quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Jornalista Israelense pode ter revelado local de sepultamento do massacre romano em Jerusalém
Jornalista Israelense pode ter revelado local de sepultamento do massacre romano em Jerusalém
31/07/2012 - 00:42
O jornalista Israelense Benny Liss pode ter revelado local de sepultamento do massacre romano em Jerusalém
Os restos de milhares de judeus massacrados pelos romanos no Monte do Templo, no momento da destruição do Segundo Templo podem ter sido descobertos em Jerusalém, segundo o jornalista veterano de arqueologia.
Nesta quinta-feira, durante a conferência de Megalim - no Instituto de Estudos da Cidade de Davi em Jerusalém, o jornalista Benny Liss exibiu um filme gravado há alguns anos atrás que mostra claramente milhares de esqueletos e ossos humanos no que parece ser um sepulcro comunal.
Liss que é um veterano repórter de arqueologia para o Canal 1 de Israel, disse espantado o público que o filme havia sido filmado em uma caverna espaçosa na área da Porta Dourada, ou das Consolações(Shaar Harachamim), perto da muralha oriental do Monte do Templo, mas do lado de fora dela. Liss levantou a possibilidade de que os esqueletos são os restos de 6.000 judeus, a maioria mulheres e crianças, mortos no Monte do Templo, quando os romanos destruíram o Segundo Templo, conforme descrito por Flávio Josefo, que testemunhou a destruição.
O filme mostra um grupo de pessoas que acessam a caverna com ferramentas de construção. Liss vai em primeiro lugar, seguido por um técnico de iluminação e um operador de câmara. Os três passam primeiro através de uma passagem estreita e, em seguida, entraran na caverna com os restos dos esqueletos. Liss diz que tentou descobrir o tamanho da pilha de restos, colocando a mão por dentro para medir, mas não conseguiu chegar ao fundo. O filme mostra Liss dissolvendo alguns dos materiais que estavam carbonizados perto dos esqueletos. Assim que saiu da caverna Liss, os funcionários da Autoridade de Antiguidades de Israel isolaram e bloquearam a entrada da caverna.
Durante a palestra, Liss também cita fontes históricas que mostram que na área da Cidade Velha, onde o cemitério muçulmano está agora, houve uma vez um antigo bairro judaico e um cemitério, que foram transferidos para o Vale de Josafá. Ele baseia sua teoria de que os esqueletos são os restos mortais das pessoas mortas no Monte do Templo em uma vala comum.
"Os romanos ficaram no Monte do Templo por um mês após a destruição do templo, até irem para conquistar a cidade superior [Bairro Judeu de hoje]", diz Liss. "Eles tiveram que se livrar dos milhares de corpos em decomposição e o lugar mais óbvio para fazer isso teria sido as grutas naturais na encosta superior do monte, em torno de Portão Misericórdia. "
O veterano jornalista ressaltou que esta era é apenas uma teoria. "Agora, após a nossa publicação, os peritos devem ir a campo e examinar o que nós encontramos na época, avaliá-lo e publicar suas próprias conclusões", diz ele.
Uma série de arqueólogos veteranos declararam ao jornal Israel Hayom que as imagens não são suficientes para determinar a história da caverna e que amostras precisam ser retiradas do local e datadas.
As chances de o local ser reaberto são muito pequenas, pois está situado em uma área particularmente sensível, onde a autoridade islâmica de Jerusalém, o Waqf mantém uma estreita vigilância e interpreta todos os movimentos por judeus ou autoridades israelenses como afronta.
A Autoridade de Antiguidades disse em resposta que não tinha conhecimento das conclusões apresentadas no filme de Liss ", e ficaria feliz em receber os materiais. Um oficial disse ao jornal Israel Hayom que ele estava ciente de relatórios infundados de uma caverna com uma grande quantidade de restos mortais humanos na área, mas por causa da extrema sensibilidade do local e sua proximidade com o cemitério muçulmano, a caverna nunca havia sido explorada.
Uma das bases para a conclusão de Benny é o fato de que ao contrário de outro cemitério que se encontra nas proximidades, este não pode ser considerado uma vala comum de cristãos, pois não foram encontrados nele cruzes ou outros símbolos cristãos conhecidos em valas comuns de cristão.
Os restos de milhares de judeus massacrados pelos romanos no Monte do Templo, no momento da destruição do Segundo Templo podem ter sido descobertos em Jerusalém, segundo o jornalista veterano de arqueologia.
Nesta quinta-feira, durante a conferência de Megalim - no Instituto de Estudos da Cidade de Davi em Jerusalém, o jornalista Benny Liss exibiu um filme gravado há alguns anos atrás que mostra claramente milhares de esqueletos e ossos humanos no que parece ser um sepulcro comunal.
Liss que é um veterano repórter de arqueologia para o Canal 1 de Israel, disse espantado o público que o filme havia sido filmado em uma caverna espaçosa na área da Porta Dourada, ou das Consolações(Shaar Harachamim), perto da muralha oriental do Monte do Templo, mas do lado de fora dela. Liss levantou a possibilidade de que os esqueletos são os restos de 6.000 judeus, a maioria mulheres e crianças, mortos no Monte do Templo, quando os romanos destruíram o Segundo Templo, conforme descrito por Flávio Josefo, que testemunhou a destruição.
O filme mostra um grupo de pessoas que acessam a caverna com ferramentas de construção. Liss vai em primeiro lugar, seguido por um técnico de iluminação e um operador de câmara. Os três passam primeiro através de uma passagem estreita e, em seguida, entraran na caverna com os restos dos esqueletos. Liss diz que tentou descobrir o tamanho da pilha de restos, colocando a mão por dentro para medir, mas não conseguiu chegar ao fundo. O filme mostra Liss dissolvendo alguns dos materiais que estavam carbonizados perto dos esqueletos. Assim que saiu da caverna Liss, os funcionários da Autoridade de Antiguidades de Israel isolaram e bloquearam a entrada da caverna.
Durante a palestra, Liss também cita fontes históricas que mostram que na área da Cidade Velha, onde o cemitério muçulmano está agora, houve uma vez um antigo bairro judaico e um cemitério, que foram transferidos para o Vale de Josafá. Ele baseia sua teoria de que os esqueletos são os restos mortais das pessoas mortas no Monte do Templo em uma vala comum.
"Os romanos ficaram no Monte do Templo por um mês após a destruição do templo, até irem para conquistar a cidade superior [Bairro Judeu de hoje]", diz Liss. "Eles tiveram que se livrar dos milhares de corpos em decomposição e o lugar mais óbvio para fazer isso teria sido as grutas naturais na encosta superior do monte, em torno de Portão Misericórdia. "
O veterano jornalista ressaltou que esta era é apenas uma teoria. "Agora, após a nossa publicação, os peritos devem ir a campo e examinar o que nós encontramos na época, avaliá-lo e publicar suas próprias conclusões", diz ele.
Uma série de arqueólogos veteranos declararam ao jornal Israel Hayom que as imagens não são suficientes para determinar a história da caverna e que amostras precisam ser retiradas do local e datadas.
As chances de o local ser reaberto são muito pequenas, pois está situado em uma área particularmente sensível, onde a autoridade islâmica de Jerusalém, o Waqf mantém uma estreita vigilância e interpreta todos os movimentos por judeus ou autoridades israelenses como afronta.
A Autoridade de Antiguidades disse em resposta que não tinha conhecimento das conclusões apresentadas no filme de Liss ", e ficaria feliz em receber os materiais. Um oficial disse ao jornal Israel Hayom que ele estava ciente de relatórios infundados de uma caverna com uma grande quantidade de restos mortais humanos na área, mas por causa da extrema sensibilidade do local e sua proximidade com o cemitério muçulmano, a caverna nunca havia sido explorada.
Uma das bases para a conclusão de Benny é o fato de que ao contrário de outro cemitério que se encontra nas proximidades, este não pode ser considerado uma vala comum de cristãos, pois não foram encontrados nele cruzes ou outros símbolos cristãos conhecidos em valas comuns de cristão.
Diretor do Cafetorah
Fundações do Muro das Lamentações foram reveladas no último ano de escavações na Cidade de Davi
Fundações do Muro das Lamentações foram reveladas no último ano de escavações na Cidade de Davi
05/08/2012 - 10:45
As
escavações arqueológicas realizadas durante o ano passado revelaram os
alicerces da parede ocidental(o Muro da Lamentações, ou Kotel) - as
primeiras rochas foram colocadas no chão. Essas pedras foram cobertos
com terra para pavimentar a rua que ficava acima, e esta é a primeira
vez em 2.000 anos, eram visíveis.
Estas pedras ninguém havia visto desde quando foram colocadas, nem mesmo os moradores de Jerusalém no período do Segundo Templo. Os trabalhadores da construção civil que construíram o Muro das Lamentações os cobriram com terra para criar estabilidade necessária para a rua foi que pavimentada sobre elas, e as mesmas ficaram encobertas por mais de 2.000, longe das vista dos moradores da região.
Descobertas durante as escavações arqueológicas na Cidade de Davi, abaixo da rua que leva ao Templo, seus fundamentos foram descobertos no ano passado no Muro das Lamentações - as rochas não foram afetadas mesmo com a destruição de Jerusalém, porque elas estavam cobertas de entulhos. A rochas foram cortadas com precisão e permaneceram como elas estavam por milhares de anos.
Estas pedras ninguém havia visto desde quando foram colocadas, nem mesmo os moradores de Jerusalém no período do Segundo Templo. Os trabalhadores da construção civil que construíram o Muro das Lamentações os cobriram com terra para criar estabilidade necessária para a rua foi que pavimentada sobre elas, e as mesmas ficaram encobertas por mais de 2.000, longe das vista dos moradores da região.
Descobertas durante as escavações arqueológicas na Cidade de Davi, abaixo da rua que leva ao Templo, seus fundamentos foram descobertos no ano passado no Muro das Lamentações - as rochas não foram afetadas mesmo com a destruição de Jerusalém, porque elas estavam cobertas de entulhos. A rochas foram cortadas com precisão e permaneceram como elas estavam por milhares de anos.
Messias da desgraça: Como o Rev. Moon passou de simples camponês para um bilionário
Messias da desgraça: Como o Rev. Moon passou de simples camponês para um bilionário
Tom Rawstorne
Já estão em andamento os preparativos para o funeral de Sun Myung Moon, o líder dos moonies que se autoproclamava “messias”.
Na sede da igreja, cercada de montanhas, em Gapyeong, a leste de Seoul,
trabalhadores estão ocupados fazendo uma estrada de duas pistas de quase
um quilometro.
Enquanto isso, dentro de um enorme ginásio de esportes, obras estão em
andamento para a construção de um altar especial em que os visitantes
poderão rezar e se lembrar do líder da Igreja da Unificação, que morreu
aos 92 anos.
Assessores se gabam de que dezenas de milhares de membros da igreja
viajarão para a Coreia do Sul para o funeral em 11 dias. “Convidamos o
maior número de convidados do Japão, cerca de 30.000 pessoas”, disse um
deles.
Quantos realmente estarão presentes é uma estória totalmente diferente,
pois embora a igreja alegue ter no mundo inteiro cerca de três milhões
de pessoas, a verdade é que sua popularidade chegou ao ponto máximo na
década de 1980. Hoje, especialistas estimam que os números minguaram
para apenas 100.000.
É claro que, qualquer que seja o número, o fato é que quaisquer lágrimas
derramadas em memória de Moon serão apenas uma gota em comparação com o
rio de sofrimento e desgraça que sua seita pervertida infligiu.
Ele estabeleceu sua igreja — formalmente conhecida como a Federação da Família para a Paz e Unificação Mundial — em 1954.
Leia o texto completo em: http://juliosevero.blogspot.com.br/2012/09/messias-da-desgraca-como-o-lider-dos.html
Falso Profeta Nostradamus profetizou sobre Falso Messias Rev. Moon como sendo o Messias
Falso Profeta Nostradamus profetizou sobre Falso Messias Rev. Moon como sendo o Messias
Conforme escritos em um site conhecido pelos seus artgos espirituais, e
escrito por um jornalista processional, Nostradamus teria profetizado
sobre Moon como sendo o Messias.
O site afirma que Nostradamus empregou directamente o nome "Moon" para
descrever a Nova Figura Messiânica que vem para trazer uma Paz Duradoura
na nossa Era.
Veja na integra a matéria descrita abaixo:
"Quando falamos de previsões, associamos imediatamente o nome de
Nostradamus. Nostradamus fez muitas profecias precisas e por volta dos
seus 40 anos, começou a receber visões do futuro e gravá-las. Expôs o
documento por quadras, em latim, francês e grego, e denominou-o Eras
(Ages), publicando-o em 1558. Nostradamus previu as guerras mundiais e
dezoito das suas quadras estavam relacionadas com a Terceira Guerra
Mundial. Nostradamus escreveu um total de 950 quadras e em 60 delas,
Nostradamus descreve o nosso tempo como estando associado ao
aparecimento da figura messiânica. Nas suas previsões, encontramos cerca
de 40 sinais que nos permitem identificar este homem: um novo líder
religioso, portador de uma nova verdade para o nosso tempo. Nostradamus
também transmite a ideia de que as suas profecias se destinam a
despertar-nos e a evitar uma destruição que poderia destruir grande
parte da humanidade. De acordo com Nostradamus, a Terceira Guerra
Mundial não destruirá a humanidade se forem feitas as mudanças
necessárias. Muito provavelmente, estas mudanças estarão ligadas ao
seguimento das instruções dessa pessoa - O Pacificador (The Peacemaker) –
que, nas palavras do profeta, trata-se de um líder religioso, nascido
no Extremo-Oriente, levando a Nova Verdade, que une as religiões contra o
comunismo. O seu nome está ligado à palavra "Moon", que em coreano
significa "a Palavra de Deus" (a palavra dada por Deus aos Homens).
Outros sinais emblemáticos de acordo com Nostradamus: "Ele vai sofrer
grande perseguição e vai ser mal-entendimento, será preso
consecutivamente, vai voar e viajar muito, mas aonde quer que vá, ele
vai Abençoar as Famílias. Até 1991, o mundo ouvirá falar deste homem,
mas as pessoas não vão acreditar – previu Nostradamus – em última
instância, a nossa atitude vai determinar o que se seguirá: um futuro
brilhante ou a destrutiva III Guerra Mundial."
A História de Israel no Debate Atual
A História de Israel no Debate Atual
Este
artigo foi publicado, de forma mais resumida, em Cadernos de Teologia n. 9
(maio de 2001),
Campinas: FTCR da PUC-Campinas, p. 42-64. Acréscimos ao texto são feitos
sempre que surgem novidades.
ABSTRACT
This article surveys some perspectives in the current research of the "History of Israel", the challenges that this poses, and proposes some trajectories for those researching this subject. The scholarly consensus that existed up until the middle seventies of the twentieth century was shattered. The rationalistic paraphrase of the biblical text that constituted the core of the handbooks of the "History of Israel" is no longer acceptable to most scholars. An increasing number of scholars question the use of the biblical text as a source for the “History of Israel”. The implementation of modern literary criticism on the biblical text requires a moving away from issues of historicity, and this allows the "biblical" stories to be evaluated primarily from a literary perspective. The writing of a "History of Israel" using only the archaeological context and non-biblical writings is a controversial undertaking, however, an increasing number of scholars are attempting to do this. It appears a revisionist “History of Syria/Palestine" will compete against the traditional "History of Israel" as scholars from both sides continue their research.
This article surveys some perspectives in the current research of the "History of Israel", the challenges that this poses, and proposes some trajectories for those researching this subject. The scholarly consensus that existed up until the middle seventies of the twentieth century was shattered. The rationalistic paraphrase of the biblical text that constituted the core of the handbooks of the "History of Israel" is no longer acceptable to most scholars. An increasing number of scholars question the use of the biblical text as a source for the “History of Israel”. The implementation of modern literary criticism on the biblical text requires a moving away from issues of historicity, and this allows the "biblical" stories to be evaluated primarily from a literary perspective. The writing of a "History of Israel" using only the archaeological context and non-biblical writings is a controversial undertaking, however, an increasing number of scholars are attempting to do this. It appears a revisionist “History of Syria/Palestine" will compete against the traditional "History of Israel" as scholars from both sides continue their research.
Até meados da década de 70 do século
XX, havia um razoável consenso na História de Israel. Entre outras coisas, o
consenso dizia que a Bíblia Hebraica era guia confiável para a reconstrução
da história do antigo Israel. Dos Patriarcas a Esdras, tudo era histórico. Se
algum dado arqueológico não combinava com o texto bíblico, arranjava-se uma
interpretação diferente que o acomodasse ao testemunho dos textos, como no
caso da destruição das (inexistentes) muralhas de Jericó pelo grupo de Josué[1].
Exemplos?
Os
patriarcas eram personagens históricos, o que podia ser comprovado pelos
textos mesopotâmicos de Nuzi, do século XIV a.C., em seus muitos paralelos, de
estruturas sócio-econômicas a tradições legais, com Gn 12-35. E a migração
dos amoritas, que ocuparam a Mesopotâmia e a Palestina no final do terceiro milênio
a.C., criava as condições ideais para a entrada dos patriarcas na região da
Palestina e explicava seus nomes, sua língua e sua religião.
José
era personagem historicamente possível, pois havia grande quantidade de evidências
egípcias que testemunhava os costumes contados em Gn 37-50. Semitas poderiam
ter chegado a altos postos de governo no Egito, incluindo o de grão-vizir,
especialmente durante o governo dos invasores asiáticos hicsos.
A
escravidão dos hebreus no Egito e o êxodo não podiam ser
questionados, pois textos egípcios testemunham que Ramsés II utilizou hapirus
(= hebreus) na construção de fortalezas no delta do Nilo em regime de trabalho
forçado. A Estela de Merneptah, faraó sucessor de Ramsés II, comprova a existência
de israelitas na terra de Canaã na segunda metade do século XIII a.C., o que nos permitia
fixar a data do êxodo aí por volta de 1250 a.C.A conquista da Palestina pelas 12 tribos israelitas sob o comando de Josué, como narrada no livro que leva o seu nome, contava com testemunhos arqueológicos respeitáveis, como a destruição de importantes cidades cananéias na segunda metade do século XIII a.C., embora muitos autores preferissem explicar a entrada na terra de Canaã de outro modo, como pacífica e progressiva infiltração de seminômades pastores a partir da Transjordânia.
A construção e a consolidação do poderoso império davídico-salomônico eram consideradas como pontos fixos e imutáveis na historiografia israelita, constituindo marco seguro para qualquer manual de História de Israel ou de Introdução à Bíblia quanto às datas dos acontecimentos e às realizações da sociedade israelita.
Os reinos separados de Israel e Judá, após a morte de Salomão, eram bem testemunhados pelos textos assírios e babilônicos, e até pela Estela de Mesha, rei do vizinho país de Moab, sendo tudo, por sua vez, muito bem detalhado nos livros dos Reis, parte da confiável Obra Histórica Deuteronomista.
O exílio babilônico e a volta e reconstrução de Jerusalém durante a época persa, marcando o nascimento do judaísmo baseado no Templo e na Lei que passa a ser lida sistematicamente nas sinagogas, constituíam matéria real e sem maiores problemas, graças à confiabilidade dos textos bíblicos que detalhavam os acontecimentos desta época.
O melhor livro para detalhada exposição e defesa deste consenso é o de John Bright, História de Israel, São Paulo, Paulus, 1978, traduzido da segunda edição inglesa de 1972. Bright pertence à escola americana de historiografia de W. F. Albright e esta sua ‘História de Israel’ foi o manual mais utilizado por nós nos anos 70 e 80 do século passado.
John
Bright e sua História de Israel
John
Bright lançou uma 3a edição de sua História de Israel em
1981. Poucas mudanças foram feitas. O autor atualizou o livro quanto a algumas
descobertas arqueológicas e mostrou-se mais prudente nas afirmações sobre a
historicidade de certos acontecimentos e personagens bíblicos. Mas manteve,
basicamente, as posições da 2a edição. Diz o autor, no Prefácio
da 3a edição, que, em muitos pontos onde anteriormente havia certo
consenso, hoje há um verdadeiro caos de opiniões conflitantes. E
cita, como exemplo, a questão das origens de Israel e a data e a historicidade
dos patriarcas.
Cf.
BRIGHT, J., A History of Israel,
Philadelphia, Westminster Press, 1981. Uma
4a edição do livro foi lançada, após a sua morte em 1995, com uma Introdução
e um Apêndice de William P. Brown, no ano 2000, pela Westminster
John Knox Press. A tradução
brasileira desta 4a edição
foi publicada pela Paulus no final de
2003, como a 7a edição, revista e ampliada a partir da 4a
edição original. Bright foi, até a sua morte, Professor de Hebraico e de
Interpretação do Antigo Testamento no Union Theological Seminary, Richmond,
Virginia, USA. Uma resenha da 'História de Israel' de Bright, focalizando
especialmente a 4a edição, feita por Ludovico Garmus, pode ser lida
na revista Estudos Bíblicos n. 69, Petrópolis, Vozes, 2001, pp. 90-93.
É
preciso lembrar, porém, que a historiografia alemã, desde W. de Wette, em
1806-7, passando por Julius
Wellhausen, em 1894, até Martin Noth, em 1950, não
participava integralmente deste consenso, negando, por exemplo, a historicidade
dos patriarcas.
Mas,
a ‘História de Israel’ está mudando. O consenso foi rompido. A paráfrase
racionalista do texto bíblico que constituía a base dos manuais de ‘História
de Israel’ não é mais aceita. A seqüência patriarcas, José do Egito, escravidão, êxodo, conquista da terra,
confederação tribal, império davídico-salomônico, divisão entre norte e
sul, exílio e volta para a terra está despedaçada.
O
uso dos textos bíblicos como fonte para a ‘História de Israel’ é
questionado por muitos. A arqueologia ampliou suas perspectivas e falar de
‘arqueologia bíblica’ hoje é proibido: existe uma ‘arqueologia da
Palestina’, ou uma ‘arqueologia da Síria/Palestina’ ou mesmo uma
‘arqueologia do Levante’.
O
uso de métodos literários sofisticados para explicar os textos bíblicos,
afasta-nos cada vez mais do gênero histórico, e as ‘estórias bíblicas’ são abordadas
com outros
olhares. A ‘tradição’ herdada dos antepassados e transmitida oralmente até
à época da escrita dos textos freqüentemente não consegue provar sua existência.
A
construção de uma ‘História de Israel’ feita somente a partir da
arqueologia e dos testemunhos escritos extrabíblicos é uma proposta cada vez
mais tentadora. Uma ‘História de Israel’, que dispense o pressuposto teológico
de Israel como ‘povo escolhido’ ou ‘povo de Deus’ que sempre a
sustentou. Uma ‘História de Israel e dos Povos Vizinhos’, melhor, uma
‘História da Síria/Palestina’ ou uma ‘História do Levante’ parece
ser o programa para os próximos anos.
E há
pesquisadores de renome na área, como Rolf Rendtorff, exegeta alemão,
professor emérito da Universidade de Heidelberg, que
já em 1993 afirmava em artigo na revista Biblical Interpretation 1, p.
34-53, que os problemas da interpretação do Pentateuco estão intimamente
ligados aos problemas mais amplos da reconstrução da história de Israel e da
história de sua religião.
Este
artigo quer traçar um panorama destas mudanças pelas quais vem passando a ‘História de Israel’
nos
últimos trinta e tantos anos, apontar as dificuldades que a crise vem criando e
propor algumas pistas de leitura para os interessados no assunto.
1. Patriarcas? Que Patriarcas?
Em
1967, o norte-americano Thomas L. Thompson começou sua tese de doutorado na
Universidade de Tübingen, na Alemanha. O tema: as narrativas patriarcais. Sua
idéia fundamental: se algumas das narrativas sobre os patriarcas hebreus
estavam se referindo historicamente ao segundo milênio a.C., como quase todos
os arqueólogos e historiadores acreditavam naquela época, então Thompson
poderia distinguir nelas as mais antigas histórias bíblicas da tradição
posterior mais ampliada[2].
Quando
Thompson começou seu trabalho, ele estava tão convencido da historicidade das
narrativas sobre os patriarcas no Gênesis, que aceitou, sem questionar, os
paralelos feitos entre os costumes patriarcais e os contratos familiares
encontrados na cidade de Nuzi, no norte da Mesopotâmia, e datados da época do
Bronze Recente (ca. 1500-1200 a.C.)[3].Dois anos mais tarde, porém, em 1969, Thompson percebeu que os costumes familiares de Nuzi e as leis sobre propriedades não eram exclusivos nem de Nuzi, nem do segundo milênio, mas, mais provavelmente, refletiam práticas típicas do primeiro milênio a.C. Isto quebrava o paralelismo feito pelos autores entre Nuzi e o mundo patriarcal e tirava a garantia de que os costumes patriarcais refletiam práticas do segundo milênio.
Nuzi
e os Patriarcas
Um
bom exemplo desse paralelismo pode ser lido no comentário de SPEISER, E. A., Genesis,
Garden City, New York, Doubleday, 1964,
na clássica coleção The Anchor Bible, no qual o autor discute cerca de
20 coincidências entre os costumes patriarcais e os costumes de Nuzi, como os
casos da esposa-irmã Sara (Gn 12,10-20 e paralelos), a adoção de um
estrangeiro, Eliezer, como herdeiro (Gn 15,2), a mãe de aluguel como Agar (Gn
16,1-6).
Estes
e outros exemplos podem ser mais facilmente vistos em VOGELS, W., Abraão e
sua Lenda. Gênesis 12,1-25,11, São Paulo, Loyola, 2000, pp. 38-45.
Além do mais, examinando a hipótese amorita, segundo a qual teria havido grande migração de nômades vindos das fronteiras do deserto siro-arábico para a Mesopotâmia e para a Síria-Palestina no final do terceiro milênio, Thompson percebeu que não havia prova alguma para tal pressuposto, pois o que se descobriu nos últimos anos é que os amoritas são sedentários do norte da Mesopotâmia, vivendo da agricultura e da criação de gado. Isto é testemunhado pelas centenas de
Thompson passou, então, a defender que as narrativas
patriarcais estavam refletindo muito mais o primeiro do que o segundo milênio,
e a datação tradicional dos patriarcas e sua historicidade caíram por terra.
O resultado foi academicamente desastroso. Thompson, que terminou a
pesquisa em 1971, não pôde defender sua tese na Europa nem publicar seu livro
nos Estados Unidos. O livro só foi
publicado em 1974 e Thompson conseguiu seu PhD na
Temple University, Philadelphia, Estados
Unidos, em 1976[4].
John
Van Seters, de quem falaremos mais detalhadamente no próximo item a propósito
do Javista, pesquisando a historicidade dos patriarcas, independente de Thomas
L. Thompson, chegou a conclusões semelhantes, não atribuindo qualquer valor
histórico às estórias sobre Abraão.
Em
1987 Thomas L. Thompson começou a trabalhar a questão das origens de Israel,
retomando a argumentação publicada em um artigo de 1978, sob o título de “O
Background dos Patriarcas”, no Journal
for the Study of the Old Testament, da editora Sheffield, Reino Unido.
Neste artigo, Thompson localizava as origens de um
Israel histórico na região montanhosa ao norte de Jerusalém durante o século
IX a.C. Isto implicava a exclusão
de qualquer unidade política de Israel que abrangesse toda a Palestina, ou
seja, não podia ter existido uma ‘Monarquia Unida’ sob Saul, Davi e Salomão
em Jerusalém, no século X a.C.
O
artigo de T. L. Thompson foi relançado em livro:
The Background of the Patriarchs: A Reply to William Dever and Malcolm Clark,
em ROGERSON, J. W. The Pentateuch. A Sheffield Reader.
Sheffield:
Sheffield Academic Press, 1996, p. 33-74.
O
estudo completo resultou no livro Early History
of the
Israelite People from the
Written and Archaeological Sources
[Antiga História do Povo Israelita a partir de Fontes Escritas e Arqueológicas],
Leiden, Brill, 1992 [19942].
Diz Thompson que a reação a este livro
foi pior do que à tese sobre os patriarcas, levando ao afastamento do
autor da Marquette University, nos Estados Unidos, onde trabalhava.
Mas,
em 1993, Thompson foi convidado para trabalhar no Departamento de Estudos Bíblicos
da Universidade de Copenhague, onde até hoje se encontra, e onde encontrou um
grupo com idéias avançadas sobre a ‘História de Israel’, os hoje chamados
‘minimalistas’.
Um
relato dos conflitos e debates que envolveram a escrita e publicação da tese
de Thompson foi feito por ele no artigo On the Problem of Critical Scholarship: A Memoire,
publicado em abril de 2011
pela revista online The Bible and Interpretation.
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