos e o laço que une o espírito ao universo material.
Os filósofos pagãos falavam do corpo com desprezo, e consideravam-no um empecilho ao aperfeiçoamento da alma, pelo que almejavam o dia quando a alma estaria livre de suas complicadas roupagens. Porém as Escrituras tratam do corpo do homem como uma obra de Deus, o qual deve ser apresentado como oferta a Deus (Rm 12.1). O corpo dos salvos alcançará a sua maior glória na ressurreição, na vinda de Jesus (Jo 19.25-27; 1 Co 15; 1 Jo 3.2).

IV. O HOMEM, IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS
Um dos ensinos cardeais da Bíblia é que o homem foi criado à imagem e à semelhança de Deus, para obedecer-lhe, amá-lo, e se­gui-lo. Vestígios desta verdade encontram-se nos escritos de gran­des vultos, até mesmo da literatura gentílica.

4.1. Homem, Uma Definição
"Homem" vem do latim homo, palavra que, segundo opinião de alguns filólogos, vem de húmus (terra). No hebraico, língua original do Antigo Testamento, adam, nome dado ao primeiro ho­mem, Adão, é traduzido por "aquele que tirou sua vida da adamah", da terra.
Em abril de 1985, a professora Lélia Coyne, pesquisadora da NASA (Agência Espacial dos Estados Unidos) e docente da Uni­versidade de San José, na Califórnia, surpreendeu o mundo científi­co com a afirmação da descoberta de que a vida humana na Terra começou em estratos de uma argila muito fina e branca, o caulim, usado na indústria como branqueador de papel e isolante térmico. "Avançamos muito nesse terreno", disse a pesquisadora. "Falta-nos ainda a prova definitiva, mas já conseguimos o bastante para saber que estamos no caminho certo", acrescentou a doutora Coyne. "Se tivesse de apostar uma resposta ficaria com a teoria da argila", es­creveu o astrônomo americano Carl Sagan, autor do "best-seller" Cosmos. "A argila pode ser comparada a uma fábrica de vida", acres­centou em Glasgow, na Escócia, o bioquímico Graham Cairns-Smith.
Aquilo que para os cientistas e pesquisadores, mesmo os mais moderados, ainda é uma incerteza, para o crente, na Bíblia, é ple­na certeza. O homem foi formado do pó da terra (Gn 2.7).

4.2.0 Homem, Imagem de Deus
O termo "imagem de Deus" relacionado ao homem, fala da indelével constituição do homem como um ser racional, e como um ser moralmente responsável. A imagem natural de Deus gra­vada no homem consiste nos seguintes elementos: o poder de mo­vimento próprio, o entendimento, a vontade e a liberdade. Neste particular está a diferença marcante entre o homem e os animais irracionais.
O primeiro ponto de distinção entre o homem, como imagem de Deus, e os animais irracionais é a consciência própria. Das cri­aturas terrenas só o homem tem o dom de fixar em si mesmo o pensamento, e isto o faz consciente da sua própria personalidade. A faculdade que ele tem de proferir o pronome EU abre um abis­mo intransponível entre ele e os animais irracionais. Nenhum ani­mal, mesmo o macaco, jamais pronunciou EU, e a razão é que eles não têm consciência própria.
Como imagem de Deus que é, o homem se distingue dos irra­cionais ainda no seguinte:
a. pelo poder de pensar em coisas abstratas;
b. pela lei moral que se evidencia no seu comportamento em busca de uma perfeição maior;
c.  pela natureza religiosa que, em potencial, existe em cada ser humano;
d. pela capacidade de fixar um alvo maior a ser alcançado no tempo e na eternidade;
e. pela consciência da intensidade da vida humana;
f. pela multiplicidade das atividades humanas, que, conjuntas, somam o bem comum daquele que as desenvolve.

4.3.0 Homem, Semelhança de Deus
Intelectualmente, o homem assemelha-se a Deus, porque, se não houvesse essa conformidade mental, seria impossível a comunicação de um com o outro, e o homem não poderia receber a revelação de Deus. Esta semelhança está grandemente prejudica­da por causa do pecado. O simples fato de Deus se manifestar ao homem prova que o homem pode receber e compreender esta manifestação.
Há ainda a semelhança moral, porque assim foi o homem criado por Deus. Essa semelhança consiste nas qualidades mo­rais inerentes ao caráter de Deus. Eclesiastes 7.29 diz que "Deus fez o homem reto..." Isto quer dizer que o homem foi criado bom e dotado de relativa justiça. Todas as suas tendências eram boas. Todos os sentimentos do seu coração inclinavam-se para Deus, e nisto consistia a sua semelhança moral com o Criador. Devido ao pecado, a semelhança moral entre Deus e o homem enfraque­ceu mais e mais. Por isso Cristo morreu, com o propósito de restaurar esta semelhança entre o homem e Deus, o que começa a partir da conversão.
Como ficou patente, o evolucionismo é uma teoria inspirada no inferno, com o propósito de desacreditar as Escrituras, princi­palmente no que diz respeito à criação como um ato soberano de Deus. Porém, o crente arraigado na Bíblia Sagrada, e não em teo­rias humanas, pela fé entende "que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente" (Hb 11.2).















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