terça-feira, 25 de setembro de 2012

Israel


Israel


מְדִינַת יִשְׂרָאֵל (Medīnat Yisrā'el)
دَوْلَةُ إِسْرَائِيلَ (Dawlat Isrā'īl)

Estado de Israel
A bandeira tem ao centro a Estrela de Davi, símbolo do judaísmo.
Emblem of Israel.svg
BandeiraBrasão
Hino nacionalהתקווה (HaTikvá)
"A esperança"
Gentílico: israelense; israelita; israeliano[1]

Localização de Israel

Localização da Israel no Oriente Médio
CapitalJerusalém[nota 1]
31°47′N 35°13′E
Cidade mais populosaJerusalém
Língua oficialHebraico (ou hebreu) eárabe
GovernoRepúblicaparlamentarista
 - PresidenteShimon Peres
 - Primeiro-ministroBenjamin Netanyahu
 - Presidente do ParlamentoReuven Rivlin
 - Presidente do Supremo TribunalDorit Beinisch
Independência 
 - Declaração14 de maio de 1948
iyar 5708 
Área 
 - Total20 770 / 22 072 km²[nota 2] km² (151.º)
 - Água (%)~2
População 
 - Estimativa de 20127 913 900[2][nota 3]hab. (96.º)
 - Censo 19955 548 523 hab. 
 - Densidade324 hab./km² (34.º)
PIB (base PPC)Estimativa de 2011
 - TotalUS$ 235,446 bilhões*USD[3] (50.º)
 - Per capitaUS$ 31 004 USD[3] (28.º)
PIB (nominal)Estimativa de 2011
 - TotalUS$ 245,266 bilhões*USD[3] (41.º)
 - Per capitaUS$ 32 297 USD[3] (27.º)
Indicadores sociais
 - Gini (2008)39,2[4]
 - IDH (2011)0,888 (17.º) – muito elevado[5]
 - Esper. de vida80,7 anos (8.º)
 - Mort. infantil4,7/mil nasc. (20.º)
 - Alfabetização97,1% (56.º)
MoedaNovo shekel (NIS)
Fuso horário(UTC+2)
 - Verão (DST)(UTC+3)
Cód. Internet.il
Cód. telef.+972
Website governamentalwww.gov.il

Mapa de Israel
Israel (em hebraicoיִשְׂרָאֵלYisra'el; em árabeإِسْرَائِيلُIsrā'īl), oficialmenteEstado de Israel (em hebraico Loudspeaker.svg? מדינת ישראלtransl. Medīnát Isra'él; emárabeدولة إسرائيل, transl. Dawlát Isrā'īl), é uma república parlamentar localizada no Oriente Médio, ao longo da costa oriental do Mar Mediterrâneo. O país faz fronteira com o Líbano ao norte, com a Síria à nordeste, com a Jordânia e aCisjordânia à leste, com o Egito e a Faixa de Gaza ao sudoeste, e com o Golfo de Aqaba, no Mar Vermelho, ao sul.[nota 4] Geograficamente, contém diversas características dentro de seu território relativamente pequeno.[4][7] Israel é definido como um "Estado Judeu e Democrático" em suas Leis Básicas e é o único Estado de maioria judia do mundo.[8]
Após a adoção de uma resolução pela Assembleia Geral das Nações Unidasem 29 de novembro de 1947, recomendando a adesão e implementação doPlano de Partilha da Palestina para substituir o Mandato Britânico, em 14 maio de 1948, David Ben-Gurion, o chefe-executivo da Organização Sionista Mundial[nota 5] e presidente da Agência Judaica para a Palestinadeclarou o estabelecimento de um Estado Judeu em Eretz Israel, a ser conhecido como o Estado de Israel, uma entidade independente do controle britânico.[9][10][11] Asnações árabes vizinhas invadiram o recém-criado país no dia seguinte, em apoio aos árabes palestinos. Israel, desde então, travou várias guerras com os Estados árabes circundantes,[12] no decurso das quais ocupou os territórios daCisjordâniaPenínsula do SinaiFaixa de Gaza e Colinas de Golã. Partes dessas áreas ocupadas, incluindo Jerusalém Oriental, foram anexadas por Israel, mas a fronteira com a vizinha Cisjordânia ainda não foi definida de forma permanente.[13][14][15][16][17] Israel assinou tratados de paz com Egito eJordânia, porém os esforços para solucionar o conflito israelo-palestino até agora não resultaram em paz.
O centro financeiro de Israel é Tel Aviv,[18] enquanto Jerusalém é a cidade mais populosa do país e sua capital[nota 6] (embora não seja reconhecida como tal pela comunidade internacional). A população israelense, conforme definido peloEscritório Central de Estatísticas de Israel, foi estimada em 2012 em 7 879 500 pessoas, das quais 5 930 000 eram judias. Os árabes formam a segunda maior etnia do país, com 1 622 500 de pessoas.[2] A grande maioria dos árabes israelenses são muçulmanos, além de uma população menor, mas significativa de beduínos do Negev e os cristãos árabes. Outras minorias incluem várias denominações étnicas e etno-religiosas, como os drusoscircassianos,samaritanosmaronitas, além de outros.
Israel é uma democracia representativa com um sistema parlamentar,representação proporcional e sufrágio universal.[19][20] O primeiro-ministro serve como chefe de governo e o Knesset como o corpo legislativo unicameral do país. Israel tem uma das mais altas expectativas de vida do mundo[21] e é considerado um país desenvolvido, sendo membro da OCDE e da ONU.[22] Seu produto interno bruto (PIB) nominal foi o 40º maior do mundo em 2011,[3]enquanto o país tem o mais alto padrão de vida do Oriente Médio.[23] No entanto, organizações como a Anistia Internacional e o Human Rights Watchtêm sido críticos das políticas de Israel em relação aos palestinos, enquanto o governo dos Estados Unidos[24] e alguns países da Europa, como o Reino Unido e a Alemanha, geralmente apoiam Israel bélica e financeiramente.[25]

Índice

  [esconder

[editar]Etimologia

O primeiro registro histórico conhecido do termo Israel surge na Estela de Merenptah, monumento que celebra as vitórias militares do faraó Merenptah, datado do final do século XIII a.C.[26] O nome Israel é o único precedido pelo determinativo para povo, assinalando a sua distinção em relação às populações de cidades-estado presentes na mesma inscrição, o que sugere uma identidade contrastante com a dos seus vizinhos.[27]
É consensual entre os acadêmicos a derivação de Israel a partir de uma forma verbal semita ocidental como śārâ (lutar, prevalecer, reinar [com]), e do elemento teofórico El ("Deus"), o que indicia que a designação poderá ter partido do próprio povo que a usou, podendo-se supor que partilharia uma identidade cultural e uma noção comum de religiosidade (culto a El), assim como, talvez, uma propensão para a guerra.[28]
A tradição judaica dá o como acrograma hebraico das iniciais dos patriarcas e matriarcas, dos quais se originou o povo de Israel: IsaacJacó (י), Sara (ש), Rebeca e Raquel (ר), Abraão (א), Lea (ל). A sua etimologia é sugerida na passagem do Gênesis 32:28, na qual Jacó luta contra um anjo de Deus e o vence, após o que recebe de Deus o nome de Israel. O nome conteria, assim, o significado para a realização de um pacto entre Deus e Israel, mantendo a memória e identidade do povo através dos tempos, e definindo as regras de sua relação com o divino.[29]
O atual país foi designado por Medinat Yisrael, ou Estado de Israel, após serem rejeitadas outras propostas como Eretz Israel ("Terra de Israel"), Sião e Judeia.[30] O uso do termo hebraico israeli para se referir a um cidadão de Israel foi decidido pelo governo do país após a independência e anunciado pelo então Ministro das Relações Exteriores de IsraelMoshe Sharett.[31] Em português, os cidadãos de Israel são denominados "israelenses" (no Brasil) ou "israelitas" (em Portugal e nos PALOP).

[editar]História

[editar]Raízes históricas

Shalom black.svgEste artigo contém texto em hebraico.
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Arabic albayancalligraphy.svgEste artigo contém texto em árabe, escrito da direita para a esquerda. Sem suporte multilingual apropriado, você veráinterrogações, quadrados ou outros símbolosem vez de letras árabes.
Vista geral de Massada no deserto da Judeia, um símbolo nacional.
história da Antiga Israel abrange o período desde o século XX a.C. até à expulsão e Diáspora do povo judaico no século I, na área compreendida entre o Mar Mediterrâneo, o deserto do Sinai, as montanhas do Líbano e o deserto da Judeia. Concentra-se especialmente no estudo do povo judeu neste período, e de forma secundária dos outros povos que com ele conviveram, como os filisteusfeníciosmoabitasidumeushititasmadianitasamoritas e amonitas. As fontes sobre este período são principalmente a escrita clássica como a Bíblia hebraica ou Tanakh(conhecida pelos cristãos como Antigo Testamento), o Talmude, o livro etíope Kebra Nagaste escritos de Nicolau de Damasco, Artapano de Alexandria, Fílon e Josefo. Outra fonte principal de informação são os achadosarqueológicos no EgitoMoabAssíria ou Babilónia, e os vestígios e inscrições no próprio território.
Terra de Israel, conhecida em hebraico como Eretz Israel, é sagrada para o povo judeu desde os tempos bíblicos. De acordo com aTorá, a Terra de Israel foi prometida aos três patriarcas do povo judeu, por Deus, como a sua pátria;[32][33] estudiosos têm colocado este período no início do 2º milênio a.C..[34] A terra de Israel guarda um lugar especial nas obrigações religiosas judaicas, englobando os mais importantes locais do judaísmo (como os restos do Primeiro e Segundo Templos do povo judeu). A partir do século X a.C.[35]uma série de reinos e estados judaicos estabeleceram um controle intermitente sobre a região que durou cerca de 150 anos, para oReino de Israel, até à sua conquista pelos assírios em 721 a.C., e quatro séculos para o Reino de Judá, até à sua conquista porNabucodonosor em 586 a.C. e destruição do Templo de Salomão pelos babilónios.[36] Em 140 a.C. a revolta dos Macabeus levou ao estabelecimento do Reino Hasmoneu de Israel, cuja existência enquanto reino independente durou 77 anos, até à conquista de Jerusalém por Pompeu em 63 a.C, altura em que se tornou um reino tributário do Império Romano.[37]
menorá saqueada de Jerusalém, imagem do Arco de Tito.
Uma antiga sinagoga (Kfar Bar'am), abandonada no século XIII d.C.[38][39]
Sob o domínio assírio, babilônico, persagrego, romano, bizantino e (brevemente)sassânido, a presença judaica na região diminuiu por causa de expulsões em massa. Em particular, o fracasso na revolta de Bar Kokhba contra o Império Romano em 132 resultou em uma expulsão dos judeus em larga escala. Durante este tempo os romanos deram o nome de Syria Palæstina à região geográfica, numa tentativa de apagar laços judaicos com a terra. No entanto, a presença judaica na Palestina manteve-se, com o deslocamento de judeus da Judeia para a cidade de Tiberíades, na Galileia.[40] No início do século XII ainda permaneciam cerca de 50 famílias judaicas na cidade.[41] A Mishná e o Talmud de Jerusalém, dois dos textos judaicos mais importantes, foram compostos na região durante esse período. A terra foi conquistada do Império Bizantino em 638 durante o período inicial das conquistas muçulmanas. O niqqud hebraico foi inventado em Tiberíades nessa época. A área foi dominada pelos omíadas, depois pelos abássidascruzados, os corésmios emongóis, antes de se tornar parte do império dos mamelucos (1260-1516) e o Império Otomano em 1517.[42]
Embora a presença judaica na Palestina tenha sido constante, os judeus que "sempre lá estiveram" reduziam-se à pequena comunidade rural de Peki'in, árabes em tudo excepto na religião.[43] Durante os séculos XII e XIII, houve um pequeno, mas constante movimento de imigrantes judeus para a região, especialmente vindos do Norte de África.[44] Após oDecreto de Alhambra em 1492, muitos judeus expulsos de Espanha partiram para a Terra Santa,[45] embora se tenham fixado nas cidades onde viviam da caridade e do halukkaenviado pelos seus pares na Diáspora.[43] Após 1517, sob o domínio Otomano, a região tornou-se uma província esquecida do Império, declinando em população devido à extrema pobreza, impostos exorbitantes, doença e falta de segurança. A população era maioritariamente muçulmana, da qual dez por cento eram católicos. Em 1777, judeus europeus começaram a voltar à região, juntando-se à pequena comunidade sefardita local.[46] Por volta de 1800, a população judaica rondaria os três milhares,[43] vivendo sobretudo nas "Quatro Cidades Sagradas", JerusalémHebron,Safed e Tiberíades. Despreparados para a rudeza da região, sem conseguir arranjar emprego e impedidos de possuir terras, os judeus europeus viviam na miséria, sobrevivendo, mais uma vez, do halukka.[46]
Já na década de 1850, os judeus chegariam mesmo a constituir pelo menos a metade da população de Safed, Tiberíades e Jerusalém.[47][48]

[editar]Sionismo e o Mandato Britânico

Algumas fontes afirmam que primeira grande onda de imigração moderna, conhecida como a primeira Aliyah (hebraico: עלייה), começou em 1881, quando os judeus fugiram dos pogroms na Europa Oriental.[49] Outras, no entanto, apresentam dados que demonstram que os fluxos de imigração judaica provenientes da Europa entre os anos de 1880 a 1929 tinham como destino em sua maior parte, os países americanos e não a Palestina para onde se dirigiu um número minoritário de judeus até o início da Segunda Guerra Mundial.[50]
Theodor Herzl, visionário do Estado judeu, em 1901.
Enquanto o movimento sionista já existia, em teoria, Theodor Herzl foi creditado como o fundador dosionismo político,[51] um movimento que inspirado no nacionalismo alemão pretendia estabelecer umEstado judaico na terra de Israel, buscando uma solução estadista para a questão judaica.[52] Em 1896, Herzl publicou Der Judenstaat ("O Estado Judeu"), que oferece a sua visão de um futuro Estado judeu. No ano seguinte, ele presidiu o primeiro Congresso Mundial Sionista.[53]
segunda Aliyah (1904-1914), começou após o pogrom de Kishinev. Cerca de 40 000 judeus se estabeleceram na Palestina.[49] Tanto a primeira quanto a segunda onda de imigrantes foi principalmente de judeus ortodoxos,[54] porém na Segunda Aliyah também vieram alguns socialistaspioneiros que criaram o movimento kibbutz.[55] A 2 de novembro de 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, o Ministro Britânico de Relações Exteriores, Arthur Balfour emitiu o que ficou conhecido como a Declaração de Balfour, que diz "O governo de Sua Majestade encara favoravelmente o estabelecimento na Palestina de um lar nacional para o Povo Judeu…". A pedido de Edwin Samuel Montagu e de Lord Curzon, uma linha foi inserida na declaração afirmando "que seja claramente entendido que nada será feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não-judaicas na Palestina, ou os direitos e estatuto político usufruídos pelos judeus em qualquer outro país".[56] A Legião Judaica, um grupo de batalhões compostos sobretudo de voluntários sionistas, havia assistido os britânicos na conquista da Palestina. A utilização do termo ambíguo "lar nacional" alarmou os árabes e, de forma a aplacá-los, em 7 de novembro de 1918 o Reino Unido assinou com a França a Declaração Anglo-Francesa,[57] declarando como objectivo comum a ambos os países "a libertação final e completa dos povos que há muito vêm sendo oprimidos pelos turcos, e o estabelecimento de governos nacionais e administrações [na SíriaIraque e Palestina] cuja autoridade deriva do livre exercício da iniciativa e escolha por parte das populações indígenas".[58] No entanto, em 1919, num memorando governamental interno, Balfour declarou que não tinha intenção de consultar os habitantes da Palestina sobre as suas aspirações, contrariando assim a Declaração de 1918 e a Declaração de Balfour na sua promessa de não prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não-judaicas da Palestina.[57] A oposição árabe a este plano levou aos distúrbios de 1920 na Palestina e à formação da organização judaica conhecida como Haganah ("a Defesa", em hebraico), da qual mais tarde se separaram os grupos Irgun e Lehi.[59]
Em 1922, a Liga das Nações concedeu ao Reino Unido um mandato na Palestina em condições semelhantes à Declaração Balfour.[60]A população da área neste momento era predominantemente muçulmana, enquanto na maior área urbana da região, Jerusalém, era maioritariamente judaica.[61] A terceira (1919-1923) e a quarta Aliyah (1924-1929) trouxeram 100 000 judeus para a Palestina.[49] A partir de 1921 os britânicos sujeitaram a imigração judaica a quotas e a maioria do território designado para o estado judaico foi alocado à Transjordânia.[62]
A ascensão do nazismo na década de 1930 levou à quinta Aliyah, com um fluxo de 250 mil judeus. Este fluxo provocou a Revolta árabe de 1936-1939, e levou os britânicos a conter a imigração através do Livro Branco de 1939. Com países de todo o mundo recebendo refugiados judeus fugidos do Holocausto, um movimento clandestino conhecido como Aliyah Bet foi organizado para transportar judeus para a Palestina.[49] Pelo final da Segunda Guerra Mundial, os judeus representavam 33% da população da Palestina, quando eram 11% em 1922.[63]

[editar]Independência e primeiros anos

atentado terrorista ao Hotel King Davidmarcou o início da luta pela independência judaica na Palestina.
David Ben-Gurion discursa, em 14 de maio de 1948, na Declaração do Estado de Israel com um retrato de Theodor Herzl ao fundo.
Homem em um campo de refugiadospalestinos resultante do Nakba, em 1948.
Após 1942, com a rejeição do Livro Branco de 1939 por parte dos líderes sionistas, o Reino Unido tornou-se cada vez mais envolvido num conflito violento com os judeus.[64] Vários ataques armados foram levados a cabo pelos sionistas contra alvos britânicos, dos quais se destacam o assassinato do ministro de estado britânico Lord Moyne no Cairo em novembro de 1944 pelo Stern Gang, liderado por Yitzhak Shamir, e a explosão do Hotel King Davidpelo Irgun, liderado por Menachem Begin, em 1946. No início de 1947, o governo britânico, percebendo o encargo político e económico que estava a ser o conflito na Palestina, decidiu acabar com o Mandato, declarando que era incapaz de chegar a uma solução aceitável para ambos os lados, árabes e judeus.[65]
A recém-criada Organização das Nações Unidas recomendou a aplicação do Plano de partição da Palestina, aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas através da Resolução 181, de 29 de novembro de 1947, propondo a divisão do país em dois Estados, um árabe e um judeu. Segundo esta proposta, a cidade de Jerusalém teria um estatuto de cidade internacional - um corpus separatum - administrada pelas Nações Unidas para evitar um possível conflito sobre o seu estatuto.[66] A partição proposta pelo Comitê Especial das Nações Unidas para a Palestina (UNSCOP, pela sigla em inglês) concedia ao terço populacional judeu 56% do território, deixando aos dois terços árabes 44% da terra. A divisão demográfica dos dois putativos países significava que no estado árabe deveriam viver 818.000 palestinos, hospedando 10.000 judeus. No estado judeu, viveriam 438.000 palestinos entre 499.000 judeus. O novo Estado judaico detinha a grande maioria das terra férteis e, das 1.200 aldeias palestinas, aproximadamente 400 estavam incluídas em seu interior.[67][68]
Agência Judaica aceitou o plano,[69] embora nunca tivesse afirmado que limitaria o futuro Estado judaico à área proposta pela Resolução 181. A 30 de novembro de 1947 a Alta Comissão Árabe rejeitou o plano, na esperança de que o assunto fosse revisto e uma proposta alternativa apresentada. Nesta altura, a Liga Árabe não considerava ainda uma intervenção armada na Palestina, à qual se opunha a Alta Comissão Árabe.[70] No dia seguinte à rejeição do plano, o conflito armado estendeu-se a toda a Palestina. As organizações paramilitares sionistas, em especial o Haganah e os voluntários internacionais que se lhes juntaram, iniciaram o que David Ben Gurion chamou de "defesa agressiva", na qual qualquer ataque árabe seria respondido de forma decisiva, com destruição do lugar, expulsão dos seus moradores e captura da posição. Em março de 1948 foi colocado em prática o Plano Dalet, com o objectivo de capturar aldeias, bairros e cidades árabes. No mês seguinte, dois importantes acontecimentos geraram ondas de choque através da Palestina e de todo o mundo árabe: A morte de Abd al-Qader al-Husseini defendendo a aldeia árabe de Al-Qastal, e o massacre da aldeia de Deir Yassin, perpetrado pelo Irgun e pelo Stern Gang. Estes acontecimentos levaram os países árabes, reunidos na Liga Árabe, a considerar uma intervenção na Palestina com os seus exércitos regulares.[71] A economia árabe-palestina desmoronou e 250 000 árabes-palestinos fugiram ou foram expulsos.[72]
Em 14 de maio de 1948, um dia antes do fim do Mandato Britânico, a Agência Judaica proclamou a independência, nomeando o país de Israel. No dia seguinte, cinco países da Liga Árabe, Egito, Síria, Jordânia, Líbano eIraque, apoiados pela Arábia Saudita e pelo Iêmen, invadiram[73] o território do antigo Mandato Britânico da Palestina, iniciando aGuerra árabe-israelense de 1948.[74] MarrocosSudãoIêmen e Arábia Saudita também enviaram tropas para ajudar os invasores. Após um ano de combates, um cessar-fogo foi declarado e uma fronteira temporária, conhecida como Linha Verde, foi estabelecida. Os territórios anexados da Jordânia tornaram-se conhecidos como Cisjordânia e Jerusalém Oriental, o Egito assumiu o controle da Faixa de Gaza. Israel foi admitido como membro das Nações Unidas em 11 de maio de 1949.[75] Durante o conflito 711 000 árabes, de acordo com estimativas das Nações Unidas, ou cerca de 80% da população árabe anterior, fugiram do país.[76] O destino dos refugiados palestinos de hoje é um grande ponto de discórdia no conflito israelo-palestino.[77][78] Em retaliação, os governos de diversos países árabes e muçulmanos iniciaram uma política de perseguição e expulsão de suas populações judaicas, que resultou noêxodo de cerca de 700 mil pessoas, a maioria absorvida por Israel, entre o final da década de 1940 e o início da década de 1970[79][80].
Nos primeiros anos do Estado, o Sionismo trabalhista, movimento sionista liderado pelo então Primeiro-ministro David Ben-Guriondominava a política israelita.[81][82] Esses anos foram marcados pela imigração maciça dos sobreviventes do Holocausto e um influxo de judeus perseguidos em terras árabes. A população de Israel aumentou de 800 000 para dois milhões entre 1948 e 1958.[83] A maioria dos refugiados que chegaram sem posses e foram alojados em campos temporários conhecidos como ma'abarot. Em 1952, mais de 200 000 imigrantes viviam nestas "cidades tenda". A necessidade de resolver a crise levou Ben-Gurion a assinar um acordo com a Alemanha Ocidental que desencadeou protestos em massa de judeus que eram contrários a ideia de Israel "fazer negócios" com a Alemanha.[84] Durante a década de 1950, Israel foi atacado constantemente por militantes, principalmente a partir da Faixa de Gaza, que estava sob controle egípcio.[85] Em 1956, Israel criou uma aliança secreta com o Reino Unido e a França destinada a recapturar o canal do Suez, que os egípcios tinham nacionalizado (ver Guerra do Suez). Apesar da captura da Península do Sinai, Israel foi forçado a recuar devido à pressão dos Estados Unidos e da União Soviética, em troca de garantias de direitos marítimos de Israel no Mar Vermelho e no Canal.[86]
No início da década seguinte, Israel capturou Adolf Eichmann, um dos criadores da Solução Final escondido na Argentina, e o trouxe para julgamento.[87] O julgamento teve um impacto importante sobre a conscientização do público sobre o Holocausto,[88] Eichmann foi única pessoa executada por Israel,[89] embora John Demjanjuk tivesse sido condenado a morrer antes de sua condenação ser anulada pela Suprema Corte de Israel.[90]

[editar]Conflitos e tratados de paz

Ao longo dos anos os países árabes recusaram-se a manter relações diplomáticas com Israel não reconhecendo a existência do Estado judeu e, além disso, árabes nacionalistas liderados por Nasser lutaram pela destruição do Estado judeu.[12][91] Em 1967, oEgito, a Síria e a Jordânia mandaram suas tropas até as fronteiras israelenses, expulsando as forças de paz da ONU e bloqueando o acesso de Israel ao Mar Vermelho. Israel viu essas ações como um casus belli para um conflito, iniciando a Guerra dos Seis Dias. Israel conseguiu uma vitória decisiva nesta guerra e capturou os territórios árabes da Cisjordânia, Faixa de Gaza, Península do Sinai e as Colinas de Golã.[92] Desde 1949 a chamada Linha Verde passou a ser a fronteira administrativa entre Israel e os territórios ocupados. As fronteiras de Jerusalém foram ampliadas por Israel que incorporou Jerusalém Oriental. A Lei de Jerusalém, promulgada em 1980, reafirmou esta medida e reacendeu polêmica internacional sobre o estatuto de Jerusalém.[93]
O fracasso dos Estados Árabes na guerra de 1967 levou ao surgimento de organizações não-estatais árabes no conflito, sendo a mais importante a Organização de Libertação da Palestina (OLP), que foi concebida sob o lema "a luta armada como única forma de libertar a pátria.".[94][95] No final da década de 1960 e início da década de 1970, grupos palestinos[96][97] lançaram uma onda de ataques contra alvos israelenses ao redor do mundo,[98] incluindo um massacre de atletas israelitas nos Jogos Olímpicos de Verão de 1972, em Munique na Alemanha. Israel reagiu com a Operação Cólera de Deus, no decurso da qual os responsáveis pelo massacre de Munique foram encontrados e executados.[99] Em 6 de outubro de 1973, no Yom Kippur, dia mais santo do calendário judaico, osexércitos do Egito e da Síria lançaram um ataque surpresa contra Israel. A guerra terminou em 26 de outubro com o êxito israelense, que conseguiu repelir as forças egípcias e sírias, porém sofrendo grandes perdas.[100] Um inquérito interno exonerou o governo israelense da responsabilidade pelo conflito, porém a insatisfação popular forçou a então Primeira-Ministra Golda Meir a renunciar.[101]
BeginCarter e Sadat em Camp David, no momento da assinatura do tratado de paz israelo-egípcio.
As eleições de 1977 do Knesset marcaram uma virada importante na história política israelense, quando Menachem Begin do Partido Likud assumiu o controle do Partido Trabalhista.[102] Mais tarde, no mesmo ano, o então Presidente Egípcio Anwar El Sadat fez uma visita a Israel e falou perante o Knesset, esta foi a primeira vez que um chefe de Estado árabe reconheceu o Estado de Israel.[103] Nos dois anos que se seguiram, Sadat eMenachem Begin assinaram o Acordo de Camp David e o Tratado de Paz Israel-Egito.[104]Israel retirou-se da Península do Sinai e concordou em iniciar negociações sobre uma possível autonomia para palestinos em toda a Linha Verde, um plano que nunca foi executado. O governo israelense começou a encorajar assentamentos judeus no território da Cisjordânia, criando atritos com os palestinos que viviam nessas áreas.[105]
Em 7 de junho de 1981, Israel bombardeou pesadamente o reator nuclear Osirak no Iraquedurante a chama Operação Ópera, com fim de desabilitá-lo. A inteligência israelense tinha uma suspeita de que o Iraque pretendia utilizar este reator para o desenvolvimento de armas nucleares. Em 1982, Israel interveio naGuerra Civil Libanesa, destruindo as bases da Organização de Libertação da Palestina, que, em resposta, lançou ataques e mísseis ao norte de Israel. Esse movimento se desenvolveu para a Guerra do Líbano de 1982.[106] Israel retirou a maior parte se suas tropas do Líbano, em 1986, mas manteve uma "zona de segurança" até 2000. A Primeira Intifada, um levante palestino contra Israel, eclodiu em 1987,[107] com ondas de violência nos territórios ocupados. Ao longo dos seis anos seguintes, mais de mil pessoas foram mortas, muitas das quais por atos internos de violência dos palestinos.[108] Durante a Guerra do Golfo em 1991, a OLP e os palestinos apoiaram os ataques de mísseis lançados contra Israel pelo líder iraquiano Saddam Hussein, na tentativa de provocar a entrada de Israel para a guerra.[109][110]
Yitzhak Rabin e Yasser Arafat dão as mãos, acompanhados por Bill Clinton, quando ocorreu a assinatura dos Acordos de Oslo, em 13 de setembro de 1993.
Em 1992, Yitzhak Rabin tornou-se Primeiro-Ministro, ele e seu partido estabeleceram compromissos com os vizinhos de Israel.[111][112] No ano seguinte, Shimon Peres eMahmoud Abbas, em nome de Israel e da OLP, assinaram os Acordos de paz de Oslo, que deram à Autoridade Nacional Palestina o direito de auto-governar partes da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.[113] A intenção era o reconhecimento do direito do estado de Israel existir e uma forma de dar fim ao terrorismo. Em 26 de outubro de 1994 foi assinado o Tratado de paz Israel-Jordânia, sendo a Jordânia o segundo país árabe que normalizou suas relações com Israel.[114] O apoio público dos árabes aos Acordos foi danificado pelo Massacre do Túmulo dos Patriarcas,[115] pela continuação dos assentamentos judeus, e pela deterioração das condições econômicas. O apoio da opinião pública israelense aos Acordos diminuiu quando Israel foi atingido por ataques suicidas palestinos.[116] Em novembro de 1995 o assassinato de Yitzhak Rabin por um militante de extrema-direita judeu, chocou o país.[117]
No final da década de 1990, Israel, sob a liderança de Benjamin Netanyahu, desistiu de Hebron,[118] assinando o Memorando de Wye River, dando maior controle da região para a Autoridade Nacional Palestina.[119] Ehud Barak, eleito primeiro-ministro em 1999, começou por retirar forças israelenses do sul do Líbano, realizando negociações com a Autoridade Palestina Yasser Arafat e o entãoPresidente dos Estados UnidosBill Clinton, durante a Cúpula de Camp David de 2000. Durante esta cimeira, Barak ofereceu um plano para o estabelecimento de um Estado palestino na Faixa de Gaza e 91% da Cisjordânia, retendo porém o controlo sobre todas as fronteiras e principais cursos de água, e anexando definitivamente 12% do Vale do Jordão, a região mais fértil da Cisjordânia, a favor de Israel, reservando-se ainda o direito de permanecer entre 12 a 30 anos em outros 10% dessa região.[120] Yasser Arafat rejeitou o acordo, exigindo como pré-condição para as negociações a retirada de Israel para as fronteiras de Junho de 1967.[121] Após o colapso das negociações, começou a Segunda Intifada.[122][123] Ariel Sharon foi escolhido como novo primeiro-ministro em 2001 durante uma eleição especial. Durante seu mandato, Sharon realizou seu plano de retirada unilateral da Faixa de Gaza e também liderou a construção da barreira israelense da Cisjordânia.[124] Em janeiro de 2006, depois de sofrer um grave acidente vascular cerebral que o deixou em coma, Ariel Sharon deixou o cargo e suas competências foram transferidas para o gabinete de Ehud Olmert.[125]
Em julho de 2006, um ataque da artilharia do Hezbollah a comunidades da fronteira norte de Israel e um rapto de dois soldados israelenses desencadeou a Segunda Guerra do Líbano.[126][127][128] Os confrontos duram por um mês até um cessar-fogo (Resolução 1701 da Organização das Nações Unidas) mediado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Em 27 de novembro de 2007, o Primeiro-Ministro israelense Ehud Olmert e o Presidente palestino Mahmoud Abbas concordaram em negociar sobre todas as questões e lutar por um acordo até ao final de 2008. Em abril de 2008, o presidente sírio Bashar al-Assad disse a um jornal do Qatar que a Síria e Israel tinham vindo a discutir um tratado de paz por um ano, com a Turquia como mediador. Isto foi confirmado por Israel, em Maio de 2008.[129]
No final de dezembro de 2008, o cessar-fogo entre o Hamas e Israel acabou após foguetes serem disparados a partir da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas. Israel respondeu com uma série de intensos ataques aéreos.[130] Em resposta, protestos eclodiram em todo o mundo.[131] Em 3 de janeiro de 2009, tropas israelitas entraram em Gaza marcando o início de uma ofensiva terrestre.[132]

[editar]Geografia

Vista do Mar Morto, o ponto em terra mais abaixo do nível do mar no mundo.
Paisagem típica no Deserto de Negev, com areias de múltiplas cores e rios secos, ocasionalmente inundados no inverno por instantâneas enchentes.
O Estado de Israel, em sua área total de 27 800 km, é descrito dentro das linhas de cessar-fogo e do autogoverno da Palestina. De forma alongada e estreita, tem em seu comprimento 470 km, e em sua largura máxima, 135 km. Suas fronteiras estão entre o Líbano, a Síria, aJordânia, o Egito e o Mar Mediterrâneo.[4][133][134] Dividido em quatro regiões geográficas - três faixas paralelas e uma grande área árida - tem em sua planície costeira do Mediterrâneo, os sítios mais férteis, que avançam em um total de quarenta quilômetros para o interior do país. A nordeste, nascem suas cadeias de montanhas, onde localiza-se ainda o Planalto de Golan, formado por rochas de basalto, resultantes de erupções vulcânicas, que beiram o Vale do Hula. Seguindo a cadeia rochosa, localizam-se as montanhas daGalileia, compostas de rocha calcária branda e dolomita, que atingem até 1 200m de altura.
Acompanhando as cadeias montanhosas seguem córregos que mantém a região verde por todo o ano. Entre as montanhas da Galileia e da Samaria, encontra-se o Vale de Jizreel, dita a região mais agrícola de Israel. Seguindo a cadeia rochosa para o sul, vê-se o Neguev, que compõe quase a metade do território.[135] Adiante, esta área torna-se mais árida, composta por planícies de arenito em cumes de pedras, crateras, platôs, montanhas ainda mais altas e três crateras erosivas, cuja maior mede 35 km de comprimento, de clima seco. Próximo a Eilat e ao Mar Vermelho, a paisagem apresenta agudas elevações compostas por granito cinza e vermelho e arenito. Ao oriente, percebe-se a Fenda Sírio-Africana, divisora da crosta terrestre. Ao contrário do sul semiárido, o oriente é sua área setentrional e fértil, além de ser atravessada de norte a sul pelo rio Jordão, que possui um total de trezentos quilômetros. Este rio, nascido de neves do Monte Hermon derretidas no verão, atravessa o Vale do Hula, e o Mar da Galileia, o maior reservatório de água potável do país situado entre as montanhas e o Planalto de Golan, e desemboca no Mar Morto, o ponto mais baixo da superfície terrestre.[136] Apesar de cheio durante a estação das chuvas, é um rio razo e estreito. Ao sul do Mar Morto, encontra-se o Aravá,[137] chamada savana de Israel, que se estende até o golfo de clima sub-tropical e águas profundas, com recifes de corais e uma variada fauna marinha.[138]

[editar]Clima

As temperaturas variam muito em Israel, principalmente durante o inverno. As regiões montanhosas do país são frias, inclusive com ocorrência de neve; o pico do monte Hérmon é coberto por neve na maior parte do ano e Jerusalém recebe pelo menos uma queda de neve por ano.[139] Entretanto, cidades costeiras, como Tel Aviv e Haifa, têm clima mediterrâneo típico, com frio e chuva durante oinverno e com verão quente e seco. A maior temperatura no continente asiático (53,7 °C) foi registrada em 1942 no kibutz Tirat Zvi, no norte do vale jordaniano.[140]
De maio a setembro, a chuva em Israel é rara.[141][142] Com os escassos recursos hídricos, Israel tem desenvolvido diversastecnologias de economia de água, incluindo irrigação por gotejamento.[143] Os israelenses também aproveitam a grande incidência de luz solar para a produção de energia solar, tornando a Israel, a nação líder em energia solar em uso per capita.[144]
O famigerado querogrilo, referido noLevítico, animal desconhecido na Europadurante muitos séculos.

[editar]Fauna e flora

fauna e a flora nacionais são diversificadas, devido, em parte, a sua localização, na junção de três continentes. Na vida vegetal, mais de 2 800 plantas já foram catalogadas, entre opapiro e a peônia vermelho-coral brilhante. Ao longo do território há ainda um misto de flores cultivadas e plantas nativas: írisaçucena e tulipa, misturam-se ao açafrão e à cila, chamadas litófitas. Já em meio a vida animal de Israel, há uma grande variedade de espécies de borboletas e pássaros, entre 135 para um e 380 para o outro. Gazelas,raposasgatos selvagens e outros mamíferos, formam a fauna dos bosques; Cabritos monteses vivem nos rochedos desertos; e camaleões e cobras juntam-se a oitenta espécies nativas de lagartos. Para preservar a vida das espécies animal e vegetal, o governo criou o Fundo Nacional Judaico, que atua na acumulação de água, no reflorestamento e na sua manutenção. Além disso, severas leis foram adotadas a fim de preservar a vida natural, tornando um ato ilegal até mesmo a retirada de uma flor nascida na beira da estrada; e a conscientização da população é promovida através de atos públicos como excursões guiadas, campanhas de esclarecimento, publicações e dentro das escolas.[145]

[editar]Demografia

Em 2010, a população de Israel foi calculada em 7,587 milhões de habitantes.[146] Desses, segundo dados de 2009, mais de 300 000 cidadãos de Israel viviam em assentamentos na Cisjordânia,[147] como Ma'ale Adummim e Ariel e as comunidades que antecederam a criação do Estado, mas foram restabelecidas após a Guerra dos Seis Dias, em cidades como Hebron e Gush Etzion. Cerca de 18 000 israelenses vivem nas Colinas de Golã. Em 2006, havia 250 000 judeus residentes em Jerusalém Oriental. O número total de colonos israelenses é superior a 500 000 (6,5 por cento da população). Cerca de 7 800 viviam em assentamentos israelenses na Faixa de Gaza até terem sido evacuados pelo governo como parte do seu plano de retirada de 2005.
Tel Aviv, a segunda maior cidade do país
Israel tem três línguas oficiais: hebraicoárabe e inglês[4]. O hebraico é o idioma principal do estado e é falada pela maioria da população. O árabe é falado pela minoria árabe e por judeus que imigraram a partir de países árabes. A maioria dos israelenses se comunica razoavelmente bem em inglês: muitos programas de televisão são em inglês e, em muitas escolas, se ensina inglês. Como um país de imigrantes, dezenas de línguas podem ser ouvidas nas ruas de Israel. Um grande afluxo de pessoas da antiga União Soviética e da Etiópia fizeram, do russo e do amárico, línguas faladas em Israel. Entre 1990 e 1994, a imigração de judeus da antiga União Soviética fez com que a população israelense aumentasse em doze por cento.[148]
Ao longo da última década, os fluxos migratórios têm, também, incluído um número significativo de imigrantes não judeus de países como a RomêniaTailândiaRepública Popular da China e vários países da África e da América do Sul; estimar um número exato é difícil devido à presença de imigrantes ilegais, mas as estimativas executadas na região apresentaram cerca de 200 000 pessoas.[149]A retenção da população de Israel desde 1948 é a mesma ou maior, quando comparado para outros países com imigração maciça.[150]Emigração da população israelense (yerida) para outros países, principalmente para os Estados Unidos e o Canadá, é descrito por demógrafos como modesta,[151] mas é muitas vezes citada pelos ministérios do governo israelense como uma ameaça importante para o futuro de Israel.[152]
Israel foi criado com o propósito de ser uma pátria para o povo judeu e é muitas vezes referida como o Estado judeu. A Lei do retornoconcede a todos os judeus e os de linhagem judaica o direito à cidadania israelense.[153] Um pouco mais de três quartos, ou 75,5 por cento, da população são judeus de várias origens judaicas. Aproximadamente 68 por cento dos judeus israelenses nasceram no país, 22 por cento são imigrantes da Europa e das Américas e 10 por cento são imigrantes da Ásia e da África (incluindo o mundo árabe).[154]

[editar]Religião

Muro das Lamentações, o local mais sagrado do judaísmo, com o Domo da Rochaao fundo, em Jerusalém.
A afiliação religiosa dos judeus israelitas varia muito: 55 por cento dizem que são "tradicionais", enquanto 20 por cento consideram-se "judeus seculares", 17 por cento definem-se como "sionistas religiosos"; os finais 8 por cento definem-se como "judeusharedi".[156]
Perfazendo até 16,2 por cento da população, os muçulmanos constituem a maior minoria religiosa de Israel. Dos cidadãos árabes de Israel, que representam 19,8 por cento da população, mais de quatro quintos (82,6 por cento) são muçulmanos. Dos restantes árabes israelenses, 8,8 por cento são cristãos e 8,4 por cento são drusos.[157] Membros de muitos outros grupos religiosos, incluindo budistas e hindus, mantem presença em Israel, embora em menor número.[158] Os cristãos totalizam 2,1% da população de Israel e são constituídos de árabes cristãos e judeus messiânicos.[159]
cidade de Jerusalém é um lugar sagrado para judeusmuçulmanos e cristãos, pois sedia lugares que são fundamentais para suas crenças religiosas, como o Muro das Lamentações, o Monte do Templo, a Mesquita de Al-Aqsa e a Igreja do Santo Sepulcro. Outros monumentos religiosos de importância estão localizadas na Cisjordânia, entre eles o local de nascimento de Jesus, a tumba de Raquel em Belém e a Caverna dos Patriarcas, em Hebron. O centro administrativo da Fé Bahá'í e do Santuário do Báb estão localizadas no Centro Mundial Bahá'í em Haifa e do líder da fé, enterrado no Acre. Não existe uma comunidade Baha'i em Israel, embora seja um destino de peregrinações. Pessoas que seguem a Fé Baha'i em Israel não ensinam a sua fé a israelenses seguindo uma política rigorosa.[160][161]
Centro Mundial Bahá'í, em Haifa, o centro administrativo e espiritual da Fé Bahá'í
Israel figura entre os dez países com maior número de ateus ou agnósticos, e, com um total de 25,6 por cento da população declarando-se ateísta, fica na quarta posição por países com maior proporção de ateístas no mundo.[162]
A grande maioria das pessoas seculares em Israel são de etnia judaica. Muitos judeus respeitam os feriados religiosos como algo comum, uma data estabelecida pelo governo, não são como seus país ou avós, que tinham fé na religião, afinal este era o legado de séculos passado de geração a geração, elo que unia o povo judeu e dava a ele um sentido de pertença a uma mesma comunidade. Hoje, os sabras já não sentem tanto a necessidade de seguir preceitos religiosos. Mesmo que entre os árabes haja também alguns indivíduos ateus ou não-religiosos, é mais comum entre os árabes de Israel, como um todo, encontrar pessoas bastante ligadas à religião, sejam elas cristãs ou muçulmanas, especialmente entre esses últimos. Embora as religiões, tanto o judaísmo quanto o islã, sejam responsáveis por uma boa do conflito árabe-israelense (por exemplo na questão de Jerusalém), a fé religiosa não é mais determinante na vida das pessoas, pelo menos para a maior parte dos judeus, que estão cada vez mais seculares (à exceção dos haredim). Os judeus laicos continuam a compartilhar um sentimento de identidade e a crença num destino comum, porém não mais é a fé que determina essa destino. Ainda assim, preocupa a radicalização de uma parcela dos líderes religiosos que têm bastante influência na política nacional. Há um certo medo da sociedade em geral de que o laicismo deixe de contar com o apoio dos políticos, com um aumento do poder dos ultraortodoxos.[163]

[editar]Política

Interior do Knesset, o parlamentoisraelense.
Israel é uma democracia parlamentar[4] e o Presidente de Israel é o chefe de estado, mas suas funções são em grande parte simbólicas.[164] Um membro do Parlamento apoiado pela maioria dos parlamentares torna-se o Primeiro-Ministro, normalmente o presidente do maiorpartido. O Primeiro-ministro é o chefe de governo e chefe do Gabinete.[164] Israel é governado por um parlamento composto por 120 membros, conhecido como Knesset. A composição do Knesset é baseada na representação proporcional dos partidos políticos.[165] As eleições parlamentares são realizadas a cada quatro anos, mas o Knesset pode dissolver o governo, a qualquer momento, por falta de confiança na votação. O processo de paz, o papel da religião no estado e escândalos polítcos têm causado ruptura de coalizões ou a antecipação das eleições.[166] As Leis Básicas de Israel funcionam como uma constituição não escrita. Em 2003, o Knesset começou a redigir uma constituição oficial baseada nestas leis.[4][167]

[editar]Sistema judicial

Israel tem três níveis no sistema judicial. O nível mais baixo são magistrados judiciais, situados na maioria das cidades do país. Acima deles são tribunais de comarca, servindo simultaneamente como tribunais de apelação e tribunais de primeira instância, estão situados em cinco dos seis distritos de Israel. O terceiro nível e o mais elevado é a Suprema Corte de Israel, situada em Jerusalém. Serve um papel duplo como o mais alto tribunal de apelação e de Supremo Tribunal de Justiça. Nesta última função, o Supremo Tribunal dita asregras como um tribunal de primeira instância, permitindo que os indivíduos, os cidadãos e não cidadãos, façam uma petição contra as decisões das autoridades estatais.[168][169]
Israel não é um membro do Tribunal Penal Internacional pois teme que o tribunal seja tendencioso contra ele, devido as pressões políticas de outros países membros.[170] Israel combina os sistemas jurídicos de common law inglês, o direito civil, e as leis judaicas.[4]esse sistema é baseado no princípio do stare decisis e é um sistema acusatório, onde as partes envolvidas no fato trazem provas perante o tribunal. Os precessos do Tribunal são julgados por juízes profissionais, em vez de jurados.[168] Casamento e divórcio estão sob a jurisdição dos tribunais religiosos: judeusmuçulmanosdruzos e cristãos.
Lei Básica: Dignidade Humana e Liberdade visa defender os direitos humanos e das liberdades em Israel.[171] Israel foi classificada em 2009 como "livre" pela Freedom Houseem função do nível dos direitos civis e políticos;[172] os "Territórios Ocupados Israel/Autoridade Palestina" foram classificados como "não-livres."[173] No mesmo ano, osRepórteres sem Fronteiras classificaram Israel na 93ª posiçao entre 175 países em termos de liberdade de imprensa, ultrapassada em termos regionais pelo Kuwait, pelo Líbano e pelos Emirados Árabes Unidos. A Freedom House classificou o país como "parcialmente livre" em termos de liberdade de imprensa.[174] Grupos como a Anistia Internacional[175] eHuman Rights Watch,[176] reprovam Israel em relação aos direitos humanos para o conflito árabe-israelense. As liberdades civis de Israel permitem a autocrítica, a partir de grupos como B'Tselem, uma organização israelense de direitos humanos.[177]

[editar]Distritos administrativos

O Estado de Israel está dividido em seis principais distritos administrativos, conhecido como mehozot (מחוזות; singular: mahoz) - CentroHaifaJerusalémNorteSul e Tel Aviv. Os distritos dividem-se em quinze subdistritos conhecidos como nafot (נפות; singular: ANPA), que são eles próprios divididos em cinquenta regiões naturais.[178]
NúmeroDistritoCidade principalProvínciasNúmero de residentes
1NorteNazareth IllitKinneret , SafedAcre_(Israel)GolãVale de Jizreel1.242.100
2HaifaHaifaHaifaHadera880.000
3CentralRamlaRishon LeZionSharon (Netanya), Petah TikvaRamlaRehovot1.770.200
4Tel AvivTel AvivTel Aviv1.227.000
5JerusalémJerusalémJerusalém910.300
6SulBeershebaAshkelonBeersheba1.053.600
BJudeia e SamariaModi'in Illit (maior cidade)---304.569‏‏[179]
Para fins estatísticos, o país está dividido em três áreas metropolitanasTel Aviv e Gush Dan (população3 150 000), Haifa (população 996 000), e Beersheba (população 531 600).[180] A maior cidade de Israel, tanto em população quanto emárea é Jerusalém com 732 100 habitantes em uma área de 126 km².[181] Tel AvivHaifa e Rishon LeZion são as cidades mais populosas do país, com 384 600, 267 000 e 222 300 habitantes, respectivamente.[182]

[editar]Territórios ocupados

Mapa de Israel mostrando a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e as Colinas de Golã.
Os territórios ocupados por Israel são a CisjordâniaJerusalém Oriental e as Colinas de Golã. Estas são as áreas que Israel tomou da Jordânia e da Síria durante a Guerra dos Seis Dias. O termo também foi usado para descrever a Península do Sinai, que foi devolvida aoEgito em 1979 como parte do Tratado de paz israelo-egípcio.[183]
O termo "territórios ocupados por Israel" também foi usado para englobar a Faixa de Gaza, que foi ocupada pelo Egito e tomada por Israel em 1967. Em 2005, Israel desocupou a Faixa de Gaza e retirou quatro assentamentos na Cisjordânia, como parte do seu plano de retirada unilateral. No entanto, Israel continua a controlar o acesso ao espaço aéreo e marítimo de Gaza. Israel também regulamenta as viagens e o comércio de Gaza com o resto do mundo.[184] O interior do território está sob controle do Hamas, partido majoritário noConselho Legislativo da Palestina, cujo braço militante executou desde os anos 1990 vários atentados terroristas contra Israel como o atentado suicida do Dizengoff Center e o atentado terrorista da pizzaria Sbarro.[185][186][187][188] Na sequência da captura desses territórios por Israel, assentamentos constituídos por cidadãos israelitas foram estabelecidas dentro de cada um deles. Israel aplica suas leis em Golan e Jerusalém Oriental, incorporando-os ao seu território e oferecendo aos seus habitantes o status de residentes permanentes e a possibilidade de obtenção da cidadania israelense, caso eles a solicitem. Em contraste, a Cisjordânia tem permanecido sob ocupação militar e é largamente vista junto com a Faixa de Gaza - por parte de Israel, pelos palestinos e pela comunidade internacional - como o local de um futuro Estado palestino. O Conselho de Segurança declarou que a incorporação de Jerusalém Oriental e das Colinas de Golã é "nula

Kim Phuc: Quando me doem as feridas, falo com Deus



Kim Phuc: Quando me doem as feridas, falo com Deus

Notícias Gospel Kim Phuc: Quando me doem as feridas, falo com Deus | Noticia Evangélica Gospel
A menina vietnamita abrasada com napalm, cuja foto deu a volta ao mundo, ensina a outras vítimas da guerra a "perdoar" e recolhe em Madri o prêmio Save The Children a sua ONG -Kim Foundation- que ajuda a crianças vítimas de conflitos bélicos. Em sua seção “Almoço com” o diário O País tem entrevistado a Kim Phuc, quarenta anos após ser vítima do napalm. A enorme cicatriz ainda lhe abrasa, mas a vietnamita compensa este distanciamento com um grande sorriso em seu rosto de lua.
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Em 8 de junho de 1972, Kim e seus vizinhos do povoado de Trang Bang foram vítimas de um ataque estadounidense que o jovem fotógrafo Nick Ut imortalizou em uma instantânea que deu a volta ao mundo. Ouví-la reviver aquele momento fecha o estômago. “Levávamos três dias refugiados num templo e de repente ouvimos vir os aviões e começamos a correr. Vi cair quatro bombas. Ouvi burum burum, um som mais suave do que eu esperava, e de repente tinha fogo por todas as partes, também em minha pele”.
Sua roupa veraniega ardeu por completo deixando seu corpinho escorrido exposto à agressão da cabeça aos pés. Dois de seus primos, de seis meses e três anos, morreram abrasados. Ela sofreu queimaduras em 65% da pele e precisou inchertos em 35%.
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Phuc vê com frequência a “tio Ut”, como lume ao autor da foto. Sem ir mais longe, ante-ontem esteve com ele em Colônia (Alemanha) recolhendo um prêmio patrocinado por uma marca de câmaras fotográficas. Depois, ela viajou a Madri para recolher o prêmio que Save The Children lhe entrega pelo labor de sua ONG -The Kim Foundation-, que ajuda a crianças vítimas de conflitos bélicos.
Leva pendurado no pescoço duas correntes: uma folha de arce e uma cruz. A primeira é o símbolo de seu país de adoção, Canadá, ao que fugiu durante uma escala voltando de Moscou na época em que estudou em Cuba. “Precisava ser livre”, diz Phuc, que sendo um símbolo como era, foi submetida durante anos ao férreo controle do regime comunista.
Perguntar pela segunda corrente destapa a caixa de Pandora. Descobrir a mensagem do Evangelho de Jesús supôs para ela um ponto de inflexão. “Eu vivia sofrendo. Odiava minha vida, odiava à gente normal, odiava a quem me tinha feito tanto mal, as cicatrzes... Ler a palavra de Jesus me mudou. Não sou uma pessoa religiosa, mas tenho uma relação muito íntima com Deus. Falo-lhe muito. Quando me doem as feridas, oro. E quanto mais faço, mais paz encontro. Ajudou-me a amar e perdoar”.
Não se cansa do repetir. “Minha missão é ajudar a outros em minha situação a perdoar, a ser mais fortes por fora e por dentro”.
Em Canadá Phuc e seu marido vivem com os pais dela e seus dois filhos —Thomas Hoang e Stephen Binh—. Desde 1986 só tem regressado uma vez a Vietnã, em 2004, depois da morte de um de seus irmãos, que também aparece na foto. Vai desenfreado, diante de sua irmanzinha nua. “Ele corria mais que eu”.
Kim Phuc é agora embaixadora de boa vontade da UNESCO. Prega uma mensagem de amor e reconciliação, com a palavra perdão como eixo. “Não podemos mudar o passado, mas com amor podemos isentar o futuro ", é uma de suas frases.
UMA HISTÓRIA EMOTIVA E ESPECIAL
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"Eu não sabia o que era a dor. Tinha-me caído da bicicleta alguma vez, mas o napalm é o pior que possam imaginar. É queimar-te com gasolina por embaixo da pele. Desmaiava-me a cada vez que as enfermeiras me metiam na tina e cortavam a pele morta. Mas não morri. Dentro de mim tinha uma menina pequena e forte, que queria viver".
A recuperação não foi fácil. "Tive pena de mim mesma. Queria colocar blusas de manga curta e não podia. Olhava meus braços e me perguntava porque a mim? Cheguei a pensar que não teria noivo, nem iria me casar, nem teria um bebê", afirma Kim, quem assegura que conseguiu superar graças ao amor da família e de Deus".
DO INFERNO DO NAPALM AO REINO DE JESUS
Enquanto Kim estudava medicina em seu país, encontrou casualmente um dos poucos Novos Testamentos que não tinham sido confiscados pelo governo comunista de Vietnã, e a curiosidade lhe levou ao ler; chocando-lhe enormemente a mensagem de Jesus. Nesse mesmo tempo foi a uma igreja evangélica em Ho Chi Minh. Num culto, no Natal de 1982, depois de escutar a mensagem do perdão e salvação que oferece Jesus Cristo, se entregou chorando a Jesús. Quando sua família soube que se tinha convertido ao cristianismo e que só queria seguir a Jesús e a nenhum outro deus, foi expulsa de sua casa.
No verão de 1992 casou-se com um vietnamita, colega de estudos. A viagem de noivos levou-os a Moscou. De regresso a Cuba, aproveitando uma escala técnica em Ganther (Canadá), decidiu ficar ali. "Não tinha nada", recorda Kim", "só a câmara e a bolsa, mas tinha fé e pensava: se consigo a liberdade vou ter de tudo".
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Quatro anos mais tarde, em 11 de novembro de 1996, Kim participou no Memorial de Veteranos de Vietnã, em Washington. Um dos assistentes ao ato era John Plummer, que 24 anos atrás participou na ordem de bombardear Trang Bang, o povo no que então vivia a menina Kim Phuc.
Durante esses anos, Plummer tinha sofrido uma culpabilidade extrema que lhe tinha levado ao alcoolismo e ao fracasso matrimonial; finalmente, sua história também terminou com um encontro aos pés de Jesus, que lhe deu uma nova vida, chegando a ser ministro evangélico. Mas a lembrança do bombardeio e a foto seguia produzindo-lhe uma grande dor. Nesse dia, escutou a Kim dizer "Tenho sofrido muitas dores físicas e psicológicos. Às vezes pensava que não ia poder viver, mas Deus me salvou, me deu fé e esperança."
Ao sair, Phuc encontrou-se com Plummer, enquanto alguém lhe susurraba ao ouvido quem era aquele homem que a olhava surpreso. Ela lhe estendeu os braços e Plummer se abraçou a ela chorando, sem dizer outra coisa que: "Sinto, sinto...". Ela lhe respondeu: "Tudo já estáem ordem. Perdoo, perdoo...". Dois "inimigos" salvos e reconciliados na paz e o amor de Cristo."
Kim Phuc, como temos dito, vive junto com seu marido e seus dois filhos em Toronto, e teve a satisfação de receber a visita de seus pais, e ver como aceitavam ambos a Jesús como salvador. Agora vivem com eles.
Fonte: Protestante Digital | Divulgação: Midia Gospel
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