O Teosofismo
A
palavra teosofia vem de duas outras palavras gregas: Theos, "Deus",
e sofia, "sabedoria"; isto é, sabedoria de Deus. Essa falsa
religião ensina que a aquisição da sabedoria divina não é dada através da
revelação de Deus — a Bíblia, nem por inspiração, estudo, ou revelação
concedida pelo Espírito Santo. O teosofismo crê que Deus é um ser impessoal
identificado com a humanidade. É um sistema panteísta a mais. Desse modo, os
panteístas crêem possuir a chave do saber divino, admitindo, inclusive, serem
superiores às demais pessoas.
O
teosofismo é, sem dúvida, uma ramificação do espiritismo, e igualmente
diabólico.
I.
RESUMO HISTÓRICO
Como
é conhecido hoje, o teosofismo teve sua origem histórica no ano de 1875, porém
suas crenças de inspiração satânica remontam a séculos, originárias do Oriente,
mais precisamente da índia e do Tibete. São crenças pagas aliadas a um sistema
falsamente chamado filosófico, também oriental.
1.1. Helena
Petrovna Blavatsky
A
origem do teosofismo é atribuída à senhora Helena Petrovna Blavatsky, nascida
na Rússia, mas naturalizada norte-americana. Era médium espírita, e por dez
anos esteve sob o domínio de um espírito demoníaco que se fazia passar por João
King. Com o propósito de disseminar a sua nova religião, Helena viajou por
vários países. A princípio esteve no Cairo, capital do Egito, onde tentou
fundar, sem êxito, uma sociedade espírita. Daí seguiu para Nova York e aliou-se
a um grupo de médiuns. Sentindo-se chocada com o surgimento de pesquisas que
denunciavam as fraudes do espiritismo, a senhora Blavatsky, coadjuvada por
outras médiuns, fundou em Nova York, a 17 de novembro de 1875, a Sociedade
Teosófica.
1.2. Expansão
do Teosofismo
Helena
deixou os EUA em 1882 e partiu para a índia, aconpanhada pelo Coronel Olcott,
veterano da guerra civil americana e adepto do teosofismo, a fim de penetrar
no conhecimento das crenças hindus e budistas. Na índia, escolheu a cidade de
Madras como sede do teosofismo.
Deste
modo, o teosofismo cresceu de braços dados com o paganismo oriental, hindu e
budista. Os princípios falsamente chamados "filosóficos", adotados
pelo teosofismo, foram tomados emprestados das obras dos filósofos alemães
João Eckhart e Jacó Boheme.
Com
o falecimento de Helena, outra mulher, de nome Annie Besant (1847-1933),
assumiu a liderança do teosofismo. Sua atitude mais ousada foi afirmar que seu
filho adotivo Krishnamurti, também chamado Krishnaji, era o mais recente
Messias reencarnado, ou seja, o Cristo reencarnado. Esta infeliz "descoberta"
aconteceu em 1931. Mas toda esta fantasia foi desmentida pelo próprio
Krishnamurti, que declarou não ser nenhum messias e, inclusive, recusou-se a
receber qualquer tipo de adoração.
Helena
Petrovna Blavatsky, fundadora do teosofismo
II.
PRINCÍPIOS E ENSINOS DO TEOSOFISMO
Em
princípio, o teosofismo é um sistema religioso completamente sincretista, isto
é, reúne um pouco de cada religião. Desta forma, ele pretende ser o fundamento
das demais religiões. Alega ser a um só tempo uma religião, um sistema
filosófico e uma ciência. Contudo, para saber o que o teosofismo realmente é,
atente para os seus ensinamentos acerca dos seguintes assuntos:
2.1. Deus
O
teosofismo ensina que Deus é impessoal e que a Trindade é de nomes apenas. É
constituída de Força, Sabedoria e Atividade. Deus tem ainda uma quarta pessoa,
sendo esta feminina. Trata-se da matéria, de que Ele se utiliza para
manifestar-se. Os adeptos citam Lucas 1.38 e, por meio de explicações sutis,
relacionam a encarnação do Filho de Deus, por meio da virgem Maria, a esse
falso ensino da quarta pessoa da Divindade. A segunda pessoa da Trindade —
Sabedoria, teria duas naturezas, uma espiritual: a Razão, e outra material: o
Amor. Em suma, este falso ensino diz que Deus, no sentido espiritual, é
composto de três pessoas: Força, Sabedoria e Atividade, e no sentido material,
manifesta-se na Matéria.
2.2.0
Homem
Segundo
o teosofismo, o homem tem dois corpos, um natural e outro espiritual. O
espiritual é constituído das mesmas pessoas da Trindade: Força, Sabedoria e Atividade.
O corpo natural seria mais complexo; teria quatro partes, a saber:
a.
O corpo físico, duplamente constituído. Não há detalhes a respeito desta
duplicidade. Ensina-se apenas que há aqui duas partes.
b.
O corpo astral, que encerra os afetos, as emoções e os desejos.
c.
O corpo mental, que se ocupa do Pensamento.
Para
o teosofismo, o corpo mental é o mais importante dos três, pois pode
habitar no mundo mental, que corresponde ao céu. Esse mundo é habitado
pelos devas (palavra hindu e brâmane correspondente a
"anjo"). Daí chamarem o mundo mental de devachan = "lugar
dos devas". Desse modo, no teosofismo, os anjos são espíritos que se
aperfeiçoaram no mundo astral. Para os teosofistas adiantados, um meio de
apressar a perfeição é a prática do yoguismo e outros tipos de ascetismo
físico-mental, como faquirismo e controle do pensamento.
2.3. A Reencarnação
"Reencarnação",
na linguagem teosófica, é chamada Carma. É uma palavra hindu e brâmane
usada para exprimir a Lei de Causa e Efeito. A lei do "Carma" ensina
o seguinte: as ações e intenções atuais do homem são efeito daquelas que o
precederam e causa das que se seguirão. Firmado nessa crença, o homem pode
operar sua salvação com uma precisão matemática mediante o aperfeiçoamento
crescente de cada vida que viver aqui. Em busca de apoio nas Escrituras à lei
do Carma, o teosofismo, erroneamente, lança mão de passagens como Gálatas 6.7 e
João 9.2.
A
senhora Besant, por exemplo, ensinou que a morte prematura de uma criança
tão-somente significa que seus pais foram maus para alguma criança, na
encarnação anterior.
O
teosofismo ensina ainda que o homem não fica permanentemente no devachan. Mais
cedo ou mais tarde ele volta à Terra, nascendo como criança para dar
prosseguimento ao seu Carma. Cada existência vivida na Terra eqüivale a um dia
na escola do Carma. Um elemento muito imperfeito logo volta do céu. Fica lá uns
cem anos somente, enquanto alguém mais perfeito permanece até dois mil anos.
2.4. A Raça
Humana
O
teosofismo ensina que o homem é um "fragmento divino", e seu destino
final é voltar para Deus de modo permanente. Isso é chamado
"Nirvane", ou seja, o fim das reencarnações. Na linguagem teosófica,
são "os homens divinos feitos perfeitos". São chamados mahatmas, que
significa "mestres, sábios". Os mahatmas podem viver sempre no céu,
mas podem também habitar nos "montes sagrados" do Tibete. Isso fazem
para auxiliar na evolução da humanidade. Um mahatma pode também encarnar-se num
teosofista proeminente. Toda sabedoria oculta do teosofismo deriva desses
mahatmas. Há um chefe acima de todos os mahatmas chamado "Supremo
Mestre". Quando este se encarna, temos um Cristo. Assim sendo, de acordo
com o ensino teosófico, todo homem é um Cristo em potencial.
Firmado
na lei do Carma, o teosofismo dá à humanidade uma origem remotíssima e
pontilhada de detalhes portentosos para impressionar o povo crédulo e sem fé na
Palavra de Deus.
A
humanidade está na terceira raça-tronco. Cada uma dessas raças conteve várias
sub-raças. Por sua vez, cada sub-raça levou muitos milênios para dar lugar à
seguinte. A primeira raça humana foi a lemúria; a segunda, a atlante,
e a terceira e atual é a ariana. A humanidade atual é a quinta
sub-raça, chamada "teutônica", proveniente da raça-tronco ariana.
Com isso em vista, a senhora Blavatsky confere dezoito milhões de anos à
história da humanidade. Publicam também um mapa do mundo, segundo dizem, recebido
dos devas, de dezoito mil anos atrás. Deles provém a origem da história
da raça atlante que habitou o continente de mesmo nome por oitocentos
mil anos.
Segundo
o ensino teosófico, o continente Atlante ocupava parte do atual leito do
oceano Atlântico. O continente Lemúrio situava-se entre a índia e
Austrália. Por meios "ocultos", os teosofistas aprenderam que há onze
mil e quinhentos anos houve uma grande catástrofe que submergiu os referidos
continentes, levando para o fundo do mar sessenta e quatro milhões de pessoas.
2.5-
Cristo
Diz
o teosofismo que cada sub-raça presta uma contribuição especial à humanidade. A
contribuição da sub-raça atual (a 5a) é prover o homem
intelectual. A próxima sub-raça apresentará o homem espiritual.
Ao
iniciar-se cada sub-raça, surge um Cristo. Em outras palavras: o Supremo
Mestre do Mundo encarna em alguém. Por conseguinte, a atual raça-trono ariana
já teve até agora cinco Cristos, ou seja cinco encarnações do Supremo
Mestre do Mundo, que foram:
•
Buda, na índia (Ia sub-raça).
•
Hermes, no Egito (2a sub-raça).
•
Zoroastro, na Pérsia (3a sub-raça).
•
Orfeu, na Grécia (4a sub-raça).
•
Jesus, na Palestina (5a sub-raça).
Acrescenta
o teosofismo que Cristo usou o corpo do discípulo chamado Jesus. Ora, se
a sexta sub-raça está para surgir, significa que daqui a pouco teremos um novo
Cristo. Dizem ainda os teosofistas que esse novo Cristo será muito mais
poderoso do que o Senhor Jesus Cristo, pois será o Cristo da sub-raça espiritual,
muito superior à intelectual. Será esse o Cristo que unirá todas as
religiões numa só, ensino transmitido pelo teosofismo desde a sua origem,
segundo o qual todas as religiões têm algo certo, que, juntando-se, formam a
religião perfeita.
Note
que essa infinidade de Mahatmas e Cristos faz do teosofismo não só uma religião
panteísta, mas também eminentemente politeísta.
III.
A
BÍBLIA REFUTA O TEOSOFISMO
Grande
parte da resposta bíblica ao teosofismo é a mesma dada ao espiritismo, estudado
neste livro. Mas aqui estão algumas com o propósito específico de refutar o
ensino teosófico.
•
O teosofismo tem os seus fundamentos em princípios religiosos e filosóficos
pagãos do Oriente, e não nas Escrituras Sagradas, a inerrante Palavra de Deus
(cf. Is 2.6).
•
A entrada no Reino dos céus não é pelo processo da reencarnação ou lei do
Carma, mas pelo novo nascimento em Cristo (Mt 7.21; Jo 1.12,13; 3.3).
•
A união de todas as religiões, a pretexto de formar uma só religião com o
propósito de congregar todas as pessoas, é espúria e antibíblica (Gl 1.8; 2 Jo
10,11).
•
O ensino de que Jesus e Cristo são duas pessoas distintas é de origem diabólica
(1 Jo 2.22).
•
Não há revelação de Deus mais completa e perfeita do que Cristo e a Palavra de
Deus, escrita (Jo 14.9; Cl 1.19; Hb 1.2; Ap 22.18,19).
•
O ensino sobre o homem desencarnado no mundo astral é estranho às Escrituras (2
Co 5.1-4; Fp 3.21).
•
A reencarnação de Jesus como o Cristo da atual sub-raça é uma heresia demoníaca
e uma afronta à Palavra de Deus (Hb 9.27).
•
Mahatmas e Cristos habitando no Tibete são invenções descabidas de ímpios
alienados de Deus (Mt 24.24-26).
•
É Deus quem liberta o homem dos seus pecados e não a lei do Carma (Is 1.18; 1
Jo 1.9).
Está
mais do que claro que o teosofismo tem por base doutrinas de demônios, de
acordo com o que escreveu o apóstolo Paulo em 1 Timóteo 4.1. Este texto bíblico
registra que nos últimos tempos surgirão "filosofias e vãs sutilezas,
segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo
Cristo" (Cl 2.8); são "filosofias" disseminadas por homens
ignorantes do fato de que em Cristo "habita corporalmente toda a plenitude
da divindade" (Cl 2.9).