sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O que ocorre com a consciência dos mortos e para onde eles são levados?

O que ocorre com a consciência dos mortos e para onde eles são levados?
A morte física, embora seja vista na Bíblia como descanso, não significa ser a anulação da atividade da consciência, ou o adormecimento da mesma. O corpo descansa sim, mas a consciência permanece em plena atividade.
Para alguns, a morte resulta na dormência da consciência, parecendo esta estar anestesiada. Mas encontramos algumas afirmações bíblicas que provam a continuidade da atividade mental e espiritual do homem após a morte.
Para uma analise bíblica do assunto destacamos a leitura da parábola do rico e do Lázaro, registrada em Lucas 16.19-31:
“Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia, todos os dias regalada e esplendidamente. Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele; E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem
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misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá. E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite” (Lc 16.19-31).
Vamos seguir a linha de pensamento de Jesus, e falar primeiro daquilo que ele realmente quis dizer ao relatar esta parábola.

Jesus fez uso da parábola para esclarecer aos seus discípulos da existência de dois locais distintos onde são levados os que morrem. O Seio de Abraão e o Hades (inferno). Geograficamente é improvável situar a localização deles. O que se pode afirmar categoricamente é que tanto o Seio de Abraão como o Hades se localizavam no Sheol antes da ascensão de Cristo.
Sheol, conforme pintado no Antigo Testamento consistia em duas divisões, a saber: uma para os ímpios e outra para os justos. A divisão para os ímpios era conhecida como Hades, expressava um lugar de horror e agonia. A divisão para
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os justo era conhecida como Seio de Abraão, e expressava um local de descanso e serenidade. Jesus reconheceu o Seio de Abraão como o Paraíso, quando disse para o ladrão da cruz, hoje estará comigo no Paraíso. Segundo a Bíblia, o Senhor transportou o Seio de Abrão do Sheol para próximo do trono de Deus, durante os três dias de sua morte.
Em Efésios 4.8-10 Paulo diz que Jesus desceu as partes mais baixas da terra e levou cativo o cativeiro para perto do trono de Deus, esse lugar é chamado de Paraíso pelo apóstolo posteriormente: “Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, E deu dons aos homens. Ora, isto ele subiu que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas”.
2 Coríntios 12.3-4 Paulo diz: “E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar”.
Paulo teria sido este homem, que parece estar estarrecido de tanta alegria pelas coisas que tinha visto e também pelas palavras que ouviu naquele lugar. Ali estavam os salvos, os perdoados, os remidos, todos que morreram em Cristo. Era um lugar de delícias e descanso.
Portanto, segue-se que os que morrem na „esperança‟ de um dia estar com Jesus são levados pelos anjos do Senhor até o Paraíso de onde serão chamados para encontrar com Cristo no dia do arrebatamento.
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Já os homens ímpios, incrédulos, idólatras, feiticeiros, adúlteros, apóstatas, ímpios são levados para o Hades, que ao contrário do Paraíso é um lugar de presente agonia, tormentos, lamentos, medo, terror, choro, punição, pesar, angústia, etc., de onde serão chamados para serem julgados no Grande Trono Branco.
Seguindo o roteiro da parábola do rico e do Lazaro narrada por Jesus, vemos que ambos estavam lúcidos, conscientes, vivos, e continuavam dotados de todas as suas funções, havia lembranças, e sentiam diferentes sensações. O mendigo (após a morte passou a ser rico em Deus), que teve sua vida privada de tantos privilégios aqui no mundo, desfrutava de um grande alívio e de uma célica paz, e ali era consolado. Já o rico (na verdade, já não era mais rico, porque deixou sua riqueza no mundo), recebeu como recompensa pela sua vida de pecado um lugar de tormentos e permanente sofrimento para esperar o juízo divino.
O rico sentia as chamas do inferno envolvendo a sua alma, deixando-a em tormentos.
Sejamos criteriosos quanto à interpretação deste relato. Segundo as palavras proferidas por Cristo, que afirmou haver sentimentos de gozo e alegria de um lado, e do outro, agonia, remorso, e desespero, então, como poderiam os dois estar dormindo, ou inconscientes? Seria uma contradição.
Eles falavam, sentiam, se expressavam, pensavam... se moviam. Como poderiam estar dormindo diante de tais reações?
A morte foi fato, contudo a consciência não morreu, nem dormiu. Quando Jesus morreu, a Bíblia diz e já mencionei
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isso aqui, que ele desceu as partes mais baixas da terra, levou cativo o cativeiro, pregoou aos espíritos em prisão, e ainda tomou as chaves da morte e do inferno. Se porventura um morto ficasse com sua alma adormecida, inconsciente, então, Jesus não poderia realizar tais proezas como essas. E teria que esperar a sua ressurreição para fazê-las.
O apóstolo Paulo subiu ao céu e disse ter ouvido palavras inefáveis que ao homem não é licito falar (2 Co 12.4). Ora se ele ouviu palavras num lugar onde são levados os santos do Senhor, então logicamente os santos estavam conversando uns com os outros assuntos sublimes e incontáveis! Que a nós não é licito falar! Se eles falavam, então, como poderiam estar adormecidos, inconscientes e falando ao mesmo tempo? As pessoas que Paulo viu ali, já estão fisicamente mortas, porém conscientes. Estão ausentes do corpo, porém, presentes no Senhor (2 Co 5.2-6).
Guarde este pensamento, “a morte física não é extinção da vida. É sempre a separação entre o corpo e a alma”. Eles estão aguardando o dia da ressurreição (Dn 12.2), onde os santos viverão em paz eternamente ao lado de Jesus Cristo em seu Reino, e os ímpios sofrerão o dano da segunda morte ,não é inexistência nesse caso, mas sim a separação total e absoluta de Deus, e o sofrimento eterno no lago de fogo (Mt 25.41; Ap 20.14-15; 21-8).

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