563
Columba vai à Escócia como missionário
Um irlandês evangelizou a Escócia.
Seu nome era Columba — que quer dizer "pomba" — e ele nasceu em uma
família de cristãos, em 521, no norte da Irlanda — hoje, o condado de Donegal.
Depois de ter freqüentado escolas monásticas, ajudou a estabelecer diversos
mosteiros na
Irlanda e tornou-se conhecido por sua
erudição e piedade.
Diz-se que, em mais de uma ocasião,
Columba teve discussões com o chefe de seu clã, chamado Diamait. Embora fosse
cristão, Columba era de temperamento impaciente, o que o levou a enfrentar
muitos problemas. Nessa ocasião, parece que ele próprio foi a causa de uma
batalha na qual morreram três mil homens. É claro que ele não tinha intenção de
causar tamanho dano, mas, para sua segurança e para se penitenciar por seu
erro, saiu da Irlanda, planejando converter o mesmo número de almas que
supostamente levara à morte. Algumas fontes afirmam que ele também concordou em
nunca mais voltar à sua terra natal.
Em 563, com
doze amigos, Columba
corajosamente lançou ao mar em uma currach,
embarcação bastante popular na Irlanda. Eles se dirigiram a lona,
uma ilha na costa ocidental da Escócia. Quando chegaram ali, os treze homens
levantaram habitações simples e uma igreja
de tábuas que foi usada como base para seus esforços missionários junto
aos pictos, a tribo escocesa das vizinhanças.
Columba recorreu a Brude, o chefe de Inverness, mas
Brude não queria nada com missionários. De acordo com as histórias que se contam,
o chefe fechou os portões diante dos homens de Columba. Quando Columba fez o
sinal da cruz, o portão se abriu e o chefe, apavorado, deu ouvidos à mensagem
que eles traziam.
Os sacerdotes pagaos, os druidas, se
opuseram aos missionários, mas não demorou muito para que os cristãos tivessem
sucesso em evangelizar a Escócia e o norte da Inglaterra.
Columba continuou a viajar, mas,
mesmo assim, também se tornou abade de um grande mosteiro em lona. Depois de
sua morte, os abades dali mantiveram seu poder, tornando-se os mais elevados
oficiais da Igreja da Escócia.
A partir de lona, os evangelistas se
espalharam também para o continente, e os novos mosteiros criados na Europa se
voltavam para o mosteiro daquela ilha em busca de orientação. Como resultado,
lona ficou conhecida por sua erudição, piedade e evangelismo. Os víquingues
atacaram repetidamente aquela comunidade, mas ela não sucumbiu. Nesse lugar
estão enterrados 46 reis escoceses com o primeiro abade, embora os restos
mortais de Columba tenham sido profanados diversas vezes pelas invasões
viquingues.
Assim como aconteceu com os outros
mosteiros durante a Reforma, o de lona também foi destruído. Em 1900, um duque
escocês doou as terras à Igreja da Escócia. E, após 38 anos, uma comunidade de
clérigos e leigos foi formada na ilha, a qual recebe hoje o apoio de milhares
de membros associados ao redor de todo o mundo.
Na condição de erudito dedicado,
Columba copiou livros e escreveu algumas obras. Ao defender a importância dos
estudos, ele influenciou os monges da Idade das Trevas, os quais continuaram
copiando manuscritos enquanto a capacidade de ler e escrever declinava em toda
a Europa.
Muitos historiadores notaram a grande
influência que o cristianismo teve sobre a Escócia. Columba, como o primeiro
grande evangelista da Escócia, pode ser contado entre as testemunhas que
levaram os vários pregadores, missionários e escritores saídos daquela pequena
porção de terra em direção a tantos outros povos.