Angelogia
INTRODUÇÃO
Muito se tem escrito no mundo
secular e religioso acerca dos anjos, explorando a credulidade de pessoas
espiritualmente carentes e supersticiosas, induzindo-as à conceitos errados e
falsos sobre o mundo espiritual. Nestas lições, procuraremos esclarecer a
verdade e a realidade do assunto segundo a revelação feita pela Bíblia Sagrada.
As Escrituras ensinam que há uma
ordem de seres celestiais distinto da humanidade e da divindade. Quando
consideramos os anjos, como em outras divisões da teologia sistemática, existe
um vastíssimo campo para uso da razão, porque desde que o universo foi
ordenado, esses seres entram em foco e continuarão presente pela eternidade.
Os Anjos não são humanamente
visíveis, cremos na veracidade da sua existência e cremos em tudo quanto a
Bíblia afirma a seu respeito. Há um processo ordenado na história da criação
que apresenta-se em três fases distintas como segue:
l. A criação das
coisas espirituais.
Jó
38:1 - 7 Deus ao responder para Jó, que, quando os anjos foram criados nem o
mundo material havia sido criado.
2. A criação das
coisas materiais.
A
criação material abrange todo o universo onde sua extensão nos dá uma visão da
grandeza de Deus.
3. A criação da vida
sobre a terra.
Deus
formou o homem com uma vida material em combinação com o imaterial. Os anjos
são apenas seres espirituais e os homens são seres espirituais e materiais.
DEFINIÇÕES
O vocábulo "ANJO" tal qual
aparece nas versões correntes, vem de um termo hebraico "MAL' AKH"
(malaque), no grego foi traduzido como" ANGELLOS"
Em ambos os testamentos o termo
" ANGELLOS" tem o significado de MENSAGEIROS DE DEUS.
ANGELOLOGIA
= ANGELLOS + LOGIA
ANGELLOS
= ANJOS
LOGIA
= ESTUDO
Portanto,
ANGELOLOGIA significa " Doutrina dos anjos "
I. NOMES APLICADOS AOS
ANJOS
O termo anjo aplica-se a todas as
ordens dos espíritos criados por Deus (Hb 1.14). Existem muitas outras citações
similares com outros apelativos que expressam o mesmo significado.
O termo Anjo expressa todo ser
celestial criado por Deus.
Gênesis
3:24 - Querubim
Gênesis
18:2 - Varão
Josué
5:13 - 15 - Príncipes
Isaías
6:2 - Serafim
Jó
1: 6 - Filhos de Deus
Salmos
104:4 - Ministros
Efésios
1: 20-21 - Principados Potestades Domínios
Hebreus
1:14 - Espíritos Ministradores
Judas
9 - Arcanjo
II. A CRIAÇÃO DOS
ANJOS
Os anjos são reais.
Eles exercem atividades importantes
no mundo espiritual, mas não são independente nessas atividades, pois as fazem
dentro dos limites a que foram criados.
A Bíblia fala da manifestação dos
anjos na obra da criação do mundo físico (Jó 38.6,7). Eles estavam presentes
quando Moisés recebeu de Deus as tábuas da Lei (Hb.2.2);
No nascimento de Jesus (Lc 2.13); Na
ressurreição de Cristo (Mt 28.2; Lc 24.4,5); na ascensão de Cristo (At l.10).
Quando foram servir ao Senhor Jesus no deserto da tentação (Mt 4.11).
Sua manifestação é incorpórea; eles
são seres espirituais e morais. A realidade dos anjos se comprova mediante os
atributos de personalidade que eles demonstram falando, pensando, sentindo e
decidindo.
Entretanto, os demônios, que são
anjos caídos da graça de Deus, tomam para se incorporarem corpos de pessoas
vivas ou de animais, e por essas possessões materiais, se manifestam. Os anjos
de Deus não tomam outros corpos para se manifestarem, mas tomam formas de
pessoas humanas visíveis para se fazerem manifestos. (I Cor. 15:40 - 44)
Anjos não são meros espíritos sem
corpos. Como podemos saber através da declaração do Nosso Senhor de que os
filhos da ressurreição serão iguais aos Anjos.
São
revestidos de corpos espirituais tais como os que nos são prometidos se formos
havidos por dignos de alcançar a ressurreição (Fil. 3:21). O corpo espiritual
corresponde ás necessidades da vida espiritual. No arrebatamento o nosso corpo
não será o mesmo corpo terreno e corrupto mas espiritual que participará da
natureza espiritual.
2. Existem anjos bons
e maus.
Na criação original dos anjos, não
houve essa classificação entre bons e maus. A Bíblia declara que os anjos foram
criados no mesmo nível de justiça bondade e santidade (2 Pe 2.4; Jd 5).
O que define entre bons e maus é o
fato de que foram criados como seres morais com livre-arbítrio, e daí, a
liberdade de escolha consciente entre o bem e o mal. A queda de Lúcifer deve-se
a esta condição moral dos anjos (Is 14.12-16;Ez 28.12-19).
A Bíblia fala acerca dos anjos que
pecaram contra o Criador e não guardaram a sua dignidade (2 Pe 2.4; Jd 6; Jó
4.18-21). Aos anjos que não pecaram e não seguiram a Lúcifer, Deus os exaltou e
os confirmou em sua posição celestial e para sempre estarão na sua presença,
contemplando e executando a vontade do Criador (1 Tm 5.21; Mt 18.10).
3. A habitação dos
anjos.
Ao estudarmos as várias classes
angelicais, entendemos que estas são distintas por várias atividades e se
manifestam no vastíssimo espaço das "regiões celestiais". A Bíblia
declara ainda que os anjos de Deus são organizados em milícias espirituais que
povoam os céus e são distribuídos em distintas ordens e graus (Lc 2.13; Mt
26.53). Trata-se, portanto, de uma habitação numa dimensão celestial.
4. O número de anjos.
A quantidade existente de anjos é
única e incontável, porque desde que foram criados não foram aumentados nem
diminuídos. Eles não procriam e foram criados de uma vez pelo poder da Palavra
de Deus. (Marcos 12:25)
O propósito do sexo é a reprodução
do ser humano, essa necessidade não existe no meio celestial, portanto são assexuados
ou seja não possuem sexo.
A Bíblia utiliza expressões variadas
para designar "milhares de milhares ", "multidão dos exércitos
celestiais ", "muitos milhares de anjos" (Ap 5.11; Dn 7.10; Dt
33.2; Hb 12.22; Lc 2.13). É impossível determinar o número de anjos porque é
incontável e é o mesmo número em todos os tempos, desde que foram criados (Sl
148.2-5).
Eles foram criados em multidões que
ultrapassam nossa imaginação.
Os Anjos são filhos de Deus numa
condição original, visto que Deus os criou. (Col. 1:16)
Esta passagem nos traz informações
de que há no mundo invisível grande variedade de seres celestiais, da qual
nosso mundo visível é uma pálida reprodução, ou seja Deus não criou somente uma
classe de Anjo.
III - NATUREZA GERAL
DOS ANJOS
1.
Os anjos são criaturas.
No princípio de todas as coisas,
antes da criação do mundo físico, Deus criou os anjos. A expressão
"exército do céu", dependendo do contexto, pode ter duas
interpretações. Em Gênesis 2.1, Salmos 33.6 e Neemias 9.6, refere-se aos anjos.
É
impossível fixar o tempo em que foram criados os anjos, mas a resposta de Deus
a Jó declara que eles foram criados antes de todas as outras coisas(Jó 38.4,7)
2.Os anjos são seres
espirituais.
Os corpos espirituais não possuem
limitações físicas, por isso a "lei da gravidade" não exerce qualquer
influência ou poder sobre coisas espirituais. Por serem superiores à matéria,
os anjos podem tomar formas humanas para se fazerem perceptíveis aos sentidos
físicos do homem, se houver necessidade. Não sofrem ação da natureza (Juízes 13:19
- 20)
Hebreus
1:14 Não são porventura todos eles
espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de
herdar a salvação?
Não
envelhecem Marcos 16:5
Porque
não envelhecem? Não sofrem a ação do tempo
Várias
aparições de anjos feitas a Abraão, Ló, Jacó, Josué, Pedro e Paulo são exemplos
indiscutíveis da Bíblia(Gn 18.1-10; 28.10-22 etc.) Ainda em nosso tempo, os
anjos aparecem aos servos de Deus na terra.
3.
Os anjos são seres poderosos.
O salmista os descreveu como
"valorosos em poder" que executam as ordens de Deus e lhe obedecem
(Sl 103.20) .
II Pedro2: 11 Enquanto os Anjos, sendo maiores em força e ...
Quando os pais de Sansão levantaram
um altar ao Senhor, um anjo desceu sobre as chamas do altar sem sofrer qualquer
dano(Jz 13.19,20).
Um só anjo matou a 185 mil soldados
do exército assírio (Is 37.36). Um só anjo destruiu com fogo as cidades de
Sodoma e Gomorra (Gn 19). Um só anjo removeu a pedra do sepulcro onde Jesus foi
sepultado, quando se exigia vários homens para remover aquela enorme pedra(Mt
28.2) Embora os anjos tenham poderes, eles são limitados (2 Sm 24.16; Ap
18.1,21; Gn 19.13).
Seus poderes sobrepujam grandemente
aos dos homens, entretanto estes poderes são estritamente limitados.
Poder sobrenatural Atos 12:7 - 10;
Mateus 28:2; II Reis 19 :35
Poder sobre a natureza Apocalipse 7:;
Apocalipse 14 :18; Apocalipse 16:5
4.
Os anjos são seres pessoais.
Na experiência com os homens, os
anjos falam, orientam, ouvem e determinam. A Bíblia dá a entender que os anjos
possuem uma inteligência superior à dos homens, mas não igual ou superior à de
Deus (2 Sm 14.20; 1 Pe 1.12) Dotados de sentimentos, anjos podem experimentar
emoções quando rendem culto a Deus (Sl 148.2) .
Eles conhecem suas limitações e se
contentam com tudo o que fazem e podem fazer (Mt 24.36).
5.Os anjos são seres
imortais.
Os homens podem morrer, mas os anjos são
espíritos imortais (Lc 20.34-36). Significa que eles não estão sujeitos à
dissolução, ou putrefação orgânica, visto que seus corpos são imateriais. A
imortalidade deriva da pura espiritualidade.
N.B.
Imortalidade é diferente de Eternidade.
III. CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
O Senhor deu aos anjos conhecimento, poder
e mobilidade mais elevados do que aos homens. Por esses elementos descobrimos
algumas características especiais capazes de fazer-nos compreender alguns
aspectos da revelação bíblica e das relações pessoais com os homens.
Santidade No Apocalipse, os anjos são
identificados como santos. Isto implica em que eles foram colocados em estados
eterno de santidade (Ap. 14.10).
Outros
textos das Escrituras os identificam como "santos" (Mt 25.31; Mc
8.38; Lc 9.26; At 10.22) para os distinguir dos anjos caídos Jo 8.44 e 1 Jo
3.8-10.
Reverência Uma das características principais
das atividades angelicais é o louvor e a adoração (Sl 29.1,2; 89.7; 103.30;
148.2). Jesus declarou que os anjos de Deus sempre estão na presença do Pai e
vêm a sua face (Mt 18.10).
De
modo geral, todos os anjos de Deus o louvam e o adoram, mas há uma classe
específica das hostes angelicais cuja função principal é louvar e adorar a
Deus. Reverência é respeito e veneração marcado pelo temor. Esse temor não é
medo, mas significa reconhecimento do poder superior de Deus. Serviço.
O
autor da Epístola aos Hebreus denomina os anjos de "espíritos
ministradores" (Hb 1.14), indicando que eles exercem serviços especiais
aos interesses do Reino de Deus.
Os
anjos executam a vontade de Deus
O próprio sentido da palavra "anjo" é mensageiro. Portanto, é função
precípua dos anjos servir aos interesses de Deus, obedecendo-lhe em toda a sua
soberana vontade. Mais uma vez o autor de Hebreus indica essa função angelical
de serviço quando diz: "Ainda quanto aos anjos, diz: Aquele que a seus
anjos faz ventos e a seus ministros labaredas de fogo"(Hb 1.7). Os
escritor sagrado os destaca como "ministros" para identificar o
serviço que prestam a Deus em favor dos santos em Cristo.
Os
anjos cuidam e protegem os fiéis
Há um texto nos Salmos que declara que "o anjo do Senhor acampa-se ao
redor dos que o temem e os livra"(Sl 34.7). Elias, ameaçado de morte pela
rainha Jesabel, mulher de Acabe, precisou fugir da cidade para escapar com
vida. Elias fugiu para o deserto e assentou-se debaixo de uma pequena árvore
chamada zimbro. Estava triste e decepcionado, por isso, pediu a morte. Deitado
debaixo daquele zimbro, veio um anjo da parte de Deus e o tocou e lhe disse:
"Levanta-te e come. E olhou, e eis que à cabeceira estava um pão cozido
sobre brasas, e uma botija de água; e comeu, e bebeu e tornou a deitar-se. E o
anjo do Senhor tornou segunda vez, e tocou-o, e disse: Levanta-te e come,
porque mui comprido te será o caminho"(1 Rs 19.5-7)