sábado, 27 de outubro de 2012

Presidente do Egito pede que Deus “destrua os judeus e os seus aliados”

Presidente do Egito pede que Deus “destrua os judeus e os seus aliados”


O presidente do Egito, Mohammed Morsi, participou de períodos de oração em uma mesquita durante o último final de semana. Mesmo que seja normal para um muçulmano fazer suas orações, neste caso o pregador pede que Deus “destrua os judeus e os seus aliados”.


As imagens da reunião religiosa na Mesquita el-Tenaim, na cidade de Matrouh, foram exibidas pela televisão estatal egípcia. Morsi aparece em fervorosa oração, levantando as mãos enquanto o clérigo Futouh Abd Al-Nabi Mansour, líder religioso local, que pede: “Oh Deus, nos absolva de nossos pecados, para nos fortalecer, e concede-nos a vitória sobre os infiéis. Oh Deus, destrua os judeus e os seus aliados. Oh Deus, dispersai-os, rasgai-os em pedaços. Oh Deus, demonstre sua força e grandeza sobre eles. Mostre-nos sua onipotência, oh Senhor”.
Morsi estava fazendo sua primeira à zona costeira, no noroeste do país, desde que se tornou presidente. Em um discurso que fez após o período de orações, Morsi supostamente falou sobre a necessidade de unidade dos egípcios.
De acordo com o grupo judeu Liga Anti-Difamação (LAD), Morsi claramente concorda com a oração. O culto também mostra que estavam presentes o governador da região e autoridades locais. A filmagem foi gravada e transcrita para o inglês pelo MEMRI (Instituto de Pesquisa de Mídia do Oriente Médio). Uma tradução semelhante foi publicada pela Liga.
O Diretor da LAD, Abraham Foxman, queixou-se que “O tom do discurso de antissemitismo no ‘novo’ Egito está ficando mais alto e ainda ecoa no governo do presidente Morsi. Estamos cada vez mais preocupados com as expressões contínuas de ódio contra os judeus e Israel na sociedade egípcia e o silêncio presidente Morsi diante da maioria destas manifestações públicas de ódio”.
No início desta semana, a ADL escreveu a Morsi pedindo que ele rejeitasse publicamente as declarações feitas pela autoridade suprema da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badie, que incitou a violência contra os judeus e Israel.
No mesmo final de semana, manifestantes se reuniram na Praça Tahrir, no Cairo, fazendo um protesto pacífico onde exigiam que o presidente, um ex-líder da Irmandade Muçulmana, assegure que a constituição do país, atualmente sendo reescrita, represente todos os grupos da sociedade egípcia.
O presidente egípcio já afirmou que pretende manter o tratado de paz do Egito com Israel assinado em 1979. O anúncio por escrito foi levado ao presidente de Israel pelo novo embaixador egípcio no país. Líderes da Irmandade Muçulmana, grupo político que ainda influencia Morsi, afirmou que a carta era uma “fabricação sionista”, mas o gabinete do presidente egípcio confirmou sua autenticidade. Grupos internacionais querem uma explicação de porquê o governo egípcio não tem contido as perseguições aos grupos religiosas minoritários do país, em especial contra os cristãos coptas.

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