Israel (em
hebraico:
יִשְׂרָאֵל,
Yisra'el; em
árabe:
إِسْرَائِيلُ,
Isrā'īl), oficialmente
Estado de Israel (em
hebraico ? מדינת ישראל,
transl. Medīnát Isra'él; em
árabe:
دولة إسرائيل, transl.
Dawlát Isrā'īl), é uma
república parlamentar localizada no
Oriente Médio, ao longo da costa oriental do
Mar Mediterrâneo. O país faz fronteira com o
Líbano ao norte, com a
Síria à nordeste, com a
Jordânia e a
Cisjordânia à leste, com o
Egito e a
Faixa de Gaza ao sudoeste, e com o
Golfo de Aqaba, no
Mar Vermelho, ao sul.
[nota 4] Geograficamente, contém diversas características dentro de seu território relativamente pequeno.
[4][7] Israel é definido como um "Estado Judeu e Democrático" em suas
Leis Básicas e é o único Estado de maioria
judia do mundo.
[8]
Após a adoção de uma resolução pela
Assembleia Geral das Nações Unidasem 29 de novembro de 1947, recomendando a adesão e implementação do
Plano de Partilha da Palestina para substituir o
Mandato Britânico, em 14 maio de 1948,
David Ben-Gurion, o chefe-executivo da
Organização Sionista Mundial[nota 5] e presidente da
Agência Judaica para a Palestina,
declarou o estabelecimento de um Estado Judeu em Eretz Israel, a ser conhecido como o Estado de Israel, uma entidade independente do controle britânico.
[9][10][11] As
nações árabes vizinhas
invadiram o recém-criado país no dia seguinte, em apoio aos
árabes palestinos. Israel, desde então, travou
várias guerras com os Estados árabes circundantes,
[12] no decurso das quais ocupou os territórios da
Cisjordânia,
Península do Sinai,
Faixa de Gaza e
Colinas de Golã. Partes dessas áreas ocupadas, incluindo
Jerusalém Oriental, foram anexadas por Israel, mas a fronteira com a vizinha Cisjordânia ainda não foi definida de forma permanente.
[13][14][15][16][17] Israel assinou tratados de paz com
Egito e
Jordânia, porém os esforços para solucionar o
conflito israelo-palestino até agora não resultaram em paz.
O centro financeiro de Israel é
Tel Aviv,
[18] enquanto
Jerusalém é a cidade
mais populosa do país e sua
capital[nota 6] (embora
não seja reconhecida como tal pela comunidade internacional). A população israelense, conforme definido pelo
Escritório Central de Estatísticas de Israel, foi estimada em 2012 em 7 879 500 pessoas, das quais 5 930 000 eram judias. Os
árabes formam a segunda maior etnia do país, com 1 622 500 de pessoas.
[2] A grande maioria dos
árabes israelenses são
muçulmanos, além de uma população menor, mas significativa de
beduínos do
Negev e os
cristãos árabes. Outras minorias incluem várias denominações étnicas e etno-religiosas, como os
drusos,
circassianos,
samaritanos,
maronitas, além de outros.
O primeiro registro histórico conhecido do termo
Israel surge na
Estela de Merenptah, monumento que celebra as vitórias militares do faraó
Merenptah, datado do final do século XIII a.C.
[26] O nome Israel é o único precedido pelo determinativo para povo, assinalando a sua distinção em relação às populações de
cidades-estado presentes na mesma inscrição, o que sugere uma identidade contrastante com a dos seus vizinhos.
[27]
É consensual entre os acadêmicos a derivação de
Israel a partir de uma forma verbal
semita ocidental como
śārâ (lutar, prevalecer, reinar [com]), e do elemento teofórico
El ("Deus"), o que indicia que a designação poderá ter partido do próprio povo que a usou, podendo-se supor que partilharia uma identidade cultural e uma noção comum de religiosidade (culto a
El), assim como, talvez, uma propensão para a guerra.
[28]
A tradição judaica dá o como acrograma hebraico das iniciais dos patriarcas e matriarcas, dos quais se originou o povo de Israel:
Isaace
Jacó (י),
Sara (ש),
Rebeca e
Raquel (ר),
Abraão (א),
Lea (ל). A sua
etimologia é sugerida na passagem do
Gênesis 32:28, na qual Jacó luta contra um
anjo de Deus e o vence, após o que recebe de Deus o nome de Israel. O nome conteria, assim, o significado para a realização de um pacto entre Deus e Israel, mantendo a memória e identidade do povo através dos tempos, e definindo as regras de sua relação com o divino.
[29]
-
[editar]Raízes históricas
-
A
história da Antiga Israel abrange o período desde o século XX a.C. até à expulsão e
Diáspora do povo judaico no século I, na área compreendida entre o Mar Mediterrâneo, o
deserto do Sinai, as montanhas do Líbano e o deserto da Judeia. Concentra-se especialmente no estudo do povo judeu neste período, e de forma secundária dos outros povos que com ele conviveram, como os
filisteus,
fenícios,
moabitas,
idumeus,
hititas,
madianitas,
amoritas e
amonitas. As fontes sobre este período são principalmente a escrita clássica como a
Bíblia hebraica ou
Tanakh(conhecida pelos cristãos como
Antigo Testamento), o
Talmude, o livro etíope
Kebra Nagaste escritos de Nicolau de Damasco, Artapano de Alexandria,
Fílon e
Josefo. Outra fonte principal de informação são os achados
arqueológicos no
Egito,
Moab,
Assíria ou
Babilónia, e os vestígios e inscrições no próprio território.
A
Terra de Israel, conhecida em
hebraico como
Eretz Israel, é sagrada para o povo judeu desde os tempos
bíblicos. De acordo com a
Torá, a Terra de Israel foi prometida aos
três patriarcas do povo judeu, por
Deus, como a sua pátria;
[32][33] estudiosos têm colocado este período no início do 2º milênio a.C..
[34] A terra de Israel guarda um lugar especial nas obrigações religiosas judaicas, englobando os mais importantes locais do judaísmo (como os restos do
Primeiro e
Segundo Templos do povo judeu). A partir do
século X a.C.[35]uma série de reinos e estados judaicos estabeleceram um controle intermitente sobre a região que durou cerca de 150 anos, para o
Reino de Israel, até à sua conquista pelos
assírios em 721 a.C., e quatro séculos para o
Reino de Judá, até à sua conquista por
Nabucodonosor em 586 a.C. e destruição do
Templo de Salomão pelos
babilónios.
[36] Em 140 a.C. a
revolta dos Macabeus levou ao estabelecimento do
Reino Hasmoneu de Israel, cuja existência enquanto reino independente durou 77 anos, até à conquista de Jerusalém por
Pompeu em 63 a.C, altura em que se tornou um reino tributário do
Império Romano.
[37]
Sob o domínio assírio, babilônico,
persa,
grego, romano,
bizantino e (brevemente)
sassânido, a presença judaica na região diminuiu por causa de expulsões em massa. Em particular, o fracasso na
revolta de Bar Kokhba contra o
Império Romano em 132 resultou em uma expulsão dos judeus em larga escala. Durante este tempo os romanos deram o nome de
Syria Palæstina à região geográfica, numa tentativa de apagar laços judaicos com a terra. No entanto, a presença judaica na Palestina manteve-se, com o deslocamento de judeus da
Judeia para a cidade de
Tiberíades, na
Galileia.
[40] No início do
século XII ainda permaneciam cerca de 50 famílias judaicas na cidade.
[41] A
Mishná e o
Talmud de Jerusalém, dois dos textos judaicos mais importantes, foram compostos na região durante esse período. A terra foi conquistada do
Império Bizantino em 638 durante o período inicial das conquistas
muçulmanas. O
niqqud hebraico foi inventado em Tiberíades nessa época. A área foi dominada pelos
omíadas, depois pelos
abássidas,
cruzados, os
corésmios e
mongóis, antes de se tornar parte do império dos
mamelucos (1260-1516) e o
Império Otomano em 1517.
[42]
Embora a presença judaica na Palestina tenha sido constante, os judeus que "sempre lá estiveram" reduziam-se à pequena comunidade rural de
Peki'in, árabes em tudo excepto na religião.
[43] Durante os séculos XII e XIII, houve um pequeno, mas constante movimento de imigrantes judeus para a região, especialmente vindos do Norte de África.
[44] Após o
Decreto de Alhambra em 1492, muitos judeus expulsos de Espanha partiram para a
Terra Santa,
[45] embora se tenham fixado nas cidades onde viviam da caridade e do
halukkaenviado pelos seus pares na
Diáspora.
[43] Após 1517, sob o domínio
Otomano, a região tornou-se uma província esquecida do Império, declinando em população devido à extrema pobreza, impostos exorbitantes, doença e falta de segurança. A população era maioritariamente
muçulmana, da qual dez por cento eram
católicos. Em 1777, judeus europeus começaram a voltar à região, juntando-se à pequena comunidade
sefardita local.
[46] Por volta de 1800, a população judaica rondaria os três milhares,
[43] vivendo sobretudo nas "
Quatro Cidades Sagradas",
Jerusalém,
Hebron,
Safed e
Tiberíades. Despreparados para a rudeza da região, sem conseguir arranjar emprego e impedidos de possuir terras, os judeus europeus viviam na miséria, sobrevivendo, mais uma vez, do
halukka.
[46]
Já na década de 1850, os judeus chegariam mesmo a constituir pelo menos a metade da população de Safed, Tiberíades e Jerusalém.
[47][48]
[editar]Sionismo e o Mandato Britânico
-
Algumas fontes afirmam que primeira grande onda de
imigração moderna, conhecida como a
primeira Aliyah (
hebraico: עלייה), começou em 1881, quando os judeus fugiram dos
pogroms na
Europa Oriental.
[49] Outras, no entanto, apresentam dados que demonstram que os fluxos de imigração judaica provenientes da
Europa entre os anos de 1880 a 1929 tinham como destino em sua maior parte, os países americanos e não a Palestina para onde se dirigiu um número minoritário de judeus até o início da
Segunda Guerra Mundial.
[50]
Enquanto o movimento sionista já existia, em teoria,
Theodor Herzl foi creditado como o fundador do
sionismo político,
[51] um movimento que inspirado no nacionalismo alemão pretendia estabelecer um
Estado judaico na terra de Israel, buscando uma solução estadista para a
questão judaica.
[52] Em 1896, Herzl publicou
Der Judenstaat ("O Estado Judeu"), que oferece a sua visão de um futuro Estado judeu. No ano seguinte, ele presidiu o primeiro
Congresso Mundial Sionista.
[53]
A
segunda Aliyah (1904-1914), começou após o
pogrom de Kishinev. Cerca de 40 000 judeus se estabeleceram na
Palestina.
[49] Tanto a primeira quanto a segunda onda de imigrantes foi principalmente de
judeus ortodoxos,
[54] porém na
Segunda Aliyah também vieram alguns
socialistaspioneiros que criaram o movimento
kibbutz.
[55] A 2 de novembro de 1917, durante a
Primeira Guerra Mundial, o Ministro Britânico de Relações Exteriores,
Arthur Balfour emitiu o que ficou conhecido como a
Declaração de Balfour, que diz
"O governo de Sua Majestade encara favoravelmente o estabelecimento na Palestina de um lar nacional para o Povo Judeu…". A pedido de
Edwin Samuel Montagu e de
Lord Curzon, uma linha foi inserida na declaração afirmando "que seja claramente entendido que nada será feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não-judaicas na Palestina, ou os direitos e estatuto político usufruídos pelos judeus em qualquer outro país".
[56] A
Legião Judaica, um grupo de batalhões compostos sobretudo de voluntários sionistas, havia assistido os britânicos na conquista da Palestina. A utilização do termo ambíguo "lar nacional" alarmou os árabes e, de forma a aplacá-los, em 7 de novembro de 1918 o Reino Unido assinou com a França a
Declaração Anglo-Francesa,
[57] declarando como objectivo comum a ambos os países "a libertação final e completa dos povos que há muito vêm sendo oprimidos pelos turcos, e o estabelecimento de governos nacionais e administrações [na
Síria,
Iraque e
Palestina] cuja autoridade deriva do livre exercício da iniciativa e escolha por parte das populações indígenas".
[58] No entanto, em 1919, num memorando governamental interno, Balfour declarou que não tinha intenção de consultar os habitantes da Palestina sobre as suas aspirações, contrariando assim a Declaração de 1918 e a Declaração de Balfour na sua promessa de não prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não-judaicas da Palestina.
[57] A oposição árabe a este plano levou aos
distúrbios de 1920 na Palestina e à formação da organização judaica conhecida como
Haganah ("a Defesa", em hebraico), da qual mais tarde se separaram os grupos
Irgun e
Lehi.
[59]
Em 1922, a
Liga das Nações concedeu ao
Reino Unido um
mandato na Palestina em condições semelhantes à Declaração Balfour.
[60]A população da área neste momento era predominantemente
muçulmana, enquanto na maior área urbana da região, Jerusalém, era maioritariamente judaica.
[61] A
terceira (1919-1923) e a
quarta Aliyah (1924-1929) trouxeram 100 000 judeus para a Palestina.
[49] A partir de 1921 os britânicos sujeitaram a imigração judaica a quotas e a maioria do território designado para o estado judaico foi alocado à
Transjordânia.
[62]
[editar]Independência e primeiros anos
-
Após 1942, com a rejeição do
Livro Branco de 1939 por parte dos líderes sionistas, o Reino Unido tornou-se cada vez mais envolvido num conflito violento com os judeus.
[64] Vários ataques armados foram levados a cabo pelos sionistas contra alvos britânicos, dos quais se destacam o assassinato do ministro de estado britânico
Lord Moyne no
Cairo em novembro de 1944 pelo
Stern Gang, liderado por
Yitzhak Shamir, e a
explosão do Hotel King Davidpelo
Irgun, liderado por
Menachem Begin, em 1946. No início de 1947, o governo britânico, percebendo o encargo político e económico que estava a ser o conflito na Palestina, decidiu acabar com o Mandato, declarando que era incapaz de chegar a uma solução aceitável para ambos os lados, árabes e judeus.
[65]
A recém-criada
Organização das Nações Unidas recomendou a aplicação do
Plano de partição da Palestina, aprovado pela
Assembleia Geral das Nações Unidas através da Resolução 181, de 29 de novembro de 1947, propondo a divisão do país em dois Estados, um árabe e um judeu. Segundo esta proposta, a cidade de Jerusalém teria um estatuto de cidade internacional - um
corpus separatum - administrada pelas Nações Unidas para evitar um possível conflito sobre o seu estatuto.
[66] A partição proposta pelo Comitê Especial das Nações Unidas para a Palestina (UNSCOP, pela sigla em inglês) concedia ao terço populacional judeu 56% do território, deixando aos dois terços árabes 44% da terra. A divisão demográfica dos dois putativos países significava que no estado árabe deveriam viver 818.000 palestinos, hospedando 10.000 judeus. No estado judeu, viveriam 438.000 palestinos entre 499.000 judeus. O novo Estado judaico detinha a grande maioria das terra férteis e, das 1.200 aldeias palestinas, aproximadamente 400 estavam incluídas em seu interior.
[67][68]
A
Agência Judaica aceitou o plano,
[69] embora nunca tivesse afirmado que limitaria o futuro Estado judaico à área proposta pela Resolução 181. A 30 de novembro de 1947 a
Alta Comissão Árabe rejeitou o plano, na esperança de que o assunto fosse revisto e uma proposta alternativa apresentada. Nesta altura, a
Liga Árabe não considerava ainda uma intervenção armada na Palestina, à qual se opunha a Alta Comissão Árabe.
[70] No dia seguinte à rejeição do plano, o conflito armado estendeu-se a toda a Palestina. As organizações
paramilitares sionistas, em especial o Haganah e os voluntários internacionais que se lhes juntaram, iniciaram o que
David Ben Gurion chamou de "defesa agressiva", na qual qualquer ataque árabe seria respondido de forma decisiva, com destruição do lugar, expulsão dos seus moradores e captura da posição. Em março de 1948 foi colocado em prática o
Plano Dalet, com o objectivo de capturar aldeias, bairros e cidades árabes. No mês seguinte, dois importantes acontecimentos geraram ondas de choque através da Palestina e de todo o mundo árabe: A morte de
Abd al-Qader al-Husseini defendendo a aldeia árabe de
Al-Qastal, e o
massacre da aldeia de Deir Yassin, perpetrado pelo Irgun e pelo Stern Gang. Estes acontecimentos levaram os países árabes, reunidos na Liga Árabe, a considerar uma intervenção na Palestina com os seus exércitos regulares.
[71] A economia árabe-palestina desmoronou e 250 000 árabes-palestinos fugiram ou foram expulsos.
[72]
Em 14 de maio de 1948, um dia antes do fim do Mandato Britânico, a Agência Judaica proclamou a independência, nomeando o país de Israel. No dia seguinte, cinco países da Liga Árabe, Egito, Síria, Jordânia, Líbano e
Iraque, apoiados pela
Arábia Saudita e pelo
Iêmen, invadiram
[73] o território do antigo Mandato Britânico da Palestina, iniciando a
Guerra árabe-israelense de 1948.
[74] Marrocos,
Sudão,
Iêmen e
Arábia Saudita também enviaram tropas para ajudar os invasores. Após um ano de combates, um cessar-fogo foi declarado e uma fronteira temporária, conhecida como
Linha Verde, foi estabelecida. Os territórios anexados da
Jordânia tornaram-se conhecidos como Cisjordânia e
Jerusalém Oriental, o
Egito assumiu o controle da Faixa de Gaza. Israel foi admitido como membro das
Nações Unidas em 11 de maio de 1949.
[75] Durante o conflito 711 000 árabes, de acordo com estimativas das Nações Unidas, ou cerca de 80% da população árabe anterior, fugiram do país.
[76] O destino dos refugiados palestinos de hoje é um grande ponto de discórdia no
conflito israelo-palestino.
[77][78] Em retaliação, os governos de diversos países árabes e muçulmanos iniciaram uma política de perseguição e expulsão de suas populações judaicas, que resultou no
êxodo de cerca de 700 mil pessoas, a maioria absorvida por Israel, entre o final da
década de 1940 e o início da
década de 1970[79][80].
Nos primeiros anos do Estado, o
Sionismo trabalhista, movimento sionista liderado pelo então Primeiro-ministro
David Ben-Guriondominava a política israelita.
[81][82] Esses anos foram marcados pela
imigração maciça dos sobreviventes do
Holocausto e um influxo de judeus perseguidos em terras árabes. A
população de Israel aumentou de 800 000 para dois milhões entre 1948 e 1958.
[83] A maioria dos refugiados que chegaram sem posses e foram alojados em campos temporários conhecidos como
ma'abarot. Em 1952, mais de 200 000 imigrantes viviam nestas "cidades tenda". A necessidade de resolver a crise levou Ben-Gurion a assinar um acordo com a
Alemanha Ocidental que desencadeou protestos em massa de judeus que eram contrários a ideia de Israel "fazer negócios" com a Alemanha.
[84] Durante a década de 1950, Israel foi atacado constantemente por militantes, principalmente a partir da Faixa de Gaza, que estava sob controle egípcio.
[85] Em 1956, Israel criou uma aliança secreta com o Reino Unido e a
França destinada a recapturar o
canal do Suez, que os egípcios tinham nacionalizado (ver
Guerra do Suez). Apesar da captura da
Península do Sinai, Israel foi forçado a recuar devido à pressão dos
Estados Unidos e da
União Soviética, em troca de garantias de direitos marítimos de Israel no
Mar Vermelho e no Canal.
[86]
[editar]Conflitos e tratados de paz
-
Ao longo dos anos os
países árabes recusaram-se a manter relações diplomáticas com Israel não reconhecendo a existência do Estado judeu e, além disso, árabes nacionalistas liderados por
Nasser lutaram pela destruição do Estado judeu.
[12][91] Em 1967, o
Egito, a
Síria e a
Jordânia mandaram suas tropas até as fronteiras israelenses, expulsando as
forças de paz da
ONU e bloqueando o acesso de Israel ao
Mar Vermelho. Israel viu essas ações como um
casus belli para um conflito, iniciando a
Guerra dos Seis Dias. Israel conseguiu uma vitória decisiva nesta guerra e capturou os territórios árabes da Cisjordânia, Faixa de Gaza,
Península do Sinai e as
Colinas de Golã.
[92] Desde 1949 a chamada
Linha Verde passou a ser a
fronteira administrativa entre Israel e os territórios ocupados. As fronteiras de Jerusalém foram ampliadas por Israel que incorporou
Jerusalém Oriental. A
Lei de Jerusalém, promulgada em
1980, reafirmou esta medida e
reacendeu polêmica internacional sobre o
estatuto de Jerusalém.
[93]
O fracasso dos Estados Árabes na guerra de 1967 levou ao surgimento de organizações não-estatais árabes no conflito, sendo a mais importante a
Organização de Libertação da Palestina (OLP), que foi concebida sob o lema
"a luta armada como única forma de libertar a pátria.".
[94][95] No final da década de 1960 e início da década de 1970, grupos palestinos
[96][97] lançaram uma onda de ataques contra alvos israelenses ao redor do mundo,
[98] incluindo um
massacre de atletas israelitas nos
Jogos Olímpicos de Verão de 1972, em
Munique na
Alemanha. Israel reagiu com a
Operação Cólera de Deus, no decurso da qual os responsáveis pelo massacre de Munique foram encontrados e executados.
[99] Em 6 de outubro de 1973, no
Yom Kippur, dia mais santo do
calendário judaico, os
exércitos do
Egito e da
Síria lançaram um ataque surpresa contra Israel. A guerra terminou em 26 de outubro com o êxito israelense, que conseguiu repelir as forças egípcias e sírias, porém sofrendo grandes perdas.
[100] Um inquérito interno exonerou o governo israelense da responsabilidade pelo conflito, porém a insatisfação popular forçou a então Primeira-Ministra
Golda Meir a renunciar.
[101]
As eleições de 1977 do
Knesset marcaram uma virada importante na história política israelense, quando
Menachem Begin do Partido
Likud assumiu o controle do
Partido Trabalhista.
[102] Mais tarde, no mesmo ano, o então Presidente Egípcio
Anwar El Sadat fez uma visita a Israel e falou perante o
Knesset, esta foi a primeira vez que um chefe de Estado árabe reconheceu o Estado de Israel.
[103] Nos dois anos que se seguiram, Sadat e
Menachem Begin assinaram o
Acordo de Camp David e o Tratado de Paz Israel-Egito.
[104]Israel retirou-se da
Península do Sinai e concordou em iniciar negociações sobre uma possível
autonomia para palestinos em toda a
Linha Verde, um plano que nunca foi executado. O governo israelense começou a encorajar assentamentos judeus no território da Cisjordânia, criando atritos com os palestinos que viviam nessas áreas.
[105]
Em 7 de junho de 1981, Israel bombardeou pesadamente o
reator nuclear Osirak no
Iraquedurante a chama
Operação Ópera, com fim de desabilitá-lo. A
inteligência israelense tinha uma suspeita de que o Iraque pretendia utilizar este reator para o desenvolvimento de
armas nucleares. Em 1982, Israel interveio na
Guerra Civil Libanesa, destruindo as bases da
Organização de Libertação da Palestina, que, em resposta, lançou ataques e mísseis ao norte de Israel. Esse movimento se desenvolveu para a
Guerra do Líbano de 1982.
[106] Israel retirou a maior parte se suas tropas do Líbano, em 1986, mas manteve uma "zona de segurança" até
2000. A
Primeira Intifada, um levante palestino contra Israel, eclodiu em 1987,
[107] com ondas de violência nos territórios ocupados. Ao longo dos seis anos seguintes, mais de mil pessoas foram mortas, muitas das quais por atos internos de violência dos palestinos.
[108] Durante a
Guerra do Golfo em 1991, a
OLP e os palestinos apoiaram os ataques de mísseis lançados contra Israel pelo líder iraquiano
Saddam Hussein, na tentativa de provocar a entrada de Israel para a guerra.
[109][110]
Em 1992,
Yitzhak Rabin tornou-se Primeiro-Ministro, ele e seu partido estabeleceram compromissos com os vizinhos de Israel.
[111][112] No ano seguinte,
Shimon Peres e
Mahmoud Abbas, em nome de Israel e da OLP, assinaram os
Acordos de paz de Oslo, que deram à
Autoridade Nacional Palestina o direito de auto-governar partes da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
[113] A intenção era o reconhecimento do direito do estado de Israel existir e uma forma de dar fim ao
terrorismo. Em 26 de outubro de 1994 foi assinado o
Tratado de paz Israel-Jordânia, sendo a
Jordânia o segundo país árabe que normalizou suas relações com Israel.
[114] O apoio público dos árabes aos Acordos foi danificado pelo
Massacre do Túmulo dos Patriarcas,
[115] pela continuação dos assentamentos judeus, e pela deterioração das condições econômicas. O apoio da opinião pública israelense aos Acordos diminuiu quando Israel foi atingido por ataques suicidas palestinos.
[116] Em novembro de 1995 o assassinato de
Yitzhak Rabin por um militante de extrema-direita judeu, chocou o país.
[117]
No final da década de 1990, Israel, sob a liderança de
Benjamin Netanyahu, desistiu de
Hebron,
[118] assinando o
Memorando de Wye River, dando maior controle da região para a
Autoridade Nacional Palestina.
[119] Ehud Barak, eleito primeiro-ministro em 1999, começou por retirar forças israelenses do sul do
Líbano, realizando negociações com a Autoridade Palestina
Yasser Arafat e o então
Presidente dos Estados Unidos,
Bill Clinton, durante a
Cúpula de Camp David de 2000. Durante esta cimeira, Barak ofereceu um plano para o estabelecimento de um Estado palestino na Faixa de Gaza e 91% da Cisjordânia, retendo porém o controlo sobre todas as fronteiras e principais cursos de água, e anexando definitivamente 12% do
Vale do Jordão, a região mais fértil da Cisjordânia, a favor de Israel, reservando-se ainda o direito de permanecer entre 12 a 30 anos em outros 10% dessa região.
[120] Yasser Arafat rejeitou o acordo, exigindo como pré-condição para as negociações a retirada de Israel para as fronteiras de Junho de 1967.
[121] Após o colapso das negociações, começou a
Segunda Intifada.
[122][123] Ariel Sharon foi escolhido como novo primeiro-ministro em
2001 durante uma eleição especial. Durante seu mandato, Sharon realizou seu
plano de retirada unilateral da Faixa de Gaza e também liderou a construção da
barreira israelense da Cisjordânia.
[124] Em janeiro de 2006, depois de sofrer um grave
acidente vascular cerebral que o deixou em coma, Ariel Sharon deixou o cargo e suas competências foram transferidas para o gabinete de
Ehud Olmert.
[125]
Em 27 de novembro de 2007, o Primeiro-Ministro israelense Ehud Olmert e o Presidente palestino
Mahmoud Abbas concordaram em negociar sobre todas as questões e lutar por um acordo até ao final de 2008. Em abril de 2008, o presidente sírio
Bashar al-Assad disse a um jornal do
Qatar que a Síria e Israel tinham vindo a discutir um tratado de paz por um ano, com a
Turquia como mediador. Isto foi confirmado por Israel, em Maio de 2008.
[129]
No final de dezembro de 2008, o cessar-fogo entre o
Hamas e Israel acabou após foguetes serem disparados a partir da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas. Israel respondeu com uma
série de intensos ataques aéreos.
[130] Em resposta,
protestos eclodiram em todo o mundo.
[131] Em 3 de janeiro de 2009, tropas israelitas entraram em Gaza marcando o início de uma ofensiva terrestre.
[132]
-
Vista do Mar Morto, o ponto em terra mais abaixo do
nível do mar no mundo.
Paisagem típica no
Deserto de Negev, com areias de múltiplas cores e rios secos, ocasionalmente inundados no inverno por instantâneas enchentes.
O Estado de Israel, em sua área total de 27 800 km, é descrito dentro das linhas de
cessar-fogo e do
autogoverno da Palestina. De forma alongada e estreita, tem em seu comprimento 470 km, e em sua largura máxima, 135 km. Suas fronteiras estão entre o
Líbano, a
Síria, a
Jordânia, o
Egito e o
Mar Mediterrâneo.
[4][133][134] Dividido em quatro regiões geográficas - três faixas paralelas e uma grande área árida - tem em sua planície costeira do Mediterrâneo, os sítios mais férteis, que avançam em um total de quarenta quilômetros para o interior do país. A nordeste, nascem suas cadeias de montanhas, onde localiza-se ainda o
Planalto de Golan, formado por rochas de
basalto, resultantes de
erupções vulcânicas, que beiram o
Vale do Hula. Seguindo a cadeia rochosa, localizam-se as montanhas da
Galileia, compostas de
rocha calcária branda e
dolomita, que atingem até 1 200m de altura.
Acompanhando as cadeias montanhosas seguem córregos que mantém a região verde por todo o ano. Entre as montanhas da Galileia e da
Samaria, encontra-se o
Vale de Jizreel, dita a região mais agrícola de Israel. Seguindo a cadeia rochosa para o sul, vê-se o
Neguev, que compõe quase a metade do território.
[135] Adiante, esta área torna-se mais árida, composta por planícies de arenito em cumes de pedras, crateras, platôs, montanhas ainda mais altas e três crateras erosivas, cuja maior mede 35 km de comprimento, de clima seco. Próximo a
Eilat e ao
Mar Vermelho, a paisagem apresenta agudas elevações compostas por granito cinza e vermelho e arenito. Ao oriente, percebe-se a
Fenda Sírio-Africana, divisora da crosta terrestre. Ao contrário do sul semiárido, o oriente é sua área setentrional e fértil, além de ser atravessada de norte a sul pelo
rio Jordão, que possui um total de trezentos quilômetros. Este rio, nascido de neves do
Monte Hermon derretidas no verão, atravessa o Vale do Hula, e o
Mar da Galileia, o maior reservatório de água potável do país situado entre as montanhas e o Planalto de Golan, e desemboca no
Mar Morto, o ponto mais baixo da superfície terrestre.
[136] Apesar de cheio durante a estação das chuvas, é um rio razo e estreito. Ao sul do Mar Morto, encontra-se o
Aravá,
[137] chamada savana de Israel, que se estende até o
golfo de
clima sub-tropical e águas profundas, com recifes de corais e uma variada fauna marinha.
[138]
As temperaturas variam muito em Israel, principalmente durante o inverno. As regiões montanhosas do país são frias, inclusive com ocorrência de
neve; o pico do
monte Hérmon é coberto por neve na maior parte do ano e Jerusalém recebe pelo menos uma queda de neve por ano.
[139] Entretanto, cidades costeiras, como Tel Aviv e
Haifa, têm
clima mediterrâneo típico, com
frio e
chuva durante o
inverno e com
verão quente e seco. A maior temperatura no
continente asiático (53,7
°C) foi registrada em
1942 no
kibutz Tirat Zvi, no norte do vale jordaniano.
[140]
[editar]Fauna e flora
-
A
fauna e a
flora nacionais são diversificadas, devido, em parte, a sua localização, na junção de três continentes. Na vida vegetal, mais de 2 800 plantas já foram catalogadas, entre o
papiro e a
peônia vermelho-coral brilhante. Ao longo do território há ainda um misto de flores cultivadas e plantas nativas:
íris,
açucena e
tulipa, misturam-se ao
açafrão e à
cila, chamadas
litófitas. Já em meio a vida animal de Israel, há uma grande variedade de espécies de
borboletas e
pássaros, entre 135 para um e 380 para o outro.
Gazelas,
raposas,
gatos selvagens e outros
mamíferos, formam a fauna dos bosques;
Cabritos monteses vivem nos rochedos desertos; e
camaleões e
cobras juntam-se a oitenta espécies nativas de
lagartos. Para preservar a vida das espécies animal e vegetal, o governo criou o Fundo Nacional Judaico, que atua na acumulação de
água, no reflorestamento e na sua manutenção. Além disso, severas leis foram adotadas a fim de preservar a vida natural, tornando um ato ilegal até mesmo a retirada de uma flor nascida na beira da estrada; e a conscientização da população é promovida através de atos públicos como excursões guiadas, campanhas de esclarecimento, publicações e dentro das escolas.
[145]
-
-
Em 2010, a população de Israel foi calculada em 7,587 milhões de habitantes.
[146] Desses, segundo dados de 2009, mais de 300 000 cidadãos de Israel viviam em assentamentos na Cisjordânia,
[147] como
Ma'ale Adummim e
Ariel e as comunidades que antecederam a criação do Estado, mas foram restabelecidas após a
Guerra dos Seis Dias, em cidades como
Hebron e
Gush Etzion. Cerca de 18 000 israelenses vivem nas
Colinas de Golã. Em 2006, havia 250 000
judeus residentes em
Jerusalém Oriental. O número total de colonos israelenses é superior a 500 000 (6,5 por cento da população). Cerca de 7 800 viviam em assentamentos israelenses na Faixa de Gaza até terem sido evacuados pelo governo como parte do seu
plano de retirada de 2005.
Tel Aviv, a segunda maior cidade do país
Israel tem três
línguas oficiais:
hebraico,
árabe e
inglês[4]. O hebraico é o idioma principal do estado e é falada pela maioria da população. O árabe é falado pela minoria
árabe e por
judeus que imigraram a partir de países árabes. A maioria dos israelenses se comunica razoavelmente bem em
inglês: muitos programas de televisão são em inglês e, em muitas escolas, se ensina inglês. Como um país de imigrantes, dezenas de línguas podem ser ouvidas nas
ruas de Israel. Um grande afluxo de pessoas da antiga
União Soviética e da
Etiópia fizeram, do
russo e do
amárico, línguas faladas em Israel. Entre 1990 e 1994, a imigração de judeus da antiga União Soviética fez com que a população israelense aumentasse em doze por cento.
[148]
Ao longo da última década, os fluxos migratórios têm, também, incluído um número significativo de imigrantes não judeus de países como a
Romênia,
Tailândia,
República Popular da China e vários países da
África e da
América do Sul; estimar um número exato é difícil devido à presença de imigrantes ilegais, mas as estimativas executadas na região apresentaram cerca de 200 000 pessoas.
[149]A retenção da população de Israel desde
1948 é a mesma ou maior, quando comparado para outros países com
imigração maciça.
[150]Emigração da população israelense (
yerida) para outros países, principalmente para os
Estados Unidos e o
Canadá, é descrito por demógrafos como modesta,
[151] mas é muitas vezes citada pelos ministérios do governo israelense como uma ameaça importante para o futuro de Israel.
[152]
Israel foi criado com o propósito de ser uma pátria para o povo
judeu e é muitas vezes referida como o Estado judeu. A
Lei do retornoconcede a todos os judeus e os de linhagem judaica o direito à
cidadania israelense.
[153] Um pouco mais de três quartos, ou 75,5 por cento, da população são judeus de várias origens judaicas. Aproximadamente 68 por cento dos judeus israelenses nasceram no país, 22 por cento são
imigrantes da
Europa e das
Américas e 10 por cento são imigrantes da
Ásia e da
África (incluindo o
mundo árabe).
[154]
-
A afiliação religiosa dos judeus israelitas varia muito: 55 por cento dizem que são "
tradicionais", enquanto 20 por cento consideram-se "judeus
seculares", 17 por cento definem-se como "
sionistas religiosos"; os finais 8 por cento definem-se como "judeus
haredi".
[156]
Perfazendo até 16,2 por cento da população, os
muçulmanos constituem a maior minoria religiosa de Israel. Dos
cidadãos árabes de Israel, que representam 19,8 por cento da população, mais de quatro quintos (82,6 por cento) são muçulmanos. Dos restantes árabes israelenses, 8,8 por cento são
cristãos e 8,4 por cento são
drusos.
[157] Membros de muitos outros grupos religiosos, incluindo
budistas e
hindus, mantem presença em Israel, embora em menor número.
[158] Os cristãos totalizam 2,1% da população de Israel e são constituídos de árabes cristãos e
judeus messiânicos.
[159]
A
cidade de
Jerusalém é um lugar sagrado para
judeus,
muçulmanos e
cristãos, pois sedia lugares que são fundamentais para suas crenças religiosas, como o
Muro das Lamentações, o
Monte do Templo, a
Mesquita de Al-Aqsa e a
Igreja do Santo Sepulcro. Outros monumentos religiosos de importância estão localizadas na Cisjordânia, entre eles o
local de nascimento de Jesus, a
tumba de
Raquel em
Belém e a
Caverna dos Patriarcas, em
Hebron. O centro administrativo da
Fé Bahá'í e do
Santuário do Báb estão localizadas no
Centro Mundial Bahá'í em
Haifa e do líder da fé, enterrado no
Acre. Não existe uma comunidade
Baha'i em Israel, embora seja um destino de peregrinações. Pessoas que seguem a Fé Baha'i em Israel não ensinam a sua fé a israelenses seguindo uma política rigorosa.
[160][161]
Israel figura entre os dez países com maior número de
ateus ou
agnósticos, e, com um total de 25,6 por cento da população declarando-se ateísta, fica na quarta posição por países com maior proporção de ateístas no mundo.
[162]
A grande maioria das pessoas seculares em Israel são de etnia judaica. Muitos judeus respeitam os feriados religiosos como algo comum, uma data estabelecida pelo governo, não são como seus país ou avós, que tinham fé na religião, afinal este era o legado de séculos passado de geração a geração, elo que unia o povo judeu e dava a ele um sentido de pertença a uma mesma comunidade. Hoje, os
sabras já não sentem tanto a necessidade de seguir preceitos religiosos. Mesmo que entre os árabes haja também alguns indivíduos ateus ou não-religiosos, é mais comum entre os árabes de Israel, como um todo, encontrar pessoas bastante ligadas à religião, sejam elas cristãs ou muçulmanas, especialmente entre esses últimos. Embora as religiões, tanto o judaísmo quanto o islã, sejam responsáveis por uma boa do
conflito árabe-israelense (por exemplo na questão de Jerusalém), a fé religiosa não é mais determinante na vida das pessoas, pelo menos para a maior parte dos judeus, que estão cada vez mais seculares (à exceção dos
haredim). Os judeus laicos continuam a compartilhar um sentimento de identidade e a crença num destino comum, porém não mais é a fé que determina essa destino. Ainda assim, preocupa a radicalização de uma parcela dos líderes religiosos que têm bastante influência na política nacional. Há um certo medo da sociedade em geral de que o laicismo deixe de contar com o apoio dos políticos, com um aumento do poder dos ultraortodoxos.
[163]
-
Israel é uma
democracia parlamentar[4] e o
Presidente de Israel é o
chefe de estado, mas suas funções são em grande parte simbólicas.
[164] Um membro do
Parlamento apoiado pela maioria dos parlamentares torna-se o
Primeiro-Ministro, normalmente o presidente do maior
partido. O Primeiro-ministro é o chefe de governo e chefe do Gabinete.
[164] Israel é governado por um parlamento composto por 120 membros, conhecido como
Knesset. A composição do Knesset é baseada na representação proporcional dos
partidos políticos.
[165] As eleições parlamentares são realizadas a cada quatro anos, mas o Knesset pode dissolver o
governo, a qualquer momento, por falta de confiança na votação. O processo de paz, o papel da religião no estado e escândalos polítcos têm causado ruptura de coalizões ou a antecipação das eleições.
[166] As
Leis Básicas de Israel funcionam como uma
constituição não escrita. Em
2003, o Knesset começou a redigir uma constituição oficial baseada nestas leis.
[4][167]
[editar]Sistema judicial
Israel tem três níveis no sistema judicial. O nível mais baixo são magistrados judiciais, situados na maioria das
cidades do país. Acima deles são tribunais de comarca, servindo simultaneamente como tribunais de
apelação e tribunais de primeira instância, estão situados em cinco dos seis
distritos de Israel. O terceiro nível e o mais elevado é a
Suprema Corte de Israel, situada em Jerusalém. Serve um papel duplo como o mais alto tribunal de apelação e de Supremo Tribunal de Justiça. Nesta última função, o Supremo Tribunal dita as
regras como um tribunal de primeira instância, permitindo que os indivíduos, os
cidadãos e não cidadãos, façam uma
petição contra as decisões das autoridades estatais.
[168][169]
[editar]Distritos administrativos
-
-
O Estado de Israel está dividido em seis principais
distritos administrativos, conhecido como mehozot (מחוזות; singular: mahoz) -
Centro,
Haifa,
Jerusalém,
Norte,
Sul e
Tel Aviv. Os distritos dividem-se em quinze subdistritos conhecidos como nafot (נפות; singular: ANPA), que são eles próprios divididos em cinquenta regiões naturais.
[178]
1 | Norte | Nazareth Illit | Kinneret , Safed, Acre_(Israel), Golã, Vale de Jizreel | 1.242.100 |
2 | Haifa | Haifa | Haifa, Hadera | 880.000 |
3 | Central | Ramla | Rishon LeZion, Sharon (Netanya), Petah Tikva, Ramla, Rehovot | 1.770.200 |
4 | Tel Aviv | Tel Aviv | Tel Aviv | 1.227.000 |
5 | Jerusalém | Jerusalém | Jerusalém | 910.300 |
6 | Sul | Beersheba | Ashkelon, Beersheba | 1.053.600 |
B | Judeia e Samaria | Modi'in Illit (maior cidade) | --- | 304.569[179] |
[editar]Territórios ocupados
-
O termo "territórios ocupados por Israel" também foi usado para englobar a Faixa de Gaza, que foi ocupada pelo
Egito e tomada por Israel em
1967. Em
2005, Israel desocupou a Faixa de Gaza e retirou quatro assentamentos na Cisjordânia, como parte do seu plano de retirada unilateral. No entanto, Israel continua a controlar o acesso ao espaço aéreo e marítimo de Gaza. Israel também regulamenta as viagens e o comércio de Gaza com o resto do mundo.
[184] O interior do território está sob controle do
Hamas, partido majoritário no
Conselho Legislativo da Palestina, cujo braço militante executou desde os anos 1990 vários atentados
terroristas contra Israel como o
atentado suicida do Dizengoff Center e o
atentado terrorista da pizzaria Sbarro.
[185][186][187][188] Na sequência da captura desses territórios por Israel, assentamentos constituídos por cidadãos israelitas foram estabelecidas dentro de cada um deles. Israel aplica suas leis em Golan e Jerusalém Oriental, incorporando-os ao seu território e oferecendo aos seus habitantes o status de residentes permanentes e a possibilidade de obtenção da
cidadania israelense, caso eles a solicitem. Em contraste, a Cisjordânia tem permanecido sob ocupação militar e é largamente vista junto com a Faixa de Gaza - por parte de Israel, pelos
palestinos e pela comunidade internacional - como o local de um futuro
Estado palestino. O Conselho de Segurança declarou que a incorporação de Jerusalém Oriental e das Colinas de Golã é "nula