sexta-feira, 20 de março de 2015

O Profeta Miquéias III – A Visão do Messias Miquéias 5 a 7

O Profeta Miquéias III – A Visão do Messias
Miquéias 5 a 7

 





Neste estudo final sobre Miquéias estaremos focalizando as questões Messiânicas além das que já foram abordadas nos estudos anteriores e alguns pontos na perspectiva de exortação ao arrependimento. Estes últimos capítulos (6 e 7) foram escritos na forma de um diálogo entre Jeová e Seu povo. O ponto alto destes apelos se encontra em 6:8, que diz: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça e ames a misericórdia, e Andes humildemente com o teu Deus?” A aplicação teológica desta declaração é que: a) Deus exige porque Ele é Deus; b) Ele revela porque Ele é bom; e c) Ele redime porque Ele é Amor. Podemos afirmar com segurança que as declarações em 6:1-8 formam a essência da verdadeira religião!

Notamos que em todo o livro de Miquéias, apesar do pecado ser frontalmente atacado e desmascarado, a justiça e juízo de Deus serem claramente anunciados, vemos inconfundivelmente a misericórdia de Deus em ação nas promessas de um futuro livramento definitivo e governo de paz e justiça. Fica muito claro que Deus não admite e não tolera permanência em pecados e violações de Seus princípios santos de viver, mas que a justiça não é a primeira preocupação de Deus, mas, sim, a redenção oferecida por intermédio de Jesus Cristo.

Ainda neste capítulo (6:7-8) Miquéias mostra que o sacrifício expiatório e redentivo de Jesus (compare com Is 1:10-17) deram mais prazer a Deus do que fazendas, plantações, moradias ou sacrifício humano. Muito mais do que coisas aparentes, Deus deseja que as pessoas tenham um relacionamento fraternal com Ele e uns com os outros. Demonstra-se aqui a futilidade do culto ritualístico que se baseia no pensamento de que o favor divino pode ser alcançado através da oferta de sacrifícios a Deus. A mudança espiritual e transformação moral é que verdadeiramente diferenciam a redenção do povo de Deus.

No cap. 7 se encontra a mensagem central de Miquéias (7:18-19) que é: “Juízo no presente & Bênção futura!” O foco desta bênção futura está no fato de que este Deus é um Deus que perdoa e esquece! Mas ao lado destas realidades, encontra-se neste capítulo (vs. 7-9) um dos melhores desdobramentos da Salvação do ponto de vista de um santo do Antigo Testamento. Neste capítulo final destacam-se os pontos de preocupação de Deus, identificados no caráter ético da vida cristã, na confissão de pecados e na misericórdia de Deus, a libertação e salvação do povo que se arrepende e confessa, caracterizando-se esta salvação na base do perdão divino.

Aprendemos aqui que a igreja dos dias de hoje tem que aprender velhas lições, que no passado eram tidas e cridas como base fundamental de um viver que agrada a Deus. Como a Palavra de Deus é a mesma ontem, hoje e para sempre, os preceitos são os mesmos em qualquer tempo e lugar que estejamos vivendo. Portanto, os ensinos contemporâneos de Miquéias, para a igreja e as pessoas, são:

1.     A vida sob os preceitos das alianças bíblicas é distintiva; é impossível confundir-se ou não se notar uma pessoa que vive em acordo com os preceitos bíblicos, de acordo com as normas do Reino de Deus;
2.     Nesta base, a vida fundamentada nas alianças, o Deus de amor garante a provisão para as necessidades humanas e Sua bênção sobre a vida do salvo; Deus não deixa os Seus à mingua;
3.     A vida deve ser vivida em submissão à conhecida e revelada vontade de Deus, deve ser santa como Deus é santo (Lv 11:44 e 1 Pd 1:16); Deus nos deu todos os meios e recursos para vivermos segundo a Sua santa vontade – que é a presença do Espírito de Deus em nosso coração;
4.     Os privilégios da vida da aliança são igualados com obrigações equivalentes. O salvo deve testemunhar da santidade de Deus, da Sua misericórdia e justiça na sociedade, ministrando aos oprimidos e explorados, protestando contra injustiça social. Nota-se que isto são tarefas e obrigações do indivíduo salvo na sociedade em testemunho do caráter da obra e pessoa de Deus; não é tarefa da igreja como um todo.
5.     O salvo em Cristo (crente) deve manter uma fé distinta que repousa na inspiração e autoridade da Palavra de Deus. O cristão verdadeiro deve proclamar e centralidade de Jesus como nosso Messias, Salvador e Senhor, e olhar para a Sua segunda vinda em glória para estabelecimento final do Reino de Deus.

Miquéias enfatizou a necessidade de justiça e paz. Qual um advogado, apresentando o caso de Deus contra Israel e Judá, seus líderes e seu povo. Através do livro estão profecias acerca de Jesus, o Messias, que irá ajuntar o povo em uma nação. Ele será seu rei e governador, agindo misericordiosa-mente com o povo. Miquéias torna claro que Deus odeia a falta de benignidade, idolatria, injustiça e rituais vazios – e Ele, Deus, ainda odeia isto hoje e odiará por toda a eternidade. Mas, Deus está disposto a perdoar os pecados de qualquer que se arrepender.

Em meio a uma predição esmagadora de destruição, Miquéias fornece esperança e consolação porque também descreve o amor de Deus. A verdade é que o julgamento vem apenas após inúmeras oportunidades para arrependimento, voltar-se para o verdadeiro culto e obediência – “agir justamente e amar a misericórdia, andando humildemente com teu Deus” (6:8). Mas mesmo em meio a um julgamento, Deus promete libertar, salvar, o pequeno número de pessoas que continuará seguindo-O. Ele diz: “Subirá diante deles o que abre o caminho; eles romperão, entrarão pela porta e sairão por ela; e o seu Rei irá adiante deles, e o Senhor à sua frente” (2:13). O rei é obviamente Jesus; e lemos em 5:2 que Ele será nascido como um bebê me Belém, uma vila obscura em Judá.

Como os outros profetas do Antigo Testamento, Miquéias vai muito mais além do juízo de Deus a Israel e Judá – o Messias viria e Seu reinado justo sobre a terra. Setecentos anos antes da encarnação de Cristo, Miquéias profetizou que nasceria em Belém (5:2). Vemos o cumprimento em Mt 2:4-6, onde os sacerdotes e escribas citam este versículo de Miquéias ao responderem a pergunta de Herodes acerca do lugar de nascimento do Messias. Miquéias também revelou que o reino messiânico seria um reino de paz (5:5, compare Ef 2:14-18), e que o Messias pastorearia o povo de Deus com justiça (5:4 cf João 10:1-16; Hb 13:20). As referências freqüentes de Miquéias à redenção futura revelam que o desejo e propósito constantes de Deus para com Seu povo é a salvação, não o juízo. Esta verdade se amplia no Novo Testamento (João 3:16).

Na medida em que você lê Miquéias, tente captar um vislumbre da ira de Deus em ação à medida que julga e pune o pecado. Veja o amor de Deus em ação na medida em que oferece vida eterna a todos que se arrependem e crêem. Então se decida a unir-se ao remanescente fiel do povo de Deus que vive de acordo com a Sua santa e eterna vontade.




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