sexta-feira, 30 de novembro de 2012

UM ESTUDO EM 2TIMÓTEO


UM ESTUDO EM 2TIMÓTEO

INTRODUÇÃO
Como disse no estudo sobre 1Timóteo: “As cartas a Timóteo e a Tito são chamadas de “pastorais”.
Todas as cartas de Paulo foram pastorais. Estas foram dirigidas a pastores: Timóteo e Tito. Servem-
nos por isto. O sentido da palavra “pastoral” aqui ficou quase como sendo sinônimo de “clerical”,
uma carta para pastores. Somos pastores. Paulo, o grande pastor, missionário, teólogo tem algo a
nos dizer aqui. Vejamos”. Agora, nosso tema é a 2Timóteo. Vejamos, também.
1. QUAL O PROPÓSITO DA CARTA?
Podemos compreender seu propósito lendo 1Timóteo 1.3-4. Timóteo está em Éfeso, encaminhado
por Paulo, para resolver problemas daquela igreja. Geralmente pensamos nas igrejas do Novo
Testamento como igrejas boas, saudáveis, até perfeitas. Até se ouve, vez por outra, a frase:
“Precisamos voltar a ser como a igreja do Novo Testamento”. Elas tinham problemas como as
nossas. A de Corinto tinha problemas piores que os nossos. Aqueles pastores lutavam com
problemas como nós lutamos. Não eram obreiros perfeitos. Eram tão humanos como nós, e às
voltas com problemas e limitações como nós. Por isso, esta carta nos serve. Gente como nós, à
frente de igrejas como as nossas, com ovelhas como as nossas. Serviu para Timóteo, servirá para
nós.
2. OS PROBLEMAS DA IGREJA
(1) Excesso de palavras, muito discurso oco, negando até a ressurreição: 2.16-18. Himeneu era
“barra pesada”: 1Tm 1.19-20. Há muito Himeneu em nossas igrejas.
(2) Ainda havia Alexandre, que causara males a Paulo: 4.14-15. Cullmann acha que Alexandre era
um líder judaizante que acusara Paulo. Ele presume ser este Alexandre o judeu de Atos 19.33-
34. Ele se voltara contra Paulo desde aquela época.
(3) Havia também a falsa espiritualidade: 3.1-5. São pessoas que resistem à verdade. Gente que
confunde doutrina com fábulas, com crendices e superstições. Falsa espiritualidade talvez seja
um dos problemas mais comuns em nossas igrejas.
Achamos que nossas igrejas têm problemas e que nosso peso é duro? Os pastores do Novo
Testamento enfrentaram o mesmo problema. Qual é a lição? Que pastorear o rebanho de Deus é
enfrentar rebeldes, sofrer maldade de ovelhas (ou bodes?) e administrar caos doutrinário. Uma
pergunta; vale a pena passar por tudo isto? Creio que a melhor resposta, por enquanto, vem de
1Pedro 5.1-4.
3. DOIS TEMAS CAPITAIS NA CARTA
Exatamente por abordar as dificuldades do ministério, Paulo focaliza dois temas de fundamental
importância nesta carta. Os comentaristas os chamam de “retrato do mártir cristão” e “o retrato do
pastor”. O “retrato do pastor” tem três aspectos, segundo Bortolini (eu chamaria de dimensões).
Como disse Bortolini: “O primeiro é pessoal, o segundo envolve o líder com sua comunidade; o
terceiro o mostra num quadro mais amplo, o da sociedade em geral”. Vamos ver estes dois temas
mostrados pelo apóstolo.
4. O RETRATO DO MÁRTIR CRISTÃO
É apresentado em quatro ângulos:
(1) Não se envergonhar da fé: 1.11-18. Paulo não se envergonhava (v. 12) e Onesíforo não
envergonhou (v. 16). O sentido é de não se encabular, não se retrair, não ter medo nem querer
desistir.
(2) O conflito com a sociedade civil: 3.13-18. Não devemos esperar aplausos do mundo. Quem
quiser viver em piedade será perseguido. Cabem aqui as palavras de João 15.18-21.
(3) Manter-se firme no combate cristão: 4.6-8. Um mártir nunca desiste e entrega sua vida como
ato de culto a Deus.
(4) Mesmo traído, abandonado, exercer o perdão: 4.16-18. Deus livra aqui e leva para o reino.
Mártir não é, necessariamente, o que morre numa fogueira. É o que se mantém fiel, mesmo em
meio aos problemas e sofrimentos. Cada pastor, neste sentido, deve ser um mártir.
5. O RETRATO DO PASTOR
Este é mais amplo e é mostrado em sete ângulos, que abarcam os três aspectos ou dimensões já
mencionados no ponto 3:
(1) Reavivar, não se envergonhar e participar do sofrimento pelo evangelho: 1.6-8. Admiro e
“invejo” os pastores que só têm triunfos, autênticos “tratores espirituais”, que passam por cima
de tudo. Já tomei tanta bordoada que até pensei em desistir. Um colega orou comigo pedindo
que Deus me fizesse digno de sofrer participando das aflições de Cristo. Ele citou 1Pedro 4.13.
Foi-me uma grande lição.
(2) Fortificar-se, comunicar a graça, solidarizar-se com o sofrimento dos colegas: 2.1-7. Há quem
exulte com os problemas dos colegas. Não somos rivais. Somos colegas. Para se subir não se
precisa dos escombros do ministério alheio.
(3) Lutar contra as falsas lideranças religiosas, lembrando, testemunhando, não tendo do que se
envergonhar: 2.14-18. O versículo 15 mostra que deve ser um homem conhecedor do evangelho
(“maneja bem”), mas não apenas cognitivamente e também existencialmente (“não tem do que
se envergonhar”). O maior antídoto contra as heresias é um antivírus bíblico e um caráter
autêntico.
(4) Fugir e permanecer (2.22-26). Fugir das paixões sensuais e seguir na firmeza da vocação, com
integridade. Provérbios 22.3 cabe bem aqui. Eis uma boa citação de Hansen: “Terei pouco
controle sobre meu ministério se tiver pouco controle sobre meus pensamentos e sentimentos”
(O poder de amar sua igreja, p. 119). Cuidado com pensamentos e sentimentos que nãose
consegue controlar.
(5) O conflito com a sociedade civil: 3.13-18. É uma parte do retrato do mártir (a segunda). O
mundo não pode tolerar pessoas santas que o reprovem. Reprovar com palavras traz bate-boca,
mas quando é com a vida, leva o mundo ao ódio.
(6) Firmeza: 3.14-17. A base desta firmeza é a Palavra de Deus (v. 16), não um idealismo utópico
ou uma decisão baseada na necessidade de afirmação. A fonte de firmeza para o obreiro é a
Palavra de Deus, que o alimenta.
(7) Proclamar a Palavra: 4.1-5. Porque está firme nela pode proclamá-la. A pior coisa para um
pastor é ler a Bíblia profissionalmente, em busca de mensagem se não lê com fome e com
profundo respeito, suas mensagens serão discursos. O que dá autoridade moral à pregação não é
a retórica, mas o amor à Bíblia. O pastor se firma na Bíblia, mesmo quando ela o corrige. O
falso profeta engendra argumentos, fábulas, para manter suas posições. “Prega a Palavra” é o
mote que todo pastor deveria ter ecoando em seus ouvidos.
CONCLUSÃO
Parece que ser pastor é ser um saco de pancadas ou ser uma pessoa passiva, que aceita sofrer e até
morrer, como se esta fosse a única opção. A opção é a fidelidade, traga ela o que trouxer. Mas não é
ser saco de pancadas nem passivo. É uma profunda e inabalável convicção de que tudo está nas
mãos de Deus. Ele livra e leva seguro ao céu (4.17-18). O compromisso é com Cristo, para honrá-lo
e servi-lo. Esta é a maior glória que podemos ter: fazer algo para Cristo.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O que é a apologética Cristã?


O que é a apologética Cristã?




Pergunta: "O que é a apologética Cristã?"

Resposta: 
A palavra "apologia" vem de uma palavra grega que significa "dar uma defesa". Apologética Cristã, então, é a ciência de dar uma defesa da fé Cristã. Há muitos céticos que duvidam da existência de Deus e/ou atacam a crença no Deus da Bíblia. Há muitos críticos que atacam a inspiração e inerrância da Bíblia. Há muitos falsos professores que promovem doutrinas falsas e negam as verdades básicas da fé Cristã. A missão da apologética Cristã é combater esses movimentos e promover o Deus Cristão e a verdade Cristã.

O versículo chave para a apologética Cristã é provavelmente 1 Pedro 3:15-16: "antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor..." Não há nenhuma desculpa para um Cristão ser completamente incapaz de defender sua fé. Todo Cristão deve ser capaz de pelo menos dar uma apresentação razoável de sua fé em Cristo. Não, nem todo Cristão precisa ser um especialista em apologética. Todo Cristão, no entanto, deve saber o que acredita, por que acredita, como compartilhar sua fé com outras pessoas, e como defendê-la contra mentiras e ataques.

Um segundo aspecto de apologética Cristã que é ignorado com frequência é a primeira parte de 1 Pedro 3:16: "fazendo-o, todavia, com mansidão e temor..." Defender a fé Cristã com apologética nunca deve envolver ser rude, furioso ou desrespeitoso. Enquando praticando apologética Cristã, devemos tentar ser fortes em nossa defesa e ao mesmo tempo imitar a humildade de Cristo em nossa apresentação. Se ao ganharmos um debate levamos uma pessoa ainda mais longe de Cristo pela nossa atitude, perdemos o verdadeiro propósito da apologética Cristã.

Há dois aspectos / métodos básicos de apologética Cristã. O primeiro, conhecido como apologética clássica, envolve compartilhar provas e evidências de que a mensagem Cristã é verdade. O segundo, conhecido como apologética presuposicional, envolve confrontar as pressuposições (idéias pré-concebidas, suposições) por trás das posições anti-Cristãs. Proponentes dos dois métodos de apologética Cristã geralmente discutem entre si sobre qual método é mais eficiente. Aparentaria ser bem mais produtivo usar os dois métodos, dependendo da pessoa e da situação.

Apologética Cristã é simplesmente apresentar uma defesa básica da fé Cristã e da verdade Cristã àqueles que delas discordam. Apologética Cristã é um aspecto necessário da vida Cristã. Somos todos comandados a estarmos prontos e equipados a proclamar o Evangelho e defender nossa fé (Mateus 28:18-20; 1 Pedro 3:15). Essa é a essência da apologética Cristã.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

velocidade

Existe Realmente Poder em Nossas Palavras?


Existe Realmente Poder em Nossas Palavras?


Há alguns dias entrei numa livraria evangélica. Olhando as novidades, vi, estupefato, que as obras que estavam à vista eram aquelas que falavam sobre o poder inerente da língua. Como: “Há poder em suas palavras”, “Zoe: a própria vida de Deus”, “A sua saúde depende do que você fala”, etc.

Conversando com a atendente perguntei-a sobre os livros que estavam mais escondidos, como por exemplo, os livros de teologia, de referências, de história da Igreja, etc. Ela respondeu-me que são livros que não sai das estantes, a não ser que algum pastor, professor ou seminaristas venham a adquiri-los. E disse-me que mais de 90% das pessoas que frequentam a livraria só compram livros dessa “nova teologia”.

É lamentável que isto seja um reflexo da falta de conhecimento da Igreja hodierna. As pessoas não querem mais pesquisar a fundo o que se vende ou se escuta por ai. Só querem bênçãos, sem se importar com o abençoador. Querem as coisas de Deus, embora não pensem em conhecê-lo. Buscam o pão da terra, mas rejeitam o pão do céu. Nestas poucas linhas tentarei demonstrar que apesar de estar impregnada na Igreja como um todo, a confissão positiva é uma falha grave da chamada “nova teologia”.

DEFININDO OS TERMOS

O que é o Movimento do Pensamento Positivo? É a crença em que o pensamento de uma pessoa é o fator primordial em relação a suas circunstâncias. Só em ter pensamentos positivos todas as influências e circunstâncias negativas serão vencidas.

E o Movimento de Confissão Positiva?
 É a versão cristianizada do pensamento positivo que essencialmente substitui a fé em Deus pela habilidade de ter fé em si mesmo. O simples fato de confessar positivamente o que se crê faz com que o desejo confessado aconteça.

O verbo decretar está sendo conjugado dia-a-dia pelas mais variadas denominações. Não são poucas as pessoas que usam o jargão evangélico: “Tá decretado!” Não faz muito tempo às famosas frases de efeito no meio evangélico eram outras bem menos danosas para a fé cristã, como, por exemplo: “O sangue de Cristo tem poder” – nem sempre usada no contexto correto –, “Tá amarrado!” etc.

Mas, qual o motivo da frase “tá decretado” – e suas variações – estar errada? Não temos que reivindicar os nossos direitos junto ao Pai? Não somos filhos do Rei? As nossas palavras não possuem poder?

Para responder, sinceramente, a estas e outras perguntas, gostaria de dar algumas explicações do por que não creio na assim chamada “confissão positiva”.

Devemos também lembrar-nos de que o termo “decreto” pertence somente ao Senhor de Toda Glória, como bem falou Rubens Cartaxo Junior: “Os Decretos eternos de Deus é exclusivo de Sua pessoa o qual fez desde a Eternidade – Sl 33.11; Is 14.26-27; 46.9-10; Dn 4.34-35; Mt 10.29-30; Lc 22.22; At 2.23; 4.27-28; 17.26; Rm 4.18; 8.18-30; I Co 2.7; Ef 1.11; 2.10; II Tm 1.8-9; I Pe 1.18-20. Estes textos demonstram que Deus tem um propósito, ou um plano, para o Universo que criou. Este plano existe antes da criação. É um plano sábio, de acordo com o conselho de Deus. Ninguém pode anulá-lo, pois é Eterno”.

A “confissão positiva” é parte da “teologia da prosperidade”, tão divulgada e recebida pela Igreja brasileira. Esta doutrina vem sendo divulgada há alguns anos no Brasil, especialmente por R. R. Soares que é o responsável pela divulgação dos livros de Kenneth E. Hagin, principal expositor desta doutrina. Hagin diz que recebeu a fórmula da fé diretamente de Jesus, e mandou escrever de 1 a 4 esta “fórmula”. Com ela, diz, pode-se conseguir tudo. Consiste em:

1 - “Diga a coisa”, positiva ou negativamente, tudo depende do indivíduo.

2 - “Faça a coisa”, o que nós fazemos irá determinar a nossa vitória.
3 - “Receba a coisa”, a fé irá dinamizar a ação e Deus tem que responder, pois está preso a “leis espirituais”.
4 - “Conte a coisa”, para que outras pessoas possam crer. Deve-se usar palavras como: decretar, exigir, reivindicar, declarar, determinar, e não se pode pedir “se for da tua vontade”, pois isso destrói a fé.

Não são poucos os líderes que adotam e pregam essa doutrina. Como disse o próprio R. R. Soares em uma entrevista para a Revista Eclésia, quando perguntado se ele era adepto da teologia da prosperidade, ele respondeu:

“…Agora, eu prego a prosperidade. Prefiro mil vezes pregar teologia chamada da prosperidade do que teologia do pecado, da mentira, da derrota, do sofrimento… A teologia da prosperidade, pelo que se fala por aí, eu bato palmas. Não creio na miséria. Essa história é conversa de derrotados. São tudo um bando de fracassados, cujas igrejas são um verdadeiro fracasso”.

Para muitos, ganhar e ter dinheiro viraram sinônimos de vitória. E o que mais nos impressiona é a suposta “base bíblica” para defender seus devaneios. Um exemplo clássico é o texto de Filipenses 4:13 – que virou um moto na boca dos cristãos hodiernos – que diz: “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece” . Só que os adeptos da teologia da prosperidade ignoram por completo o contexto da passagem. Veja o que diz os versos 11 e 12: “Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter em abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade”.

Em outras palavras Paulo diz-nos que poderia passar por qualquer situação – fome, abatimento, necessidade, ter de tudo e não ter nada – pelo simples fato de que a sua força, em momentos de tribulação ou não, era Jesus Cristo.

Esse movimento pensa que a língua e a mente têm um poder que pode criar as circunstâncias ao nosso redor. Não é mais do que uma 'parapsicologia evangélica'. Muitas das coisas que os “doutores da fé” dizem são clones dos ensinamentos do poder da mente, muito explorado pelo Dr. Joseph Murphy anos atrás. Ele escreveu alguns livros como: “Como usar as leis da mente”, “Conversando com Deus”, “As grandes verdades da Bíblia”, “A magia do poder extra-sensorial”, “O poder do subconsciente”, dentre outros.

Vou apenas citar um trecho do livro “A paz interior”, do Dr. Murphy para vermos que se parece muito com os “doutores da fé”. Comentando João 1:5-7 ele diz:

“As trevas referem-se à ignorância ou falta de conhecimento da maneira como a mente funciona. Estamos nas trevas quando não sabemos que somos o que pensamos e sentimos. O homem está num estado condicionado do Não-condicionado, com todas as qualidades, atributos e potenciais de Deus . O homem está aqui para descobrir quem é. Não é um autônomo. Tem a capacidade de pensar de duas maneiras: positivamente e negativamente . Quando começa a descobrir que o bem e o mal que experimenta são decorrentes exclusivamente da ação de sua própria mente, começa a despertar do senso de escravidão e limitação ao mundo exterior. Sem conhecer as leis da mente , o homem não sabe como produzir seu desejo”.

Vejamos ainda o que Jorge Linhares diz em seu livro: “Bênção e Maldição”, onde mostra um Deus dependente do homem, este é o Evangelho da Confissão Positiva e do Evangelho da Maldição – “Palavras produzem bênção… [ou] maldição… Palavras negativas… dão lugar a opressão demoníaca… …Palavras positivas (confissão positiva), amorosas, de fé, de confiança em Deus, liberam o poder divino para desfazer a opressão…”

SUPOSTA BASE BÍBLICA DA CONFISSÃO POSITIVA

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Entenda o conflito entre Israel e Palestinos e sua importância para os cristãos do ponto de vista teológico


Entenda o conflito entre Israel e Palestinos e sua importância para os cristãos do ponto de vista teológico


A atual crise na Faixa de Gaza, entre o grupo Hamas e o governo de Israel está sob uma trégua, acertada em acordo feito por ambas as partes na noite de quarta-feira, 21/11. O acordo, mediado pelo governo dos Estados Unidos, encerrou uma sequência de oito dias de ataques de ambos os lados.

O recente conflito se iniciou após uma ação do exército israelense próximo aos territórios palestinos na região, e despertou especulações por parte de lideranças evangélicas e teólogos a respeito de um significado maior em termos de profecias bíblicas.

A Redação do Gospel+ entrou em contato com o teólogo Alexandre Milhoranza para expor as nuances teológicas do conflito e esclarecer pontos importantes para a compreensão do assunto.

Segundo Milhoranza, “o conflito árabe-israelense reacende a antiga visão de Israel, como povo escolhido de Deus, na consumação final do Reino de Deus na terra. Esta é uma visão herdada equivocadamente do Antigo Testamento”, introduz o teólogo, que explica seu conceito: “Digo equivocadamente pois no Antigo Testamento não há o conceito do estabelecimento do Reino de Deus, pois este está sempre presente (Sl. 103:19; Sl. 145:11-13). No Antigo Testamento, Deus é o soberano da criação com domínio irrestrito sobre tudo e sobre todos, de acordo com a visão hebraica”.

Com o Novo Testamento, inicia-se uma nova fase, que embora não seja alvo de muitas discordâncias na análise teológica, representa aspectos importantes para a compreensão a partir do ponto de vista bíblico: “No Novo Testamento vemos João Batista anunciando a vinda iminente do Reino de Deus. Este inclusive foi o tema central da pregação de Jesus, que o anunciava como uma realidade presente e manifestada em sua própria pessoa e nos milagres realizados por ele. Estes podem ser considerados aspectos já presentes na realidade do Reino de Deus e, até aqui, não há tantas controvérsias sobre este assunto. Este é o chamado “já” na teologia sobre o Reino de Deus”, explica Alexandre Milhoranza.

As controvérsias surgem com a interpretação apenas em sentido literal das profecias: “O problema surge quando consideramos os aspectos futuros do estabelecimento do Reino de Deus, o famoso “ainda não”. Neste ponto muitos se dividem entre associar, ou não, a Igreja com Israel e suas promessas. O grande problema de algumas linhas teológicas é interpretar as profecias, especialmente as de Apocalipse, num sentido estritamente literal. Neste ponto há uma distinção radical entre Israel e a Igreja, forçando o cumprimento literal de todas as profecias do Antigo Testamento sobre Israel”, diz o teólogo, dando dimensão da complexidade do assunto.

Para Milhoranza, essa linha de pensamento é falha e mantém seus adeptos reféns de cálculos que geram especulações sobre os sinais dos tempos e consequentemente, a respeito da volta de Cristo: “É aqui, que esta linha de interpretação ao meu ver falha, pois nem os apóstolos interpretaram as profecias do Antigo Testamento literalmente. Os teólogos que são adeptos dessa teoria ficam escravos dos cálculos históricos e qualquer acontecimento político no Oriente Médio torna-se motivo para mais especulações escatológicas. Não creio que deva ser este a razão de ser da Igreja, mas fazer como o próprio Jesus afirmou: ‘O reino de Deus é chegado a vós’”.

Tensão em Gaza: Israel convoca 30 mil reservistas


Tensão em Gaza: Israel convoca 30 mil reservistas


O Ministério da Defesa de Israel autorizou nesta quinta-feira (15) a convocação de 30 mil reservistas, por conta do aumento da tensão com o Hamas no território palestino da Faixa de Gaza. Pelo menos 19 morreram na região desde o começo do confronto, na quarta-feira (14).

"Estamos em um processo de expansão da campanha", disse um porta-voz do ministério, acrescentando que o grupo pode ser mobilizado "imediatamente".

Depois "determinaremos quantos deles serão chamados", disse. "Todas as opções estão sobre a mesa.".


Nesta quinta-feira à tarde, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia afirmado que Israel "continuará realizando as ações necessárias para defender sua população".

Policiais em frente ao mar em Jaffa, região de Tel Aviv, na noite desta quinta-feira (15), próximo ao local em que o foguete teria caído (Foto: AFP)

Tel Aviv

Mais cedo, um foguete disparado da Faixa de Gaza atingiu a região de Tel Aviv, maior cidade de Israel.

A rádio militar israelense havia informado que o foguete tinha caído na cidade, mas depois o exército negou, e fontes disseram que ele caiu no Mar Mediterrâneo.

Sirenes fizeram os moradores procurar abrigo no centro comercial da cidade, em pânico, e um estrondo foi ouvido.

O braço armado da Jihad Islâmica, as Brigadas Al-Qods, afirmou em um comunicado que havia bombardeado Tel Aviv "com um foguete Fajr 5", de fabricação iraniana, que tem um alcance máximo de 75 quilômetros, e que "o pior estava por vir".

Segundo a imprensa israelense, é a primeira desde 1991, quando o Iraque de Saddam Hussein lançou mísseis Scud, que um foguete cai nas imediações de Tel Aviv.

Segundo dia de confrontos

Três civis israelenses e dez palestinos morreram nesta quinta no segundo dia de uma grande ofensiva aérea israelense contra Gaza, com o risco de o confronto se transformar em uma guerra aberta. O exército israelense anunciou a convocação de 30 mil reservistas.

Três pessoas morreram em Israel, vítimas de um foguete. Foi o primeiro relato de mortes de israelenses desde a véspera, quando bombardeios israelenses provocaram a morte de Ahmed Jaabali, líder militar do movimento palestino Hamas, e de mais oito palestinos.

As mortes ocorreram na cidade de Kiryat Malachi, ao norte de Gaza, segundo a polícia. Outras duas pessoas ficaram feridas, de acordo com o porta-voz Micky Rosenfeld.

Segundo a imprensa israelense, as vítimas são um casal de cerca de 30 anos e uma mulher de 20, que vivia em um apartamento vizinho.

As aulas foram suspensas em todas as localidades do sul de Israel localizadas a até 40 quilômetros da Faixa de Gaza.

videos cantinho da roça

Globo pra visitantes