quinta-feira, 14 de março de 2013

A Espiritualidade e a Transformação da Interioridade

A Espiritualidade e a Transformação da Interioridade


Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai que está nos céus”. Mt 5.16

Introdução
Vivemos no século das aparências. Em épocas assim, o grande desafio é manter uma espiritualidade da intimidade. Estamos vivendo um angustiante dilema: viver pela Palavra numa sociedade da imagem. Nessa geração do exterior, a distância entre a ética e a estética é muito tênue. Muitos sacrificam sua intimidade em busca da afirmação da massa popular, dos aplausos, das multidões. Essa religiosidade da superficialidade tem feito raízes secarem. Richard Foster escreveu: “A superficialidade é a maldição de nosso tempo”. Em nome dessa superficialidade, muitos morrem asfixiados sem a atmosfera da profundidade. O mesmo Richard Foster afirmou: “Na sociedade contemporânea, o nosso adversário se especializa em três coisas: ruído, pressa e multidões”.

APRENDENDO COM AS BEM ABENTURANÇAS.

O texto de Mateus 5.1-12 trata das “bem-aventuranças” (do grego: makarismós – “felicidade”, ou “felizes”). Elas constituem a base de uma espiritualidade interior plena. São grandiosas promessas de Jesus aos que decidirem servi-lo. Essas bem-aventuranças formam uma abençoada unidade. Assim como o fruto do Espírito (G1 5.22,23), apesar de composto (nove graças), ser único, as bem-aventuranças também seguem essa lógica divina. São distintas, porém unas. Cada uma delas descreve uma qualidade da espiritualidade interior com reflexos na exterioridade. Desenvolver uma ou outra, sem a completude, nos coloca em um perigoso desequilíbrio.

a) Um chamado para andar na direção oposta Jesus pronuncia as bem-aventuranças para um povo que acalentava um sentimento de vingança contra Roma. Curiosamente, o Mestre propõe uma inversão: Ele chama essas bem-aventuranças de “felicidade dos infelizes”. O escritor Walter Kasper afirma que “os escritos sapienciais gregos e judaicos declaram bendito o homem que tem filhos obedientes, uma boa esposa, amigos fiéis, sucesso e assim por diante. Jesus, entretanto, fez uma interpretação contrária”. Ele chama de felizes os que, do ponto de vista do povo e da sapiência grega e judaica, eram infelizes. Jesus chama de felizes aqueles que, na exterioridade, não podem ser vistos como felizes. Mas, em sua interioridade são os mais felizes da face da terra.

b) A alegria de uma história pessoal digna de louvor – No versículo 12, Jesus diz: “Regozijai-vos e alegrai-vos, porque grande é o vosso galardão nos céus, pois assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós”. Jesus mostra aos discípulos a alegria que encara a história e afirma a segurança em Deus. Depois de mostrar aos discípulos circunstâncias dolorosas e promessas grandiosas, o Mestre os convida à alegria, ao gozo de uma história pessoal digna de louvor. Ele afirma que os que vivem esse contexto existencial das bem-aventuranças, desfrutam do legado dos profetas, tornam-se ecos históricos de vidas que amavam a Deus.

SERMÃO DO MONTE E A INTERIORIDADE

O Sermão do Monte é um discurso inigualável proferido por Jesus num lugar elevado para o norte e oeste do mar da Galiléia (Mt. 5-7). Ele trabalha com rara profundidade a questão da transformação do caráter, da revolução da interioridade. Originalmente, caráter significava “gravação”. O ato de gravar, deixar marcas, sinais indeléveis em determinados objetos, com o intuito de distinguir uns dos outros. Mais tarde, o caráter passou a ter significado moral. Assim, o caráter de um indivíduo tem qualidades marcantes que o diferenciam dos outros. Os fariseus trabalhavam toda sua teologia com base no exterior, porém Jesus lança na interioridade, nas dimensões mais íntimas do caráter.

a) Uma revolução de dentro para fora- Do ponto de vista de Jesus, o reino de Deus inicia-se por uma revolução interior, na qual o “eu” é destronado pela renúncia, a vontade própria é eliminada, e a vontade soberana de Deus, “assim como é feita nos céus” (Mt 6.10), se toma a nossa vontade, e o seu propósito sublime, se torna o grande objetivo de nossa vida, conferindo real sentido à nossa existência. Jesus apela para uma vida plena dentro da alma, do lado de dentro do ser, nos recônditos secretos de cada ser. Jesus abomina as teologias farisaicas das aparências (Mt 6.6,16; 7.1,21).

b) Fortificando a espiritualidade comunitária – A espiritualidade do secreto nos habilita para o exercício de uma espiritualidade verdadeira em público, sem o artifício das máscaras, mas com originalidade, autenticidade. Uma advertência precisa ser feita: se buscamos os lugares públicos porque não suportamos o quarto solitário, vamos permanecer solitários nos lugares públicos. Embora a espiritualidade do secreto seja excelente, carecemos da comunhão. A espiritualidade que não conduz à comunhão transforma o lugar secreto no lugar da morte.

c) Uma nova forma de viver o Sermão do Monte nos convoca a unir em nossa experiência existencial a justiça que se manifestou no Sinai, temperada pela misericórdia que brilhou no Calvário. A purificação abrange a vida toda. Passamos a viver uma vida digna de ser chamada “cristã”. Vivemos abertos aos grandes sentimentos de Deus, às grandes realidades da graça. Mesmo em dias difíceis como os atuais, temos o desafio de “iluminar e salgar” (Mt 5.13-16), nos tomar os elementos diferenciadores da vida.

OS PERIGOS DA VISIBILIDADE

Charles Haddon Spurgeon, considerado “o príncipe dos pregadores”, em um sermão sobre a “figueira infrutífera” (Mt 21.18-22), disse que “o maior problema daquela figueira é que ela ocupava uma posição de destaque (Mt. 21.19), melhor seria para aquela figueira que tivesse nascido longe da estrada, na encosta de algum monte, mas nunca à beira do caminho, ao alcance da visão de Jesus”. A visibilidade estéril é a frustração de muitos ministérios. No Sermão do Monte, o Mestre faz questão de destruir qualquer vestígio de uma espiritualidade baseada na visibilidade.

a) A síndrome do sucesso: o mal do personalismo – Muitos são os que foram infectados pelo vírus do personalismo. Gente que promove uma espiritualidade marqueteira, mercantilizada, que vende a alma no banco diabólico do lucro. George MacDonald escreveu: “o homem falhará desgraçadamente em qualquer coisa que faça sem Deus, ou, mais desgraçadamente ainda, terá sucesso”.

b) A multidão e o indivíduo Jesus gastou mais tempo com indivíduos do que com multidões. Hoje, muitos vivem numa busca obsessiva pelas multidões. Fázem de tudo para que seus nomes sejam lembrados nos encontros de multidões, mas quase nunca estão nos ajuntamentos de “dois ou três” (Mt. 18.20). O problema da multidão é que ela despersonaliza. Não se pode estabelecer um relacionamento íntimo com uma multidão, conseqüentemente, não podemos confiar na multidão. A mesma multidão que recebeu Jesus, em sua entrada triunfal em Jerusalém, ao som de “Hosana” (Mt 21.9), pediu Barrabás (Mt 27.20-25).

c) A guerra dos egos O escritor clássico C. S. Lewis dizia que “o egoísmo é o estado mental completamente anti-Deus”. Uma interioridade transformada é aquela em que o ego é redimido, onde podemos viver a segurança da humildade. Muitos, em nome do ego, perdem sua paz de espírito, negociam sua integridade. Em nome do ego, um querubim virou demônio, igrejas promissoras perderam seu testemunho histórico. Púlpito não é palco, igreja não é mercado nem teatro. A verdadeira espiritualidade subjuga o ego lavando-o sempre no sangue do Cordeiro. Quando nosso ego é destronado, a graça flui, e quando as portas perigosas do ego se fecham, as maravilhosas portas da eternidade se abrem.

Descobertas da NASA provam que descrição bíblica sobre a criação é “cientificamente precisa”

Descobertas da NASA provam que descrição bíblica sobre a criação é “cientificamente precisa”Descobertas da NASA provam que descrição bíblica sobre a criação é “cientificamente precisa.




A ciência e a religião por muitas vezes tem versões diferentes para os mesmos fatos, e em muitas questões, as teorias se opõem completamente ao que a Bíblia diz.

Uma pesquisa encomendada pela NASA acaba de dar sentido ao versículo 2 do primeiro capítulo de Gênesis: “E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo”.
Dados coletados por um satélite científico protoplanetário, que circunda o sistema estelar CoKu Tau 4, na constelação de Touro, levaram à conclusão de que planetas como a Terra se formam na escuridão de refugo e detritos da sua estrela central, coincidindo com a descrição do livro de Gênesis, que prega que o planeta era sem forma e vazio em seus estágios iniciais de desenvolvimento.
Os cientistas da NASA afirmaram ainda, segundo informações do PRNewsWire, que a descrição bíblica do livro de Gênesis é “incrivelmente precisa, tendo em vista o fato de que a palavra hebraica traduzida ‘dia’ (yom) pode significar vários períodos de tempo, e não apenas um período de 24 horas”, o que coincidiria com o relato bíblico de que Deus criou o mundo em “dias”.
Essas descobertas da Nasa também revelaram que como um planeta amadurece dentro de seu casulo empoeirado de forma gradual, acaba sugando toda a poeira entre ele e o sol, o que seria compatível com o que o livro de Gênesis diz no versículo três: “Haja luz”, que a ciência trata como “Luz difusa”.
Segundo o PRNewsWire, somente nos últimos estágios de formação do planeta, a luz do sol, já existente, a lua e as estrelas seriam visíveis da Terra: “Esta informação corresponde a Gênesis 1:16, para o dia quatro da criação, quando se olha pelo contexto do idioma hebraico. ‘E Deus passou a fazer (‘a-sah’) os dois grandes luminares [...] e também as estrelas’. A palavra hebraica ‘a-sah’ não significa criar, mas sim para realizar, ou levar a termo”, escreveu Paul Hutchins no portal.
Os dados da NASA mostram que a Terra foi formada a partir de resíduos e detritos do sol, e que a luz surgiu lentamente em etapas, na forma exata que foi descrita em Gênesis, e fazendo a passagem bíblica ser reconhecida como “cientificamente precisa quando lida no contexto de sua linguagem original, o hebraico”.

domingo, 10 de março de 2013

CUIDADO COM O FERMENTO

CUIDADO COM O FERMENTO
À procura da verdade, no meio da confusão religiosa
"Vede e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus"
[Mattityahu (Mateus) 16:6]
     Quando Yahushua proferiu estas palavras de advertência aos seus apóstolos, ele se apoiou em milhares de anos de significado simbólico da palavra "fermento". Quando entendemos o uso deste termo na Palavra de Yahuh, podemos ver algumas aplicações da sua advertência, que são importantes para nossos esforços ao servir a Yahuh.

O Fermento do Erro

Os usos simbólicos da palavra "fermento", na Palavra de Yahuh, são geralmente negativos. O fermento frequentemente representou o mal e o erro. Podemos traçar nos escritos da primeira aliança o desenvolvimento destes significados da palavra "fermento". O uso do fermento era proibido durante a festa doa pães ázimos, a festa em que os israelitas comemoravam a libertação da nação judaica da servidão egípcia (Shemoth (Êxodo) 12:15 – “Sete dias comereis pães ázimos; ao primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, desde o primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada de Yashurum (Israel)”]. De fato, os israelitas não tinham permissão para incluir fermento nos sacrifícios feitos a Ulhim. Em Wayriqra (Levítico) 2:11, Yahuh disse: "Nenhuma oferta de manjares, que fizerdes a Yahuh teu Ulhim, se fará com fermento; porque de nenhum fermento, e de mel nenhum queimareis por oferta a Yahuh". Baseando-se neste ensino da Tora de que o fermento representava alguma coisa má, impura e inaceitável por Yahuh, Yahushua e Shaul (Paulo) se referiram às falsas doutrinas como fermento. Yahushua advertiu contra o fermento o falso ensinamento dos fariseus e dos saduceus [Mattityahu (Mateus) 16:12 – “Então compreenderam que não dissera que se guardassem do fermento do pão, mas da doutrina dos fariseus”]. Shaul (Paulo) disse que aqueles que tentavam persuadir os discípulos a se voltarem contra a pratica da lei de Moisés (a sã doutrina) espalhavam o fermento [Galutyah (Gálatas) 5:4-9 – “Separados estais do Mashiach, vós os que vos justificais pela lei; da misericórdia tendes caído. Porque nós pelo espírito da fé aguardamos a esperança da justiça. Porque em Yahushua HaMashiach nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor. Corríeis bem; quem vos impediu, para que não obedeçais à verdade? Esta persuasão não vem daquele que vos chamou.Um pouco de fermento leveda toda a massa”].
     O fermento também representava a influência corruptora da imoralidade. Shaul (Paulo) se referiu ao problema da imoralidade sexual entre os discípulos de Corinto em termos duros e perguntou: "Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?" Qorintyah Alef (1Coríntios) 5:6. Deixada sem correção, a ação do fermento da imoralidade pode se espalhar e corromper a congregação inteira.

Sacrifícios Sem Fermento

     Exatamente como o povo de Yahuh no primeiro pacto tinham que oferecer sacrifícios ázimos (isto é, sem fermento) e puros, hoje Ulhim espera que nossos sacrifícios espirituais sejam livres de impurezas. Para ajudar-nos a apreciar este fato, Ulhim nos deu o exemplo do sacrifício perfeito e sem pecado oferecido por seu Mashiach. Os das tribos dispersas de Yashurum (Yisrael) de hoje celebram a festa dos pães ázimos (15/01ao 21/01) com pães ázimos e ervas amargas, porque isto também o Mashiach utilizou na comunhão modelo com seus apóstolos. Quando consideramos o simbolismo do fermento, fica aparente que nenhum outro tipo de pão poder ser satisfatório. Temos que imitá-lo e também sermos verdadeiramente sem fermento Qorintyah Alef (1Coríntios) 5:7 – “Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque o Mashiach, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”]. Uma congregação que é sem fermento e pura não permite imoralidade ou falso ensinamento. Qorintyah Alef (1Coríntios) 5:9-13 – “Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem; Isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais. Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro? Mas Yahuh julga os que estão de fora. Tirai, pois, dentre vós a esse iníquo”].

A Importância de Ser Moralmente Sem Fermento

Nossa sociedade é, infelizmente, cheia do fermento de imoralidade. A desonestidade, a cobiça e a sensualidade têm corrompido as vidas de inúmeras pessoas e ameaçam cada um de nós, todos os dias. Os jornais estão cheios de relatos da corrupção no Governo. As revistas e os filmes tiram lucro da exploração do pecado sexual. Yahushua nos chama para sermos luzes e para mudar este mundo escuro e corrompido Mattityahu (Mateus) 5:14-16 – “Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Ulhim, que está nos céus”.
     Porém, muitos que afirmam estarem seguindo o exemplo de Yahushua estão ignorando esta determinação. Enquanto proclamam estão se atualizando com um mundo em mudança, algumas congregações vão aprovando certas práticas claramente condenáveis, como o adultério [Luka (Lucas) 16:18” Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido, adultera também]; e o comportamento homossexual [Romiyah (Romanos) 1:26-27 – [Qorintyah Alef (1Coríntios) 6:9-11 – “Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Yahuh? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Yahuh. E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Mashiach Yahushua, e pelo espírito de santidade do nosso Ulhim”]. Onde Yahuh exigia santidade, estas igrejas modernas a substituem por uma atitude tolerante que aceita, o câncer mortal do pecado e encoraja a morte espiritual eterna. [Romiyah (Romanos) 6:23 – “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Yahuh é a vida eterna, por intermédio de Yahushua nosso Mashiach”]. O fermento está agindo, corrompendo os justos.

O Fermento do Erro

sexta-feira, 8 de março de 2013

O Campo do Oleiro e as Trinta Moedas de Prata


O Campo do Oleiro e as Trinta Moedas de Prata



"Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, Dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo. E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi se enforcar. E os príncipes dos sacerdotes, tomando as moedas de prata, disseram: Não é lícito colocá-las no cofre das ofertas, porque são preço de sangue. E, tendo deliberado em conselho, compraram com elas o campo de um oleiro, para sepultura dos estrangeiros. Por isso foi chamado aquele campo, até ao dia de hoje, Campo de Sangue. Então se realizou o que vaticinara o profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi avaliado, que certos filhos de Israel avaliaram, E deram-nas pelo campo do oleiro, segundo o que o Senhor determinou."  Mateus 27:3-10

As trinta moedas

Era o valor estimado por um escravo Êx 21:32. Profeta Zacarias havia previsto com precisão a negociação de Judas, 520 anos antes de acontecer:

Porque eu lhes disse: Se parece bem aos vossos olhos, dai-me o meu salário e, se não, deixai-o. E pesaram o meu salário, trinta moedas de prata. O Senhor, pois, disse-me: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles. E tomei as trinta moedas de prata, e as arrojei ao oleiro, na casa do Senhor Zacarias 11:12-13

Quem comprou o campo: judas ou anciãos e sacerdotes judeus?

Há uma polêmica envolvendo esse tema, tudo porque no livro de Atos 1:15-19, Pedro relata que "Judas adquiriu um campo com o salário da iniquidade Aceldama, isto é, campo de sangue". Encontraremos muitas referências relacionando "campo de sangue" com Judas e sua morte.

Campos no Original Grego:

A palavra grega usada para descrever campo em Mateus 27 é "agros" =campo. No grego, o campo citado por Pedro em Atos é "chorion" = propriedade particular. A propriedade particular de Judas, pode ter sido comprada com dinheiro roubado, ele era tesoureiro e desonesto. O lugar ficou conhecido como "campo de sangue" por ter sido o local de seu suicídio:

"Ora, ele adquiriu um campo com o salário da sua iniquidade; e precipitando-se, caiu prostrado e arrebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram. E tornou-se isto conhecido de todos os habitantes de Jerusalém; de maneira que na própria língua deles esse campo se chama Aceldama, isto é, Campo de Sangue".

Portanto, o campo adquirido por Judas, não é o mesmo descrito por Mateus.

Judas arrependido?

Existem dois tipos de arrependimento: Um para vida eterna e outro passageiro, que não produz salvação, mas: remorso, amargura. A infelicidade de Judas foi provocada por sua rebeldia em relação a Deus, seu amor ao dinheiro:

Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males I Tm 6:10

Deram-me mal pelo bem e ódio pelo seu amor. Põe acima de meu inimigo um impio, e Satanás esteja à sua direita. Sl 109:5-6 (sobre a traição de Judas)

Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte. 2 Coríntios 7:10

Jeremias ou Zacarias?

Mateus diz que a profecia da venda de Jesus por trinta moedas, pertence a Jeremias. Não são poucos os estudiosos da Bíblia que afirmam estar incorreta a citação: a profecia pertence a Zacarias e ponto final!

Não vejo, portanto contradição alguma em citar Jeremias e Zacarias como autores da profecia. Mateus apenas omite Zacarias, o que não quer dizer que tenha se enganado ou trocado o nome do profeta. Nos capítulos 18 e 19 do livro de Jeremias, encontramos clara referência a compra do "campo de Oleiro":

"Assim diz o Senhor: Vai e compra uma botija de oleiro, e leva contigo os anciãos do povo e os anciãos dos sacerdotes. E sai ao vale do filho de Hinom, que está à entrada da porta do Sol, e apregoa ali as palavras que eu te disser" Jr 19:1,2.


O "campo de sangue" adquirido pelos judeus, tem a mesma localização do citado por Jeremias : "Encontra-se em um nível terraço estreito na face sul do vale de Hinom. Seu nome moderno é Hak ed-damm ou Akeldamách

O vale de Hinom era um lugar de sacrifícios pagãos, crianças eram queimadas vivas no vale em oferenda a Maloque. Também chamado de "Tofete" ou "lugar alto" Jr 7:31

Akeldamách

A terra nesse lugar é rica em barro e antigamente o lugar era preferido dos oleiros para ajuntar a matéria prima de suas peças. A argila da região tem uma coloração forte vermelha. O campo foi utilizado como cemitério para não judeus. Muito barro foi retirado de Akeldamách por Helena de Constantinopla e proeminentes cristãos tanto para construção de casas como de sepulcros.

Atualmente no campo, existe um enorme sepulcro e um monastério, no centro uma larga coluna e um terraço que em seu lado sul fica o vale de Hinom (conforme descrito por Jeremias).

Simbologia de Akeldamách ou "Campo do Oleiro"

Alguma vez você já se perguntou por que as trinta moedas de prata conquistadas de forma inescrupulosa por Judas Iscariotes e ofertada no templo, compraram o "campo do oleiro"? 

Encontrei aqui uma mensagem fabulosa !! É claro que Jesus valia muito mais, infinita e eternamente mais que as trinta moedas! Seu sangue pagou uma dívida que nem todas as moedas do mundo seriam suficientes para pagar! Com Sua vida, Jesus pagou nossos pecados, nossa morte. Ele nos devolveu a liberdade e a vida eterna, aleluia!!

Vi no "campo de Oleiro" uma bela analogia: O dinheiro pago por um escravo iria resgatar muitos estrangeiros, torná-los novos, moldados, vasos nas mãos do Oleiro, chamado Jesus.

O campo, repleto de barro, serviria para sepultamento dos gentios, mas os gentios, não seriam mortos, sim restaurados como barro nas mãos do Oleiro. O campo de sangue, recebe esse nome, pela cor vermelha da terra e por representar a morte e derramamento de sangue de Jesus. Qual dos lugares pode receber o sangue de Jesus e não ser transformado por Ele?

O sangue de Jesus esteva nas portas das tendas dos israelitas quando da instituição da primeira Páscoa. Esteve representado na porta da meretriz Raabe (em um cordão vermelho) esteve em Akeldamách para salvação dos gentios!

Nenhum detalhe que envolveu a morte e ressurreição de Cristo foi vão. Da dor da morte e da alegria da ressurreição, a minha e a sua salvação. O "campo do Oleiro" também teve sua mensagem restauradora.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Reconstruíndo Com Pedras Queimadas - Neemias

Reconstruíndo Com Pedras Queimadas - Neemias


Não vos entristeçais; porque a alegria do Senhor é a vossa força." Neemias 8:10
Neemias foi contemporâneo de Esdras. Ambos viveram em uma fase difícil da história de Israel, quando o povo havia sido levado cativo para Babilônia e os que ficaram na cidade de Jerusalém, conviviam com um cenário desastroso. A cidade estava destruída. Casas e muros derrubados, construções em pedras despedaçadas pelo contato com o fogo e fúria dos inimigos.

“Os sobreviventes, lá na província que escaparam do cativeiro estão em grande dificuldade e vergonha, o muro de Jerusalém é dividido, e as suas portas foram destruídas pelo fogo.” Ne 1:3

Copeiro do rei Artaxexes, considerado funcionário de confiança da corte, Neemias servia na capital de Susã, a 150 milhas do Rio Tigre, que atualmente é o Irã. Ele adquiriu permissão e favores do rei para voltar a Jerusalém e reconstruir a cidade e suas fortificações. O ano é aproximadamente 432 a. C. O que aprendemos com Neemias? Essa é mais uma narrativa Bíblica fortalecedora, restauradora! Neemias era um homem de fé e temor a Deus, morando em um luxuoso palácio, nada lhe faltava, mas seu coração desfalecia pelos compatriotas judeus. Ele deixa o palácio e segue em missão para Jerusalém. Um homem que revela a grandeza da intercessão, da oração humilde, sincera e cheia de amor ao próximo. Além disso, a capacidade de discernimento de Neemias é algo que devemos buscar a fim de não cedermos às ciladas do inimigo.

“À noite me levantei, e uns poucos homens, comigo; não declarei a ninguém o que o meu Deus me pusera no coração para eu fazer em Jerusalém .

Então, lhes disse: Estais vendo a miséria em que estamos, Jerusalém assolada, e as suas portas, queimadas; vinde, pois, reedifiquemos os muros de Jerusalém e deixemos de ser vergonha.” Neemias 2:12 e 17.

Reedificar a cidade de Jerusalém representava também recobrar os ânimos dos moradores, a alegria de espírito, a comunhão espiritual com Deus. Jerusalém estava nua, desprotegida. Sem fronteiras, os inimigos adentravam livremente na cidade, saqueando o que restava, inclusive as vidas. Disse Jesus: “Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua nudez.” Ap 16:15. Essa situação é tão idêntica ao homem caído, entregue ao pecado. Sua alma fica refém do diabo que tem acesso livre às portas de seu coração. Neemias vem nos dizer que as fortalezas de pedra, destruídas e queimadas a fogo pelos inimigos, podem ser erguidas novamente, aleluia!
E sucedeu que, ouvindo Sambalate que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito; e escarneceu dos judeus .E falou na presença de seus irmãos, e do exército de Samaria, e disse: Que fazem estes fracos judeus? Permitir-lhes-á isto? Sacrificarão? Acabá-lo-ão num só dia? Vivificarão dos montões do pó as pedras que foram queimadas? Neemias 4:1-2
Sambalate é a imagem de Satanás, aquele que nos acusa e despreza na tentativa de nos fazer desistir . Seu desejo é como uma boca grande e sempre aberta para devorar dizendo palavras de derrota: “ pobres e fracos judeus, tudo que têm são montões de pedras queimadas que só servem para o lixo, até uma raposa derrubaria esses muros que pensam em reconstruir”. Querido leitor, essa é a missão do mal. Tal qual fez com Neemias faz conosco. Diz que não somos capazes, que somos pecadores, “pedras queimadas”. Seu prazer é ver muros derrubados, territórios saqueados, nus a frio e fome. Quando estivermos ouvindo essas vozes que surgem muitas vezes em forma de pensamento, ou através de “Sambalates”, saibamos de onde vem. Procuremos, assim como fez Neemias, orar , confiar e não desistir de agir conforme a Palavra.

A figura das pedras queimadas merece destaque.  Para Sambalate elas eram inúteis montões. Para Neemias, tinham valor tal qual as pedras originais. Essas pedras queimadas, podem ser eu e você, leitor. Feridos, decepcionados, vivendo adversidades. Pode ser quem um dia já se sentiu forte e feliz o bastante para ser muro sem brechas. Pode ser o que se levanta, se ergue, após seguidas derrotas. Pedras queimadas fala de vidas “passadas pelo fogo” e que aos olhos de muitos pode não ter valor, mas para Deus assim como para Neemias, elas podem reconstruir com a mesma força e utilidade de pedras virgens. Pedras queimadas em Jerusalém, fala de vida espiritual. Pessoas que já viveram com vigor a vida cristã e hoje não mais. Acredito que muitas são as pedras queimadas espalhadas pela igreja, necessitando serem ajuntadas e valorizadas para construírem (ou reconstruírem) fortalezas.

Neemias 4:7 E sucedeu que, ouvindo Sambalate e Tobias, e os árabes, os amonitas, e os asdoditas, que tanto ia crescendo a reparação dos muros de Jerusalém, que já as roturas se começavam a tapar, iraram-se sobremodo.

Muro feito com pedras queimadasEssa é uma fotografia de um muro reedificado com pedras queimadas, é perceptível a diferença de cor comparando-as com as pedras originais, elas são mais escuras. Esse muro fica em Banias 150 Km ao norte de Jerusalém. São séculos de construção e as pedras queimadas continuam firmes na sustentação da obra.  Neemias não descartou as pedras queimadas e viu que poderiam ser tão úteis quanto as demais, e ele estava certo. Sambalate estava furioso porque os muros se reerguiam, as brechas se fechavam, mas  Deus era com os construtores e a obra não parava. Neemias 4: 14 “ Não os temais! Lembrai-vos do Senhor, grande e temível, e pelejai por vossos irmãos, vossos filhos, vossas filhas, vossas mulheres e vossas casas.”
Reconstruir os muros significava também reconstruir a vida familiar de muitos dos envolvidos na obra. Que grande, magnífica lição nos traz o livro de Neemias! Para cada vida restaurada espiritualmente, para cada pedra queimada assentada, muitas outras vidas beneficiadas! Não devemos desistir de buscar a Deus por causa da rudeza do mundo, da maldade das pessoas. Pelo contrário. Se desanimarmos na batalha, seremos a pedra inútil que “Sambalate” se alegrará em chutar e despedaçar até virar pó e se esvair como poeira. Nossa força não está em nós mesmos, mas no Senhor, grande e temível, o mesmo que foi com Neemias para vencer.

“Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco do mês de elul, em cinquenta e dois dias.” Neemias 6:15

"Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do Senhor é a vossa força." Neemias 8:10

A destruição se dá de forma tão rápida que às vezes é difícil de acreditar como em  pouco tempo as coisas tomaram proporção tão grande! O fogo que consome uma floresta, carros que se chocam na estrada, guerras armadas, tudo destrói em segundos e às vezes leva anos para ser reconstruído. Criticar como Sambalate é mais fácil que agir como Esdras, por essa causa, o mundo conspira contra os filhos de Deus. Os muros da cidade de Jerusalém foram reconstruídos, sob a liderança de Neemias, em 52 dias. Foram destruídos em no máximo uma semana. Se nós estamos hoje tal qual as pedras queimadas de Jerusalém, saibamos que somos preciosos para Deus. A força para se reerguer está no Senhor que se alegrará em nos colocar como alicerce em nossa casa, trabalho, enfim aonde formos. Sambalate armou muitas armadilhas para que Neemias fosse morto e parasse a obra, mas não teve sucesso porque nem por um minuto Neemias duvidou de que Deus era com ele para o bem: “ A boa mão do meu Deus era comigo” Ne 2:8.

Essa é a lição trazida pelas pedras queimadas erguidas nos muros da cidade de Jerusalém. Oro para que assim como tenha falado a mim, fale a tantos quantos o Senhor Deus enviar.

Deus o abençoe.

terça-feira, 5 de março de 2013

Jonas: Entre a Justiça e a Misericórdia

Jonas: Entre a Justiça e a Misericórdia


"Veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do SENHOR, para Társis; e, tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e embarcou nele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do Senhor."  Jonas 1:1-3

         A história do profeta Jonas tem momentos ao mesmo tempo dramáticos e curiosos, a começar por esta passagem quando é chamado pelo Senhor para ir à cidade de Nínive.
         Nínive era a capital do império assírio, portanto, terra de gentios. As características do povo de Nínive apontavam para uma nação pagã, habitada por gente cruel e terrivelmente pecadora, com um detalhe: eram os assírios inimigos históricos do povo de Israel.

         A missão do profeta Jonas era ir a esta cidade e pregar contra os seus pecados, anunciando-lhe o juízo de Deus sobre ela. A reação de Jonas parece engraçada, mais revela o quanto a missão que o Senhor lhe dava mostrava-se dura para ele. Jonas, então, vai para Társis, uma cidade espanhola, com a ingênua pretensão de fugir do alcance dos olhos de Deus, como se isso fosse possível!
         Sendo Nínive como era, dá para imaginar como deve ter batido o coração de Jonas ao ouvir do Senhor qual seria a sua tarefa! Era como se os palestinos recebessem hoje a ordem de ir aos judeus e lhes pregar uma mensagem de arrependimento. Era como se pedissem aos judeus massacrados pelo holocausto que fossem aos nazistas alemães para lhes entregar uma profecia de Deus que poderia resultar na própria salvação dos seguidores de Hitler. Ou ainda como se fosse ordenado aos iraquianos que fossem promover a mudança de atitude dos americanos apenas com uma pregação de arrependimento. Era também com se falassem aos americanos para ir aos membros da Al Qaeda e lhes anunciar que precisavam voltar atrás em suas atitudes.
         Todos sabem a história e, mesmo que tentasse fugir para Társis, após parar na barriga de um grande peixe, Jonas acaba em Nínive e, agora obediente à voz do Senhor, prega para aquele povo. Jn 3:4 narra:
"Começou Jonas a percorrer a cidade caminho de um dia, e pregava, e dizia: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida."  Jonas 3.4

         Para a surpresa de Jonas, aquele povo pagão se arrepende dos seus pecados. O verso 5 do cap.3 diz:
"Os ninivitas creram em Deus, e proclamaram um jejum, e vestiram-se de panos de saco, desde o maior até o menor."  Jonas 3.5

        Já o verso 6 mostra que aquela mensagem tocou também o coração de quem governava os assírios ninivitas:
"Chegou esta notícia ao rei de Nínive; ele levantou-se do seu trono, tirou de si as vestes reais, cobriu-se de pano de saco e assentou-se sobre cinza."  Jonas 3.6

         Sinais externos que antes eram vistos apenas no povo escolhido de Deus passaram a ser contemplados no povo de Nínive, pois aqueles assírios proclamaram um jejum, vestiram-se em panos de saco e assentaram-se sobre cinzas.
         O resultado do arrependimento dos ninivitas foi a misericórdia de Deus sobre eles, Jn 3:10 diz:
"Viu Deus o que fizeram, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez."  Jonas 3.10

         O resultado da sua própria pregação provocou em Jonas um sentimento de descontentamento. Jonas queria que a justiça de Deus fosse executada sobre aquele povo e não Sua misericórdia, queria também que a sua profecia fosse levada à prática e não o perdão do Senhor. Afinal, os pecados daquela gente eram os mais cruéis, inclusive os cometidos sobre os concidadãos de Jonas. Ao orar a Deus, o profeta revela a razão pela qual não queria ir à Nínive:

"E orou ao Senhor e disse: Ah! SENHOR! Não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que te arrependes do mal. Peço-te, pois, ó Senhor, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver." ( Jn 4:2-3).

         Jonas preferia a morte a ver aquele povo salvo. Na sua mente não era justo que gente que matou, violentou e humilhou seus irmãos judeus fosse salva, eles tinham mais é que morrer!
         O profeta não queria ir àquela nação justamente porque sabia que Deus era "clemente e misericordioso," ele não queria correr o "risco" de que os assírios moradores de Nínive se convertessem do seu mau caminho.
         É incrível como este sentimento de Jonas permanece vivo em muitos corações ainda hoje! Não é difícil encontrarmos pessoas que defendem a morte para os criminosos, que pensam que a melhor solução seria exterminar do nosso meio aqueles que não se enquadram no nosso padrão de comportamento. Querem a justiça, não a misericórdia.
         Não estou propagando que não devemos ansiar por justiça, mas estou querendo mostrar o quanto nós somos falhos em exercer misericórdia.
         Você já parou para imaginar que nós somos como os assírios de Nínive: muito mais carentes da graça de Deus do que de Sua justiça? Você já pensou o que seria de nós se, em vez de misericórdia, o Senhor exerce sobre nós a Sua ira?
         O profeta Jeremias falou que
"as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos" (Lm 3:22),

        é em função de termos um Deus clemente que nós não perecemos!         A palavra misericórdia vem da junção de dois termos do latin que querem dizer miséria e coração. Isso nos mostra que Deus colocou seu coração nos miseráveis e a condição de pecadores nos faz assim, miseráveis. Paulo, ao mencionar a sua falibilidade, exclamou: "Miserável homem que eu sou!..." (Rm 7:24 - ARC)
         Enquanto justiça significa dar a cada um o que merece, misericórdia significa dar a cada pessoa o que ela precisa.
         Jonas não conseguia entender que a graça de Deus se estende a todas as criaturas. Jn 4:6-11 conta-nos o seguinte:

"Então, fez o Senhor Deus nascer uma planta, que subiu por cima de Jonas, para que fizesse sombra sobre a sua cabeça, a fim de o livrar do seu desconforto. Jonas, pois, se alegrou em extremo por causa da planta. Mas Deus, no dia seguinte, ao subir da alva, enviou um verme, o qual feriu a planta, e esta se secou. Em nascendo o sol, Deus mandou um vento calmoso oriental; o sol bateu na cabeça de Jonas, de maneira que desfalecia, pelo que pediu para si a morte, dizendo: Melhor me é morrer do que viver! Então, perguntou Deus a Jonas: É razoável essa tua ira por causa da planta" Ele respondeu: É razoável a minha ira até à morte. Tornou o Senhor: Tens compaixão da planta que te não custou trabalho, a qual não fizeste crescer, que numa noite nasceu e numa noite pereceu; e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais?"  Jonas 4.6-11

         Esta passagem mostra que o profeta soube dá mais valor a uma árvore do que a quem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Deus, ao contrário, lhe mostrou que aquelas suas 120 mil criaturas em Nínive precisavam mais da misericórdia dEle do que da Sua ira.
         Na oração do Pai Nosso Jesus nos mostrou que por recebermos graça, precisamos dar graça, por recebermos perdão, precisamos perdoar. Porque recebemos misericórdia da parte de Deus, devemos dispensar misericórdia àqueles que Deus ama tanto quanto a nós, ainda que no nosso olhar eles mereçam sofrer. É só lembrar que recebemos de Deus o que nós precisamos e não o que nós merecemos.


"Veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do SENHOR, para Társis; e, tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e embarcou nele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do Senhor."  Jonas 1:1-3

         A história do profeta Jonas tem momentos ao mesmo tempo dramáticos e curiosos, a começar por esta passagem quando é chamado pelo Senhor para ir à cidade de Nínive.
         Nínive era a capital do império assírio, portanto, terra de gentios. As características do povo de Nínive apontavam para uma nação pagã, habitada por gente cruel e terrivelmente pecadora, com um detalhe: eram os assírios inimigos históricos do povo de Israel.

         A missão do profeta Jonas era ir a esta cidade e pregar contra os seus pecados, anunciando-lhe o juízo de Deus sobre ela. A reação de Jonas parece engraçada, mais revela o quanto a missão que o Senhor lhe dava mostrava-se dura para ele. Jonas, então, vai para Társis, uma cidade espanhola, com a ingênua pretensão de fugir do alcance dos olhos de Deus, como se isso fosse possível!
         Sendo Nínive como era, dá para imaginar como deve ter batido o coração de Jonas ao ouvir do Senhor qual seria a sua tarefa! Era como se os palestinos recebessem hoje a ordem de ir aos judeus e lhes pregar uma mensagem de arrependimento. Era como se pedissem aos judeus massacrados pelo holocausto que fossem aos nazistas alemães para lhes entregar uma profecia de Deus que poderia resultar na própria salvação dos seguidores de Hitler. Ou ainda como se fosse ordenado aos iraquianos que fossem promover a mudança de atitude dos americanos apenas com uma pregação de arrependimento. Era também com se falassem aos americanos para ir aos membros da Al Qaeda e lhes anunciar que precisavam voltar atrás em suas atitudes.
         Todos sabem a história e, mesmo que tentasse fugir para Társis, após parar na barriga de um grande peixe, Jonas acaba em Nínive e, agora obediente à voz do Senhor, prega para aquele povo. Jn 3:4 narra:
"Começou Jonas a percorrer a cidade caminho de um dia, e pregava, e dizia: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida."  Jonas 3.4

         Para a surpresa de Jonas, aquele povo pagão se arrepende dos seus pecados. O verso 5 do cap.3 diz:
"Os ninivitas creram em Deus, e proclamaram um jejum, e vestiram-se de panos de saco, desde o maior até o menor."  Jonas 3.5

        Já o verso 6 mostra que aquela mensagem tocou também o coração de quem governava os assírios ninivitas:
"Chegou esta notícia ao rei de Nínive; ele levantou-se do seu trono, tirou de si as vestes reais, cobriu-se de pano de saco e assentou-se sobre cinza."  Jonas 3.6

         Sinais externos que antes eram vistos apenas no povo escolhido de Deus passaram a ser contemplados no povo de Nínive, pois aqueles assírios proclamaram um jejum, vestiram-se em panos de saco e assentaram-se sobre cinzas.
         O resultado do arrependimento dos ninivitas foi a misericórdia de Deus sobre eles, Jn 3:10 diz:
"Viu Deus o que fizeram, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez."  Jonas 3.10

         O resultado da sua própria pregação provocou em Jonas um sentimento de descontentamento. Jonas queria que a justiça de Deus fosse executada sobre aquele povo e não Sua misericórdia, queria também que a sua profecia fosse levada à prática e não o perdão do Senhor. Afinal, os pecados daquela gente eram os mais cruéis, inclusive os cometidos sobre os concidadãos de Jonas. Ao orar a Deus, o profeta revela a razão pela qual não queria ir à Nínive:

"E orou ao Senhor e disse: Ah! SENHOR! Não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que te arrependes do mal. Peço-te, pois, ó Senhor, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver." ( Jn 4:2-3).

         Jonas preferia a morte a ver aquele povo salvo. Na sua mente não era justo que gente que matou, violentou e humilhou seus irmãos judeus fosse salva, eles tinham mais é que morrer!
         O profeta não queria ir àquela nação justamente porque sabia que Deus era "clemente e misericordioso," ele não queria correr o "risco" de que os assírios moradores de Nínive se convertessem do seu mau caminho.
         É incrível como este sentimento de Jonas permanece vivo em muitos corações ainda hoje! Não é difícil encontrarmos pessoas que defendem a morte para os criminosos, que pensam que a melhor solução seria exterminar do nosso meio aqueles que não se enquadram no nosso padrão de comportamento. Querem a justiça, não a misericórdia.
         Não estou propagando que não devemos ansiar por justiça, mas estou querendo mostrar o quanto nós somos falhos em exercer misericórdia.
         Você já parou para imaginar que nós somos como os assírios de Nínive: muito mais carentes da graça de Deus do que de Sua justiça? Você já pensou o que seria de nós se, em vez de misericórdia, o Senhor exerce sobre nós a Sua ira?
         O profeta Jeremias falou que
"as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos" (Lm 3:22),

        é em função de termos um Deus clemente que nós não perecemos!         A palavra misericórdia vem da junção de dois termos do latin que querem dizer miséria e coração. Isso nos mostra que Deus colocou seu coração nos miseráveis e a condição de pecadores nos faz assim, miseráveis. Paulo, ao mencionar a sua falibilidade, exclamou: "Miserável homem que eu sou!..." (Rm 7:24 - ARC)
         Enquanto justiça significa dar a cada um o que merece, misericórdia significa dar a cada pessoa o que ela precisa.
         Jonas não conseguia entender que a graça de Deus se estende a todas as criaturas. Jn 4:6-11 conta-nos o seguinte:

"Então, fez o Senhor Deus nascer uma planta, que subiu por cima de Jonas, para que fizesse sombra sobre a sua cabeça, a fim de o livrar do seu desconforto. Jonas, pois, se alegrou em extremo por causa da planta. Mas Deus, no dia seguinte, ao subir da alva, enviou um verme, o qual feriu a planta, e esta se secou. Em nascendo o sol, Deus mandou um vento calmoso oriental; o sol bateu na cabeça de Jonas, de maneira que desfalecia, pelo que pediu para si a morte, dizendo: Melhor me é morrer do que viver! Então, perguntou Deus a Jonas: É razoável essa tua ira por causa da planta" Ele respondeu: É razoável a minha ira até à morte. Tornou o Senhor: Tens compaixão da planta que te não custou trabalho, a qual não fizeste crescer, que numa noite nasceu e numa noite pereceu; e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais?"  Jonas 4.6-11

         Esta passagem mostra que o profeta soube dá mais valor a uma árvore do que a quem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Deus, ao contrário, lhe mostrou que aquelas suas 120 mil criaturas em Nínive precisavam mais da misericórdia dEle do que da Sua ira.
         Na oração do Pai Nosso Jesus nos mostrou que por recebermos graça, precisamos dar graça, por recebermos perdão, precisamos perdoar. Porque recebemos misericórdia da parte de Deus, devemos dispensar misericórdia àqueles que Deus ama tanto quanto a nós, ainda que no nosso olhar eles mereçam sofrer. É só lembrar que recebemos de De
us o que nós precisamos e não o que nós merecemos.

Escravos de orelhas furadas

Escravos de Orelhas Furadas


Aquele pois que o filho libertar, verdadeiramente será livre João 8:36
No antigo Israel, os escravos hebreus, pagavam suas dívidas através do trabalho. A força, os sonhos, toda a vida era dedicada ao seu senhor. Em Êxodo, vemos uma determinação divina para que os escravos fossem libertos no sétimo ano de serviço: "Quando você adquirir um escravo hebreu, ele servirá seis anos; no sétimo ano ele sairá livre, sem pagamento." (Êxodo 21:2). O regime de escravidão no mundo hebreu, existia por dois principais motivos: pobreza extrema e dívidas.


Alguns escravos se apegavam tanto a seus senhores que poderiam optar por voluntariamente se entregarem como escravos daqueles senhores até o final de suas vidas, sem volta para a liberdade. Como um sinal da entrega, esses escravos furavam a orelha."Então, o seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta ou à ombreira, e o seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre", Êxodo 21:6. Escravos de orelha furada simbolizavam uma união de serviço e amor.

Um detalhe, é que escravos hebreus nunca eram chamados de escravos, mas servos. Escravos, sem direito a liberdade eram os não-judeus, especialmente os cananeus. Não se sabe ao certo porque as leis de escravidão eram mais rígidas para estrangeiros, o certo é que tanto judeus, como não judeus, falharam gravemente no modo de tratar seus servos e escravos. No livro do profeta Jeremias (Capitulo 34) Deus adverte: "Vós resistis em libertar seus servos".

O mundo físico e espiritual também forma seus escravos e resiste em libertá-los e Deus nos convida através de Seu Filho Jesus a sermos servos. Esta servidão é o oposto da escravidão que exaure as forças humanas em causa alheia. Entregamos-nos a Jesus, como Senhor porque Ele pagou nossas dívidas, nos tornando livres do opressor. Este é o que oprime em carga de culpa e infelicidade, aprisionando a alma em serviço de delito a liberdade. Jesus é a nossa liberdade. Não precisamos realizar grandes obras, ajuntar exorbitantes quantias, nos esmerar em ser o melhor ou o mais belo. O mérito dessa liberdade não é nosso, mas de Deus.

E nesse plano eterno e por vezes incompreensível, Ele estabelece um novo conceito de servidão, onde a liberdade é a moeda que nos estabelece. O céu pagou nossa dívida com o inferno. Já não pertencemos mais ao domínio do mal. Somos cheios de defeitos, e ainda assim amados com incondicional amor. Se antes o simbolismo da escravidão voluntária era a orelha furada, na nova aliança é um coração circuncidado, renovado, inteiramente entregue ao Reino.“Se, pois o Filho vos libertar verdadeiramente sereis livres” Jo 8:36.


No Mar do Esquecimento

Nada em nós é suficiente para nos reconciliar com Deus. Apenas em Cristo recebemos a grande dádiva da justiça. Se Ele é justo, e habita em nós, nos tornamos justos naquilo que somos nEle: “Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” Rm 5:9. Não precisamos temer a culpa, Ele nos faz livres! Tudo que precisamos é receber as promessas em nosso ser e prosseguir confiando naquEle que nos resgatou. “Eu, eu mesmo sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro” Is 43:25.

Olhando Para Cruz

Tem dias que me sinto um fracasso: Fiz o que não devia, falei na hora errada, enfim... A culpa tenta me roubar à paz, como se um dedo gigante estivesse apontado para mim: Que tipo de cristã é você? Você errou, Deus está zangado com você! Raposinhas na vinha... Mas ao olhar para a cruz, recebemos perdão e vitória para termos paz, apesar dos insucessos, porque Ele nos diz: Fostes justificados pelo meu sangue! Aleluia! Chamei-te para a liberdade! “Não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão” Gl 5:1 . Veja, na cruz sua orelha foi furada. Os pregos que transpassaram Jesus, feriram também sua alma em culpa e arrependimento, e Ele fez isso para que o fraco se tornasse forte, entende? A fortaleza não é nossa, mas de Cristo. A cruz e o sangue nos redime e por isso a graça transparece em nós, os crentes, até mesmo e especialmente pelo que nos falta.

Orelhas Furadas

Imagino os servos israelitas andando no meio do seu povo, com orelhas furadas. Sem emitir som, ou gesto, sem alarde, todos identificavam: "Eis um escravo, quem é teu senhor?" Assim se faz ao cristão, suas obras o denunciam: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne; vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” Gl 2:20. Lembram do profeta Eliseu? A sunamita o recebia em sua casa para alimentar-lhe, seu comportamento chamou-lhe à atenção: "E ela disse a seu marido: Eis que tenho observado que este que sempre passa por nós é um santo homem de Deus" II Rs 4:9. O servo de Cristo, deixa sua marca por onde passa.

Libertos da Escravidão

Saiba que Deus o ama e te convida a ser um escravo de orelha furada, que mesmo sendo liberto continua servindo Seu Senhor, por amor. Ele pagou sua dívida, livrando-o do inferno, perdoando toda sua culpa. Ele te chama para algo novo e melhor, para a liberdade. Uma condição que o mundo jamais pode proporcionar. Uma paz, que a nada pode se comparar. Tudo que é necessário é um coração. Seu coração entregue a confessar: “Senhor Jesus me perdoa e me ajuda a prosseguir em novidade de vida, seja meu Senhor, eis-me aqui como servo”. Que Deus te abençoe e não temas porque nEle somos livres!

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