quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Pérgamo

Pérgamo, a Igreja Casada com o Mundo


INTRODUÇÃO:

Mais que nunca, precisamos ouvir o que Jesus disse à pequena Igreja de Pérgamo, que também vivia no quartel-general do inferno. Ela servia a Deus sob a sombra do trono de Satanás. Pérgamo não era um local fácil para se viver. Mesmo assim foi lá que Deus plantou Sua igreja. Nesta carta, Cristo alerta-os a permanecerem fiéis neste ambiente infernal.

II – A CIDADE DE PÉRGAMO:

Éfeso era a principal cidade da Ásia, mas Pérgamo era a capital, posto que lá era a sede do governo imperial.

É nesta cidade que satanás aparece como o “príncipe do mundo” (Jo 14.30 cf I Jo 2.15 e ss). O que o apóstolo João chama de mundo em sua Primeira Carta é, de fato, o grande inimigo da igreja de Pérgamo.

Em 29 a. C., os líderes de Pérgamo construíram o primeiro templo dedicado a César, na Ásia. O louvor ao imperador tinha força aqui. Se noutras proclamava-se uma vez por ano a deidade de César, em Pérgamo a idolatria imperial era cotidiana. Incenso era queimado diariamente ao imperador. Aqui servir a outros deuses não era problema, desde que o nome de César fosse glorificado. Quando alguém dizia: “Zeus é Senhor!”, César tinha de ser imediatamente aclamado.

A dificuldade para os crentes residia no fato de eles não poderem servir a dois deuses. Se proclamassem: “César é Senhor!”, trairiam ao seu Deus. Caso contrário, seriam mortos por amor a Cristo.

A montanha, que se elevava a 1000 metros acima da cidade, estava recoberta de templos pagãos, santuários e altares a Zeus, Atenas, Dionísio e Asclépio ou Esculápio. Cada um possuía seu templo.

Um gigantesco altar a Zeus, a maior das deidades gregas, foi construído ali em forma de trono. Muitos acreditam que este era o trono de Satanás citado na carta. De qualquer forma, era o altar pagão mais famoso daquela época.

A cidade estava tão profundamente envolvida com a idolatria que possuía seu próprio deus: Asclépio, o deus da cura. Adoradores vinham a este templo para encontrarem o alívio de suas enfermidades. Cobras arrastavam-se pelo templo. Os adoradores eram encorajados a deitar-se ao chão para que as serpentes subissem-lhes pelos corpos. Criam que o toque das víboras tinha poder curador. De fato, o símbolo da medicina – uma serpente enrolada – representa o deus Asclépio.

Era neste local que a Igreja se encontrava. Vivia ela no quartel-general do inferno. Servia a Deus nas raias do trono de Satanás.

III – O REMETENTE DA CARTA:

Apc 2:12 cf Rm 13.1-4 – Na cultura romana, a espada era símbolo do poder e autoridade; significava a punição capital: vida ou morte. César tinha a palavra final; sua determinação tornava-se lei.

Eis por que Jesus é descrito portando uma espada de dois fios. Aqui está a Sua autoridade judicial. Com a espada desembainhada, é o Guerreiro Divino. Vence os inimigos; pronuncia julgamento sobre eles. Ele é o único Senhor da Igreja. Tem poder sobre a morte e a vida; Sua palavra é final; Sua lei, patente; Seu reinado, absoluto.

Por que uma espada de dois fios? Porque corta de ambos os lados. Cristo tem poder sobre a vida e a morte. Possui autoridade para abençoar, salvar e condenar à eterna perdição.

Por que Jesus revela-se à Igreja desta forma? Há duas razões:

(A) – Pérgamo achava-se sob a espada de Roma. Intimidação e medo alastravam-se nos corações daqueles crentes. Por isto, não podiam esquecer que havia uma autoridade mais forte que a romana. A despeito das táticas amedrontadoras de Roma, Cristo controlava todo poder.

(B) – Como esta Igreja tolerava falsos ensinadores, não podiam esquecer de que há um padrão imutável: A PALAVRA DE DEUS. O Senhor zela para a cumprir! Por isso, os crentes de Pérgamo precisavam defender claramente a doutrina. Caso contrário, enfrentariam a disciplina severa das mãos do próprio Cristo.

IV – A ORDEM DO REMETENTE PARA A PERSEVERANÇA:

Apc 2:13 – Esta é uma palavra de encorajamento. Jesus Cristo sabia o que significava viver no quartel-general do inferno. Desde o Seu nascimento, já enfrentava Ele as investidas de Satanás (Mt 2.13; 4.1-11; Mt 27).

Os crentes em Pérgamo viviam onde se achava o trono de Satanás. Aqui estava o seu quartel-general. Satanás visitava outras cidades, mas morava em Pérgamo.

Satanás não é onipresente, pois ele não é Deus; só pode estar num lugar de cada vez. Assim, passava a noite em Laodicéia, Sardo ou Éfeso, mas depois retornava ao seu domicílio, em Pérgamo. Habitar significa ocupar uma casa e viver nela permanentemente.

Mas por que Pérgamo era o trono do adversário?

A cidade, como já vimos, era o centro de adoração a Asclépio, o deus-serpente. Neste templo, os adoradores misturavam-se às cobras. Satanás, a antiga serpente, sentia-se muito bem em Pérgamo. Além disso, ficava aqui o centro regional de adoração ao imperador. Foi a primeira cidade na Ásia a ter um templo devotado a César. Havia, inclusive, um sacerdócio especial devotado a este culto. A adoração a César era mais intensa aqui.

Jesus parabeniza-os por haverem eles retido o Seu nome e não negado a fé. Eles permaneciam fortes em sua lealdade a Cristo como Senhor. Recusavam-se a adorar a César. Não obstante as pressões, permaneciam fervorosos. Mantinham-se fortes nos padrões divinos, apesar do declínio moral daqueles dias.

Entre estes crentes, Antipas destaca-se por sua coragem e fé. Seu nome significa “CONTRA TODOS”. Para defender sua fé, colocava-se de fato contra todos. Provavelmente pastor da Igreja, recusava-se a aceitar o status político daqueles dias; opunha-se ele ao governo, pois apenas Roma tinha o poder de aplicar a pena capital.

Mas se Roma o queria morto, Jesus refere-se ele como “MINHA FIEL TESTEMUNHA”. Pode haver maior tributo que este? O nosso testemunho tem de ser fiel. O que a fidelidade custou a Antipas? Ele foi morto onde Satanás habita.

Assim sendo, a fé que Antipas ostentava haveria de ser proclamada aos séculos vindouros. O mundo vê a morte dos mártires e lamenta: “Que perda!”. Deus, porém, regozija-se e diz: “Que ganho!” – Sl 116.15

V – A FALHA DA IGREJA DE PÉRGAMO:

Apc 2:14-15 – Mais uma vez, podemos observar que não existe igreja perfeita; a perfeição só será alcançada no céu.

Apesar de sua constância, o pecado introduziu-se nela imperceptivelmente. O maior perigo não era a perseguição, e sim a perversão.

Se Satanás não pode derrotar a Igreja, tenta ingressar nela. A ameaça mortal vinha de dentro.

Em Pérgamo havia um pequeno grupo que instigava os crentes a se comprometerem com o mundo. Sua carnalidade prejudicava aos fiéis. Este grupo achava-se envolvido com a doutrina de Balaão.

A QUEIXA DE JESUS NÃO É DIRIGIDA AO GRUPO QUE ENSINAVA TAL HERESIA, MAS À IGREJA POR TOLERAR A DOUTRINA DE BALAÃO!

Mas que doutrina era essa?

Balaão era um profeta gentio do A.T.. Chamado para ser porta-voz de Deus, sempre falou pelo diabo. Durante a peregrinação de Israel pelo deserto, Balaque, rei de Moabe, ouviu dizer que o povo de Deus avançava. E ele sabia que não havia maneira de se defender dos israelitas. Desesperado, pediu ajuda a Balaão.

Vulnerável à tentação e ao lucro, o profeta estrangeiro buscou, em três momentos distintos, amaldiçoar o povo de Deus. Mas em lugar da maldição, a bênção. Ele não podia amaldiçoar a Israel. Tentando servir a Deus e ao dinheiro, arquitetou um plano engenhoso.

O profeta do lucro instruiu, pois, a Balaque a colocar tropeços diante dos israelitas. Instigou a Balaque a por meretrizes no arraial hebreu para que seduzissem o povo de Deus. Infelizmente, os filhos de Israel não eram páreo a tal tentação. Caíram; divertiram-se com pagãs. Com elas, adoraram os ídolos e comeram os alimentos oferecidos a estes. Adoraram-nos em templos pagãos de Moabe. Nestes templos, as prostitutas cultuais induziram os israelitas a cometerem todo o tipo de torpezas. O resultado foi devastador. Entretanto em guerra contra o Seu povo, Deus matou 24 mil israelitas. O que Balaão não pôde fazer, o pecado o fez. O tropeço foi grande e o resultado foi devastador!

PEDRA DE TROPEÇO É UMA ARMADILHA FEITA COM UM CHAMARIZ. Quando este é tocado, bum! A armadilha dispara e prende a vítima. Assim é o pecado. Parece atraente, mas tocado, captura a presa.

A doutrina de Balaão é o compromisso com o mundo. É a mistura das coisas santas com as profanas. É ter um pé na Igreja e outro no mundo. Com semelhante ensino, esse grupo de Pérgamo ameaçava destruir a Igreja. Afinal, quebra-se um elo e toda a corrente é inutilizada. Se apenas uma célula torna-se cancerosa, todo o corpo logo sofre.

Assim é a Igreja. Um pouco de fermento leveda toda a massa. Um pequeno foco de pecado prejudica todo o corpo. O mal, pois, precisa ser eliminado.

JESUS APONTA OUTRO PECADO OCULTO. Havia um segundo grupo ensinando falsas doutrinas – os nicolaítas. Pregavam uma doutrina destrutiva muito similar à doutrina de Balaão. Os frascos eram diferentes, o veneno, porém, o mesmo.

Devemos observar que: AQUILO QUE ERA “OBRA DOS NICOLAÍTAS” NA IGREJA DE ÉFESO, PASSOU A SER “DOUTRINA DOS NICOLAÍTAS” NA IGREJA DE PÉRGAMO! (Apc 2.6, 15)

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