quarta-feira, 22 de agosto de 2012

DEMITIZAÇÃO


DEMITIZAÇÃO
Método desenvolvido na teologia protestante e católica, proposto pelo teólogo alemão Rusolf Bultmann (1884-1976), e que visa a escoimar a mensagem cristã da roupagem dos mitos. Na sua forma genuína, salva o essencial das narrativas, despindo-as de sua veste literária mítica, para poder interpretá-las de modo crítico e não eliminá-las. Consiste na discrepância entre cosmologia antiga e moderna bem como entre as compreensões existenciais divergentes dos homens da Bíblia e dos de todas as épocas posteriores. A demitização, não reside na eliminação de asserções e descrições, mas em sua interpretação, para que a mensagem nelas contida adquira dimensões existenciais. Essa interpretação pressupõe que as categorias mitológicas utilizadas pelos autores se constitua em instrumento destinado a expressa a revelação. Busca impedir que a mensagem evangélica se fundamente em assertivas mitológicas, perdendo seu caráter paradoxal.

Gálatas 1: 1- 2: 10


Estudo Textual: Gálatas 1:1 - 2:10
Não Sigam Outro Evangelho
Não sigam outro evangelho (1:1-9). Paulo começa a sua carta às igrejas da Galácia abordando a questão de autoridade. Sua própria autoridade como apóstolo veio diretamente de Jesus (1:1). A autoridade de Jesus era a autoridade de Deus, que foi pro-vada na ressurreição (1:1; veja Mateus 28:18 e Atos 17:30-31). O evangelho que Paulo pregou falou sobre a graça de Cristo, que se entregou pelos nossos pecados “para nos desarraigar deste mundo perverso” (1:4).
Contudo, alguns perturbavam os gálatas, pregando “outro evangelho” (1:6). De fato, não existe outro evangelho, mas estes estavam pervertendo “o evangelho de Cristo” (1:7). Perverter o evangelho quer dizer acrescentar (ou diminuir) sem a autori-dade de Cristo. Paulo disse que qualquer pessoa que “vos pregue evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema” — mesmo se for um apóstolo ou um anjo do céu (1:8-9)! “Anátema” quer dizer “separado para ser destruído”. Qualquer pessoa que não ensina o evangelho que Cristo entregou não tem a autoridade de Cristo e será destruída (veja 2 João 9).
A fonte do evangelho (1:10-24). Paulo afirmou enfaticamente que o evangelho que ele ensinava não veio do homem. Primeiro, se viesse dos homens, seria mais agradável a eles. Mas, Paulo está sendo perseguido por seu evangelho, até pelos próprios gála-tas! (Veja 4:16 e 5:11). Está sendo perse-guido porque ele procura agradar a Cristo, não ao homem (1:10; veja Mateus 6:24).
Quando Paulo recebeu o evangelho de Cristo (1:11-12), ele não foi para Jerusalém para ser instruído pelos outros apóstolos. Antes, ele foi diretamente para Arábia e Damasco, pregando o evangelho que tinha recebido (1:15-17; veja Atos 9:1-22). Três anos passaram antes de Paulo encontrar os apóstolos em Jerusalém (1:18). Os irmãos na Judéia não o conheciam, mas apenas ouviram que ele estava pregando a mesma fé que anteriormente tentava destruir (1:22-23). O ponto dele é este: sem conhecer os outros, como ele poderia ter recebido o evangelho deles?

Paulo perante os falsos mestres (2:1-10). Quando Paulo voltou a Jerusalém 14 anos mais tarde, ele comunicou aos líderes da igreja o evangelho que ele havia pregado entre os gentios (2:1-2). Ele viajava com um gentio chamado Tito. Alguns “falsos irmãos” tentaram convencê-lo a ser circuncidado. Mas Paulo não se submeteu a eles por “nem uma hora” quando queriam avançar seu acréscimo (e perversão) do evangelho, “para que a verdade do evangelho permanecesse” (2:3-5).
Quando Tiago, Cefas e João viram que Deus estava trabalhando em Paulo como também trabalhava em Pedro, eles lhe ofereceram “a destra de comunhão”, aceitando-o porque Deus o havia aceitado (2:6-9). Eles reconheceram que a sua glória era de Cristo, e eles não pediram que ele mudasse algum ensinamento. Pediram apenas que ele lembrasse dos pobres, como já o fazia (2:10).

Gálatas 2: 11- 3: 5


Estudo Textual: Gálatas 2:11 - 3:5
A Justificação Vem pela Fé
O erro de Pedro (2:11-21). Quando o apóstolo Pedro (Cefas, veja João 1:41-42) visitou Antioquia, Paulo viu que ele não praticava a mesma coisa que pregava (2:11-14). Até o fiel Barnabé (veja Atos 11:22-24) começou a praticar erro devido ao mau exemplo de Pedro (2:13). Se esses homens erraram, pessoas honestas podem errar em questões de fé hoje em dia.
Pedro errou porque temia “os da circuncisão”. O foco dele estava em homens e não em Deus. Deus revelou o evangelho e nos julgará por ele (João 12:47-49). Muitas pessoas praticam erro porque querem agradar seus cônjuges, pais, amigos ou pastores ao invés de focalizar Deus e sua palavra (1:10; veja Mateus 10:28).
Os judeus procuraram ser justificados por Deus devido às suas obras da lei (o Velho Testamento). Mas o evangelho de Cristo revela que homens não são justificados por obras da lei, e sim pela fé em Cristo Jesus (2:16). Enquanto Pedro tinha sido justificado pela fé em Cristo, ele voltou à prática da lei como se a sua justificação pela fé não fosse suficiente. Muitos hoje que alegam ter fé em Cristo caem no mesmo erro de Pedro: guardando o sábado, pagando o dízimo, procurando intercessão de sacerdotes e praticando outras obras baseadas na justiça da lei. Mas voltando à lei nega a graça de Cristo, e invalida a morte dele (2:21).
Obras da lei podem justificar uma pessoa somente se ela guardar perfeitamente toda a lei (veja Tiago 2:10). Cristo morreu porque todos são pecadores —tanto judeus como gentios. Todos têm desobedecido a lei de Deus (2:17; veja Romanos 3:23). Aquele que foi justificado pela fé em Cristo tem morrido para a lei, “a fim de viver para Deus” (2:19). Morrer relativamente à lei não quer dizer viver sem lei (veja 1 Coríntios 9:19-21). Antes, quer dizer fazer as obras de Deus (Efésios 2:10) como pessoa justificada, não como pessoa que procura se justificar pelas suas próprias obras. Viver pela fé exige uma vida de sacrifícios diários, para que possamos nos entregar àquele que nos justificou (2:19-20; veja Romanos 12:1-2).
Obras da lei ou pregação da fé? (3:1-5). Os gálatas haviam sido justificados pela fé em Cristo Jesus sem saber nada sobre a lei de Moisés. Seria tolice para eles voltarem a uma lei que não justifica, uma vez que já foram justificados em Cristo (3:1).
Os gálatas haviam recebido o Espírito Santo como a confirmação do evangelho (3:2; veja Marcos 16:15-20; 2 Coríntios 12:12; Hebreus 2:4). Se Deus lhes tinha confir-mado o evangelho pelo Espírito, como é que eles procuraram o aperfeiçoamento através de leis que pertencem à carne: circuncisão, restrições sobre alimentos, etc. (3:3-5)?
Muitos, hoje em dia, ainda procuram a perfeição por meios carnais, impondo regras baseadas no Velho Testamento. Mas, a justificação vem somente pela fé em Cristo e obediência ao evangelho dele (veja Colossenses 2:20-23; 2 João 9).

Gálatas 3: 6-29


Estudo Textual: Gálatas 3:6-29
Até Que Viesse o Cristo
Recipientes da promessa (3:6-18). No livro de Gênesis, Deus fez várias promessas a Abraão (Gênesis 12:1-3). Quando Deus confirmou essas promessas, Abraão "creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça" (3:6; Gênesis 15:6). Dessa forma percebemos que Abraão não foi justificado por guardar perfeitamente as obras da lei, e sim pela fé nas promessas de Deus (3:10-12). Mas, a promessa de bênção não foi limitada a Abraão: "Em ti, serão abençoados todos os povos" (3:8).

Deus fez a aliança para abençoar as nações com Abraão e seu descendente, o Cristo (3:16). Foi confirmada pela promessa, que Abraão aceitou (3:17,6). A lei, que entrou em vigor 430 anos depois, não anulou a promessa já dada gratuitamente a Abraão. Junto com Abraão, todos que vivem pela fé nas promessas de Deus herdam a bênção que foi prometida em Cristo muito tempo antes de existir a lei (3:9,14,18).

O propósito da lei (3:19-25). Embora a promessa de bênção já tinha sido dada, a lei foi necessária por dois motivos:

"por causa das transgressões" (3:19).
A lei foi dada a Israel quando saiu do Egito, para que fosse uma nação santa, diferente das outras ao seu redor (Êxodo 19:1-6). A lei trouxe conhecimento do pecado e castigo pelo pecado para que o pecado pudesse ser evitado (veja Romanos 3:19-20; 5:13; 7:7).
"para nos conduzir a Cristo" (3:24). Uma vez que alguém transgrediu a lei, ele foi condenado porque a lei não trouxe perdão pelo pecado (3:10,21-22). Nos sacrifícios de animais, a lei serviu como sombra do perdão pelo pecado que seria realizado no perfeito sacrifício de Cristo (veja Hebreus 9:1 - 10:18). Assim, a lei foi dada para proteger contra o pecado "até que viesse o descendente a quem se fez a promessa", Cristo (3:16,19-23). A lei foi feita para guiar, não para salvar. Mesmo na época da lei, a salvação foi dada somente através do futuro sacrifício de Cristo (Hebreus 9:15).
A importância desses fatos é isto: se a lei foi dada até a vinda de Cristo, então, uma vez que ele veio, a lei não está mais em vigor (3:24-25).

Filhos e herdeiros mediante a fé (3:26-29). Uma vez que a lei não está mais em vigor, nós devemos nos tornar filhos de Deus da mesma maneira que Abraão o fez, pela fé na promessa do Cristo (3:7,26). Os filhos de Deus pela fé são aqueles que se revestiram de Cristo no batismo — uma resposta de fé (veja 1 Pedro 3:21) — e que, por isso, se uniram a ele como "herdeiros segundo a promessa" (3:27-29).

Gálatas 4: 1-31


Estudo Textual: Gálatas 4:1-31
Na Plenitude do Tempo
Continuando a discussão da herança que vem pela fé e não pela lei (veja capítulo 3), Paulo utiliza duas ilustrações para esclarecer seu ponto:

1ª Ilustração: Herdeiro X Escravo (4:1-11). O herdeiro, um dia, será senhor da casa. Não obstante, enquanto é menor ele não tem nenhum direito mais do que os escravos (4:1). Até que alcance uma idade determinada pelo pai, ele continua sob a supervisão de tutores e curadores (4:2). Contanto, chegando à maior idade, ele rece-be todos os seus direitos como herdeiro.

Em termos espirituais, tanto judeus como gentios eram menores na casa de Deus, sem direitos à herança (4:3). Mas, Deus determinou que o tempo da maior idade para ambos chegaria em Cristo (4:4-5). Em Cristo, os dois se tornam filhos e herdeiros, com todos os devidos benefícios (4:6-7).

Como menores sem Cristo, tanto judeus como gentios estavam "sujeitos aos rudi-mentos do mundo" (4:3). Os gentios esta-vam sujeitos aos falsos deuses (4:8). Os judeus estavam sujeitos a uma lei física (4:10). Porém, em Cristo, ambos são "conhecidos por Deus", reconhecidos como os verdadeiros herdeiros. Voltando à idola-tria ou à lei de Moisés seria voltar à escravi-dão e perder a herança (4:9,11).

"Inimigo, por vos dizer a verdade?" (4:12-20). Paulo pediu que eles seguissem o seu exemplo (4:12). Ele deixou para trás tudo que ele era como judeu para adquirir as riquezas de Cristo (veja Filipenses 3:2-11). Do mesmo modo, esses judeus e gentios precisam deixar tudo para ganhar a herança em Cristo.

Paulo ficou admirado que aqueles que o aceitou quando ele pregou no início (4:13-15) agora o rejeitaram por causa da verdade (4:16). Infelizmente, muitos recebem a palavra de Deus com prontidão até que a verdade pise nas suas tradições. Devemos ser zelosos pelo bem (4:18), custe o que custar, e prontos para aceitar a verdade de Deus, mesmo se ela contradiz tudo que sempre acreditávamos.

2ª Ilustração: As duas alianças (4:21-31). Para entender melhor este trecho, veja Gênesis capítulos 16, 20 e 21. A segunda ilustração é uma forte imagem baseada na história de Isaque e Ismael. Ismael foi o filho de Abraão pela serva Agar, "segundo a carne", ou seja, através de meios perfeitamente naturais. Isaque, porém, foi o filho de Abraão e sua esposa, Sara, que já tinha passado a idade para ter filhos. O nascimento de Isaque não foi um acontecimento natural, e sim o cumpri-mento da promessa de Deus (4:21-23).

Paulo diz que isso é uma alegoria da nossa situação atual em Cristo. Agar representa todos que são filhos de Abraão segundo a carne —aqueles que nasceram em Israel. Estes são os escravos sob a lei (4:24-25). Mas Sára representa todos que são filhos de Abraão segundo a promessa —segundo a fé em Cristo (veja 3:26-27). Estes são os herdeiros, "filhos da promessa, como Isaque" (4:26-28). A Escritura diz que estes da promessa receberão a herança, e aqueles da carne serão lançados fora (4:30). 

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