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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A Congregação Cristã no Brasil


A Congregação Cristã no Brasil

A Congregação Cristã no Brasil, fundada em 1910 pelo italia­no Louis Francescon, durante anos esteve entre as igrejas que mais crescem no Brasil. Apesar dos seus equívocos doutriná­rios, não chega a ser considerada uma seita herética, ainda que grande número das doutrinas que esposa sejam verdadeiras here­sias, uma vez que são mantidas em prejuízo da integridade do Evan­gelho. Só este aspecto dessa igreja justifica o seu estudo no con­texto deste livro.

I. GUERRA DECLARADA
Durante vários anos a Congregação Cristã no Brasil tem sido conhecida não só pela sua doutrina, mas também pela tenacidade com que se opõe às demais igrejas evangélicas do Brasil.

1.1. Aversão ã Assembléia de Deus
Quanto à Assembléia de Deus, particularmente, os membros da Congregação Cristã no Brasil evitam qualquer tipo de relacio­namento, alegando para isto os seguintes motivos:
a. A Assembléia de Deus possui pastores assalariados;
b. as mulheres não usam véu;
c. não se observa a prática do ósculo santo;
d. fecham-se as portas enquanto oram;
e. os membros possuem uma saudação diferente;
f. O batismo no Espírito Santo é ensinado de modo diferente.

1.2. Aspectos Doutrinários da Congregação
Independentemente das normas que regem o relacionamento da Congregação Cristã no Brasil com as demais igrejas, ela ensina entre outras coisas, o seguinte:
• A igreja não precisa de nenhum outro pastor além de Jesus Cristo.
• As mulheres cristãs devem usar o véu durante o culto.
• Os crentes devem saudar-se com o ósculo santo.
• O Evangelho não deve ser pregado fora dos locais habituais de culto.
• Os pregadores não devem estudar nem se preparar para a pregação, pois o Espírito Santo colocará em sua boca as palavras certas no momento certo.
• O dízimo restringe-se aos dias do Antigo Testamento.
É notável o zelo dos membros da Congregação Cristã no Bra­sil, porém, por lhes faltar orientação doutrinária sadia e sólida, têm-se feito vulneráveis ao fanatismo e ao extremismo, regra ge­ral combatidos pelas Escrituras Sagradas.
Leonard, estudioso francês que escreveu uma história eclesi­ástica de algumas das igrejas evangélicas do Brasil, preocupa-se com a tendência da Congregação para encaminhar-se para o espi­ritismo. Ele sente que os membros da Congregação tendem a aban­donar as bases bíblicas e a depender da inspiração individual e das práticas fanáticas de seus líderes locais, especialmente das que se relacionam com os chamados "dons espirituais".
Podemos notar que, não obstante a Congregação, algumas ve­zes, usar passagens bíblicas para fundamentar suas crenças e ensi­nos, em geral falham os pregadores no que tange à fiel interpretação dos textos que escolhem. Evidentemente isso se dá mais por igno­rância do que por malícia ou compromisso consciente com o erro.

II. O PASTOR
O ensino de que a Igreja não deve ter nenhum pastor além de Jesus Cristo está em desarmonia com o ensino do apóstolo, na sua carta aos Efésios:
"E a graça foi concedida a cada um de nós segundo o propósito do dom de Cristo. Por isso diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens... E ele mesmo con­cedeu uns para apóstolo, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vista ao aperfei­çoamento dos santos para o desempenho do seu serviço para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos meninos, agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro" (Ef 4.7,8,11-14; ênfase minha).
O ensino implícito no texto de Paulo é que:
a. O pastor é um dom de Deus à sua Igreja (v. 8, cf. Jr 3.15).
b.  A função do pastor tem propósitos específicos dentro da Igreja de Cristo, como seja:
• aperfeiçoamento dos santos;
• desempenho do serviço divino;
• edificação do Corpo de Cristo.
Quanto ao pastor e sua função junto ao Corpo de Cristo, que é a Igreja, declaram ainda os apóstolos Paulo e Pedro:
"Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue" (At 20.28).
"Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por cons­trangidos, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdi­da ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes tornando-vos modelos do rebanho" (lPe 5.2,3).

O Sustento do Pastor
Quanto ao sustento remunerado do pastor e daqueles que dão tempo integral à obra de Deus, é isto uma recomendação bíblica. Vejam-se os exemplos:
a.  Paulo recebeu salário de determinadas igrejas para servir aos crentes em Corinto (2 Co 11.8).
b. O pastor que emprega tempo integral na assistência à igreja é digno do seu salário (1 Tm 5.18).
c. Paulo ensinou à igreja de Corinto a sustentar os pregadores do Evangelho (1 Co 9.4-14).
d. Timóteo foi advertido por Paulo a não cuidar dos negócios seculares para se sustentar (2 Tm 2.4).
e.  Pedro disse que a única ocupação dele e de seus companheiros de ministério era a oração e a pregação (At 6.4).
f. Os apóstolos de Jesus viviam das ofertas que recebiam. Em João 12.6 lemos que existia uma bolsa onde eram depositadas as contribuições para o sustento dos discípulos, e Judas fazia as com­pras com o dinheiro aí depositado (Jo 13.29).

III. O PROBLEMA DO VÉU
Em 1 Coríntios 11, Paulo escreve uma longa apologia com respeito ao véu e seu uso na comunidade cristã de Corinto.
Nos dias da Igreja Primitiva, a mulher que não usasse véu nos cultos públicos agia como se tivesse rapado a cabeça. Ora, a cabe­ça rapada era algo repugnante para os judeus, já que só as adúlte­ras tinham a sua cabeça rapada, como castigo do seu crime (Nm 5.18). O mesmo acontecia com as escravas, e, às vezes, com as mulheres em luto, mas isso não era usual para as mulheres que estavam no seu estado normal.
A passagem de 1 Coríntios 11, segundo o comentador Russel Norman Champlin, "ilustra o perene problema que há entre os costumes sociais e a moralidade cristã". Segundo Champlin, Pau­lo escreve aqui do ponto de vista de um rabino, como representan­te da antiga cultura judaica. Porventura tais costumes continuari­am sendo obrigatórios para nós hoje em dia, quando as coisas são tão radicalmente diferentes, em aspectos como o vestuário, e, so­bretudo, no que tange à nossa idéia acerca da posição da mulher nos dias atuais? Acreditamos que, visto que os costumes sociais mudaram, as exigências deste tempo também mudaram (O Novo Testamento Comentado, vol. IV).
Uma vez que nenhum estigma ou impropério é lançado hoje sobre uma mulher que não usa véu, cremos que o apóstolo Paulo, se vivesse hoje, nem ao menos teria abordado o assunto. Não obstante, podemos perceber que esse apelo em prol do uso de ca­belos crescidos pelas mulheres poderia permanecer firme.
Se a Congregação Cristã no Brasil diz obedecer a essa orien­tação de Paulo quanto ao uso do véu, suas mulheres deveriam usá-lo, não apenas no culto, mas também, de acordo com o contexto histórico, em público, porquanto nenhuma mulher crente da épo­ca apostólica pensaria ser apanhada na rua sem véu.
Esta atitude da Congregação é condenável, não pelo fato de suas mulheres usarem o véu durante o culto, mas pela maneira irracional com que condenam o seu desuso nas demais igrejas.

IV. O PROBLEMA DO ÓSCULO
O ósculo era uma maneira comum de saudação entre os orientais, muito antes mesmo do estabelecimento do Cristia­nismo. Servia aos judeus nas suas saudações, tanto nas despe­didas como também na forma de demonstração geral de afeto. O ósculo era entre os orientais uma expressão de saudações e respeito tão comum quanto o aperto de mãos ou o abraço, na nossa cultura.
Na igreja primitiva, o ósculo era simplesmente uma parte da saudação, quando os crentes se reuniam em seus cultos públicos. Porém, não demorou muito até que fosse transferido para a pró­pria liturgia, primeiramente como um sinal de despedida, após a oração final, que encerrava cada reunião, mas, finalmente, como parte do rito da Santa Ceia do Senhor. Houve regiões em que esta prática perdurou até o final do século III.
O ósculo santo entre os crentes primitivos não se limitava a ser praticado mulher com mulher e homem como homem, como hoje fazem os irmãos membros da Congregação Cristã no Brasil. Os costumes orientais indicam que o ósculo santo era aplicado na testa ou na palma da mão, mas nunca nos lábios.
Em algumas culturas ocidentais, como por exemplo o Brasil, seria imputado como algo vergonhoso um homem beijar outro homem dentro da comunidade evangélica ou da sociedade em ge­ral. Por essa razão é que temos achado melhor evitar essa forma de demonstração de afeto, substituindo-a por um simples aperto de mão.
Diante do exposto, conclui-se que:
• Se os irmãos membros da Congregação Cristã no Brasil saúdam com o ósculo apenas homem com homem ou mulher com mulher, é sinal de que há malícia em fazer de outra forma, e, se há malícia, torna-se pecado a prática do ósculo.
• Se os irmãos membros da Congregação Cristã no Brasil se saúdam com o ósculo apenas no decorrer do culto, também está errado, já que na Bíblia os cristãos primitivos saudavam-se assim publicamente (At 20.37).
• A saudação com ósculo não é má em si mesma; o problema está no fato de assumir feições meramente ritualísticas, divorcia­das da verdadeira piedade cristã.

V. A PREGAÇÃO NAS RUAS
O fato de a Congregação Cristã no Brasil não pregar o Evan­gelho pelas ruas e praças não encontra apoio nas Escrituras. A sua omissão se deve à falsa interpretação que fazem de Mateus 6.5: "E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens". Desse modo, com medo de serem conside­rados hipócritas, desobedecem ao imperativo de Jesus:
"Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura" (Mc 16.15). Como será possível evangelizar o mundo inteiro quan­do se alcançam apenas aqueles que freqüentam os nossos tem­plos?
Na parábola da grande ceia, Jesus ensinou o modo como a Igreja deve proceder quanto à evangelização:
"Saí depressa pelas ruas e bairros da cidade, e trazei aqui os pobres, e aleijados, e mancos e cegos... Saí pelos caminhos e vaiados, e forçai-os a entrar, para que a minha casa se encha" (Lc 14.21,23).
Segundo a Bíblia,
• Jesus pregou nas ruas (Lc 13.26), nas praças públicas (Mc 1.15,20) e nos montes (Mt 8.1).
  Paulo pregou à beira de um rio e num logradouro público (At 16.13; 17.17).
Famosos cristãos do Novo Testamento foram salvos, não num culto dentro de um templo, mas onde estavam, nos seus afazeres.
• Pedro, André, Tiago e João, foram salvos durante um culto realizado por Jesus, à beira do mar da Galiléia (Mt 4.18-22).
• Mateus estava na coletoria quando ouviu Jesus dizer: "Se­gue-me!", e o seguiu (Mt 9.9).
• Lídia foi salva à beira de um rio, enquanto ouvia Paulo (At 16.13-15).
• Dionísio e muitos outros gregos foram salvos enquanto ou­viam Paulo pregando no Areópago, lugar comum de discussão em Atenas (At 17.34).
Jesus jamais disse ao pecador: "Vinde ao templo para serdes salvo", pelo contrário, Ele diz à Igreja: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura" (Mc 16.15).

VI. O PREGADOR PERANTE A CULTURA
O ensino da Congregação Cristã no Brasil de que o pregador não deve buscar "a sabedoria do mundo", pois o Espírito Santo colocará na sua boca as palavras certas no momento certo, deve-se a uma inter­pretação equivocada das seguintes palavras de Jesus: "... não cuideis em como, ou o que haveis de falar, porque naquela hora vos será concedido o que haveis de falar; visto que não sois vós os que falais, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós" (Mt 10.19,20).
Quando analisada esta passagem dentro do seu contexto, veri­ficamos que nenhuma alusão há ao fato de que o crente deve rela­xar o estudo e o conhecimento geral sob a garantia de que o Espí­rito Santo falará por ele quando estiver pregando. Esta passagem se refere à maneira como o crente deve se comportar no momento da provação, no caso de vir a ser conduzido aos tribunais e à pre­sença de governadores e reis por causa do nome de Cristo.
E evidente que o elemento sobrenatural da mensagem deve ser realçado; isso, porém, não elimina a utilidade do conhecimen­to resultante do estudo e da pesquisa.
Não poucos versículos da Bíblia insistem na necessidade de o crente buscar maior conhecimento através da leitura, do estudo e de outras formas de aprendizagem.
Os mais destacados vultos das Escrituras falaram a essa respeito:
a. Salomão: "Dá instrução ao sábio e ele se fará mais sábio; ensina ao justo, e ele crescerá em entendimento" (Pv 9.9).
b. Jesus: "... todo escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família que tira do seu tesouro coisas no­vas e velhas" (Mt 13.52).
c. Paulo: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" (2 Tm 2.15).
Cativo num frio cárcere romano, escrevendo ao seu amigo Timóteo, diz o apóstolo Paulo: "Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos" (2 Tm 4.13; ênfase minha).
Paulo dava prioridade aos "pergaminhos", a Bíblia dos seus dias, mas por nada abandonava os outros "livros" de consulta dis­poníveis nos seus dias.

VII. A QUESTÃO DO DÍZIMO
Só podemos compreender o grande significado do dízimo no contexto da adoração cristã quando o analisamos à luz da soberania de Deus. Quando damos o dízimo estamos com isto dizendo que Deus é dono inalienável de tudo, e que o homem é seu mordomo. O salmista disse: "Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam"(Sl 24.1).
O ensino da Congregação Cristã no Brasil de que o dízimo foi uma prática restrita ao tempo da lei — e, portanto, não se aplica ao crente na atual dispensação — é improcedente e sem base nas Es­crituras. Opomo-nos a este ensino por duas razões, pelo menos:
1) A prática de dizimar é bem mais antiga que a própria Lei. Abraão deu o dízimo a Melquisedeque, mais ou menos quinhen­tos anos antes da outorga da Lei no Sinai (Gn 14.18-20). Não muito tempo depois, Jacó, neto de Abraão, ao fugir da presença de seu irmão, fez um voto ao Senhor, pedindo prosperidade em sua viagem, dizendo que ao voltar daria ao Senhor o dízimo de tudo quanto tivesse recebido (Gn 28.20-22).
2) Na atual dispensação, Deus requer o dízimo e muito mais que isto, por vários motivos: a) como participantes de uma alian­ça superior, temos sido contemplados com maiores bênçãos; b) porque maiores privilégios sempre acarretam maiores responsabi­lidades. Isto não significa que o crente da atual dispensação seja forçado a dizimar, pelo contrário, ele é levado a fazê-lo constran­gido pela lei do amor e da gratidão, por estar recebendo maiores bênçãos de Deus (SI 103.1,2).

7.1.0 Dízimo Hoje
Os escritores do Antigo Testamento viram os direitos de Deus sobre a vida do homem à luz da criação, enquanto os do Novo Testamento viram-nos à luz do Calvário. Com isso, corrobora o ensino do apóstolo Paulo: "Porque, se vivemos, para o Senhor vi­vemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, viva­mos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressuscitou, para ser Senhor, tanto de mortos como de vivos" (Rm 14.8,9).
Alguém disse que cada cheque de pagamento é um novo Éden. Reconhecemos nós a soberania de Deus e os seus direitos como parte do seu propósito? Ou consideramos nossas todas as árvores do jardim?

7.2. A Soberania de Deus
O milagre da criação de Deus e o seu direito permanente de soberania são ilustrados pelo resultado da seguinte pesquisa.
Certa faculdade de estudos agrícolas fez uma pesquisa das coisas indispensáveis empregadas na produção de 100 alqueires de milho em meio hectare de terra. Verificou-se que o homem con­tribui apenas com o trabalho de preparar a terra, plantar e colher, ao passo que Deus concorre com muitas coisas, como, por exem­plo: cerca de 1.800.000 litros de água; uns 3.200 litros de oxigê­nio; 2.400 litros de carbono ou 8.200 de monóxido de carbono; 73 quilos de nitrogênio; 57 de potássio; 18 de fósforo; 34 de enxofre; 23 de magnésio; 23 de cálcio; 908 gramas de ferro, além de peque­nas quantidades de iodo, zinco e cobre. Cem alqueires de milho! Quem os produziu? De quem são?
Tudo pertence a Deus, no entanto Ele nos entregou tudo, re­querendo o retorno de apenas um décimo, e ainda sob a promessa de que sobre aquele que o fizer, derramará bênçãos sem medida (Ml 3.10).
O reverendo Stanley Jones escreveu: "O Dízimo é um Sinal -Uma Prova de que Você não é Dono, mas Devedor". Assim como você paga impostos em reconhecimento do senhorio de mais al­guém, também com o dízimo você reconhece a soberania de Deus sobre os nove décimos restantes.
Assim, todo crente deve dizimar, porque:
a. Deus recomenda que o façamos (Ml 3.10).
b. Não dizimar é furtar ao Senhor (Ml 3.8).
c.  Do dízimo depende o sustento material da casa do Senhor (Ml 3.10).
d. Da fidelidade em dizimar advém grande abastança (Ml 3.10).















O Neomodernismo Teológico


O Neomodernismo Teológico

“Modernismo" ou "Neomodernismo Teológico" são expressões mui conhecidas, largamente usadas no mundo da teologia nos dias modernos. Em linhas gerais, designam o des­vio teológico da linha de compromisso com a verdade divina, no ato de interpretar e comunicar as Escrituras.
O Modernismo Teológico, de acordo com estudiosos da teo­logia em nossos dias, está mais vinculado ao complexo sistema teológico e doutrinário de Karl Barth, teólogo suíço, nascido em 1886, e falecido em 1968, aos 82 anos de idade.
É sabido, porém, que o neomodernismo abriu fronteiras, rom­pendo os limites da teologia barthiana. Deste modo, este sistema teológico se faz presente no movimento ecumênico, levado a efei­to por determinados segmentos do cristianismo, e, mais recente­mente, na chamada "Teologia da Libertação", que tanta confusão está causando.

I. A TEOLOGIA DE KARL BARTH
Karl Barth foi, sem dúvida, um teólogo culto e um escritor prolifero. Dentre as principais obras que escreveu, destacam-se: A Palavra de Deus e a Teologia, A Teologia e a Igreja, O Novo Mun­do da Bíblia, Questões Bíblicas, Necessidades e Promessas da Pregação Cristã, A Palavra de Deus como Dever da Teologia, Dou­trina Reformada - Sua Essência e Dever e Fundamentos Dogmáticos. Mas, foi com a publicação do seu livro Comentários Sobre Romanos que ele tornou-se mundialmente conhecido.

1.1. Por que Karl Barth?
São duas as razões por que tomamos a pessoa de Karl Barth como ponto de partida da especulação da teologia neomodernista: Primeiro, grande número de teólogos mais conservadores da atua­lidade o consideram assim. Segundo, sua teologia tem contribuído para que determinados setores da teologia, nos dias hodiernos, dêem uma guinada, passando do verdadeiro e lógico para o absurdo e anti-bíblico.
A teologia barthiana tem influenciado tanto o pensamento teológico dos dias modernos, que muitos teólogos consideram Barth uma espécie de "profeta" e "reformador". Porém, não há como esconder o erro embutido em suas conclusões teológicas, que infelizmente estão se infiltrando em vários seminários em nosso país e sendo adotadas por muitos ministros evangélicos brasileiros.

1.2. A Doutrina Neomodernista
Dentre os muitos pontos controversos da teologia barthiana e modernista liberal, destacam-se os seguintes:

1.2.1. A BÍBLIA
A Bíblia é "de capa a capa palavras humanas e falíveis... Se­gundo o testemunho das Escrituras sobre os homens, que também se refere a eles (isto é, aos profetas e apóstolos), eles podiam errar, e também têm errado, em toda palavra... mas, precisamente com essa palavra humana, falível e errada pronunciaram a palavra de Deus" (Fundamentos Dogmáticos, vols. I, II, pp. 558/588).
Segundo Barth, a infalibilidade da Bíblia é uma fantasia, só aceita por crentes ignorantes. Para ele, nem mesmo as palavras de Cristo, relatadas nos Evangelhos, são infalíveis. Ele vai mais além e afirma que os ensinamentos de Jesus, conforme dados no Evan­gelho, são tão afastados da verdade acerca de Deus como as mais cruéis idéias da primitiva religião.
Portanto, conclui ele, a Bíblia não é a divina e inspirada Palavra de Deus, a não ser que Deus resolva usá-la como meio de sua revelação, o que, segundo Barth, só se sucede quando ela é pregada pela Igreja.
1.2.2. O PECADO E A QUEDA
A pergunta: "Como o homem se tornou pecador?" responde Barth: "Não por uma queda do primeiro homem. A entrada do pecado no mundo, por Adão, não é um evento físico-histórico em qualquer sentido" (Comentário Sobre Romanos, p. 149). Isso, na­turalmente, significa que o pecado não começou por uma livre escolha pela qual o homem preferiu desobedecer à lei divina. De fato, segundo Barth, o pecado pertence à natureza do homem como um ser criado. Desse modo, na qualidade de homem, até mesmo nosso Senhor Jesus Cristo foi carne pecaminosa — afirma Barth irreverentemente.
Se o pecado pertence à natureza do homem, na qualidade de ser criado, pode ele, nesse caso ser perdoado e salvo do seu pecado? Evidentemente Barth fala de perdão de pecado, mas "perdão" não significa, para ele, que o homem seja transformado e se torne uma nova criatura. Tudo quanto é criado é pecaminoso, e o crente é tão pecaminoso quanto o mais iníquo dos homens. Segundo Barth, "o pecado habitou, habita e habitará no corpo mortal enquanto o tempo for tempo, o homem for homem e o mundo for mundo".
Não vemos esperança de real salvação para os neomodernistas, uma vez que crêem na Bíblia e em Deus ao seu próprio modo. Na realidade, eles mutilam a Bíblia e descrêem de Deus.

1.2.3. A Pessoa de Cristo
Quem lê o livro Credo, de Barth, tem a impressão de que ele crê no nascimento virginal de Jesus Cristo, o que não corresponde à verdade, à luz do contexto geral da teologia barthiana.
De acordo com Barth, na história tudo é relativo e incerto. Isso, evidentemente, aplica-se à vida terrena de Cristo. Por conse­guinte, ele pode falar sobre o nascimento virginal de Cristo, mas como um "mito".

1.2.4. A morte de Cristo
Barth ensina que Cristo morreu em desespero, e que isso é a indicação mais clara de que o homem não tem meios de chegar a Deus por sua religião! Em um de seus sermões, disse ele acerca de Cristo crucificado: "Ele se tornou humilhado, derrotado e sacrifica­do, pois não queria outra coisa senão vencer o eu humano e dar tudo nas mãos do Pai". O significado da morte de Jesus, dessa forma, é apenas que Ele se sacrificou, e nada mais.

1.2.5. A ressurreição de Cristo
No seu livro Comentários Sobre Romanos, Barth chega a di­zer que o ateu D. F. Strauss talvez tivesse razão em explicar a ressurreição de Cristo como "um embuste histórico". Mas é Barth mesmo quem afirma: "A ressurreição de Cristo, ou o que dá no mesmo, a sua vida, não é um acontecimento histórico".

1.2.6. ESCATOLOGIA
Ensina o barthianismo que a escatologia nada tem a ver com o futuro, e que a segunda vinda de Cristo não é um acontecimento vindouro. Ensina que esperar pela vinda do Senhor é acrescentar ansiedade à nossa situação real.

1.2.7. A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
Segundo a teologia neomodernista, a palavra "ressurreição" na Bíblia nada tem a ver com a ressurreição do homem da morte física. De fato, Barth ensina que a ressurreição já aconteceu.

1.2.8.  O CÉU
Barth destaca em seu ensino que a esperança que o crente nu­tre de ir para o céu é uma prova do cristianismo egoísta que está vivendo. Por isso, diz ele que o verdadeiro crente não necessita da imortalidade da alma, nem do julgamento final e nem do céu.

1.3. A Bíblia Refuta as Doutrinas Neomodernistas
Ao refutar o neomodernismo ou barthianismo, a Bíblia nega toda e qualquer possibilidade de salvação aos neomodernistas apri­sionados nos seus próprios erros. Veja o que dizem as Escrituras a respeito dos temas abordados:

1.3.1. A BÍBLIA
A Bíblia é a Palavra de Deus, e, portanto, é:
a. o Livro infalível e imutável dos séculos (SI 119.89);
b. divinamente inspirada (2 Pe 1.21);
c. absolutamente digna de confiança (1 Rs 8.56; Mt 5.18);
d. pura (SI 19.8);
e. santa, justa e boa (Rm 7.12);
f. perfeita (SI 19.7; Rm 12.2);
g. verdadeira (SI 119.142).

1.3.2. O PECADO
Deus não é autor nem cúmplice do pecado, pois:
a.  Ele não pratica perversidade, nem comete injustiça (Jó 34.10);
b. Ele fez o homem reto (Ec 7.29);
c. o homem foi advertido de não pecar (Gn 2.16,17);
d. o homem caiu em pecado por sua própria escolha (Gn 3.6,7);
e.  aquele que confessa o seu pecado e o deixa, alcança do Senhor misericórdia e perdão (Pv 28.13; 1 Jo 1.9).

1.3.3. A Pessoa de Cristo
Cristo era uma Pessoa real:
a. Ele nasceu duma virgem (Is 7.14; Lc 1.27);
b. Ele foi isento de pecado (Hb 7.26);
c. Ele foi visto por João Batista (Jo 1.29), Anás (Jo 18.12,13), Pilatos (Jo 18.28,29) e Herodes (Lc 23.8).

1.3.4. A morte de Cristo
A morte de Cristo foi um fato histórico e real:
a. foi testemunhada pelo centurião romano (Lc 23.45-47);
b. foi testemunhada pelos soldados romanos (Jo 19.32,33);
c. José de Arimatéia e Nicodemos tomaram seu corpo, embalsamaram-no e o enterraram (Jo 19.38-42).

1.3.5. A ressurreição de Cristo
A ressurreição de Cristo foi um fato histórico e real. Após ressurreto Ele foi visto:
a. pelos guardas do sepulcro (Mt 28.11-23);
b. por Maria Madalena (Jo 20.16);
c. por dez dos seus discípulos (Jo 20.19-23);
d. por Tome (Jo 20.26-29);
e. por sete dos seus discípulos (Jo 21.1-14);
f. por Simão Pedro (Jo 21.15-19);
g. por mais de quinhentos irmãos (1 Co 15.6).

1.3.6. ESCATOLOGIA
A escatologia bíblica é clara, e, segundo ela, os acontecimen­tos finais obedecerão à seguinte ordem:
a. O arrebatamento da Igreja (1 Ts 4.17).
b.  O comparecimento dos crentes ao tribunal de Cristo, nos céus (2 Co 5.10), enquanto na Terra ocorrerá a Grande Tribulação (Mt 24.15-28).
c. A manifestação de Cristo em glória acompanhado dos seus santos e anjos (Mt 24.30).
d. A batalha do Armagedom (Ap 16.16).
e. O julgamento das nações (Mt 25.32).
f. A prisão de Satanás por mil anos (Ap 20.1-3).
g. A inauguração do reino milenar de Cristo na Terra (Is 2.2-4; 65.18-22).
h. A soltura de Satanás por um breve espaço de tempo, para logo ser preso para sempre (Ap 20.7-10).
i. O juízo do Grande Trono Branco (Ap 20.11-15).
j. O estabelecimento dos novos céus e da nova Terra (Ap 21.1).

1.3.7. A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
A ressurreição dos mortos é um assunto tratado de forma abun­dante e inequívoca em toda a Escritura, sobre a qual falaram:
a. Jó (Jó 19.25-27);
b. Davi (SI 17.15);
c. Jesus (Mt 22.31; Lc 14.14; 20.35,36; Jo 5.29);
d. Marta (Jo 11.24);
e. Paulo (At 23.6; 24.21; 1 Co 15.13);
f. O autor da Epístola aos Hebreus (Hb 6.2);
g. João (Ap 20.5,6).

1.3.8. Acerca do Céu
O céu existe, ele é real. Por que o crente o deseja e espera nele morar? Dentre outras razões sobressaem-se as seguintes:
a. No céu está a habitação e o trono de Deus (At 7.49).
b. Do céu foi derramado o Espírito Santo (Mt 3.16; At 2.33).
c. No céu está a nossa pátria (Fp 3.20).
d. Do céu virá Jesus (Mt 24.30).
e.  O verdadeiro crente aguarda o estabelecimento dos novos céus e da nova Terra, onde habita a justiça de Deus (2Pe3.13).

II. UMA SOLENE ADVERTÊNCIA
Escrevendo a Timóteo, e, em extensão, a nós hoje, diz o apóstolo Paulo: "Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cris­to, e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. Mas é grande ganho a piedade com contentamento" (l Tm 6.3-6).

2.1. Detectando os Falsos Teólogos
De acordo com 1 Timóteo 4.1, abandonar a verdade e disse­minar o erro é muito mais que uma preferência pessoal. Aquele que assim age está "dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrina de demônios". É aqui que se enquadram os neomo-dernistas. Mas como detectá-los? De acordo com 1 Timóteo 6.3-5, o falso teólogo é alguém que: a) ensina outra doutrina que não aquela ensinada pelo Senhor Jesus Cristo, que é segundo a pieda­de; b) é soberbo, dado a discussões fúteis que não levam a nenhum proveito.
Num ultrajante desrespeito à Escritura, os liberais ou teólogos modernistas fazem a interpretação que bem lhes convém. Cha­mam a isto emprego de "palavras conotativas", uma forma de "contextualizar" a Escritura à realidade moderna. Exemplo: já não empregam a palavra "reconciliação" no sentido bíblico de o ho­mem reconciliar-se com Deus. "Redenção" já não é empregada no sentido bíblico de o homem ser salvo do pecado e do castigo eter­no. Em vez disso, dão-lhe diferente "conotação", e opinam que esta tem a ver com a melhoria social e cultural da sociedade. "Mis­sões" foi substituída por "diálogo"; e "conversão" passou ser um conceito inaceitável.

2.2. Evitando os Falsos Teólogos
Os teólogos comprometidos com o neomodernismo são pes­soas que se deixaram enredar pela astúcia do diabo, o pai da men­tira. Por lhes faltar genuína conversão, falta-lhes também a visão de Deus quanto ao real estado do homem sem Cristo. Um boletim publicado pelo Concilio Mundial de Igrejas, em uma grande cida­de, para orientação de pregadores de rádio, ilustra este ponto:
"Os temas devem difundir amor, alegria, coragem, esperança, fé, confiança, boa vontade. Em geral, evite críticas e controvérsi­as. Na realidade, estamos 'vendendo religião'. Portanto, preparar os cristãos para levarem a sua cruz, sacrificarem-se e servirem, ou convidar os pecadores ao arrependimento está fora de moda. Porventura não podemos, como apóstolos, convidar o povo a go­zar dos nossos privilégios, fazer bons amigos e ver o que Deus pode fazer por ele?"
Alguém comparou os teólogos liberais ou neomodernistas a um comerciante que tem de reserva sob seu balcão toda espécie de artigos. Quando um liberal à moda antiga lhe vem pedir liberalis­mo, o neomodernista estende a mão sob o balcão e diz: "Mas é exatamente o artigo que vendemos aqui". E se um cristão bíblico entra na loja, o neomodernista com o mesmo gesto, responde: "Mas é exatamente o artigo que vendemos aqui".
Eis uma real descrição do neomodernismo, capaz de adequar a sua linguagem e o seu comportamento de maneira a agradar a quem quer que seja.
Ao crente fiel, porém, recomenda o Espírito Santo, através de Paulo, que se afaste dos falsos teólogos e seus ensinos, milite a boa milícia da fé, tome posse da vida eterna, e obedeça ao manda­mento do Senhor, mandamento esse sem mácula e irrepreensível (lTm 6.5,12,14).





















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