Ensinamento
falso estava causando divisão entre os discípulos na Galácia. Estavam atacando
um ao outro (5:15) e invejosamente se exaltando uns sobre os outros (5:26), ao
invés de trabalhar juntos para superar batalhas espirituais. Mas, na guerra
contra o pecado, precisamos da ajuda um do outro para encorajamento e força. Em
Gálatas 6, Paulo continua com as aplicações práticas na vida cristã, exortando
os irmãos a ajudarem um ao outro.
Levar
as cargas dos irmãos (6:1-10). Se um irmão cair no pecado, outro que
"anda no Espírito" (veja 5:16,22-26) tem a responsabilidade de
corrigi-lo, evitando que aquele esteja sobrecarregado pelo erro (6:1; veja
Tiago 5:19-20; Judas 22-23). Ajudando o outro a superar o pecado mostra o amor
que cumpre tanto a lei de Moisés como a de Cristo (6:2; veja 5:14).
A
pessoa de mente carnal, porém, não ajuda o irmão caído, pois vê a oportunidade
para se julgar superior (6:3; veja Lucas 18:9-14). Paulo avisa que tal
auto-julgamento comparativo é vão, porque cada um será julgado individualmente
de acordo com seu próprio desempenho nos seus deveres (6:4-5; veja 2 Coríntios
5:10). Ironicamente, aquele que não ajuda o irmão caído a ficar em pé já se
julga como irresponsável.
Em
termos mais gerais, o cristão tem o dever perante Deus para fazer o bem para
seus irmãos. O servo de Deus tem responsabilidade de compartilhar "todas
as coisas boas" com aquele que se dedica ao ensinamento da palavra
de Deus (6:6).
Com
Deus, o que uma pessoa semeia é o que ela ceifará (6:7). A pessoa que
desperdiça seus recursos satisfazendo desejos carnais receberá somente a
herança da carne: a corrupção. Porém, aquele que usa seus recursos para o
crescimento espiritual receberá a recompensa do espírito: a vida eterna
(6:8-9).
O
cristão tem a responsabilidade de usar todos os seus recursos (espirituais,
financeiros e outros) de um modo que agrada a Deus. A responsabilidade
individual de fazer "o bem a todos" (6:10) incluirá
ajuda ao irmão caído (6:1), apoio a um pregador do evangelho (6:6) ou dar ajuda
a qualquer um que precisa.
O
Israel de Deus (6:11-18). Aqueles na Galácia que exigiam a circuncisão para
a salvação não estavam realmente interes-sados em ajudar as pessoas ensinadas,
nem em guardar eles mesmos a lei de Moisés. Eles queriam evitar a perseguição
pelos judeus (6:12-13; veja 2:11-14; 5:3,14-15). Eles se gloriaram na carne dos
seus "convertidos", e não na cruz de Cristo (6:13-14). Muitos hoje
ainda gloriam na carne dos seus convertidos, usando um evangelho carnal para
atrair grandes números de pessoas, ao invés de ensinar a verdade de Cristo e
sofrer a perseguição da cruz (6:14; 2 Timóteo 3:12-13). A verdadeira conversão
vem, não por meios carnais, e sim na circuncisão do coração, para se tornar uma
nova criatura (6:15; veja Colossenses 2:11-15). O "Israel de
Deus" são aqueles que andam segundo esta nova criação em Cristo.
Estes não levam as marcas da circuncisão na sua carne, e sim as marcas de Jesus
numa vida transformada (6:16-17; veja 5:22-25; Romanos 2:28-29).
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